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Markov PDF
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Reginaldo J. Santos
Departamento de Matemática-ICEx
Universidade Federal de Minas Gerais
http://www.mat.ufmg.br/~regi
22 de março de 2006
Vamos supor que uma população é dividida em três estados (por exemplo: ricos, classe
média e pobres) e que em cada unidade de tempo a probabilidade de mudança de um
estado para outro seja constante no tempo, só dependa dos estados. Este processo é
chamado cadeia de Markov.
Seja tij a probabilidade de mudança do estado j para o estado i em uma unidade de
tempo (geração). Cuidado com a ordem dos ı́ndices. A matriz
1
2
3
t11 t12 t13
1
T = t21 t22 t23
2
t31 t32 t33
3
é chamada matriz de transição. A distribuição da população inicial entre os três estados
pode ser descrita pela seguinte matriz:
p1 está no estado 1
P 0 = p2 está no estado 2
p3 está no estado 3
A matriz P0 caracteriza a distribuição inicial da população entre os três estados e é
chamada vetor de estado. Após uma unidade de tempo a população estará dividida
entre os três estados da seguinte forma
t11 p1 + t12 p2 + t13 p3 estará no estado 1
P1 = t21 p1 + t22 p2 + t23 p3 estará no estado 2
t31 p1 + t32 p2 + t33 p3 estará no estado 3
1
2 1 MATRIZES
P1 = T P0 .
1 Matrizes
Exemplo 1. Vamos considerar a matriz de transição
1
1
2
1
3
2 4
0
1
(1)
1
T = 2 1
2
1
2
2
0 1
4
1
2
3
que representa uma população dividida de forma que 1/3 da população está em cada
estado.
Após uma unidade de tempo a matriz de estado será dada por
1 1
1 1
2 4
0 3 4
P1 = T P0 = 21 1 1 1 1
=
2 2 3 2
1 1 1 1
0 4 2 3 4
Pk = T Pk−1 = T 2 Pk−2 = · · · = T k P0
2 Sistemas Lineares
1
1
2
1
3
2 4
0
1
1
T = 2 1
2
1
2
2
0 1
4
1
2
3
Vamos descobrir qual distribuição inicial da população entre os três estados é tal que,
geração após geração, permanece inalterada. Ou seja, vamos determinar P tal que
TP = P ou T P = I3 P ou (T − I3 )P = 0̄.
1a. eliminação:
1 − 12 0 0
1 1 1
−2×1a. linha −→ 2a. linha −2 0
2 2
1 1
0 4
−2 0
1 − 12 0 0
− 12 ×1a. linha + 2a. linha −→ 2a. linha
0 −41 1
2
0
1 1
0 4
−2 0
2a. eliminação:
1 − 12
0 0
−4×2a. linha −→ 2a. linha 0 1 −2 0
1
0 4
− 21 0
1 1 0 −1 0
2
×2a. 1a.
linha + linha −→ linha 1a. 0 1 −2 0
1
− 4 ×2a.
linha + 3a. linha −→ 3a. linha
0 0 0 0
Portanto o sistema dado é equivalente ao sistema seguinte
x − z = 0
y − 2z = 0
3 Diagonalização
1
1
2
1
3
2 4
0
1
1
T = 2 1
2
1
2
2
0 1
4
1
2
3
1 1 2 1 1 1
= ( − t) ( − t) − − ( − t)
2 2 8 8 2
3 1 3 1 1
= −t3 + t2 − t = t(−t2 + t − ) = −t(t − 1)(t − )
2 2 2 2 2
Portanto os autovalores de T são λ1 = 0, λ2 = 1/2 e λ3 = 1. Agora, vamos determinar os
autovetores associados aos autovalores λ1 , λ2 e λ3 . Para isto vamos resolver os sistemas
(T − λ1 I3 )X = 0̄, (T − λ2 I3 )X = 0̄ e (T − λ3 I3 )X = 0̄. Como
1 1
2 4
0 x 0
(T − λ1 I3 )X = T X = 0̄ é 21 12 21 y = 0
0 14 21 z 0
W1 = {(α, −2α, α) | α ∈ R} ,
W2 = {(α, 0, α) | α ∈ R}.
O conjunto {V2 = (1, 0, 1)} é uma base para W2 , pois como (α, 0, α) = α(1, 0, 1), V3 gera
W2 e um vetor não nulo é L.I.
Com relação ao autovalor λ3 = 1, o sistema (T − λ3 I3 )X = 0̄ é
1 1
−2 4
0 x 0
1 1 1
2 −2 2
y = 0
0 1
− 12 z 0
4
W3 = {(α, 2α, α) | α ∈ R} ,
Referências
[1] Reginaldo J. Santos. Um Curso de Geometria Analı́tica e Álgebra Linear. Imprensa
Universitária da UFMG, Belo Horizonte, 2003.