Bombas e Compressores

Tubulação

1. Introdução

O dimensionamento de tubulações para bombeamento de água é feito segundo

alguns critérios e teorias que veremos a seguir. Devemos considerar que uma
tubulação de maior diâmetro tem um custo de aquisição maior do que uma de menor
diâmetro. Portanto, por esse critério escolhemos a tubulação com menor diâmetro,
entretanto, um menor diâmetro implica que a velocidade de escoamento é mais
elevada, acarretando maiores perdas de carga. Veja que maior perda de carga vai
resultar em uma maior altura manométrica com o conseqüente aumento da potencia
do motor que aciona esta bomba. O fato acima descrito ocorre porque uma das
funções do projetista é a escolha da tubulação tecnicamente correta, porém
economicamente viável.

Chegamos a um dilema que deve ser equalizado:

MAIOR MAIOR MENOR

DIÂMETRO CUSTO INICIAL CUSTO DE MANUTENÇÃO

MENOR MENOR MAIOR

DIÂMETRO CUSTO INICIAL CUSTO DE MANUTENÇÂO

A variável que representa o ponto de equilíbrio para o dilema proposto é a

velocidade de escoamento. Nesse caso, chegamos ao conceito de velocidade
econômica, e conseqüentemente, ao de diâmetro econômico.

Observe que : C t = C i + Cm (1)

Onde Ct - representa o custo total para aquisição e manutenção da instalação

durante sua vida útil.

Ci - representa o custo inicial, ou custo de aquisição da instalação

1
 Cm – representa o custo de manutenção e de operação da instalação

C CT

CI

COp
DEc D

Veja que ao fazermos o gráfico Diâm x Custo, observamos que a linha inclinada
positivamente, indica o custo inicial e a linha inclinada negativamente indica o custo de
manutenção e operação. Assim, a curva superior indica o custo total. Veja que a curva
do custo total obedece a equação 1. Também está indicado no gráfico o valor para o
diâmetro econômico, que agora podemos conceituar:

Diâmetro econômico é o valor do diâmetro que compatibiliza o custo inicial com

o custo operacional, isto é, é o menor diâmetro que atende tecnicamente a maior
velocidade de escoamento ( menor custo operacional ) e ao mesmo tempo é o maior
diâmetro que atende tecnicamente a menor velocidade de escoamento ( menor custo
inicial ). Do diâmetro econômico derivamos o conceito de velocidade econômica.

Velocidade econômica é aquela que compatibiliza o custo inicial com o custo

operacional no ponto mais baixo da curva de custo total.

2. Determinação da velocidade de escoamento

Estando de posse da vazão que foi dada ( forma direta ), ou obtido por algum
processo ( forma indireta ), temos então que encontrar a velocidade de escoamento. O

2
 principal critério que nos norteia em busca da velocidade econômica é a aplicação a
que se destina a instalação. Em instalações de conforto, devemos ter em mente que
elevada velocidade produz um ruído inaceitável, tendo inclusive, limitação em seu nível
imposta pela legislação e que é recomendada pela ABNT. Já em instalações industriais a
ABNT permite que se tenha um nível de ruído maior, e isto vai implicar diretamente
nos valores recomendados abaixo:

2.1 vsucção ≤ 1,5 m/s ( Máximo 2,0 m/s )

2.2 vrecalque ≤ 2,5 m/s ( Máximo 3,0 m/ )

Observe que no momento em que a ABNT diferencia os valores da velocidade de

sucção e recalque está quase implícito que os valores dos diâmetros de sucção e
recalque devem ser diferentes. E mais, como a sugestão é de que a velocidade de
sucção seja menor que a velocidade de descarga, naturalmente percebe-se que o
diâmetro de sucção deverá ser maior do que o de descarga ou de recalque. Esta
constatação é verificada quando observamos que a vazão transportada é constante e
aplicamos a equação da continuidade. Esse fato também contribui para diminuir a
perda de carga na sucção.

3. Determinação da vazão a ser transportada

A determinação da vazão a ser transportada é feita de duas formas:

 De forma direta

Nesse caso a vazão deve um dado e não uma variável a ser determinada. Por
exemplo, ao se determinar o diâmetro da tubulação que atende a uma caldeira,
verifica-se a capacidade de vapor da caldeira e com isso já temos qual a vazão de água
necessária a alimentar a caldeira. Essa vazão será utilizada para o cálculo do diâmetro.
Do mesmo modo ocorre com uma torre de condensação e resfriamento, verifica-se a
vazão de água necessária ao bom desempenho térmico da torre e esta vazão será
usada para o cálculo do diâmetro da tubulação que atende a essa torre.

 De forma indireta

Nesse caso a vazão deve ser trabalhada para ser obtida. Geralmente há
necessidade do uso de tabelas fornecidas ou pela ABNT ou de algum outro órgão.

4. Determinação do diâmetro

3
 O diâmetro de uma tubulação que será utilizada para transportar água poderá ser
determinado com o uso de ábaco ou construído com base na equação da continuidade
ou com uso direto da própria equação da continuidade ou com equações derivadas.

Observe que, de Q = A x v temos : d = , pois e r =

Podemos escrever ainda, d = K onde K é um fator que varia conforme a

velocidade varia, pois K = . Veja que o valor de K varia inversamente com a raiz

da velocidade. Portanto, se a velocidade aumenta o valor do K diminui e vice versa.

Observe que essa relação não é linear.

4.1 Formula da continuidade ou da equação de Castelli

O uso da equação da continuidade, Q = A x v , nos conduz a d = ea

determinação do diâmetro do tubulação passaria a ser função de considerações que

devem ser feitas sobre a velocidade e a vazão.

4.2 Formula de Bresse

Também partindo da equação da continuidade chegamos a: d = K onde como

já visto o fator K varia conforme varia a velocidade. Como a velocidade é uma variável
que vai influenciar o custo, podemos dizer também que K é fator que leva em conta os
custos de investimento inicial e de manutenção. Adotando convenientes valores dentro
das normas da ABNT, podemos considerar 0,2 ≤ K ≤ 1,3. Usualmente adotamos K = 1 ,

temos: d = , que é uma equação bastante prática para o cálculo do diâmetro

de uma tubulação. Devemos observar apenas que nesta equação o diâmetro será dado
em metros quando a vazão for dada em m3/s.

4.3 Formula da ABNT

A formula da ABNT leva em conta a jornada de trabalho , assim o cálculo do diâmetro

deve ser feito por :

4
 d = 0,576 x T1/2 x

Onde D é dado em metros

T é a jornada de trabalho dado em horas

Q é vazão de água em m3/s

0,576 é um fator para corrigir unidades

Obs: É comum e bastante utilizado na determinação de diâmetro de tubulações o uso

de ábacos. Esses ábacos nada mais são que curvas construídas a partir da equação da
continuidade e traçadas em um diagrama cartesiano com os eixos coordenados sendo
o diâmetro e a vazão. Existem vários tipos. Os fabricantes de tubos industriais têm o
maior interesse na divulgação de seus ábacos, pois eles esperam que os projetistas que
o utilize também indiquem sua marca. Mesmo sabendo do apelo comercial que está
por trás dessa atitude, os ábacos são de grande utilidade e bastantes práticos. Os
fabricantes o constroem com grande espero técnico, pois também sua marca está
sendo posta a prova.