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Em reunião tensa, Bebianno recusa trocar

ministério por Itaipu


Bebianno disse a Bolsonaro que o presidente foi desleal, que se sentia vítima
de uma traição e que 'um comandante não pode alvejar um soldado pelas
costas'
Por Edoardo Ghirotto e Eduardo Gonçalves
access_time16 fev 2019, 00h42 - Publicado em 15 fev 2019, 22h58

O PERSONAGEM - Bebianno: indignado com a violência e o abandono (Cristiano Mariz/VEJA)

Depois de uma tensa reunião na tarde desta sexta-feira, 15, o presidente Jair
Bolsonaro propôs uma alternativa a Gustavo Bebianno para ele que deixe o
cargo de ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência. Ao lado do presidente
e de Bebianno, estavam presentes os generais Hamilton Mourão, vice-presidente, e
Augusto Heleno, chefe do Gabinete de Segurança Institucional da presidência da
República, além do ministro Onyx Lorenzoni, ministro-chefe da Casa Civil.
Em uma segunda reunião com os participantes da primeira conversa, Bolsonaro
disse que resolveu demitir Bebianno argumentando quebra de confiança.

O encontro foi ríspido. Bebianno disse a Bolsonaro que o presidente foi desleal, que
se sentia vítima de uma traição e que “um comandante não pode alvejar um
soldado pelas costas”.

Bolsonaro desviou o olhar durante a maior parte da conversa e não replicou ao


desabafo. Os demais presentes enfatizaram a necessidade de evitar divisões no
governo, mas não fizeram alusões a Carlos ou a seus irmãos. A certa altura,
Bolsonaro propôs que Bebianno se afastasse do Planalto para assumir um cargo
de direção em Itaipu, o que lhe garantiria um alto salário.

Bebianno mostrou-se irritado com a sugestão e disse que não entrou na campanha
para ganhar dinheiro. Lembrou que viajou com o então candidato por todo o Brasil,
deixou de visitar o pai agonizante no hospital, cumpriu todas as missões que lhe
foram designadas e consumiu tanto tempo na campanha que praticamente
renunciou a cuidados com assuntos pessoais. E encerrou informando que não
aceitava nenhum prêmio de consolação.

Em seguida, deixou a reunião. Foi alcançado no corredor pelo vice Hamilton


Mourão, que lhe pediu que agisse com calma para não prolongar a crise vivida opor
um governo às voltas com tantos desafios.

À noite, no hotel, Bebianno soube pela TV que Bolsonaro resolveu demiti-lo usando
como argumento o vazamento de um áudio em que o presidente censura a
audiência em que ministro receberia um emissário da Rede Globo e não pela
situação ocorrida com Carlos Bolsonaro.

Por telefone, a uma interlocutor, Bebianno afirmou que vai passar o fim de semana
pensando e ameaçou: “Se isso acontecer na segunda, o Brasil vai tremer”. A essa
mesma fonte, disse que falou a Bolsonaro que o presidente é um ingrato e que o
país inteiro vai ver isso. Ainda de acordo com Bebianno, o líder do Planalto está
“alienado, perturbado da cabeça”. Ele resumiu sua situação com uma frase: “Só sei
oficialmente do que eu sei oficialmente”.

A crise em torno do ministro ganhou corpo na última quarta-feira, 13. Naquele


dia, Carlos Bolsonaro escreveu no Twitter que Gustavo Bebianno mentiu ao dizer
ao jornal O Globo que vinha conversando normalmente com Jair Bolsonaro apesar
das denúncias publicadas pela Folha de S. Paulo de que o PSL empregou volumes
expressivos do fundo partidário – dinheiro público – em candidaturas “laranjas” de
mulheres em 2018. Bebianno presidiu o partido durante a campanha eleitoral.
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Para corroborar sua acusação ao ministro, Carlos incluiu em sua postagem ainda
um áudio em que Bolsonaro se nega a falar com Bebianno. “Ô Gustavo, tá
complicado eu conversar ainda, então não vou falar, não vou falar com ninguém, a
não ser estritamente o essencial. Tô em fase final aqui de exames para possível
baixa hoje, tá ok? Boa sorte aí”, disse o presidente na gravação.

Jair Bolsonaro acabou compartilhando a publicação do filho e, em entrevista à


RecordTV, veiculada no mesmo dia, afirmou que, caso seja comprovado
envolvimento de Gustavo Bebianno nos repasses às candidaturas suspeitas, o
destino do ministro será “voltar às suas origens”.
NOTÍCIAS SOBRECARLOS BOLSONAROGOVERNO BOLSONAROGUSTAVO BEBIANNOJAIR
BOLSONARO

Pela Web


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