Você está na página 1de 48

ANÁLISES CLÍNICAS

1º SEMESTRE 2010/2011
27 de Setembro 2010
DIOGO THEMUDO
MÉDICO VETERINÁRIO
BIBLIOGRAFIA
• “ Conceptos e Técnicas Hematológicas
Para Técnicos Veterinários”; Gregg L,
Voigt, Editiorial Acribia
• “ Diagnóstico Clínico de Laboratório en
Veterinária”; W. Kraft, U. M. Durr; Grass
Edicions
• “Diagnostic Techniques in Equine
Medicine”; Taylor, Brazil & Hillyer;
Sauders
BIBLIOGRAFIA ( CONT )

• “ Essencials of Veterinary Hematology” ;


Nemi C. Jain –Lea & Fabiger
• Manual of Equine Emergencies –
Treatment & Procedures”; Orsini & Divers
– Saunders
Análises Clínicas
• O que são?

São análises sistemáticas e


padronizadas por espécie, através das
quais o clínico fundamenta ou confirma a
sua suspeita. Podem também ser úteis na
avaliação à resposta terapêutica.
Análises Clínicas
• As análises não substituem a história
pregressa nem o exame clínico, são
instrumentos complementares à
actividade clínica.
TIPOS DE ANÁLISES
• » EXAMES LABORATOTIAIS:
– HEMATOLÓGICOS
– SEROLÓGICOS
– HISTOLÓGICOS/HISTOPATOLÓGICOS
– PARASITOLÓGICOS
– BACTERIOLÓGICOS
– TOXICOLÓGICOS
Análises Clínicas
• Clínicas modernas
• Evolução de tecnologias
• Aparelhos com custo rentável
• Simplificação de aparelhos
• Aumento da concorrência
• Aumento da exigência dos clientes
• Rapidez de resultados
Obtenção de amostras

• Jejum – determinados parâmetros são


afectados pela ingestão de alimentos
(glucose, ureia, gorduras)
• Excitação – gato e porco são os mais
sensíveis. Animais jovens e nervosos
também são afectados. (contagem de
eritrócitos, hematócrito, hemoglobina,
glucose, lactato, cortisol)
• Para analisar o amoníaco deve-se utilizar
plasma com EDTA
Obtenção de amostras

• Escolha do teste – deve ser útil


• Adequabilidade da amostra obtida
• Adequabilidade do meio de envio
• Alguns parâmetros apresentam
concentrações diferentes no plasma e no
soro (proteína total, fósforo inorgânico,
potássio)
• Contracção do baço (aumenta Htc)
Obtenção de amostras

• Amostras hemolisadas ou com lipémia


não são adequadas para análise.
• Amostras obtidas de animais desidratados
devem ser interpretadas com cuidado
• Sempre que possível as análises de
sangue, plasma ou soro devem ser
realizadas num curto espaço de tempo.
Conservação de amostras
• Caso seja necessário pode-se conservar a
4 C
• As amostras de sangue de cavalo, podem
ser guardadas de um dia para o outro à
temperatura ambiente
• Soro e plasma podem ser congelados a -
20 C
• È importante que as amostras estejam livres
de bactérias e protegidas da evaporação
Fazer na clínica ou enviar para
fora
• Análises simples devem ser feitas na clínica,
por mais pequena que ela seja.
– Hematócrito, proteína total, urina e fezes
– Muitas amostras deterioram-se com rapidez
necessitando de serem processadas com rapidez
• As análise feitas na clínica devem ter uma
boa relação custo benefício, deve-se fazer só
o que é necessário e devem dar resultados
precisos
• Análises que necessitam de equipamentos
caros, bastante tempo e bastante treino
devem ser enviadas para fora
Fazer na clínica ou enviar para
fora
• Confiança nos nossos métodos e
resultados
• Facilidade da prova e de obter
reagentes (refractómetro, corantes, fitas
de urianálise)
• Rapidez na obtenção dos resultados
Fazer na clínica ou enviar para fora
• Laboratórios de referência
– Pessoal especializado
– Reagentes dentro de prazos de validade
– Panóplia de análises alargada
– Responsabilidade
– A certificação obriga a controlo de qualidade
por entidades externas
Envio de amostras
• Devem ir refrigeradas se a temperatura
ambiente for muito elevada.
• Tubos de plástico preferencialmente
• Verificar com o laboratório de destino a
adequabilidade da amostra
• Entrega rápida e de preferência enviar
de noite. Especialmente no verão.
• Evitar enviar à 6ª feira.
Valores normais/ Valores de
referência
• Deve-se evitar falar de valores normais
• Para cada análise falar de valores de
referência (Espécie, raça, sexo)
• São calculados para 95% da população
Valores normais/ Valores de
referência
• Os valores de referência podem não ser
válidos para a totalidade dos indivíduos
• As condições de colheita podem afectar
os valores analisados. (ex. leucograma de
stress)
• Para cada análise os valores de
referência situam-se num intervalo com
um valor mínimo e outro máximo
Valores normais/ Valores de
referência (cont)
• Podem haver animais com patologia
cujos valores cabem dentro do intervalo
de referência (desvios)
• Falsos positivos/falsos negativos
• Todos os testes têm erros inerentes
• Avaliar populações de animais sãos é
diferente de analisar animais doentes
individualmente.
Controlo de Qualidade
• Instrumentos e pessoas cometem erros
• Reagentes perdem qualidades ou
ganham defeitos.
• Devemos tentar detectar erros o mais
precocemente possível e corrigi-los
Controlo de Qualidade
• Quase nenhuma clínica tem um programa de
controlo de qualidade da parte laboratorial
• Fazer análises com soros controlo e verificar se
os resultados são os esperados.
• Devem ser utilizados soros controlo com
quantidade normal das substâncias a pesquisar,
com quantidade aumentada e com quantidade
diminuída.
Controlo de Qualidade (cont)
• Os valores obtidos devem ser
registados para perceber onde está o
erro.
• Testar duas amostras iguais e verificar
se os resultados são iguais
Controlo de Qualidade (cont)
• Enviar a mesma amostra para locais
diferentes
• Controlo de qualidade externo
(certificação)
Laboratório da Clínica
• Equipamento Básico:
– Microscópio – objectiva 10X; ocular 10,40, 100 X)
– Centrifuga
– Centrifuga de Hematócrito
– Refractómetro de Goldberg
– Bico de Bunsen
– Frigorifico
– Relógio (cronómetro)
– Suporte para velocidade de sedimentação
– Kit de coloração
– Aparelho de contagem mecânico
– Câmara de Neubauer
Laboratório da Clínica
• Equipamento médio:
– Aparelhos de Análises para hemograma e
bioquímica
– Pipetas automáticas para volumes especiais
– Estufa de cultura
– Termóstato
– Agitador de pipetas
– Suportes de pipetas
– Pipetas
– Tubos de ensaio
– Diversos
Laboratório da Clínica
• Consumíveis:
– Tubos para recolha de amostras de
sangue
– Pipetas para preparação de eritrócitos e
para leucócitos
– Capilares para plaquetas
Importância dos resultados
laboratoriais em veterinária
• O resultado de uma análise de um
indivíduo deve-se interpretar como um
sintoma, só nalgumas excepções nos
permite um diagnóstico.
• Sensibilidade do método
• Especificidade do método
» Exames Laboratoriais
• Exames Hematológicos
»A amostra é constituída por sangue inteiro.
» Úteis para avaliação do estado geral do
paciente.
É muito importante identificar todas as
amostras
1- Nome do paciente
2- Espécie, Idade e Sexo
3- Nome do Proprietário
4- Análises requeridas
5- Número de Amostra ou Requisição
MATERIAL DE COLHEITA
• AGULHAS 14 a 23 G (GAUGE)
• SERINGAS
• TUBOS C/ ANTICOAGULANTE
• ALGODÃO OU COMPRESAS
• ALCOOL OU OUTRO AGENTE
ANTISSÉPTICO
TIPOS DE ANTICOAGULANTE
• 1- EDTA (ÁCIDO
ETILENODIAMNOTETRAACÉTICO)
• MAIS FREQUENTE
• COMBINA COM O CÁLCIO
• BOM PODER DE CONSERVAÇÃO
• EM EXCESSO ALTERA A MORFOLOGIA
CELULAR
• ESTUDOS HEMATOLÓGICOS
• PESQUISA DE ANTICORPOS
• CONTAGEM DE PLAQUETAS
TIPOS DE ANTICOAGULANTE
(CONT)
• 2- HEPARINA
• INIBE A FORMAÇÃO DE TROMBINA
• PODE DIMINUIR O TAMANHO DOS
LEUCÓCITOS E ALTERAR AS PROPRIEDADES
DE COLORAÇÃO
• RECOMENDADA PARA ANÁLISE DE GASES
SANGUÍNEOS
• NÃO PODE SER USADA PARA ANÁLISES DE
TEMPO DE PROTROMBINA
• PODE SER USADA EM OUTRAS PROVAS
BIOQUÍMICAS
TIPOS DE ANTICOAGULANTE
(CONT)
• 3- CITRATO SÓDICO
• COMBINA COM O CÁLCIO
• UTILIZADO EM TRANFUSÕES
• INTERFERE COM ALGUMAS
PROVAS BIOQUÍMICAS
• UTILIZADO EM PROVAS DE
COAGULAÇÃO
TIPOS DE ANTICOAGULANTE
(CONT)
• 4-OXALATO SÓDICO

• COMBINA COM O CÁLCIO


• BOM PARA PROVAS DE COAGULAÇÃO
• DIMINUI O TAMANHO DAS CÉLULAS
TIPOS DE ANTICOAGULANTE
(CONT)
5-OXALATO DE AMÓNIA E POTÁSSIO
• QUELANTE DO CALCIO
• BOM PARA A MAIORIA DAS PROVAS
HEMATOLÓGICAS
• NÃO RECOMENDADO PARA TESTES
DE BUN (= UREIA)
• USADO PARA QUANTIFICAÇÃO DE
GLUCOSE
TÉCNICA DE COLHEITA DE
SANGUE
• SEJA QUAL FOR O ANIMAL A QUE VAMOS
COLHER SANGUE, DEVEMOS PROCURAR
SENTIR OU MESMO VER A VEIA. CASO
SEJA NECESSÁRIO PODE-SE RAPAR O
PÊLO NA REGIÃO DE PUNÇÃO
1. CERTIFICAR QUE AS CONDIÇÕES DE
SEGURANÇA E DE IMOBILIZAÇÃO DO
ANIMAL ESTÃO ASSEGURADAS.
TÉCNICA DE COLHEITA (CONT)
1. PROCEDER À DESINFECÇÃO DA REGIÃO DE
PUNÇÃO (PODE SER NECESSÁRIO RAPAR O
PÊLO)- O ÁLCOOL É O MAIS INDICADO.
2. FAZER GARROTE

3. INTRODUZIR A AGULHA LIGEIRAMENTE


PERPENDICULAR Á PELE NA DIRECÇÃO DA VEIA.

4. RETIRAR O GARROTE

5. PUXAR O ÊMBOLO DA SERINGA OU ESPERAR


QUE O TUBO DE VÁCUO ENCHA
TÉCNICA DE COLHEITA (CONT)
• 7 RETIRAR A AGULHA

• 8 PRESSIONAR A VEIA COM ALGODÃO

UMA MÁ TÉCNICA DE COLHEITA PODE LEVAR


A COMPLICAÇÕES – HEMATOMA, FLEBITE
OU RUPTURA DO VASO SANGUÍNEO
LOCAIS DE COLHEITA NAS
DIFERENTES ESPÉCIES
CÃO E GATO
» VEIA CEFÁLICA
» VEIA JUGULAR
» VEIA SAFENA

DADO O BAIXO CALIBRE DAS VEIAS,


DOS GATOS E DAS PEQUENAS RAÇAS
DE CÃES, AS AGULHAS DEVEM SER
DE 20 G A 23 G E DE ½ A 1 POLEGADA
LOCAIS DE COLHEITA NAS
DIFERENTES ESPÉCIES (CONT)
CAVALO
» VEIA JUGULAR
» VEIA FACIAL TRANVERSA
» VEIA CEFÁLICA
» VEIA TORÁCICA SUPERFICIAL (VEIA DA
ESPORA)
» VEIA SAFENA

AS AGULHAS PARA COLHEITA DE SANGUE


EM CAVALOS SÃO DE 25 G A 18 G E ½ A 1
POLEGADA
LOCAIS DE COLHEITA NAS
DIFERENTES ESPÉCIES (CONT)
BOVINOS
» VEIA JUGULAR
» VEIA DA CAUDA
» VEIA MAMÁRIA

AGULHAS DE 18 G A 14 G DE 1 ½
POLEGADAS
LOCAIS DE COLHEITA NAS
DIFERENTES ESPÉCIES (CONT)
PEQUENOS RUMINANTES

» VEIA JUGULAR

AGULHAS DE 20 G A 18 G

PORCO

» VEIA CAVA CRANEAL


» VEIA MARGINAL DA ORELHA
POSSÍVEIS ERROS NA
COLHEITA
1 ASPIRAÇÃO RÁPIDA E FORÇADA DO
SANGUE POR AGULHAS DE PEQUENO
CALIBRE- PODE CAUSAR HEMÓLISE.

2 FORÇAR A INTRODUÇÃO DO SANGUE NO


TUBO SEM RETIRAR A AGULHA.

3 SERINGAS, AGULHAS OU TUBOS


MOLHADOS PODEM DANIFICAR AS
CÉLULAS SANGUÍNEAS POR OSMOSE
POSSÍVEIS ERROS NA
COLHEITA (CONT)
4 COLHER POUCO SANGUE PARA A
QUANTIDADE DE ANTICOAGULANTE
EXISTENTE NO TUBO.

5 COLHEITA MUITO LENTA OU DEMORA


NA ADIÇÃO DO ANTICOAGULANTE
PODEM PEMITIR ALGUMA
COAGULAÇÃO.

6 DISSOLUÇÃO INCOMPLETA OU
INCORRECTA DO ANTICOAGULANTE.
POSSÍVEIS ERROS NA
COLHEITA (CONT)
7 EXERCER SOBRE O TUBO DEMASIADA
FORÇA COMO POR EXEMPLO
AGITAÇÃO VIOLENTA OU QUEDA.

8 ALTAS OU BAIXAS TEMPERATURAS –


DANIFICAM AS PAREDES CELULARES.

9 MANTER A AMOSTRA MUITO TEMPO À


TEMPERATURA AMBIENTE

Você também pode gostar