Você está na página 1de 162
INTRODUCAO A EDOTICA critica textual ny . . 2 tro me vraz amey mal end cy wen ceydaucy vu per el ter whe rb ey muiyo gus ti grader ) per gieee a2 amether ré Ga jles io mk utyer ben : mel nae " aga 4+ aot ‘a . KR dar Wp guance malin fr, “ cx guaneu wher podey bedo sorey Hise seu ud per prt Fa ym thar ye egismundo Spina “Eevidente que, para ainvestigacio filolégica, especialmente quando ela se exerce na drea da documentagao medieval, os conhecimentos prévios de codicologia, paleografia e diplo- mitica, constituem instrumentos ou nog6es indispensdveis. A compulsa- ¢do de um manuscrito medieval — contenha ele um foral, um contrato de compra e venda, um testamento, um alvard ou uma cantiga — exige o dominio prévio dessas nogées, afora © conhecimento da lingua, da litera- turae da historiaem geral do periodo a que pertence 0 documento. A pu- blicagao, porém, do mesmo docu- mento, tendo-se em vista a apuragao do seu texto, a busca da sua genui- nidade, € objeto de uma disciplina denominada Edética, que, como a Hist6ria, se fundamenta no método critico. Entretanto, se a investigagao hist6rica opera com documentos de varia ordem, inclusive os literdrios, apenas estes Ultimos constituem o objeto primordial da ciéncia edética. O que nao impede, portanto, que as normas gerais dessadisciplina sejam aplicdveis também A publicag’o de documentos histéricos, filos6ficos e religiosos. Os textos biblicos, a obra dos historiadores da Antiguidade classica eda Idade Média, bem como as obras filos6ficas de um Aristételes ou de um Platéo — para citarmos apenas estes — jdestao estabelecidas em edig6es rigorosamente criticas.” “A investigagao hist6rica baseia-se fundamentalmente na critica exter- nae na critica interna dos seus docu- mentos. As operacoes da critica ex- terna sao proprias da invesligagao filol6gica: a restauragdo do docu- mento, restituindo-o a sua forma original e genuina; 0 estabelecimen- to da autoriae a critica de procedén- cia (foi 0 autor do documento teste- munha pessoal dos fatos comunica- dos, ou serviu-se de fontes? E qual 0 seu comportamento perante as fon- tes utilizadas?). A critica interna divide com a Filologia as suas ope- ragdes: aHermenéutica, preocupada com 0 sentido literal, aleg6rico, moral, anagégico do texto, constitui também tarefa da Filologia; mas a critica de objetividade, de carater eminentemente hist6rico, interessa- se pela competéncia da testemunha dos fatos: se a testemunha se serviu de fontes, qual anatureza delas? Tra- digdo oral, documentos escritos? Tinha a testemunha dom{nio da lin- gua do texto original? A que distan- cia cronolégica ela ficava das fontes utilizadas? A sua capacidade sobre 0 assunto? Possuia 0 dom da Observa- ¢40? Eraexata, minuciosa nos dados fomecidos? (critica de competén- cia); interessa-se ainda pela sinceri- dade da testemunha na exposigao dos fatos (critica de sinceridade); e, na hipétese de haver mais de uma testemunhasobre 0 mesmo fato, pre- Ocupa-se com as razGes das divergén- cias entre elas (critica de controle).”

Você também pode gostar