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Notas sõbre energia na indústria de


barrilha

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RJFOI 7518$ IPEA - .RJ

TEXTOS PARA DISCUSSÃO


GRUPO DE ENERGIA
N9XXVII

"Notas sobre Energia na


Indústria de• Barrilha".

José Ces5xio Cecchi

Fevereiro de 1985

o
Tiragem: 100 exemplares

Trabalho elaborado em: Abril de 1984

Instituto de Pesquisas do IPEA


Instituto de Planejamento Econômico e Social
Avenida Presidente Antonio Carlos, 51 - 13/179 andar
20020 Rio de Janeiro RJ
Tel.: (021) 210-2423

pr

O q
pás

Este trabalho & da inteira e exclusiva responsabilidade de seu


autor. As opini6es nele emitidas não exprimem, necessariainente,
o ponto de vista da Secretaria de Planejamento da Presid&ncia
da República.

SUMÂRIO
Pagina
1 - INTRODUÇÃO . 1
2 - PRODUÇÃO DE BARRILHA E PARTICIPAÇÃO DA CNA NO CONSU
MO NACIONAL E INDUSTRIAL DE ÓLEO COMBUSTÍVEL 2
2.1 - A Produção de Barrilha ...................... 2

2.2 - Participaçoda CNA no Consumo Total de Óleo


Co mbustível ................................. 4

3 - PREÇOS E CUSTOS DA BARRILHA ....................... 8

4 - ESTRUTURA DE CONSUMO SETORIAL DE BARRILHA 9

5 - PROCESSOS PRODUTIVOS .............................. 12

6 - SUPRIMENTO DE MATÉRIAS-PRIMAS À CNA ............... 16

6 .1 - Sal ......................................... 17

6.2 - Ca.1crio .................................... 21

7 - ENERGIA NA INDÚSTRIA DE BARRILHA (CNA) ............ 23

7.1 - Derivados de Petrôleo ....................... 23

7.2 - Consumo de Energia E1trica ................. 26

7.3 - Projeção do Consumo de Energia .............. 28

7.4 - Alternativas Energéticas para a Indústria de


Barrilha .................................... 33
7.4.1 - Carvão Mineral ....................... 33

7.4.2 - Gs Natural .......................... 36

8 - CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................. 39

ANEXO 1 - EVOLUÇÃO COMPARATIVA DE PREÇOS DO ÓLEO COMBUS


TÍVEL E DO SAL COM O IGP .................... 41

ANEXO II.- REAÇÕES QUÍMICAS ENVOLVIDAS NO PROCESSO SOL-


VAY DE PRODUÇÃO DE BARRILHA E SUA SEQtÉNCIA.. 42
BIBLIOGRAFIA ........................................... 46

rv.
LISTA DE TABELAS
Pg.
Tabela 1 - Brasil: oferta e consumo de barrilha 1960/83 . 3
Tabela 2 - Consumo especifico de cal, calcário, amônia e óleo
combustivel por tonelada de barrilha ....... 4
Tabela 3 - Participação da CNA no consumo de óleo combustivel 5
Tabela 4 - Alcanorte: distribuição do investimento no tempo 7
Tabela 5 - Preços de barrilha no mercado interno, comparação
comoGP ..................... 8
Tabela 6 - Custo de uma tonelada de barrilha nacional . . .10
Tabela 7 - Custo de uma tonelada de barrilha importada . .11
Tabela 8 - Mercados e usos da barrilha ........... 13
Tabela 9 - Estrutura de consumo de barrilha ......... 14
Tabela 10 - Produção de sal pela CNA ............. 19
Tabela 11 - Procedência do sal recebido pela Álcalis ..... 20
Tabela 12 - Consumo de sal e amônia na produção de barrilha .20
Tabela 13 - Consumo especifico de cicrio e cal por tonelada
de barrilha produzida .............. 22
Tabela 14 - Consumo de derivados de petróleo pela CNA . 23
. . .

Tabela 15 - Consumo de óleo comiustivel BTE por tonelada de


cai ...................... 24
Tabela 16 - Produção de vapor na CNA ............ 25
Tabela 17 - Consumo de óleo combustivel BPF por tonelada de
vapor ...................... 25
Tabela 18 - Consumo especifico de OC por tonelada de barrilha 26
Tabela 19 - Consumo de energia elétrica pela CNA ....... 27
Tabela 20 - Índices utilizados na correlação barrilha-PIB . 28 .

Tabela 21 - Hipóteses para crescimento do PIB no periodo 1984/


2000 ....................... 29
Tabela 22 Previsão do consumo de barrilha periodo 1984/2000 30
-

Tabela 23 - Oferta de barrilha no mercado interno no periodo


1984/2000 .................... 31
Tabela 24 - Demanda de óleo combustivel pela CNA e Alcanorte-
penado 1984/2000 ................ 31
Tabela 25 - Investimentos necessnios para conversão de caldei
ras a óleo combustivel para carvão mineral e prote
ção ambiental .................. 34
Tabela 26 - Demanda de gs natural para substituir 100% do
óleo combustivel consumido na CNA ........ 37
Tabela 27 - Gastos com energia e economia da substituição de
óleo combustivel por g.s natural ........ 38
NOTAS SOBRE ENERGIA NA INDÚSTRIA DE BARRILHA

José Cesário Cecchi

1 - INTRODUÇÃO

A motivação de se iniciar estas notas sobre energia na


indústria de barrilha surgiu durante o desenvolvimento do traba-
lho anterior, 1 onde se podia verificar que a barrilha - ou carbo
nato de sódio - participava, em 1981, com 60,3% do custo das ma-
térias-primas na elaboração do vidro, cujo preço era a tal ponto
onerado que tornava inviável a conquista de mercados externos por
falta de competitividade.

Estudos realizados pela Associação Latino-Americana dos


Produtores de Vidro (ALAPROVI) concluiram que o preço que os em-
presários pagam pela barrilha no Brasil é 3,5 vezes maior que o
da barrilha importada pela Companhia Nacional de Âlcalis e apro-
ximadamente duas vezes mais alto que o da adquirida por outros
empresários na América Latina durante osanos de 1979 e 1982. As
razões para isto concentravam-se em trêsaspectos: o primeiro re
fere-se às economias de escala entre as plantas industriais loca
lizadas nos países desenvolvidos e no!Brasil, pois nos primeiros
as capacidades estão dimensionadas entre 600 a 800 mil toneladas
anuais enquanto a CNA tem uma capacidade de 200 mil t/ano; o se-
gundo aspto qirêIeva o preço da bã:fYTlha naciofll são os cus-
tos excessivos no transporte da matéria-prima cloreto de sódio -,
que provém em sua quase totalidade (90%) da região. Nordeste, en-
quanto a barrilha é consumida basicamente na região Sudeste; o
terceiro e último aspecto diz respeito aos custos de energia en-
volvidos no processo produtivo. As unidades européias e america
nas fazem uso do processo Solvay 2 utilizam como fonte de energia
o carvão mineral ou o gás natural e teriam por isso acentuadas
vantagens de custos em'comparação com as unidades cuja fonte de
energia é o óleo corubustivel, caso da CNA e também - da Alcanorte,
que terá uma capacidade de produção de 400 mil t/ano até 1987.

'Ver Cecchi (1984)


= 2 Esta tecnologia pressupõe o uso de carvão mineral, ou gás na-
tural, ou óleo combustível, como fonte de energia.

INPES, XXVII/85
2

O estudo que se segue visa a investigar mais detalhada


mente o terceiro aspecto citado acima, ou seja, a importância do
óleo combustve1 no processo de produção de barrilha e suas al-
ternativas técnicas e econômicas que permitam sua substituição
por fontes de energia nacional, considerando que o consumo da
CNA represénta um percentual relativamente elevado no total con-
sumido pelo setor industrial.

2 - PRODUÇÃO DE BARRILHA E PARTICIPAÇÃO DA CNA NO CONSUMO NACIO-


NAL E INDUSTRIAL DE ÓLEO COMBUSTÍVEL.

2.1 -A produção de barrilha

A barrilha - ou carbonato de sódio - classificada co


mo .componente do setor das ind(istrias químicas de base, juntameri
te com a soda cãustica e a potassa cáustica. No Brasil, o mono-
pólio de sua produção e importação é exercido pela Coifipanhia Na-
cional de Álcalis (CNA) , que iniciou sua produção com uma capa
cidade nominal de 100.000 t/ano em 1960, encontrando-se atualmen
te, após executar vários projetos de ampliação, 4 com uma capaci-
dade instalada de 200.000 t/ano.

A tabela 1 mostra a produção líquida, a importação e o


consumo, no período de 1960 a 1983. Como podemos notar, na se-
gunda metade da dêcada de 70 a participação das importaç6es na o
ferta total cresce significativamente, fruto principalmente do
aumento do consumo e das obras de ampliação que estavam sendo rea
lizadas na fãbrica da CNA. Tais obras de ampliação e moderniza-
ção imcorporam um substancial aumentodaprodütividàde,semalterara
3 criada pelo Decreto-Lei n9 5.684, ie 20 de julho de 1943.

4 a)Início da produção com uma capacidade nominal de 100.000t/


ano em 1960; b) contratação do projeto e fornecimento de materi
ai para ampliação da densificação e calcinação em 1972; c)contra
tação do projeto bãsico para ampliação da fabrica de barrilha no
ano de 1973; d) ampliaçao da produção para 150.000 t/ano em 1974;
e) contratação do detalhamento do projeto básico para ampliaçao
da fabrica de barrilha em 1975; f) inicio da construção e monta-
gem da ampliação da fabrica de barrilha em 1978; e g) conclusao
da ampliação para 200.000 t/ano em1980.

INPES, XXVII/85
3

TABELA 1•

BRASIL: OFERTA E CONSUMO DE BARRILHA - 1960/83

(Em t)

VARIAÇÃO
ANO IMPORTAÇO CONSUMO
VENDÁVEL

1960 15134 79054 334 93.854


1961 41.642 60.971 3,142 99.471
1962 66.834 46.415 -2.266 115.515
1963 71.628 51.692 18.228 105.092
1964 56.776 6.023 -15.704 78.503
1965 65.988 6.000 2.250 69.738
1966 85.728 - -5.139 90.867
1967 84.656 2.000 136 86.520
1968 91.180 4.000 -1 .297 97.458
1969 99.453 - -2.427 101.880
1970 . 104.025 2.748 -5.915 112.688
1971 117.877 25.791 3.867 139.801
1972 119.939 22.078 -7.678 149.695
1973 126.997 42.232 -1.994 171.223
1974 143.865 38.567 -999 183.431
1975 139.145 64.806 1.951 202.000
1976 141.011 69.349 -5.126 215.486
1977 132.560 143.683 13..206 263.037
1978 111.720 183.452 1.600 293.572
1979 111.539 198.856 -1.180 311.575
1980 165.159 20854O 18.694 355.005
1981 177218 96.000 -5.315 278.533
1982 187.565 105.527 -1.317. 294.409
1983 201 .987 62.545 -2.268 266.800

FONTE: CNA.

O dispêndio de divisas para os anos de 1980 a 1983 foi de:


1980 Us$ 24.364.118,73
- (FOB) us$/t = 116,83;
1981 US$ 11.451.298,91
-
(FOB) US$/t = 119,28;
1982 US$
- 11.645.324,00 (FOB) US$/t = 110,35; e
1983 Us$
- 6.070.201,98 (FOB) us$/t = 97,05.

INPES, XXVII/85
1r.ci .S
'
4

tecnologia de processo, como se pode constatar pela redução dos


consumos específicos entre 1979 e 1980 de cal, ca1crio,am8nia e
óleo combustível (Tabela 2). O processo de adaptação e aperfei-
çoamento destas obras de ampliação e modernização permitem obser
var também que os coeficientes técnicos apresentam tendência de-
crescente nos anos subseqüentes, como veremos adiante.

TABELA.2
CONSUMO ESPECTFICO DE CAL, CALCÂRIO, AMDNIA E ÓLEO COMBUSTÍVEL POR TONELADA DE
BARRILHA

t DE CAL POR t DE CALCÁRIO kg DE AMNIA t DE OC POR t


ANOS t DE BARRILRA POR t DE BAR- POR t DE BARRï- DE BARRILHA
RLHA LHA

1979 2,23 2,11 24,4 0,822


1980 1,78 1,71 15,2 0,518*

* Parcela desta redução deve-se à interrupção da produção de sal por conibus-


tão submersa.

Isto significa que as instalaç6es industriais da CNAi:


encontram-se, do ponto de vista operacional, em uni estado satis-
fatório, podendo, no entanto, obter melhorias de produtividade em
alguns de seus insuinos e/ou matarias-primas, notadamente o óleo
combustível, uma vez que no projeto da Alcanorte apresentado ao
BNDES consta um consumo específico de 0,350t de OC/tdebarrilha.

2.2 - Participação da CNA no consumo total de 61eo combustí-


vel.

A tabela 3 fornece a participação da CNA no consumo de


óleo combustível do Brasil, do setor industrial e do setor quími
co.

Tratando-se de uma única empresa, sua participação


significativa, pois representa aproximadamente 0,9% do consumo
nacional de óleo combustível e 1,3% do consumo indutria1 respon

INPES, XXVII/85
,.
,... :

TABELA 3
PARTICIPAÇO DA CNA NO CONSUMO DE ÓLEO COMBUSTÍVEL

1n •I-

PARTICIPA PARTICIPAÇÃO
CONSUMO DE CONSUMO DE PARTICIPA-
CONSUMO DE CONSUMO DE CÃO DA CA DA CNA NO
OC PELO OC PELO DA CNA NO CONSUMO CONSUMO DO
ANOS OC NACIONAL ÕC PELA CNA
SETOR SETOR NO CONSUMO PELO SETOR SETOR QU!-
INDUSTRIAL QUÍMICO NACIONAL
(2) INDUSTRIAL MICO
(1) (3) (4) (%)

1979 18.812.970 13.931.785 2.778.930 97.516 0,52 0,70 3,51

1980 18.015.030 13.623.237 3.010.590 91.077 0,51 0,67 3,02

1981 14.588.640 10.227.519 2.294.820 93.122 0,64 0,91 4,06

1982 12.523.500 8.441.588 1.735.470 97.852 0,84 1,28 6,34

1983 11.140.470 7.345.677 1.735.470 95.934 0,86 1,31 5,53

FONTES: Para (1), (2) e (3), BEN (1984); para (4), CNA.

co
ul

- dendo ainda por 5,5% do consumo de OC pelo setor químico, respon


sável por 15,6% do consumo nacional.

Considerando que o projeto Alcanorte venha a utilizar


o óleo combustível como fonte de energia, é de se supor que a in -
diistria de barrilha aumente seu percentual de participação . no
consumo nacional.

Embora o presente estudo aborde apenas a CNA,. cabe, en


tretanto, tecer alguns comentários sucintos quanto ao projetoAl
canorte, cuja previsão de entrada em operação é no segundo semes
tre de 1987. Ele foi inicialmente concebido para produzir, nu
ma primeira etapa, 200.000 toneladas de barrilha sinttica em Ma,
cau (RN), com início de operação previsto para 1986. Estava tam.
bm prevista, numa segunda etapa, a ampliaçãoda capaóidade para
400.000 toneladas.

O processo de produção utilizado é o Solvay simples,u-


ma vez que a formação geológica do Brasil não é favorável à ocor
rncia de trona (barrilha em estado natural). Este processo e o
mesmo já dominadq pela CNA, da qual a Alcanorte ó subsidiária.

O investimento referente à primeira fase totaliza .Cr$


73.065,00 milh6es (valores de junho de 1982) e encontra-se dis-
criminado na Tabela 4. Como podemos notar, apenas 35% dos inves
timentos foram realizados até 1982. De acordo com inormaç6esco
lhidas no BNDES, os principais problemas a enfrentar pela equipe
responsável pelo projeto são:
- projeto de beneficiamento de calcário e plano de la-
vra;
- política de suprimento de sal (o objetivo é a diver- -
sificação de fontes supridoras de sal através de salmourodutos); -.

- tratamento de efluentes;
- detalhamento do processo produtivo; e

5 Para unia análise estritamente econ3mica do projeto, ver Vel-


loso (1982).

INPES, XXVII/85
7

TABELA 4

ALCANORTE: DISTRIBUICAO DO INVESTIMENTO NO TEMPO -


ATE 1981' E 1982 (Primeira Fase)
(Valores em CrS milhes de junho de 1982)
PREVISÂO
INVESTI - REALIZADO REALILAÇÀO ATE 1982
MENTO Ur
A0 -
TOTAL 31112581
(4)
(1) (2) (3)

Terrenos e Jazidas 151,1 114,4 - 114,4 (75,7)


Obras Pre1imnares e Com-
plementares 679,1 430,6 63,8 494,4 (72,8)
Obras Civis 8.822,4 2.946,6 712.5 3.659,1 (41,5)
Equipamentos Nacionais 17.422,2 6.010,6 2.123.9 8.134,5 (40,7)
4.1 - Finame 8.878,6 4.678,4 1.447,2 6.125,6 (69.0)
4.2 - No_FinameC 8.543,6 1.332,2 676,7 2.008,9 (23,5)
S. Equipamentos Importados 2.196,4 1.065,5 505,8 1.571,3 (71.5)
Montagem Industrial 5.965,4 46,2 17,5 63,7 (1 1 1)
Fretes. Seguros e Despesas 563,8 153,6 145,0 298,6 (53,9)
Disso1uço e Salmouroduto 2.015,8 - - - (-)
Lançamento de Efluentes 1.199.4 - - - (-)
Abastecimento de Agua 1.776,4 148,6 536,3 684,9 (38.6)
Insta1aces, Veculos, Mõ-
veis e Utenslios 653,9 112,5 44,5 157,0 (24.0)
Estudos Preliminares e Com
plementares — 443,7 404,9 38,8 443,7 (100.0)
Consultoria T&cnica do Ex-
terior 1.310,4 1.310,4 - 1.310,4 (100,0)
Assistência Técnica do Ex-
terior 1.030,5 457,4 58,6 516,0 (50,1)
Detalhamento do Projeto B
sico — 3.051,4 1.734,9 256,1 1.991,0 (65,2)
Mobi1izaço e Desenvolvi-
mento de Recursos Humanos 2.654,4 28.2 14,1 42,3 (1,6)
Reestruturação Organizacio
nal — 114,0 27.8 36,1 63,9 (56,1)
Administraco do Empreendi
mentO — 6.940,2 3.047,3 436,2 3.483,5 (50,1)
Despesas Tributrias 402,7 226.5 27,1 253.6 (63,0)
Seguros de Ativos 521.5 - 67,2 67,2 (12,9)
Despesas com Pr-Operaço 3.381,9 - - - (-)
Capital de Giro Inicial 1.160,9 - - - (-)
Encargos Financeiros 3.894,3 959.2 521,3 1.480,5 (38,0)
Amortizações Financeiras 4.701 .0 277,6 307,1 584.7 (12.4)
Ptios Ferroviários 549,1 - - - (-)
Eventuais - 535,3 - 96,2 96,2 (18,0)
Ca1criOd 931,8 - - - (-)
TOTAL (1-27) 73 066,0 119 502,8 6.008,1 25.510.9 1 (34.9)
FONTE: Dados basicosficidospela Alcanorte.
Oados atualizados em 17111182 por um diretor da empresa, verbalmente. -
- Inclui a parte relativa construção civil do investimento na fabrica de calcario.
cid em relativa a mquinas e equipamentos.
xc usive obras civis e maquinas e equipamentos.
085.: Retirado do trabalho de Veiloso (1982).

INPES, XxvII/85
n
.

- hogeneizaço de interesses dos ôrgos financiadores,


uma vez que dos investimentos já realizados o pr6prio BNDES foi
responsve1 por 12%, o Tesouro Nacional por 37%, a IFINAME por
14%, o Banco de Tokio por 7%, a SUDENE por 28% e o BNH por 2%.

É de se acreditar que com a transferência da CNA e,con


seqüentemente, da Alcanorte para a. 6rbita da Petroquisa, todosos
problemas citados acima sejam resolvidos, pois o aporte de capi-
tal que se realizará permitira que isto ocorra, a1m de ser do
interesse da empresa incrementar o processo de substituição de
importaç6es.

3 - PRECOS E CUSTOS DA BARRILHA

O preço interno da barrilha resulta de um mix entre os


preços do produto importado e os custos da CNA e so estabeleci-
dos pelo CIP. A vo1uço do preço da barrilha no mercado inter-
no pode ser vista na Tabela 5, a seguir, podendo-se observarque,
a partir de 1979, ele vem sendo reajustado abaixo do índice ge-
ral de preços.

TABELA 5

PREÇOS DÁ BARRLHA NO MERCADO INTERNO, COMPARAÇÃO COM O GP

ANOS Cr'$/t DE BARRILHA TNDI.CE DA BARRILHA TNDICE IGP**

1974 1.185,81 32,1 38,5


1975 1.961,51 53,0 49,0
1976 2.598,68 70,3 70,2
1977 3.698,00 100,0 100,0
1978 5.158,72 139,5 137,6.
1979 6.862,03: 185,6 213,5
1980 13.606,16 367,9 427,5
1981 28.935,64 784,5 897,3
1982 54.470,79 1.473,0 1.753,7
1983 144.572,92 3.909,5 4.380,5

* - Dados Gerais Mcalis


** - Conjuntura Econornica, vgrios numeros

INPES, XXVII/85
Para analisar a inf1uncia dos principais insu-
mos (sal, óleo combustivel e ca1c.rio) na formação dos custos da
barrilha nacional, a Tabela 6 apresenta sua estrutura de custos,
destacando-se a alta participação, no custo por tonelada de bar-
rilha, da mio-de-obra (18%), do óleo combustível (36%) e do sal
adquirido (18%),6 que em conjunto representaram 72% do custo de
produção. No que se refere especificamente ao óleo combustível,
temos que seu preço subiu aproximadamente três vezes mais que o
IGP, enquanto.que a evolução do preço do sal ficou abaixo do IGP
no periodo 19 74/83 (ver Anexo 1), que resulta no aumento de sua
participação no custo total. Analisandoos componentes do custo
de produção da barrilha nacional e do preço da barrilha importa-
da (Tabelas 6 e 7), observa-se que o preço FOB da barrilha impor
tada é aproximadamente 53% do custo nacional. O que onera sobre
maneira o preço da barrilha importada so as despesas que inci-
dem sobre esta importação, resultando, geralmente, na duplicação
do preço FOB.

É interessante observar também que apenas os


gastos com energia na produção de uma tonelada de barrilha nacio
nal correspondem a 80% do preço FOB da barrilha importada. As ex
plicaç6es que justificam es'ta diferença no preço da barrilha im-
portada e no custo da produção da barrilha nacional so as cita-
das na introdução deste trabalho.

É importante chamar a atenção para o fato de


que o preço da barrilha produzida internamente já incorpora as
melhorias de produtividade citadas anteriormente.

4 - ESTRUTURA DE CONSUMO SETORIAL DE BARRILHA

A dispersão do consumo de barrilha na área in-


dustrial é relativamente elevada, sendo que em geral ela & um
produto passível de substituição por soda caustica. Entretanto,
algumade suas utiiizaçaes permanecem à margem das variaç6es da
6 Existe também produção própria capaz de abastecer aproximada
mente 7% das necessidades totais (ver Tabela 11).

INPES, XXVII/85
10

TABELA 6

CUSTO DE UMA TONELADA DE BARRILHA NACIONAL - 05/12/83

COMPONENTES DO CUSTO BLET BVG í % BVE


[ [
01 - Sal Adquirido 35.374 35.374 18,3' 35.374
02 - ieo CombustTvel E 49.698 49.698 25,7 49.698
03 - Oleo CombustTvel BTE 21.934 21.934 11,3 21.934
04 - 1eo Diesel 1.205 1.205 0,6 1.205
05 - AmonTaco 886 886 0,5 886
06 - Sacaria 4.483 - - 3.167
07 - €o-de-Obra Direta é Indireta 35.743 35.743 18,5 35.743
08 - Outros Materiais e Componentes 929 929 0,5 929
09 - Gastos Diretos de Fabricação:
Energia E1trica 685 685 0,3 685::
Material de Manutenção 2,126 2.126 1,1 2.126
10 - Gastos Indiretos de Fabricação:
Materiais 797 797 0,4 797
Depreciação 3.637 3.895 2,0 3.920
Outros 538 538 0,3 538
11 - Serviços de Terceiros 3.213 3.213 1,7 3.213

CUSTO INDUSTRIAL . 161.248 157.023 81,2 160.215

12 - Despesas Adm. Central 8.842 8..842 4,8 8..842


13 - Despesas Comerciais 444 444 0,2 444

CUSTO FINAL 170.534 166.309 .86,1 169.501

14 - 1CM e PASEP 25.466 26.124 13,4 27.025


15 - FINSOCIAL 986 1.011 0,4 1.046

CUSTO TOTAL 196.986 193.434 100 197.572

Preço Mdio de Venda 197.104 202.195 209.174


Resultado 118 8..761 11.602
Resultado t1dio 6.827
Resultado Mdio Anterior 10.194

FONTE: CNA.
BLE = Barrilha Leve Ensacada;
BVG = Barrilha Vidreira a Granel; e
BVE = Barrilha Vidreira Ensacada.
INPES, XXVII/85
11

TABELA 7

CUSTO DE UMA TONELADA DE BARRILHA IMPORTADA (BvG) -


05/12/83: US$ 1.00 = Cr$ 914,00

PARTICIPA-
ÇÃO
PERCENTUAL

1 - Preço FOB 91.400 48,6


2 - Guia de Importação 823 0,5
3 - Contrato de Câmbio 457 0,2
4 - Frete 31.990 17,0
5 - A.F.R.M.M. 15.995 8,5
6 - Seguro 494 0,2
7 - Taxa de Melhoramentos dos Portos 3.717 1,9
8 - Falta e Perda sem Cobertura do Seguro 699 0,4
9 - Sobreestadia 457 0,2
10 - Capatazias 4.111 2,2
li - Estiva 3.860 2,1
12 - Transporte Cais/Armazém 1.646 0,9
13 - Armazenagem 1.725 1,0
14 - Despachante Aduaneiro 38 -

15 - Despesas com Pessoal 2.992 1,6


16 - Outras Despesas Administrativas 649 0,3
17 - 1CM e PASEP 26.124 13,9
18 - FINSOCIAL 1.011 0,5
TOTAL 188.188 100,0

Preço Médio de Venda 202.195


Resultado 14.007
Resultado Anterior 21.168

INPES, XXVII/85
12

- relação de preços soda custica/barrilha, como 6 o caso das in-


ditstrias de vidro e de silicato, 7 que justamente constituem os
maiores consumidores deste produto. A Tabela 8 mostra as possi
bilidades de utilização da barrilha por setores industriais.

- Os destinos, por setor industriàl, das vendas de barri


lha por, parte da Companhia Nacional de Âlcalis, durante os anos
de 1979 e1983, estão na Tabela 9. Este demonstrativo indica
que, no período em consideração, os setores de vidros, produtos
químicos e sabão, óleos e detergentes responderam sempre por
mais de 80% das vendas. É interessante notar que durante todo
o periodo o setor de vidro participou com mais de 57% do consumo
total de barrilha. A redução verificada no consumo de barrilha
no período 1979/83 neste setor pode ser explicada pela própria
queda na sua produção, que de 1.653.833 toneladas produzidas em
1979 passou para 1.274.009 em 1983. 8 A razao do aumento de con-
-

sumo do subsetor de vidro plano deve-se à formação de estoques


pela Santa Marina eProvidro entre 1979 e 1980 e à entrada em ope
ração, em março de 1983, da CEBRACE. Da variação ocorrida no
consumo dos outros setores, destaca-se o de sabão, óleos e deter
gentes, que apresentou uma elevação de 36,60% entre 1979 a 1983,
cabendo notar no entanto que o consumo total de barrilha decres-
ceu 12,93% do ano de 1979 para o ano de 1983.

5 - PROCESSOS PRODUTIVOS

Atualmente, existem trs processos comerciais de fabri


cção para a obtenção de barrilha, ou seja:
- eletrólise do cloreto de sódio;
- decomposição de salmouras naturais, e
- reação amônia-soda.

7 Numerosos grupos de substâncias minerais constituídas pela


combinação de sílica com um ou mais óxidos metálicos e agua, e
que representam fração importante das rochas da crosta terrestre.
8 Ver Cecchi (1984).

INPES, XxvII/85
13

TABELA 8

MERCADOS E USOS DA BARRILHA

MERCADO USO RAZAO PARA USO

Fábricas de vidro Ingrediente de uso


na fabricação de for
nos de vidro Agente fundente

Manufaturas químicas Matérias-primas Fornece alcalinidade


ou íon de sódio

Compostos purificadores Ingrediente básico Fornece detergência

Fundições e usinas side-


rúrgicas Dessulfurização Fornece íon de sódio

Fabricantes de sabão Matéria-prima Saponifica ácidos


graxos

Minas Flotação de espumas Controle de PH

Fábricas de polpa de pa- Fibra de madeira pa- Fornece íon de -sódio


pel ra pasta de papel para solubilizar 1i
fina

Manufaturas de alumínio Produção de bauxita Fornece lon de sódio


e alcalinidade para
dissolver alumina

Instaláções de tratamen- -

to de desperdícios Agente neutralizante Fornece alcalinidade

FONTE: Allied Chemical - Soda Products - Soda Ash.

AI INPES, xxvII/85
Ser,
H
TABELA 9
tTJ.
rLn ESTRUTURA DE CONSUMO DE BARRILHA

H
(Fm t'
H

co 1979 1980 1981 1982 VARIAÇÃO


(J1
1983
SETORES
Consumo Consumo Consumo Consumo Consumo 1979x100
° ° ° °
Anual Anual Anual Anual Anual 1983
1 - Vidros 190.323 63,17 207.230 58,37 162,405 58,31 179.249 60,88 153 .221 57,43 -24,21
Vidro Plano 38.954 12,93 49.064 13,82 39.177 14,07 38.673 13,13 49.930 18,71 +21,98
Vidro Õco 151.369 50,24 158.166 44,55 123.228 44,24 140.576 47,75 103.291 38,72 -46,55
2 - Produtos Químicos 57'759 19,17 66.801 18,81 44•066 15,82 51.254 17,41 48.103 18,03 -20,07
Bicromato de S6dio 24,346 8,08 26.260 7,39 16.039 5,76 21,042 7,15 18,435 6,91 -32,06
Silicatos 22.842 7,58 25.977 7,32 14654 5,26 11.159 3,79 11.357 4,26 -101,12
Outros 10571 3,51 14.564 4,10 13.373 4,80 19053 6,47 18,311 6,86 +42,27

3 - Sabão, Oleos e Detergentes 24.305 8,07 35470 9,99 39•534 14,19 30.259 10,28 38,334 14,37 +36,60
4 - Siderurgia 7.880 2,62 13.070 3,68 12.381 4,45 10.891 3,70 5.888 2,21 -33,83
5 - Txti1 3.386 1,12 4.310 1,22 2869 1,03 3,527 1,20 3372 1,26 -0,42
6 - Revenda 4.878 1,62 12, 511 3,53 4.426 1,59 8607 2,92 9.600 3,60 +49,19
7 - Diversos 12762 4,23 15.613 4,40 12852 4,61 10622 3,61 8282 3,10 -54,09
TOTAL 301.293 100 355'005 100 278' 533 100 294409 100 266.800 100 -12,93
FONTE: CNA (1983).
e
15

A eletr6lise do cloreto de sadio não é significativa-


mente adotada em âmbito mundial, uma vez que sua tecnologia não
estâ inteiramente aperfeiçoada para escala industrial.

• A caracteristica fundamental do processo por decompo-


sição de salmouras naturais é o uso da trona como matria-prima
básica. A trona é um mineral sedimentar evaporitico de origem
continental, constituido por carbonato de sôdio hidratado (ses-
quicarbonato de sEdio), de fórmula quimica Na 2 CO 3 .NaHCO 3 .2H 2 0.A
lm de muito solúvel em água ela á encontrada na natureza em ca
madas maciças, fibrosas ou colunares, de cor cinza-esbranquiça-
da ou amarela-esbranquïçada, geralmente em lagos extintos há mi
1h6es de anos, sendo extraida atravás de mátodos comerciais de
mineração subterrânea e transformada em barrilha apôs passar pe
las seguintes etapas: dissolução do minário, filtragem e crista
lização de um composto de carbonato de sádio e calcinação. Alám
do carbonato de sádio, são obtidas ainda quantidades comercial-
mente utilizáveis de sais de potássio e bárax. A barrilha obti
da atravás desse procedimento á chamada de natural, sendo que
somente nos Estados Unidos estão concentrados aproximadamente
90% de sua produção, embora sejam conhecidas ocorráncias deste
mineral em outros paises, tais como Bolivia, Peru, Venezuela,
Botswana, Canadá, Nigária, Paquistão e outros. 9

Com relação ao processo pela reação amânia-soda, tam-


bám chamado de processo Solvay, cabe uma descrição mais detalha
da, uma vez que á o utilizado pela única produtora de barrilha
no Brasil.

Num dos primeiros processos para a fabricação indus


trial da barrilha, desenvolvido por Lá Blanc no final do sáculo
XVII, o cloreto de sádio reagia com o ácido sulfúrico para for-
mar sulfato de sádio por aquecimento com calcário e carvão de
madeira. Este mátodo, entretanto, era ineficiente, pois se ob-
Unha um produto impuro,com 20 a 40% de carbonato de s6dio,te1-

9 Ver Santos (1982)

INPES, xXvII/85
16

do sido suplantado, na segunda nietade do sáculo XIX, por um novo


processo inventado por Ernest Solvay, que utilizava cloreto de
sódio, calcário e amónia como catalisador.

O processo consiste basicamente no tratamento de unia


salmoura saturada com aninia e n.a carbonatação da solução para for
mar um precipitado de carbonato de sódio. O cloreto de am6nia
formado na reação á enviado a um gerador de am6nia, onde reage -
com óxido de cálcio em pó, obtendo-se amônia e cloreto de cálcio
como subprodutos.

O CO 2 empregado na carbonatação á obtido por calcina-


ção do calcário, sendo o óxido de cálcio resultante da reação u-
tilizado na reciclagem da amônia.

O pro'duto final da reação básica á um bicarbonato de


sódio, o qual á calcinado, obtendo-se carbonato de sódio tt] eve fl,

assim denominado pelo seu baixo peso especrfico (cerca de 0,5 kg


/dm 3 ) ; sendo apropriado para determinados fins industriais, que
o utilizam sob a forma de solução, embora não possa ser utiliza-
do para a fabricação de vidro, nem para o transporte a longas
distâncias. Assim, parte do carbonato de sódio "leve" á conver-
tido, pela adição de água,ern carbonato de sódio monoidratado(Na 2
CO 3 .H 2 O), obtendo-se, por calcinação, o carbonato de sódio ani-
.dro "denso",

As reações quimicas envolvidas no processo e a sua se


quáncia encontram-se no Anexo 00.

6 - SUPRIMENTO DE MATÉRIAS-PRIMAS A CNA

As matárias-primas utilizadas na produção de barrilha


pelo processo Solvay são: o calcário, como fonte de anidrido car
bõnico e cal; o cloreto de sódio em solução concentrada; e a arnô
nia, que á quase completamente recuperada e reciclada no proces-
so produtivo e consumida em pequenas quantidades, não merecendo,
portanto, comentários quanto ao seu suprimento.

INPES, XXVII/85
17

6.1 -. Sal

A "Comissão de Estudos sobre a Indústria de Soda Cáus-


tica", criada pelo antigo Instituto Nacional do Sal, em 16 de ju
lho de 1942, indicou a região salineira do Estado do Rio de Ja-
neiro para a instalação, no Brasil, da primeira industria de bar
rilha e soda cáustica, pelo processo de soda-cal, utilizando o
sal marinho de produção pr6pria ou, em parte, complementada com
produção de salinas da referida região.

Os estudos desenvolvidos concluíram que o suprimento


do sal seria de origem marinha e essencialmente de produção pra-
pria pelo chamado sistema misto, isto á, concentração em salina
da salmoura marinha atá 259 Bá, pela energia solar, e posterior
cristalização, com energia tármica da queima de combustível.

Foram iniciados em 1953 os trabalhos dos projetos de


engenharia dos setores industriais e de serviços da fábrica de
barrilha e tambám a construção da salina para produzir salmoura
concentrada a 259 Bá, partindo de salmoura marinha da lagoa de
Araruama.

Em 1961, ainda, não havendo possibilidade de produzir


sal, por cristalização tármica, foram adaptados para cristaliza-
dores 53 ha de concentradores da salina para produzir sal, por
via solar.

Em 1965, aproveitando o setor de evaporação da unidade


de soda cáustica, foi iniciada a produção de sal refinado i.mido,
utilizando salmoura concentrada na salina. Essa unidade de pro-
dução de sal foi desativada em dezembro de 1982 visando economia
de combustíveis.

Em 1967,. foi iniciada a prá-operação da unidade de pro


dução de sal, pelo processo tármico de combustão submersa, com a
capaçidade nominal de 400 t/ano destinada ao processo de fabrica
ção da barrilha. Esta unidade de combustão submersa foi desati-

INPES,. XXVII/85
vada em novembro de 1979, pois o consumo de óleo combustível era
extremamente elevado, como veremos adiante.

Em 1972, foi concluída a construção da primeira etapa


da salina, com a incorporação do pr-concentrador de salmoura da
lagoa de Araruama.

A salina construída pela Álcalis tem cerca de 1.873 ha


de área iitil de evaporação, distribuída como segue:

PRÊ-CONCENTRADORES .................1.077 ha
MARNËIS ............................490 ha
CONCENTRADORES .....................250 ha
CRISTALIZADORES ....................56 ha

A produção de sal pe10 sistema produtor de Âlcalis, em


Cabo Frio, no período de 1961 a 1983, ó mostrada na Tabela 10.

O óleo combustível, então consumido pela unidade de com


bustão submersa, atingiu tal nível de preços que inviabilizou a
produção desta unidade de sal, pois o coeficiente tcnico de cori
sumo de óleo combustível por tonelada de sal é 0,208, fato que ge
ïrou a sua desativação em novembro de 1979.

A alternativa ao uso do óleo combustível na produção


de sal seria a utilização do processo por cristalização trmica,
cuja fonte de energia é a solar. Este processo ainda não foi vi
abilizado porque existe insuficiôncia de cristalizadores solares
que impedem a salina de produzir o volume de salmoura de que
capaz. O projeto que prevê a adaptação de 60 ha de concentrado-
res em cristalizadores teve início em 1983, estando previsto o
seu término em 1985, com um investimento estimado de Cr$ 189.630
mil (base: julho de 1983), de acordo com o cronograma de investi
mentos da CNA. Isto permitira aumentar em até 150 mil toneladas
a produção módia anual de sal do sistema de salinas da Âlcalis,
atendendo assim a aproximadamente 50% de suas necessidades na
própria região e diminuindo conseqüentemente o sal proveniente

INPES, XXVII/85
19
TABELA 10

PRODUÇÃO DE SAL PELA CNA

(Em t)
CRISTALIZAÇÃO
Totais
Anos ____________
-

Observaçoes
Trmica Solar Por Ano

1961 - 4.210 4.210


1962 - 21.623 21.623
1963 - 54.185 54.185
1964 - 7.744 7.744
Iniciada a operação da unida
1965 7.607 1.518 9.125
de de sal refinado
1966 19.727 8.733 28.460
1967 19.494 1.329 20.823 Iniciada a prê-operaço da u
nidade de combustão submers
1968 56.407 4.647 61.054
1969 62.203 9.933 72.136
1970 80.212 4.931 85.143
1971 79.773 7.152 86.925
Incorporado o prë-concentra-
1972 106.261 4.882 111.14
dor à salina
1973 129.897 17.341 147.23
1974 146.044 63.453 209.49
1975 155.018 15.759 170.77
1976 147.308 24.615 171.923
1977 144.819 13.884 158.703
1978 119.266 22.879 142.145
Desativada a unidade de com
1979 132.435 15.720 148.155 busto submersa -
-

1980 12.627 71.713 84.340


1981 3.159 77.123 80.282
1982 19.595 Desat.ivada a unidade de sal
- 19.695 refinado
1983 - 24.722 24.721

61/83 1.422.257 497.791 1.920.04

FONTE: C.N.A.

INPES, xxvii/85
do Nordeste, que participa atualmente com 92% do suprimento do
sal consumido no processo produtivo da barrilha, com embarque no
terminal da TERMISA, no Estado do Rio Grande do Norte, e desembar
que no Porto do Forno, em Arraial do Cabo, Estado do Rio de Janei
ro. A Tabela 11, a seguir, nos mostra a participação percentual
do sal adquirido pela CNA de acordo com sua procedência, de 1979
a 1983, enquanto a Tabela 12 nos fornece o consumo de sal e de amô
fia para os mesmos anos, bem como o coeficiente técnico destás du
as matérias--primas por tonelada produzida de barrilha.

TABELA 11

PROCEDÊNCIA DO SAL RECEBIDO PELA ALCALIS

(Em toneladas)

° COMBUSTAO SOLAR! REFI SOLAR! %


ANOS NORDESTE TOTAL %
SUBMERSA ÁLCALIS NADU FLUM

1979 121.295 49,5 107.676 44,0 15.720 6,51 143 - - - 244.834 100
1980 236.044 75,3 - - 71.713 22,9 329 - 4.900 1,7 12.986 100
1981 251.941 74,9 - - 77.123 22,91 111 - 6.974 2,2 336.149 100
1982 300.109 93,8 - - 19.695 6,2 - - - - 319.604 100
1983 319.415 92,2 - - 24.722 7,1 - - 2.437 0,7 346.574 100

FONTE: CNA.

TABELA 12

CONSUMO DE SAL E AMÔNIA NA PRODUÇAO DE BARRILHA

CONSUMO DE CONSUMO DE PRODUÇÁO DE


SAL AMÔNIA BARRILHA *
ANOS (t) (1)1(3) (2)1(3)
(t) (kg)
(1) (2) (3)
1.979 264.609 2.895,279 118.659 2,23 24,4
1980 312.746 2.670,640 175.700 1,78 15,2
e
1981 342.560 1.430,472 188.220 1,82 7,6
1982 336.315 1 1.492,522 199.003 1,69 7,5
1983 331.924 1.365,513 210.079 1,58 6,5
FONTE: CNA.
*
Expresso em kg de amonia por tonelada produzida de barrilha.

INPES, XXVII/85
21

6.2 - Calcário

O calcário - carbonato de cálcio - calcinado produz cal


viva, utilizada na recuperação de amoníaco e gás carb6nico aplica
do na carbonatação da salmoura amoniacal.

O calcário utilizado pela Âlcalis á o conchifero, cuja


jazida cobre o fundo da lagoa de Araruama. As concess6es da la
vra de calcário da Âlcalis totalizaram 17.033 ha 9 e constituem
seu gruparnento mineiro.

A extração do calcário á realizada por duas dragas de


alcatruzes, cada uma com capacidade horária de extração de 180
3 -
m /h - calcario + residuos, ou seja, 354,6 t/h, com 18,6% de cal-
cário. O calcário extiado á submetido ao beneficiamento primá-
rio com redução de resíduos a cerca de 10,5% e classificado granu
lornetricamente. As conchas extraidas na faixa de 3 a 30 mm são
transportadas em 10 barcaças, cada uma com capacidade de atá 200
t. Parte do percurso (lagoa de Araruama - CNA) á desenvolvido na
lagoa (variável) e parte (6 km) em um canal artificial de acessô
à fábrica, onde existe um porto de descarga, onde um dos pErticos
(existem dois), com capacidade de 100 t/h, transfere o calcário
da barcaça para o pátio de estocagem. O calcário bruto estocado
no pátio á lavado na estação de lavagem, onde o residuo á baixado
para um teor da ordem de 1,7%, sendo em seguida transferido para
os silos de alimentação dos fornos de cal.

A Tabela 13 nos apresenta a produção e o consumo de cal


cário, o consumo de cal e o coeficiente tácnico de calcário e cal
por tonelada de barrilha.

9A Âlcalls assinou em 19/12/1980 um contrato com a CPRM-Compa


nhia de Pesquisa de Recursos Mjnerajs, para executar levantamento
do potencial da jazida de calcário e elaborar projeto de lavra,
abrangendo inclusive áreas rasas. Este projeto deverá estar con-
clurdo atá 0 final do atual semestre.

INPES, XXVII/85
H

tri
tri
s

TABELA 13
H
H
CONSUMO EsPEcrFIco DE CALCÁRIO E CAL POR TONELADA DE BARRILHA PRODUZIDA
00
ul
PRODUÇÁO DE CONSUMO DE CONSUMO DE PRODUÇÁO BRUTA t DE CALCÁRIO/t t DE CAL/t DE
CALCÁRIO CALCÁRIO CAL DE BARRILHA DE BARRILHA BARRILHA
ANOS (t) (t) (t) (t)
(1) (2) (3)

1979 266.304 250.831 98.264 118.659 2,11 0,83

1980 284.066 300.314 119.788 175.701 1,71 0,68

1981 307.279 294.177 126.538 176.016 1,67 0,72

1982 294.565 316.435 132.133 199.003 1,59 0,66

19.83 353.478 322.667 139.379 210.079 1,53 0,66

FONTE: CNA.

23

7 - ENERGIA NA INDÚSTRIA DE BARRILHA (CNA)

7.1 - Derivados de petróleo

Os derivados de petróleo consumidos na planta industri-


ai da CNA são o óleo combustível e o óleo diesel, sendo que este
é utilizado na frota de transporte de calcário através de 10 bar-
caças, nas duas dragas de lavra de calcário e nos engenhos de ma-
nuseio das matérias-primas em seus respectivos pátiosde estoca-
gem.

O óleo combustível, até 1979, era consumido em três se


mentos da fábrica: nos fornos de cal, nas caldeiras destinadas
produção de vapor e na combustão submersa na produção de sal. No
início de 1980, visando reduzir o consumo de óleo combustível e,
conseqüentemente, o custo da matéria-prima (sal), a CNA suspendeu
a unidade de combustão subrnersa, optando por comprar esta maté-
ria-prima do Rio Grande do Norte, 10 que é transportada por via ma
rítima. A evolução do consumo destes dois derivados pode ser vis
ta na Tabela 14, a seguir.

TABELA 14

CONSUMO DE DERIVADOS DE PETRÔLEO PELA CNA

ÓLEO DIESEL 1 ÓLEO COMBUSTÍVEL (t)


ANOS
3
(m ) i BPF BTE 1 Total
1979 1.063 66.592 30.924 97.516
1980 923 69.477 21.600 . 91.077
1981 921. 70.669 22.453 . 93.122
1982 882 . 72.449 25.403 97.852
1983 946 71.393 24.541 95.934

• FONTE: CNA.
Obs.: BPF = Baixo Ponto de Fluidez; e
BTE = Baixo Teor de Enxofre.

10 Na produção de sal no Rio Grande do Norte a energia utjliza-


da é a solar, que até então apenas complementava as necessidades
da CNA. . .

INPES, XXVII/8
24

A divjso do óleo combustível entre o BPF e o BTE justi


fica-se pela diferença no uso final, O ETE é consumido em dois
fornos rotatIvos, com comprimento de 120 m e diâmetro de 3,30 m x
3,00 m, onde o calcrio ó calcinado, por chama direta, pela quei-
ma de óleo combustível, produzindo a cal, com o consumo específi-
co de cerca de 0,181 t de OC/t de cal, como nos mostra a Tabela
15.

TABELA 15
CONSUMO DEÔLEOCOMBUSTÍVEL BTE POR TONELADA DE CAL

ANOS PRODUÇÃO DE CAL CONSUMO DE OC CONSUMO ESPECÍFICO


BTE (t de'OC/t de ca1).

1979 98.264 30.924 0,314

1980 119.788 21.600 0,180

1981 126.538 22.453 0,177

1982 132.133 25.403 0,192

1983 139.379 24.541 0,176

FONTE: CNA.

A redução de 0,314 t de OC BTE/t de cal em 1979 para


0,180 t de OC BTE/t de cal em 1980 pode ser explicada pelos inves
tjmentos feitos em modernização e conservação de energia durante
o ano de 1979 e 1980, tais como revestimento dos fornos rotati-
vos, vedação das tubulaç5es, etc.

INPES, xxvII/85
25

O consumo do óleo combustível BPF é todo destinado à pro


dução de vapor utilizado durante o processo produtivo da barrilha.
A Tabela 16 mostra a produção de vapor verificada no período de
1979 a 193, enquanto o consumo específico das caldeiras consta da
Tabela 17, onde se verifica também uma redução significativano con
sumo específico, fruto dos investimentos realizados nos anos de
1979 e 1980
TABELA 16

PRODUÇÃO DE VAPOR NA CNA


(m tcn1

VAPOR P/ VAPOR P/ VAPOR P/


ANOS TOTAL
TURBINAS COMPRESSAO CALCINAÇÃO

1979 230.572 161.791 180.175 572.538


1980 290.538 231.722 238.976 761.236
1981 292.072 244.099 275.099 811.270
1982 289.004 267.026 336.603 892.633
1983 218.674 370.681 263.103 852.458

FONTE: CNA.

TABELA 17

CONSUMO DE ÓLEO COMBUSTÍVEL BPF POR TONELADA DE VAPOR*

PRODUÇÃO DE CONSUMO DE CONSUMO ESPECÍFICO


ANOS
VAPOR (t) OC BPF (t) (t de OC/t de Vapor)
1979 572.538 66.592 0,116
1980 761.236 69.477 0,091
1981 811.270 70.669 0,087
1982 892.633 72.449 0,081
1983 852.458 71.393 0,084

FONTE: CNA.

*
O consumo de oleo combustível por tonelada de vapor na industria
de papel e celulose é de aproximadamente 0,077, de acordo com o
trabalho. Passos (1984).

INPES, XXVII/85
26

Considerando que apenas o aieo combustivel é utilizado


para fins trmicos, temos, pela Tabela 18, o consumo especifico
de ôleo combust5:vel por tonelada de barrilha produzida pela CNA.

TABELA 18

CONSUMO ESPECIFICO DE OC POR TONELADA DE BARRILHA

CONSUMO ESPECI CONSUMO ESPECI


PRODUÇÃO BRUTA
CONSUMO DE OC FICO FICO
ANOS DE BARRILHA - -

(t de OC/t de (Gcal/t de
(t) (t) Barrilha) Barrilha)

1979 97.516 118.659 0,822 8,586


1980 91.077 175.700 0,518 5,400
1981 93.122 188.220 0,495 5,155
1982 97.852 199.003 0,492 5,127
1983 95.934 210.079 0,457 4,760

FONTE: CNA.

7.2 - Consumo de energia e1trica

O consumo de energia e1trica pela .CNA, nos anos de


1979 a 1983, consta da Tabela 19, onde podemos observar que a par
ticipaço da energia e1trica adquirida da CERJ no consumo tõtal
sofreu uma redução significativa do ano de 1979 para o de 1980,
fruto, principalmente, do aumento da autoproduço, concomitante a
uma redução no consumo total.

Cabe destacar que a CNA vem ultimamente otimizando seu


sistema de aproveitamento de vapor, possibilitado pela diferença
de entalpia entre o vapor a alta pressão, exigido no inicio do
processo produtivo, e o vapor necessário à autogeração de energia
elétrica, notando-se que esta não é utilizada para fins térmi-
cos.

INPES, XXVII/85
4 .'

TABELA 19

CONSUMO DE ENERGIA ELËTRICA PELA CNA

(Em Kwh)

CONSUMO
ANOS
GeraçoPr6pria Ad 4 uirida Total

1979 .25.868.190 54 21.673.732 46 47.541.922 100

1980 29.712.700 73 11.089.800 27 40.802.500 100

1981 32.116.000 78 8.995.464 22 41.111.464 100

H
1982 32.448.500 79 8.842.752 21 41.291.252 100
z
tri

1983 30.075.300 72 11.676.850 28 41.752.150 100

co
ui
28

7.3 -. Projeção do consumo denergia

Visando quantificar a demanda de óleo combustível pela


indústria de barrilha, foi realizada uma projeção do consumo des
ta última até o ano 2000. A metodologia utilizada foi a de corre
lacionar o consumo de barrilha com o Produto Interno Bruto atra-
vs da técnica de mínimos quadrados durante o período 1965 a 1983.
Os índices do PIB e do consumo de barrilha que compuseram a sé-
rie histórica estão na Tabela 20, a seguir.

TABELA 20
Í1DICES UTILIZADOS NA CORRELAÇÀO
BARRILHA - PIB

RAsp 197() = 100


ANOS IPIB* ICB**

1965 69,1 61,9


1966 71,7 80,6
1967 75,2 .76,8
1968 83,6 . 86,5
1969 91,9 90,4
1970 100,0 100,0
1971 112,0 124,1
1972 124,5 132,8
1973 141,9 151,9
1974 155,4 162,8
1975 164,1 179,3
1976 180,0 . 191,2
1977 189,7 233,4
1978 198,8 260,5
1979 212,1 . 276,5
1980 228,9 315,0
1981 220,9 247,2
1982 216,7 261,3
1983 208,0 236,7

IBGE.IPIB é . igual ao índice do Produto In


terno Bruto.
**
Tabela 1 deste trabalho. ICB e igual ao Ín
dice do Consumo de Barrilha.
OBS.: Consumo = Prod.interna + Importação ±
Variação de Estoques.

INPES, XXVII/85
29

Realizando a regressão do ICB com IPIB, obtivemos a


seguinte equação:

log ICB =-0,692228 + 1,162686 log PIB


(-2,70182) (22,6587)

R2 0,9782
DW = 1,4734
SER = 0,720315
N =18

O resultado acima sugere uma elasticidade-renda ligei-


ramente superior à unidade.

As hipóteses de crescimento do PIB no peri:odo 1984 a


2000 adotadas neste trabalho estio contidas na Tabela 21.

TABELA 21

HIPÓTESES PAPA CRESCIMENTO DO PIB NOPER•ODO 1984/200

PERÍODOS TAXAS DE CRESCIMENTO


'e
'o

1984 - 3
1985/90 5,5

1991/2000 6,5

O consumo de barrilha no Brasil projetado com a .equa-


ço acima para o periodo 1984/2000 esta consolidado na Tabela 22.

INPES, XXVII/85
30

TABELA 22

PREVISÃO DO CONSUMO DE BARRILHA

Periodo 1984/2000

CONS UMO
ANOS
(t)

1984 269.794

1985 287.123

1986 305.564

1987 325.191

1988 346.077

1989 368.306

1990 391.961

1991 421.738

1992 453.776

1993 488.248

1994 525.338

1995 565.246

1996 608.186

1997 654.388

1998 704.100

1999 757.588

2000 815.140

INPES, XXVII/85
31

- Para atender a esta demanda de barrilha, as alternati-


vas de oferta podem ser sintetizadas de acordo com a Tabela 23.

TABELA 23

OFERTA DE BARRILHA NO MERCADO INTERNO NO PERÍODO 1984/2000


1?.m 1- rn1 ç9q
ANO CNA * ALCANORTE ** IMPORTAÇÃO*** TOTAL

1984 200.000 - 80.000 280.000


1985 200.000 - 100.000 300.000
1986 200.000 - 110.000 310.000
1987 200.000 100.000 30.000 330.000
1988 200.000 170.000 - 370.000
1989 200.000 200.000 - 400.000
1990 200.000 200.000 - 400.000
1991 200.000 200.000 30.000 430.000
1992 200.000 200.000 60.000 460.000
1993 200.000 200.000 100.000 500.000
1994 200.000 300.000 30.000 530.000
1995 200.000 300.000 70.000 570.000
1996 200.000 400.000 10.000 610.000
1997 200.000 400.000 60.000 660.000
1998 200.000 400.000 100.000 710.000
1999 200.000 400.000 160.000 760.000
2000 20.0.0.00 .400.000 .220.000 .820.000
*
A CNA consome aproximadamente 6% de sua produçao bruta.Logo,
a produção liquida é de 94% da produção total.
**
Esta previsto entrar em operaçao no segundo semestre de 1987.
O projeto inicial sup6e duas fases, sendo a primeira a implanta-
ção de uma capacidade de 200.000 t/ano e a segunda a ampliação pa
ra 400.000 t/ano. Apesar de ter data prevista apenas para a pri-
meira fase, supBs-se que em 1994 a segunda fase entraria em ope-
ração.

Importaçao considerada como complemento a oferta interna.


INPES, XXVII/85
32

O único derivado de petróleo que a CNA consõme em es-


cala significativa & o óleo combustivel, imposto pela tecnolo-
gia do processo. Sendo este o mesmo derivado consumido pela AL-
CANORTE, ó de se presumir, mantido o status guo atual, quea de-
manda de óleo combust3:vel será a contida na Tabela 24.

A metodologia empregada para se estimar o consumo de


óleo cornbustivel utilizouos seguintes parâmetros:

- produço bruta da CNA no periodo 1984/2000: 213.000


t/ano;
-consumo especifico de 0,460 tdeóleocombusti:velpor
t de barrilha para a CNA;
- consumo especifico de 0,380 t de óleo combustivel.
por t de barrilha para o projeto da ALCANORTE» e
- a produção bruta da ALCANORTE igual à produção li
quida acrescida de 6%.

QUADRO •24

DEMANDA DE ÓLEO COMBUSTÍVEL PELA CNA E ALCANORTE


Periodo 1984/2000
(Em toneladas)
ANOS CNA ALCANORTE TOTAL
1984 97.980 - 97.980
1985 97.980 - 97.980
1986 97.980 - 97.980
1987 97.980 40.280 138.260
1988 97.980 68.476 166.456
1989 97.980 80.560 178.540
1990 97.980 80.560 178.540
1991 97.980 80.560 178.540
1992 97.980 80.560 178.540
1993 97.980 80.560 178.540
1994 97.980 120.840 218.820
1995 97.980 120.840 218.820
1996 . 97.980 161.120 259.100
1997 97.980 161.120 259.100
1998 . 97.980 161.120 259.100
1999 97.980 161.120 259.100
2000 . .9.7.98.0 ... 161.120 . 259.100

No projeto inicial apresentado ao BNDES, consta um consumo


especifico de 0,350 t de OC/t de barrilha.

INPES, XxvII/85
33

- 7.4 - Alternativas energticas para a indústria de barrilha

A analise da potencialidade de substituição dos deri-


vados de.petr6leo atualmente consumidos pela indústria de barri.
lha resume-se ao estudo éspecífico das possibilidades que se a-
presentam tanto para a CNA como para a ALCANORTE.

Os estudos desenvolvidos pela Comissao Interna de Con


servação de Energia (CICE) e pelo Departamento de Estudos Econ
micos da CNA abrangeram, dentre as diversas fontes, alternativas
de energia, o carvão mineral e o gs natural como vi.veis econ
mica e tecnicamente.

7.4.1 - Carvão mineral 12

Este combustível seria proveniente de jazidas minerais


da região Sul e fornecido pela CAEEB.

O centro de consumo do carvão mineral restringe-se aos


geradores (caldeiras) de vapor para o processo de fabricação,da
das as imp1icaçes de natureza técnica que impedem a sua queima
nos fornos de cal) 3

A demanda prevista de carvão mineral para atender a


necessidade de produção de barrilha da CNA foi estimada em 404 t
/dia e em 145.500 em termos anuais.' 4 Considerando que, nos úl-
timos três anos, o consumo médio de 6leo combustível nas caldei
ras foi de 7 1,503 t/ano, temos que o fator de substituição de
carvão mineral por óleo combustível é de aproximadamente 2,03 to
neladas de carvão mineral por tonelada de 6leo combustível.

12 -
Os estudos referem-se apenas a planta industrial da CNA.

130s fornos de cal foram respons.veis por 25,6% do consumo


de ôleo combustível em 1983 (ver Subseção 7.1 anterior).

14No trabalho em que & citada esta demanda surge uma outra
de 617 t/dia e de 222.120 t/ano, sem explicação aparente.

pI
Serv. d
INPES, XXvII/85
34

As especificaç6es do carvão inicialmente recomendado se


riam as do CE 5.200:

- PCS - 5.127 Kcal/kg


- PCI - 4.933 Kcal/kg
- Unidade - 10%
- Cinzas - 35% s
- Enxofre - 2,5%

Estimativas preliminares indicam que o desembolso para


a proteção ambiental seria da ordem de 80 a 100% do valor ' investi
do para as unidades de queima de carvão. No c&so da CNA, consid%'
rando a necessidade de um conjunto dé quatro caldeiras, o investi
mento seria aquele apresentado na Tabela 25, a seguir.

TABELA 25
INVESTIMENTOS NECESSÁRIOS PARA CONVERSÃO DE CALDEIRAS A ÓLEO
COMBUSTÍVEL PARA CARVÃO MINERAL E PROTEÇÃO AMBIENTAL

INVESTIMENTO POR TONE


Cr$ 1.000,00 DE LADA DE ÓLEO COMBUS
EQUIPAMENTOS FEVEREIRO DE 1984 TÍVEL SUBSTITUÍDO*
(Cr$/t)

Máximo Mínimo Máximo Minimo

Conversão da Caldeira
para Queima de Carvão
Mineral 8.000.000 8.000.000
Proteção Ambiental 8.000.000 6.400.000

TOTAL . 16.000.000 14.400.000 223.766,8 201.390,2

FONTE: CNA.
*
Considerando um consumo anual de 71.503 t de oleo combustivel.

A taxa de retorno, se realizado o investimento, é dada


pela fórmula:

1 - (1 + t) " - 1
-t
INPES, XXVII/85
35

onde:
1 é o investimento previsto;

R &..areceita líquida proveniente da substituição;


t é a taxa de retorno; e

n é avida útil das caldeiras.

Considerando o investimento de Cr$ 16 x 10 9 , uma vida


útil das caldeiras de 10 anos e a reóeita líquida de Cr$
3.686.846.480,00, resultante da seguinte operação:

preço médio do OC em 1983 = Cr$ 90.131,7/t

consumo médio de OC = 71.503 t

+ custo médio anuál do OC - BPF = Cr$ 6.444.686.945,00

preço médio do CM em 1983 = Cr$ 18.954,23/t

consumo anual previsto de CM = 145.500 t

- custo médio anual do CM = Cr$ 2.757.840.465,00

economia líquida = Cr$ 3.686.846.480,00

temos u"'a taxa de retorno de 19% a.a. Cabe esclarecer que ocusto
de operação e manutenção de caldeiras a carvão mineral é mais al-
to do que-o custo de caldeiras a óleo combustível, não tendo sido
considerado no cálculo acima. O importante a ressaltar aquié.lque
o aspecto estritamente econômico não impede que se efetue o inves
timento e sim o aspecto da proteção ambiental. A CNA está locali-
zada em Arraial do Cabo (Cabo Frio) , que é uma região tipicamente
turística e também produtora dè sal.

A FEEMA, em resposta a uma consulta, informal realizada


pela CNA para obter sua anuéncia ao projeto de substituição, argu
mentou que, além da cidade se tratar de uma área turística, den-
tre os aspectos que inibem a substituição do óleo combustível con
sumido nas caldeiras por carvão mineral existem os seguintes pro-
blemas:

INPES, XXVII/85
I1

- liberação de 141 toneladas de cinzas por dia e de


50.904 toneladas em termos anuais;

- ventos fortes constantes, o que exigiria a umidifica-


ção destas cinzas;

- ausência de áreas disponíveis para depositar as cm-


zas; e
- estudo do transporte do carvão do Porto do Forno à fa
brica, pois este fluxo seria realizado pelo centro da cidade de
Arraial do Cabo.

7.4.2 - Gás natural

Com as descobertas de petróleo na plataforma continen-


tal do norte do Estado do Rio de Janeiro e o posterior desenvolvi,
mento comercial da chamada Bacia de Campos, foi possível à PETRO-
BRÂS construir um gasoduto até a cidade do RIo de Janeiro, com a
finalidade de abastecer as unidades industriais ai loáalizadas,co
mo também suprir em parte a Companhia Estadual de Gás (CEG).

Dentro deste contexto, a CNA e a Refinaria Nacional de


Sal e Salinas Perynas elaboraram um documento dirigido ao CNP ëm
novembro de 1981, nostrando interesse no gás natural da Bacia de
Campos como alternativa ao óleo combustível que consumiam. Em se-
tembro de 1982, a Divisão de Comercialização de Energias Alterna-
tivas do Departamento Comercial da PETROBRÂS informou a respeito
da disponibilidade de gás natural de Campós, em quantidade da or-
dem de 400.000 m 3 /dia para um período estimado em 10 anos e apre-
sentando as seguintes características, de acordo com a PETROBRÂS:

- poder calorífico inferior - 10.004 Kcal/m 3


- composição:
CH 4 - 79%

C 2 H 6 - 11,48%

C 3 H 8 - 5,48%

C nHm - 5,04%

XNPES, xXVII/85
37

A CNA, no levantamento dos custos para verificar a via-


bilidade do projeto, considerou os seguintes itens:

- estudo do projeto de detalhamento;

- implantação de um gasoduto de 50 km de extensão;

- adaptações das instalações da fábrica para consumir


gás natural, que incluem os seguintes subitens:
11 .

- tubulação para rede de distribuição às inidades con


sumidoras;

- queimadores de alta pressão para caldeiras existen-


tes;

- queimadores para fornos existentes;

- equipamentos complementares para controle e reser-


va;
- instalação da rede de distribuição;

- instalação dos queimadores; e

- instalação dos equipamentos complementares.

Uma vez que o gás natural apresenta características que


possibilitam a substituição de 100% do óleo combustível consi.imido
atualmente e utilizando o princípio da equivalência calórica,a de
manda de gás natural seria aquela apresentada na Tabela 26, a se-
guir.

TABELA 26
DEMANDA DE GÂS NATURAL PARA SUBSTITUIR
100% DO ÓLEO COMBUSTÍV'EL CONSUMIDO NA CNA

ÓLEO COMBUSTÏVEL GCAL* DEMANDA


ANO ANUAL DE GÂS
BPF BTE NATURAL**
TOTAL
(t) (t) (Em m 3
)

1983 71.393 24.541 1.000.078 101.530.762

*
Poder calorifico do OC BPF = 10,33 Gcal/t; poder calorifico
do OC BTE = 10,7 Gcal/t (BEN - 1983).
**
Poder calorifico do gas natural = 9.850 Kcal/m 3 (BEN - 1983).

INPES, xXVII/85
Sendo os preços dos combustíveis utilizados e,conseq1en
temente, as despesas com energia aqueles apresentados na Tabela
27, a seguir, é possível estimar a taxa de retorno para tal inves
tirnento, orçado atualmente em Cr$ 4.554,61 x 106 (preços de janei
ro de 1984);

TABELA 27

GASTOS COM ENERGIA E ECONOMIA DA SUBSTITUIÇÃO DE ÓLEO


COMBUSTÍVEL POR GÁS NATURAL

QUANTIDADE DESPESA ANUAL


PREÇO (Cr$/t)
ENERGÉTICO CONSUMIDA COM ENERGIA
(janeiro de
(1983) (em Cr$ de
1984) janeiro de 1984)

BPF 71.393 t 192.900 13.771.709.700


BTE 24.541 t 258.700 6.348.756.700
Total 95.934 t - 20.120.466.400
Gás natural 101.530.762 xn 3 183,68/m 3 18.649.170.364

ECONOMIA LÍQUIDA - - 1.471.296.036

Considerando uma vida útil das caldeiras e dos fornos


de cal de 10 anos, a fórmula acima nos dá a taxa de retorno, que
é de 30,1%.

Posto que o investimento para a substituição do óleo


combustível por gás natural é menor que o investimento que visa o
uso do carvão mineral e que a qualidade ambiental com a queima do
gás natural em vez do óleo combustível melhora, aCNA encontra-se
em estado avançado de entendimentos com a PETROBRÁS, que se com-
prometeu, •no início de 1985, a fornecer o gás natural necessário
ao processo produtivo.

Quanto ao projeto Alcanorte, as informações disponíveis


sugerem que a substituição do óleo combustível será, também, por
gás natural. De acordo com a notícia publicada na Revista ABG (ia

INPES, XXVII/85
OM

neiro de 1984), a PETROBRÂS estava iniciando, •no começo de 1984,


"a construção do Nordestão, um gasoduto de 410 qui1metros". O ga
soduto vai partir do Municrpio de Guamará, a 166 km de Natal, in-
do at Cabo, em Pernambuco. As reservas provadas de gás da Bacia
Potiguar estão em 5 bilh6es e 770 milh6es de metros cúbicos, que
correspondem quase totalmente a reservas de gás associado.

As estimativas iniciais da demanda de gás natural por


3
parte da Alcanorte totalizam aproximadamente 240.000 m /dia ou
87.600.000 m 3 /ano, na primeira fase, ou seja, com uma capacidade
nominal de produção de 200.000 toneladas por ano. 15 Este consumo
menor em 13.930 m 3 de gás/ano em relação ao da CNA, uma vez que,
definido a priori o combustve1 utilizado e tendo em vista a oti-
mização a nivel de projeto inicial, & possivel obter melhores efi
ciências no processo produtivo. 16

8 - CONSIDERAÇÕES FINAIS

A indústria da barrilha experimentou nos anos de 1979 e


1980 um significativo aumento de produtividade, fruto principal-
mente das obras de ampliação e modernização da capacidade instala
da, que, no entanto, não permitiram minimizar a defasagemexisten
te entre o custo de produção de uma tonelada, de barrilha nacional
e o preço pago pela mesma via importação, o que significa que o
preço FOB da barrilha importada, em fins de 1983, á aproximadamen
te a metade do preço da barrilha produzida internamente.

Isto posto, e tendo em vista o projeto em implantação


da Alcánorte, que á tipicamente substituidor de importaçes, cabe
avaliar, numa segunda etapa, a defasagem máxima tôlerável entre os
custos internos e os preços externos da barrilha, uma vez que o
projeto acima utilizará a mesma tecnologia já dominada pela CNA.

15Ver Velioso (1982).

16 Cabe lembrar tambám que a CNA iniciou sua operação em 1960.

INPES, XXVII/65
40

Na an1ise da estrutura de custos da barrilha nacional,


destaca-se a alta participação do óleo combustvel, alcançando,
no ano de 1983, o percentual de 25%. Os energóticos que aprésen-
tam possibilidades para sua substituição so o carvão mineral e o
gs natural. Pelos estudos efetuados ató o presente momento, a
preferência recai sobre o gs natural,pois este, alm de ser dis
ponTvel nas proximidades das plantas industriais, não oferece pro
blemas de poluição ainbiental, e é mais viável economicamente.

INPES, XXVII/85
41

ANEXO 1

EVOLUÇÃO CONPARATIVA DE PREÇOS DO••LE•O COMBUSTÍVEL

E DO SAL COM O IGP

Cr$/t ÍNDICE Cr$/t ÍNDICE ÍNDICE


ANOS DE OC DE OC DE SAL DE SAL IGP

1974 241,93 32,2 156,99 32,7 38,5

1975 302,96 40,3 244,27 50,9 49,0

1976 505,08 67,2 317,19 66,1 70,2

1977 751,43 100,0 480,07 100,0 100,0

1978 1.023,20 136,2 582,99 121,4 137,6

1979 1.852,15 246,5 938,64 195,5 213,5

1980 5.859,76 779,8 1.690,48 352,1 427,5

1981 18.049,10 2.401,9 5.176,88 1.078,3 897,3

1982 31.990,94 4.257,3 7.471,50 1.5563 1.753,7

1983 82.933,24 11.036,7 13.482,00 2.808,3 4.380,5

FONTE: CNA para os dados brutos. Índice IGP: Conluntura Econ-


mica, vrios números.

INPES, XXVII/85
42

ANEXO II

REAÇÕES QUÍMICAS ENVOLVIDAS NO PROCESSO SOLVAY DE

PRODUÇÃO DE BARRILHA E SUA SEQÜ2NCIA 17

Preparação e Purificação da Salmoura

O sal dissolvido d. origem à salmoura bruta, que neces-


sita ser tratada para eliminar os sais de clèio e màgnsio, sen-
do então chamada, quando isenta de impurezas, de salmoura trata-
da.

Geralmente, usa-se o processo soda-cal (Na 2CO 3 e Ca


(OH) 2 ):

MgC2 2 +Ca(OH) 2 -+ CaC9 2 + Mg(OH) 2

(mgSO 4 ) (CaSO 4 )

CaC2, 2 + NA 2 CO 3 CaCO 3 + 2 NaC2,

(CaSO 4 ) (Na 2 SO 4 )

Amoniacaço da Salmoura

A salmoura tratada é bombeada para a coluna de absorção,


onde NH 3 e CO 2 provenientes da filtração, carbonataço e destila-
ço. Ap6s absorção do NH 3 , ela passa a denominar-se salmoura amo
niacal.

Reaçaes:

NH 3 + H 0 -- NH 4 OH
2

17 Ver CNA (1984)

INPES, XXVII/85
43

- Formação de (NH 4 ) 2 CO 3 com uma parte do NH 4 OH:

2NH 4OH + CO 2 (NH 4 ) . CO 3 + H 20

Estas reaç6es são exotérmicas, havendo necessidade de


refrigeração.

c) Carbonatação da Salmoura Amoniacal

A salmoura amoniacal, levemente carbonatada, é refrige-


rada e enviada às torres de carbonátação, recebendo o CO 2 .

Resultam as reaç6es:

2NH 4OH + CO2 -* (NH4) 2 CO 3 + H 20

(NH 4 ) 2 CO 3 + CO 2 + HO -' 2NH 4 HCO 3

2NH 4 HCO 3 + 2NaC2 -+ 2NaHCO 3 + 2NH 4 C2.

O gs carbônico (Co 2 ) vem dos fornos de cal e calcina-


ção do bicarbonato. Por ser soliivel neste liquido, o bicarbonato
precipita-se sob a forma de cristais. A quantidade de NaRC0 3 ob-
tida na pratica contém 70 e 75% do Na introduzido com NaCP..

A absorção de CO 2 e a formação do NaI-1CO 3 são processos


exotérmicos e exigem re-frige ração das colunas.

• Os cristais de NaRC0 3 , em suspensão, extraídos das colu


• nas, são separados e•lavados em filtros rotátivos a vcuo.

a) Calcinação do Bicarbonato de Sódio

O bicarbonato de sódio úmido é transportado par.a a cal-


cinação, ocorrendo a seguinte reação:

INPES, XXVII/85
44

2NaHCO 3 Na 2CQ 3 + H 20 + CO 2

Este CO 2 , misturado com pequena quantidade de amoníaco,


que acompanha a torta de bicarbonato de sódio, sendo liberado na
calcinação, esfriado, purificado, misturado com gs do forno e
comprimidõ, constituindo o gs rico,injetado na base da:: coluna
de carbonatação.

Densificação

Ë feita pela adição de gua à soda leve, proveniente da


calcinação, para formar o Na 2 CO 3 . H 2 0, com aglomeração das partí
culas finas e dobrando a densidade aparente da soda leve de 0,5
para 1 na densa.

A soda densa é peneirada, separando-se os tipos de soda


densa vidreira e metalúrgica, de acordo com a granulometria.

A densa vidreira é muito usada na indústria de vidros pa


ra diminuir a quantidade.de poeira arrastada pelos gases de com-
bustão, reduzindo o ataque do circuito dos gases pela barrilha.

Recuperação do Amoníaco

A água-mãe do filtro, rica em sais de amônio, como


NH 4 C9, NH 4HCO 3 e (NH 4 ) 2CO 3 , ó enviada ao destilador. Na sua par-
te superior efetua-se, por meio devapor, a separação do amoníaco
livre e, na parte inferior, no destilador propriamente dito, o li
cor é misturado com leite de cal, para liberar o NH 3 fixo do
NH 4 C,.

Os gases que saem no topo da destilação são resfriados -


e enviados à base do absorvedor. -

ReaçEes:

NH 4 HCO 3 NH 3 + CO 2 + H 20

INPES, XXVII/85
45

(NH 4 ) 2CO 3 —+ 2NH 3 + CO 2 + HO

2NH 4C.2, + Ca(OH)2 -* 2NH 3 + CaC2, 2 + 2H 20

O residuo que sai na base contam cloreto de sadio, que


não reagiu na carbonatação, e cloreto de c.lcio como principais
N. componentes e, em geral, é jogado fora.

No fluxograma simplificado do processo Solvay a seguir,


possve1 detectar as principais etapas da produção.

FABRICAÇÃO DA BARRIL NA — FLUXOGRAMA


PROCESSO SOLVAY

Tratamento do Forno de
Salmoura mon(aco Cal
A'gua

1
o, Sloker
o
E c Ci

E o, o E o,

4
-e
O O >
E
- -
o'-
O O
E
() ()
E

Reci rculaçao CO2

arbonato
-
Recuperoao
Filtrapo
Bruto de Amônia

Peneiras
J JDensificapao J Secagem

Barrilha Leve

INPES, xxviI/85
46

BIBLIOGRAFIA

ASSOCIAÇAO BRASILEIRA DE GÂS. Chega a hora do Nordesto. Revista


ABG, 1 (3), jan. 1984.

BARRILHA x Soda Caustica, 1980/1981. (Traduzido por Allied Chemi


cal do Brasil Comércio e Indüstria Ltda., So Paulo, fev. 198]).

CECCHI, José Cesario. Energia na indtistria do vidro. Texto para


Discussão do Grupo de Energia, 20. Rio de Janeiro, IPEA/
INPES, mar. 1984

COMPANHIA NACIONAL DE ÂLCALIS. Rêlatôrio anual. 1983.

Descriçcdo processo produtivo. 1984

IPEA/IPLTN. SIS - Industria da barrilha. Brasilia, 1981.

MALARM, L. L'industrie du carbonate de saude en Europe. Bruxe-


las, Solvay S.A., set/out 1979.

PASSOS, Maria de Ftima Salies 1breu. Demanda de energia pela in


diistria de papel ee•lu•1•se. Texto para Discussão do Grupo de
Energia. Rio de Janeiro, IPEA/INPES, 1984.

SANTOS, Amadeu Paiva. Trona - Subsidlos para estudo de seleção


de áreas. CPRM, maio 1982.

VELLOSO, Raul. No a sobre ojrojeto A•ianOte. 1982.

INPES, XXVII/85
TEXTOS PARA DISCUSSAO DO GRUPO DE ENERGIA (TDE)

NO 1 - "Uma Ava1iaço dos Impactos Ambientais e Socio-Econrnicos


Locais Decorrentes da Industria1izaço do Xisto", Srgio
Margul is e Ricardo Paes de Barros, Dezembro 1981, 30p.

NO II - "Recursos Nacionais dê Xistos OleTgenos: Um Levantamento


com Vist-as ao Planejamento Estratégico do- Setor", Lauro
- Ramos e Ricardo Paes de Barros, Dezembro 1981,76

NO III- "Agricultura e Produço de Energia: Ava1iaço do Custo da


Matria-Prirna para Produção de Álcool", Equipe IPEA/IPT
- Janeiro 1982, 64 p.

NO IV - "Um Modelo de Crescimento para a Indistria do Xisto", Ri-


cardo Paes de Barros e Lauro R.A. Ramos, Fev. 1982, 57 p.

NO V - "Um Modelo de Planejamento de Oferta de Energia Eitrica",


Octavio A.F. Tourinho, Março 1982, 12 p.

NO VI - "A Economia do Carvo Mineral", Eduardo M. Modiano e Oct


vio A.F. Tourinho, Março 1982, 12 p.

NO VII- "Um Modelo Economtrico para a Demanda de Gasolina pelos


Automóveis de Passeio", Ricardo Paes de Barros e Silverio
Soar.es Ferreira, Maio 1982, 135 p.

N9VIII- A Critical Look at the Theories of Household Demand for


Eiergy" , Ai i Shamsavari , Junho 1982, 32 p.

NO IX - Ani1ise do Consumo Energético no Setor Industrial da Re-


giao Central do Pais", Flvio Freitas Faria e Luiz Carlos
Guimares Costa, Junho 1982, 30 p.

NO X - "Vinhoto: Po1uiço Hidrica, Perspectivas de Aproveitamen-


to e Interação com o Modelo Matemtico de Biomassa", Ser-
gio Margulis, Julho 1982, 108 p.

NO XI - "Um Modelo de An1ise da Produção de Energia pela Agricul


tura.", Fernando Curi Peres, José R. Mendõnça de Barros
Leo da Rocha Ferreira e Luiz Moricochi, Agosto 1982, 24p.
À

N9 XII- "Xistos Oleigenos: Natureza, Formas de Aproveitamento e


- Principais Produtos", Lauro R.ARamos e Ricardo Paes de
Barros, Fevereiro 1983, 55p.

N9XIII- "Consumo de Energia para Cocço: Anlise das Informaç6es


DisponTveis", Ricardo Paes de Barros e Luis Carlos P. J.
Boluda, Março 1983, 113 p.
N9 XIV- "Consumo de Energia no Meio Rural", Milton da Mata, Março
1983, 4lp.

N9 XV - "Usina Industrial de Xisto", Laura R.A. Ramos e Ricardo


Paes de Barros, Abril 1983, 87 p.

N9 XVI- "Cenários de. Demanda de Derivados de Petr1eo", Lauro R.A.


Ramos, Dezembro 1983, 88p.

N9XVII- "Sobre a Diese1izaço daFrota Brasileira de Caminhes


Armando M. Castelar Pinheiro, Dezembro 1983, 27p.

NPXVIII-"Irnpactos Arnbientais Decorrentes da Produção do Carvão Mi


neral: Uma Abordagem Quantificada", Sergio Margulis, De -
zembro 1983, 114 p.

N9 XIX- "Urna Análise dos Processos de Conservação de Energia e


Substituição do Oleo CombustTve1 na lndustria do Cimenjt.o",
Armando M. Castelar Pinheiro, Março 1984, 102p.

N9 XX - "Energia na Indistria de Vidro", Jos Cesrio Cecchi, Mar


ço 1984, 92 p.

N9 -XXI- "Anlise da Demanda por Insumos das Empresas Profissionais


de Transporte Rodovirio •de Cargas", Antonio Edmundo de Re
zende, Setémbro 1984, il9p.

N9 XXII-"Tecnologia, Custos, Capacidade de Carga e Consumo Energti


'co de VeTculos no Transporte Rodovirio de Bens", Newtoln de
Castro, Novembro 1984, 40 p.

NQXXIII-"Impactos Ambientais Decorrentes do Consumo de Carvão Mine-


ral", Sérgio Margulis, Dezembro 1984, 63 p.

N9 XXIV-."Energia na Indistria Cerãmica", Luciane Pierri de Mendonça


JaFieiro 1985, 109 p.

N9 XXV - "Energia na Indi3stria de Papel e Celulose", Maria de Fti-


ma Sailes .Abreu Passos,Janejro 1985, ilo p. -

N9 XXVI- "Modelo do Setor Petr1eo CMOSPET): Oferta .e Demanda de De


rivados e Balanço de Divisas", Lauro R.A. Ramos, Fevereir
1985, 65 p.

O INPES edita ainda as seguintes publicaçes: Pesquisa e


Planejamento Económico (quadrimestral), desde 1971; Literatura Eco
nomica(birnestral), desde 1977; Brazilian Economic Studies (semes-
tral), desde 1975; Co1eço Re1atrio de Pesquisa; Srie de Textos
para Discussão Interna (TDI); Srie Monográfica; e Série PNPE.

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