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A influência da adição de finos basálticos nas características reológicas e


mecânicas dos concretos auto-adensáveis (CAA)

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IBRACON - Volume II - Construções em Concreto - Trabalho CBC0162 - pg. II.7 - II.22

A influência da adição de finos basálticos nas características reológicas


e mecânicas dos concretos auto-adensáveis (CAA)

Mônica Pinto Barbosa (1), Leonardo Moisés da Silva (2), Rômulo Tadeu Menossi (3),
Flávio Moreira Salles (4), Pedro Serna Rós (5).

(1) Professora Associada, Departamento de Engenharia Civil, Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira,
UNESP. E-mail: mbarbosa@dec.feis.unesp.br.
(2) Aluno do Curso de Engenharia Civil da FEIS / UNESP – Bolsista do CNPq-PIBIC.
E-mail: lmsilva@aluno.feis.unesp.br .
(3) Aluno do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil da FEIS / UNESP.
E-mail: romulomenossi@yahoo.com.br .
(4) Engenheiro do Laboratório CESP de Engenharia Civil – Ilha Solteira.
E-mail: flavio.salles@cesp.com.br .
(5) Professor Titular, Departamento de Ingeniería de La Construcción, Universidad Politécnica de Valencia –
Espanha. E-mail: pserna@cst.upv.es .

Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – Departamento de Engenharia Civil


Endereço para correspondência

Palavras Chaves: Concreto auto-adensável, ensaios de caracterização, pó de pedra.

Resumo

Os concretos auto-adensáveis (CAA) atraem cada vez mais o interesse de pesquisadores


e empresas construtoras, quer para melhor conhecer suas características e propriedades,
quer para explorar suas vantagens construtivas. A obtenção de um concreto auto-
adensável exige uma dosagem correta e ensaios de caracterização não convencionais.
Ainda que os componentes deste concreto sejam os mesmos que os de um concreto
convencional, as proporções utilizadas em sua dosagem são distintas, principalmente no
que se refere ao conteúdo de finos, imprescindíveis para evitar os riscos de segregação.
As influências das adições de finos (inertes ou ativos) ou dos aditivos empregados nas
misturas devem ser analisadas, considerando suas inter-relações e as variações
decorrentes do agregado utilizado.
Dentro deste contexto, foi desenvolvida uma pesquisa para o estudo de composições de
CAA com incorporação de finos do tipo filler basalto e pó de pedra basáltico de mesma
origem, e posterior avaliação de suas propriedades mecânicas. Seus resultados estão
apresentados neste trabalho. Foram realizados inicialmente ensaios similares aos
tradicionais para CAA, em modelos reduzidos para Slump-Flow, Funil em V e Caixa em L,
a fim de analisar uma composição ótima da pasta, buscando o ponto de saturação dos
aditivos e a influência das adições de finos utilizados. Posteriormente as composições
selecionadas na primeira fase foram submetidas a ensaios em escala natural para
definição das propriedades mecânicas do concreto.

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1. INTRODUÇÃO

O concreto auto-adensável (CAA) possui a propriedade de preencher formas altamente


densas em armadura sem ocorrência de bloqueios, utilizando para isto somente seu peso
próprio, dispensando assim, a vibração mecânica ou outros métodos de adensamento.
Seu emprego aponta grandes vantagens como a segurança de uma concretagem correta,
com elementos compactos e a redução do custo energético, da mão-de-obra operária e
da poluição acústica que a vibração mecânica proporciona.
Conseguir um concreto com estas características só é possível se este possuir três
propriedades distintas: fluidez, viscosidade e coesão. A fluidez indica a facilidade com que
o material flui através da estrutura, em especial através das armaduras, a viscosidade e a
coesão trabalham no intuito de evitar a segregação da mistura.
Diversos centros de pesquisa, distribuídos pelo mundo (França, Canadá, Espanha,
Irlanda, Estados Unidos e Japão) vêm estudando exaustivamente as propriedades do
CAA. A Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira – UNESP vem pesquisando este tipo de
concreto desde o ano de 2000 em parceria com o LCEC – Laboratório CESP de
Engenharia Civil da Companhia Energética de São Paulo, em Ilha Solteira.
O CAA em seu estado fresco deve apresentar uma massa coesa, uma distribuição
uniforme dos agregados em toda a argamassa e não apresentar exsudação. Para tanto
ele necessita, além dos materiais convencionais utilizados na produção do concreto, de
um acréscimo de outros materiais como aditivos químicos e minerais, os quais
introduzidos à mistura proporcionam as características acima mencionadas.
Os métodos utilizados para se analisar as propriedades acima mencionadas foram o
Cone de Abrams, o funil em V e da caixa em L.
Neste trabalho apresentamos a influência do tipo de material utilizado na fabricação do
CAA, através dos ensaios de caracterização para concretos auto-adensáveis, assim como
a influência da resistência à compressão obtida por meio dos ensaios mecânicos
realizados.
Numa primeira etapa foram realizados os estudos granulométricos dos materiais
empregados, dentre eles o cimento, filler calcário, pó de pedra, metacaulim, areia e
agregado graúdo. Devemos lembrar que na composição do CAA são de grande
importância: a quantidade de material pulverulento, a umidade e a absorção do agregado
miúdo, do agregado graúdo e dos finos adicionados à pasta de concreto. Em seguida,
buscando a composição ótima da pasta, a quantidade de plastificante a ser acrescentado
e a influência dos finos adicionados, foram feitas diversas tentativas com modelos
reduzidos com volumes de até 2 litros, onde o concreto era ensaiado e sua composição
modificada até se obter um concreto com características auto-adensáveis.

2. CARACTERIZAÇÃO DOS MATERIAIS

2.1 – Pó de pedra

O pó de pedra utilizado é proveniente de pedreira comercial da região noroeste do estado


de São Paulo. Para sua caracterização foram realizados os ensaios mecânicos
convencionais, além dos ensaios de perda de massa ao fogo e de difração de raios-x.

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¾ Ensaios de perda ao fogo e difração de raios-x

Ambos foram realizados no Laboratório de Engenharia Civil da UFSC em Florianópolis.


Para o ensaio da perda de fogo foram realizados 2 ensaios, um a 600º C e outro a 900º C
com o objetivo de verificar a presença de matéria orgânica. Ambos apresentaram uma
perda de aproximadamente 2,50% de massa.
No ensaio de difração de raios-x o objetivo era a comprovação da veracidade do ensaio
de perda de massa ao fogo e a determinação de sua composição após a queima. Para
tanto foram realizados 3 ensaios, um com o pó de pedra em seu estado natural, outro
com o pó de pedra depois da queima a 600º C e outro com o pó de pedra depois da
queima a 900º C.
A tabela 1 mostra os resultados do ensaio que visam obter os componentes químicos
existentes no pó de pedra através da difração por raios-x.

Tabela 1 - Composição Química do Pó de Pedra por Difração de Raios-X

Componentes Químicos Teor (%)


SiO2 46,19
Al2O3 15,30
Fe2O3 14,80
CaO 12,62
MgO 3,24
Na2O 2,70
K2O 2.33
TiO2 2.28
MnO 0.24
V2O5 0.12
SrO 0.08
RuO2 0.05
ZrO2 0.03
ZnO 0.02

¾ Curva granulométrica

A tabela 2 apresenta a caracterização do material nos ensaios de massa especifica,


material pulverulento, módulo de finura e absorção e a figura 1, a distribuição
granulométrica do pó de pedra.

Tabela 2 - Resultado da caracterização realizada no pó de pedra

Massa Massa
Diâmetro Módulo Massa
Específica Específica Absorção Pulverulento Matéria
Agregado Máximo de Unitária
S.S.S. Absoluta (%) (%) Orgânica
(mm) Finura (g/cm³)
(g/cm³) (g/cm³)
Pedrisco 2,38 2,48 2,787 2,751 1,491 2,71 13,60 isento

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100

90

80

70

% retida acumulada
60

50

40

30
Especificação Superior
Especificação Inferior 20

Pó de Pedra
10

0
0,01 0,1 1 10

abertura (mm)

Figura 1 - Distribuição Granulométrica do Pó de Pedra

2.2 – Filler Basáltico

O filler basáltico utilizado também é proveniente da pedreira Mineração Noroeste Paulista.


A tabela 3 e a figura 2 apresentam o resultado dos ensaios de caracterização e curva
granulométrica do filler basáltico, respectivamente.

Tabela 3 - Dados característicos do filler basáltico

Massa Massa
Diâmetro Módulo Massa
Específica Específica Absorção Pulverulento Matéria
Agregado Máximo de Unitária
S.S.S. Absoluta (%) (%) Orgânica
(mm) Finura (g/cm³)
(g/cm³) (g/cm³)
Pedrisco 2,38 0,61 2,792 2,733 1,276 2,36 47,2 isento

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100

90

80

70

60

50

Especif icação Super ior


Especif icação Inf er ior
40
Filer
30

20

10

0
10 8 6 4 2 0
P eneiras

Figura 2 - Curva Granulométrica do filler calcário

2.3 – Agregado miúdo

A areia utilizada é proveniente do Porto de Areia Nossa Senhora Aparecida. A tabela 4


apresenta os resultados dos ensaios de caracterização e a figura 3 a curva
granulométrica da areia utilizada. Os resultados estão de acordo com a NBR 7211.

Tabela 4 - Caracterização do agregado miúdo (areia)

Massa Massa
Diâmetro Massa
Específica Específica Absorção Pulverulento Matéria
Agregado Máximo Unitária
S.S.S. Absoluta (%) (%) Orgânica
(mm) (g/cm³)
(g/cm³) (g/cm³)

Areia 4,76 2,599 2,733 1,276 0,26 0,30 isento

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Abertura das Peneiras - mm


Fundo 0,15 0,3 0,6 1,2 2,4 4,8 9,
0

10
E s p e c if ic a ç ã o
A r e ia N a t u r a l
20

30

40
% Retida Acumulada

50

60

70

80

90

100
Fundo 100 50 30 16 8 4 3/8"

Figura 3 - Curva granulométrica do agregado miúdo (areia)

2.4 – Agregado graúdo


O agregado graúdo também é proveniente do Porto de Areia Nossa Senhora Aparecida. A
figura 4 mostra a curva granulométrica do agregado graúdo do tipo seixo 0 utilizado e a
tabela 5 os resultados dos ensaios de caracterização. Os resultados estão de acordo com
a NBR 7211.

100

90

80

70

60
% retida acumulada

50

40

30

20
Graduação 0
Cascalho 0
10

0
1 10 100

abertura (mm)

Figura 4. Curva granulométrica do agregado graúdo (cascalho 0)

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Tabela 5 - Caracterização do agregado graúdo (cascalho 0)

Massa Massa
Diâmetro
Módulo de Específica Específica Absorção Pulverulento
Agregado Máximo
Finura S.S.S. Absoluta (%) (%)
(mm)
(g/cm³) (g/cm³)
Casc. 0 12,7 5,97 2,621 2,601 0,56 0,10

2.5 – Cimento
O cimento utilizado foi o CP-V ARI Plus. A tabela 6 apresenta os resultados dos ensaios
de caracterização do cimento.

Tabela 6 – Ensaios de caracterização do cimento


Especificações
NBR-5733
min. máx.
Finura Peneira 200 (% retida) 0,12 - 6,0
Finura Peneira 325 (% retida) 2,05 - -
Superf. Espec. Blaine (cm²/g) 4470 3000 -
Densidade aparente (g/cm³) 0,97 - -
Densidade absoluta (g/cm³) 3,12 - -
Água de consistência gramas 145 - -
da pasta (%) 29,0 - -
Início de pega (h:min) 01:54 01:00 -
Consistência gramas 150 - -
Resistência a argamassa a/c 0,48 - -
Compressão 03 dias 39,9 24,0 -
Axial Tensão
07 dias 47,5 34,0 -
( MPa )
28 dias 49,8 - -
Perda ao fogo 4,00 - 4,5
Insolúveis 0,23 - 1,0
SiO2 17,84 - -
Fe2O3 2,97 - -
Al2O3 6,44 - -
Análise Química CaO 65,09 - -
(%) MgO 0,50 - 6,5
SO3 2,83 - 3,5
Na2O 0,08 - -
K2O 0,72 - -
Equiv alcalino Na2O 0,55 - -
Cal livre em CaO 2,64 - -

2.6 – Metacaulim

O Metacaulim é um material novo na área da construção civil. Por ser um material


extremamente fino, ele se adequa perfeitamente ao CAA. Dentre suas vantagens estão:
aumento de resistência mecânica, maior durabilidade, menor retração por secagem, maior
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controle da reação álcali-agregado, maior resistência química a ácidos e sulfatos, melhor


acabamento superficial, menor exsudação, maior retenção de água, menor
permeabilidade, menor porosidade, menor ocorrência de fissuras. O material, analisado
em laboratório apresentou um diâmetro médio dos grãos de 0,006mm, módulo de finura
#325 de 0,36% e massa especifica de 2,60 kg/dm3.

3 – ENSAIOS DE CARACTERIZAÇÃO DOS CAA


Os ensaios foram desenvolvidos no Laboratório CESP em Ilha Solteira. Foram realizados
os ensaios de Slump-Flow, Funil em V e de Caixa em L, a fim de analisar a fluidez, a
viscosidade, a segregação e a deformabilidade em seu estado fresco. Primeiro, os
ensaios foram realizados em escala reduzida, com volumes de 2 litros, avaliando-se
apenas o seu espalhamento e o tempo de fluidez; foram cerca de 150 ensaios em escala
reduzida. As composições que apresentaram melhores resultados foram então
selecionadas para segunda fase, repetidas em volume de 40 litros e ensaiadas em escala
normal.

3.1 – Slump-Flow

Uma composição preestabelecida foi testada nos ensaios em escala normal para
comprovar as características do concreto. No ensaio do Slump-Flow determina-se o
tempo para o concreto atingir uma abertura com diâmetro igual à 50 cm. Segundo a
bibliografia, este tempo deve estar entre 2 e 6 segundos e a média dos diâmetros finais
das aberturas deve estar compreendida entre 55 e 70 cm. Após o espalhamento
verificamos o comportamento do mesmo quanto à exsudação e a segregação.
As figuras 5 e 6 ilustram respectivamente a mesa de fluxo umedecida e o Cone de
Abrams centralizado para o ensaio do Slump-Flow e o cone de Abrams preenchido com
concreto.

Figura 5 - Mesa de Fluxo em escala normal Figura 6 - Cone de Abrams preenchido de


concreto

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3.2 – Funil em V

No ensaio do Funil em V, mede-se o tempo que o concreto leva para escoar. Este tempo
deve estar no intervalo de 5 a 12 segundos. O concreto deve escoar a velocidade
constante, sem indicar ocorrência de bloqueio por segregação.
De todas as composições realizadas em escala reduzida, as que apresentaram melhor
desempenho no ensaio do Slump-Flow em escala normal foram selecionadas para a
realização dos ensaios do Funil em V e da Caixa em L em escala normal. O objetivo foi de
verificar o comportamento do concreto quanto à fluidez, tempo de escoamento e
passagem do mesmo entre as armaduras, agora em volume de 40 litros. As figuras 7 e 8
apresentam o ensaio do Funil em V em escala normal, sendo preparado e sua execução.

Figura 7 - Funil em V em escala normal Figura 8 - Funil em V no momento exato do


ensaio em escala normal

3.3 – Caixa em L

O teste da Caixa em L é realizado para verificar a viscosidade e a consistência do


concreto auto-adensável, que comprovarão sua capacidade de fluir entre as armaduras
da estrutura. O ensaio consiste primeiramente em preencher a coluna da Caixa em L com
o concreto e em seguida levantar a comporta deixando o concreto fluir livremente pelas
armaduras. Mede-se o tempo de fluência t1 e t2 e as alturas nas extremidades h1 e h2 da
h
caixa. Os tempos t1<1,5s e t2<3,5s e a relação 2 deve estar entre 0,75 a 1,0 para
h1
caracterizar o concreto auto-adensável. As figuras 9 e 10 representam, respectivamente,
o ensaio da Caixa em L normal antes e após a abertura da comporta.

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Figura 9 - Caixa em L normal no momento do Figura 10 - Caixa em L normal logo após o


ensaio ensaio

A figura 11 mostra o esquema representativo da Caixa em L em escala normal.

Compensado
Naval

h1 Barra de ferro
h2

A Vista lateral Corte AA

Figura 11 - Esquema representativo da Caixa em

Foram moldados corpos-de-prova cilíndricos de 10 x 20 cm, para serem rompidos nas


idades de 7, 28, 61, 91 e 120 dias. Os ensaios mecânicos realizados foram de ruptura por
compressão uniaxial, de tração por compressão diametral e de módulo de elasticidade.

3.4. COMPOSIÇÃO DO CONCRETO

Nesta pesquisa foram definidas três composições de CAA, a saber: a) composição


contendo filler basáltico e sílica ativa; b) composição contendo filler basáltico e
metacaulim e c) composição contendo filler basáltico e pó de pedra basáltico para fins de
comparação, tanto das características do CAA como das resistências à compressão.
Material utilizado:
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• Cimento do tipo CP-V ARI Plus


• Cascalho 0 (seixo rolado) – [o agregado graúdo deve possuir diâmetro reduzido,
para evitar os riscos de bloqueio do concreto, em elevadas taxas de armaduras do
elemento estrutural];
• Areia natural de rio;
• Aditivo para concreto auto-compactante;
• Pó de pedra e/ou filler basáltico;
• Sílica ativa e/ou metacaulim;
• Água;

¾ A) Composição com filler basáltico e metacaulim

A dosagem do concreto contendo filler basáltico e metacaulim que obteve melhor


desempenho nos ensaios de caracterização é apresentada na tabela 7, a seguir:
Tabela 7 - Composições contendo filler basáltico e metacaulim

Kg/m³ Relação
Dosagem
Cimento Seixo Areia Filler Água Superf. Metac. A/C
2 400,0 800,0 681,2 205,6 200,0 4,5 20 0,5

¾ B) Composição com Filler basáltico e sílica ativa

A dosagem do concreto contendo filler basáltico e sílica ativa com melhor desempenho
nos ensaios de caracterização é apresentada na tabela 8, a seguir:
Tabela 8 - Composições contendo filler basáltico e sílica ativa

Kg/m³
Relação
Dosagem Sílica
Cimento Seixo Areia Filler Água Superf. A/C
ativa
6 300,0 892,1 721,5 218,2 195,0 3,6 30 0,65

¾ C) Composição com Pó de pedra basáltico e filler basáltico

A dosagem do concreto auto-adensável contendo filler basáltico e pó de pedra basáltico


com melhores resultados nos ensaios de caracterização é apresentada na tabela 9, a
seguir:
Tabela 9 – Composição contendo filler basáltico e pó de pedra basáltico.

Kg/m³ Relação
Dosagem Pó de
Cimento Seixo Areia Filler Água Superf. A/C
pedra
1 400,0 784,0 690,0 254,0 212,0 5,6 64,0 0,53

4 – RESULTADOS EXPERIMENTAIS

Apresentamos a seguir, os resultados obtidos nos ensaios de caracterização das três


composições estudadas assim como os resultados dos ensaios mecânicos.
4.1 – Concreto com filler basáltico e metacaulim
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A tabela 10 apresenta os valores obtidos nos ensaios de caracterização do CAA,


contendo filler basáltico e metacaulim e a tabela 11 apresenta os resultados dos ensaios
mecânicos realizados para 7 e 28 dias.

Tabela 10 - Resultados dos ensaios de caracterização do CAA para o filler basáltico e o metacaulim
Ensaio Características Valores Obtidos
Diâmetro (cm) 60,8
Slump-Flow
t (s) 4,43
Funil em V t (s) 7,73
h2/h1 0,79
Caixa em L t1 (s) 1,17
t2 (s) 2,77

Tabela 11 - Resultados dos ensaios mecânicos – 7 e 28 dias.


Resistência à Resistência à
Idade Compressão Tração
(MPa) (MPa)

7 dias 50,80 4,56

28 dias 66,50 5,95

4.2 – Concreto com filler basáltico e sílica ativa

A tabelas 12 apresenta os valores obtidos nos ensaios de caracterização do CAA


contendo filler basáltico e sílica ativa e a tabela 13 os resultados dos ensaios mecânicos
para 7 e 28 dias.

Tabela 12 - Resultados dos ensaios de caracterização do CAA para o filler basáltico e microssílica
Ensaio Características Valores Obtidos
Diâmetro (cm) 66,5
Slump-Flow
t (s) 5,36
Funil em V t (s) 6,59
h2/h1 0,9
Caixa em L t1 (s) 1,10
t2 (s) 2,50

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Tabela 13 – Resultado dos ensaios mecânicos – 7 e 28 dias.


Resistência à Resistência à
Idade Compressão Tração
(MPa) (MPa)
7 dias 43,0 3,66

28 dias 61,1 5,50

4.3 – Concreto com Pó de pedra basáltico e filler basáltico

A tabela 14 apresenta os valores obtidos nos ensaios de caracterização do CAA contendo


filler basáltico e pó de pedra basáltico e a tabela 15 os resultados dos ensaios mecânicos
para 7 e 28 dias.

Tabela 14 - Resultados dos ensaios de caracterização do CAA


Ensaio Características Valores Obtidos
Diâmetro (cm) 68,5
Slump-Flow
t (s) 2,89
Funil em V t (s) 5,31
h2
0,92
h1
Caixa em L
t1 (s) 1,02
t2 (s) 2,05

Tabela 15 - Resultados dos ensaios mecânicos – 7 e 28 dias


Resistência à Resistência à Módulo de
Idade Compressão Tração elasticidade
(MPa) (MPa) (MPa)
7 dias 39,8 3,88 -

28 dias 48,9 4,91 42,72

A figura 12 apresenta gráfico da tensão x idade na compressão para as três composições


encontradas e a figura 13 mostra o gráfico da tensão x idade na tração para as três
composições.

46º Congresso Brasileiro do Concreto - ISBN: 85-98576-02-6 II.19


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70

60

50

40

30

20

10

0
0 5 10 15 20 25 30

filler e metacaulim filler e microssílica filler e pó de pedra

Figura 12 - Gráfico Tensão x Idade para ensaio de compressão

0
0 5 10 15 20 25 30

filler e metacaulim filler e microssílica filler e pó de pedra

Figura 13 - Gráfico Tensão x Idade para ensaio de tração

46º Congresso Brasileiro do Concreto - ISBN: 85-98576-02-6 II.20


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5 – COMENTÁRIOS

Os materiais empregados na pesquisa se mostraram adequados para a produção de


concreto, atendendo as especificações da ABNT.
Os ensaios realizados para caracterizar as composições de CAA são eficientes para as
verificações, possibilitando identificar misturas consistentes, coesas, fluidas e resistentes.
As composições escolhidas para os ensaios mecânicos apresentaram bons níveis de
resistências.
O concreto produzido com filler e sílica ativa atingiu resistência à compressão aos 28 dias
superior a 60 MPa, para consumo de cimento de 300kg/m3, fator A/C de 0,65.

6 – CONCLUSÃO

As misturas de concretos auto-adensaveis verificadas neste estudo mostraram que a


técnica oferece boa performance com os diferentes materiais empregados.
Desse modo, caracteriza-se como ótima alternativa, se aliada à tecnologia do concreto de
elevado desempenho, para vencer os projetos estruturais cada vez mais arrojados e
exigentes.

7 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

[1] ABNT. Moldagem e Cura de Corpos de Prova de Concretos Prismáticos, NBR


5738.
1984.
[2] ANEFHOP. Revista de la Asociación Nacional Española de Fabricantes de
Hormigón Preparado. ano nº49, Febrero de 2001.
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46º Congresso Brasileiro do Concreto - ISBN: 85-98576-02-6 II.21


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46º Congresso Brasileiro do Concreto - ISBN: 85-98576-02-6 II.22

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