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A LIVRE EXP A VALORIZACAO DA _APRENDIZAGEM PELA> EXPERIENCIA A virada do século, cujas primeiras trés décadas foram marcadas por uma tendéncia reformista, conheceu mudangas significativas, tanto com relagéo as escolas de arte formadoras de artistas, como em relagéo 4 educa artistica no ensino escolar. Contribufram para isso diversos acontecimentos de relevancia no campo da educacao e das artes: No campo especifico da arte, os movimentos artis= ticos de vanguarda libertaram de vez o artista de cinones preestabelecidos, valorizando a expressio in dividual “Praticamente toda a arte modema, pés-romantica, € fruto de improvisagio; toda cla € dependente da idéia de que sentimentos, estados de dnimo e inspiragoes so mais fecundos e esto mais diretamente relacionados com a vida do que a inteligéncia artistica, a deliberagao critica e o plano preconcebido. Consciente ou incons- cientemente, toda a moderna concepgio de arte est baseada na crenca de que os elementos mais valiosos da obra-de-arte sio produtos de percalgos inesperados © vOos da fantasia, numa palavra, dadivas. de uma Misteriosa inspiragio, e de que 4 melhor coisa que ° artista tem a fazer é deixar-se levar Pela propria capacidade de invencio” (Hauser, 1995: 761). pressionismo, qe na Alemanha teve o grupo Die Briicke como seu | ¢ Temos como exemplo o Ex! expoente, Os integrantes, na maioria estudantes 4 arquitetura, revoltaram-se com a metodologia uti no curso, rechagando qualquer influéncia — la expressio artistica € buscando a matéria-pri na enna Para a produgao de seu trabalho na esséncia fntima de cada individuo. As vanguardas do infcio do século encontraram também forte inspiragdo na arte primitiva, em especial a africana, que, trazida 4 Europa por intermédio das colénias de paises europeus no continente afticano, sensibilizou os jovens artistas por sua estética nao-con- vencional. A questéo da identidade infantil também seria in- tensamente discutida nesse inicio de século. A crianca, até meados do século XIX, nao tinha suas especifici- (sis ¢ \ dades reconhecidas, sendo considerada mais um adulto lem miniatura. Seu cotidiano, seja no trabalho, nos jpasseios ou em jogos e brincadeiras, era inteiramente isturado ao dos adultos, nado existindo a consciéncia ja infancia como um perfodo diferenciado da vida do jn com. QU ivan inf ‘at dscompag jomem. Assim que © pequeno conseguia o minimo vie le independéncia, ji era integrado ao mundo adulto, |, “eto da endo dele exigidas atitudes correspondentes (Aries, a Pde 981: 55). As péssimas condigdes de higiene ¢ sald? |. “tig. esultavam numa altissima taxa de mortalidade infantil, |” Ny “) ‘ato considerado inevitavel e natural. Desvalorizada ¢ lesprovida de importéncia, a crianga era mantida qua’? iO anonimato. Noy Sy A popularizagio das instituigées escolares — 4% ja Idade Média eram reservadas a um pequeno numero © Pretendentes A carreira religiosa — teve com? nsequéncia a diferenciagio de faixas etdrias ¢ * Paragio das criangas do mundo adulto, evidencian’° as singularidades. A melhoria das condigoes sanitét*s 58

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