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Revolta dos malês – Os malêssão negros das nações Nagô e Tapa que professam a religião muçulmana e são

alfabetizados na língua árabe. Em janeiro de 1835 lideram um levante em Salvador considerado como a mais
organizada das insurreições urbanas de escravos de todo o período escravocrata. Seus líderes mantêm contato
com os cativos do Recôncavo Baiano, grupos de Santo Amaro e Itapagipe. Reúnem-se periodicamente para
discutir os detalhes do movimento e formam um fundo de guerra que chega a juntar 75 mil-réis.

Plano de ação dos malês – De acordo com o plano de ataque, assinado por um escravo de nome Mala
Abubaker, os revoltosos sairiam da Vitória (atual bairro da Barra, em Salvador), "tomando a terra e matando
toda a gente branca". De lá rumariam para a Água dos Meninos e, depois, para Itapagipe, onde se reuniriam
ao restante das forças. O passo seguinte seria a invasão dos engenhos e a libertação dos escravos. O plano é
denunciado às autoridades da Província, que preparam a contra-ofensiva. Os revoltosos atacam na madrugada
de 25 de janeiro. Sem contar com o fator surpresa, o levante é desbaratado em dois dias. Cerca de cem
escravos e negros libertos são mortos nos confrontos com a polícia, 281 são presos e pelo menos cinco dos
principais chefes são fuzilados. Entre seus pertences são encontrados livros em árabe e rezas muçulmanas.

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