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ANÁLISE DE PERIGOS E PONTOS CRÍTICOS DE CONTROLE NA

INDÚSTRIA DE COMBUSTÍVEIS - UMA ESTRATÉGIA DE COMBATES A


ACIDENTES EM PLATAFORMA DE CARREGAMENTO.

Fabio Alberto Chung Campos Pestana1


Matheus Pacheco Teodoro1
André Augusto Gutierrez Beati2
Universidade São Francisco
fabiochung@hotmail.com
matheuspteodoro@outlook.com
1
Alunos do Curso de Engenharia Química, Universidade São Francisco; Campus
Campinas (Unidade Swift)
2
Professor Orientador André Augusto Gutierrez Beati, Curso de Engenharia
Química, Universidade São Francisco; Campus Campinas (Unidade Swift).

Resumo.

Devido a crescente utilização do modal rodoviário para transporte de insumos e


produtos em geral e impulsionado pelas ampliações no segmento rodoviário exercidas pelo
governo, bem como o incentivo fiscal para o setor automobilístico, houve aumento na venda
de veículos de pequeno, médio e grande porte. Os terminais de distribuição de combustíveis
vêm apresentando aumento no processo de carregamento de auto tanques para suprimento
desta cadeia. Com isso os terminais distribuidores são desafiados a modernizar e/ou ampliar
suas estruturas para atender esta demanda, elevando sua eficiência operacional sem
descumprir normas e itens de segurança. Para isso, a busca no mercado por maiores volumes
de produtos combustíveis e inflamáveis tem sido cada vez mais frequentes, tanto através das
refinarias quanto das importações. Devido os procedimentos de carregamento possuírem
etapas executadas por seres humanos – geralmente motoristas ou operadores, os riscos se
tornam iminentes, acarretando em falhas humana, quebra de procedimentos e contaminação
ao meio ambiente, colocando em xeque a segurança e a saúde dos mesmos, além das perdas
financeiras geradas a empresa. Mediante isso, o experimento auxiliado pela técnica de análise
de perigos e pontos críticos de controle (APPCC), visa aprimorar um dos equipamentos
existentes nos terminais distribuidores de combustíveis, localizado na plataforma de
carregamento, em específico no braço de carregamento, este equipamento é a junta giratória.
Através da inserção de um sistema composto por molas de bronze e esferas de aço inox,
garantiu-se a continuidade elétrica, eliminando o risco de acidentes em zona explosiva e
reduzindo o custo de manutenção.

Palavras-chave: Terminais de distribuição, combustíveis e inflamáveis, junta


giratória, continuidade elétrica, APPCC, custo de manutenção.

Introdução

O homem desde seus primórdios sempre buscou a descoberta de novas tecnologias,


vislumbrando melhores condições de vida, maior eficiência, redução de custos e impactos ao
meio ambiente, entre vários outros motivos. Durante muito tempo a madeira foi uma das
fontes de energia mais utilizadas na antiguidade, porém após a revolução industrial houve uma
ascensão na busca por novas fontes de energia (SOUSA, 2018).

1
O carvão mineral foi um dos primeiros combustíveis necessários no funcionamento
dos motores a vapor, com o passar dos anos, os veículos foram se popularizando e a busca por
combustíveis com alto desempenho nos fez chegar aos combustíveis fosseis (que tem origem
de animais, vegetais e microrganismos), que se tornou uma importante e indispensável fonte
de energia. Porém a mesma não é renovável e de baixa velocidade de formação, além de
liberar muito dióxido de carbono (CO2) na atmosfera, promovendo o aumento da poluição
atmosférica. Com mais estudos na área foram descobertos combustíveis renováveis como o
etanol e o biodiesel, que são biodegradáveis e sustentáveis (GOLDENSTEIN & AZEVEDO,
2006)
Atualmente o Brasil é um grande consumidor de combustíveis no mundo, o setor de
Petróleo e Gás representa em torno de 13% do PIB, e movimenta 2,1 milhões de barris de
petróleo por dia, com a expectativa de duplicar este valor até 2025 (Ernst & Young, 2011). E,
segundo dados divulgados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis
(ANP 2018), o consumo de 2016 para 2017 aumentou em 0,44% no Brasil. Foram
comercializados 136,025 bilhões de litros de combustíveis em 2017. E com a diminuição da
crise pouco a pouco esse numero tende a aumentar.
O combustível é um produto que traz muitos riscos a quem trabalha com ele, por ser
um líquido inflamável e quimicamente prejudicial à saúde, é necessário uma grande atenção
à segurança dos trabalhadores. Qualquer fonte de eletricidade ou ignição em um ambiente
com a presença deste líquido pode gerar um grande acidente lesionando ou até matando
pessoas, bem como destruindo o ambiente próximo ao local do acidente.
No Brasil há grandes distribuidoras de combustíveis como a Raízen, BR, Ipiranga,
entre outras, nestas indústrias há uma elevada movimentação de produtos, através de
tubulações, plataformas de carregamento e descarga de caminhões tanques, sendo as
plataformas o cenário de maior risco, devido a intensa movimentação de veículos, produtos e
emaranhados de equipamentos que contribuem para execução do processo.
As tecnologias usadas nestes locais ainda apresentam resquícios de décadas anteriores,
contudo vem sendo atualizadas para que haja um ambiente seguro, com menor gasto de
manutenções e aperfeiçoamento do processo tanto no âmbito de continuidade operacional,
quanto de eficiência e controle de tempo da operação. Em conjunto há manuais,
procedimentos e algumas ferramentas aplicados na operacionalização da indústria que
objetivam assegurar a qualidade, segurança e minimizar mazelas que possam colocar em risco
a operação, a vida das pessoas naquele ambiente e o próprio meio ambiente.
Mediante isso é necessário conhecimento sobre os líquidos inflamáveis e
combustíveis, normas e equipamentos utilizados neste ambiente.

Características dos fluídos

De acordo com Bizzo (2003) e Gonçalves (2010) as principais propriedades dos


combustíveis líquidos podem ser vistas na tabela 1 apresentada, como:
TABELA 1 – Principais propriedades dos combustíveis líquidos.
Propriedade Conceito
Propriedade física de um líquido que expressa sua força de resistência ao
Viscosidade escoamento, quanto maior a viscosidade de um composto, maior sua dificuldade
em escoar.
Temperatura mínima para que um combustível inflame e se mantenha,
Ponto de ignição apenas com o comburente, portanto sem a necessidade de uma fonte de ignição
(chama ou faísca).
Quantidade de calor que um composto precisa absorver ou dissipar durante sua
Calor Latente
mudança de fase.

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Volatilidade Facilidade de um composto em passar para o estado gasoso.
Propriedade Conceito
Temperatura para que o combustível em contato com uma fonte de ignição cause
Ponto de Fulgor
uma combustão temporária.
Ponto de Fluidez Temperatura mínima para que um combustível líquido possa fluir.
Massa especifica Relação entre massa e volume da substância.
Octanagem Capacidade da gasolina resistir a compressão sem que entre em autoignição.
Teste estabelecido pela ANP, que analisa a resistência de uma amostra de gasolina
Período de indução
à indução de oxigênio.
É praticamente a octanagem para motores a diesel, sendo assim é a capacidade de
Centenagem
um óleo diesel de resistir à compressão sem que exploda.

Fonte: BIZZO (2003) e GONÇALVES (2010)

Dessas propriedades, a viscosidade e a massa especifica, são propriedades


indispensáveis para se entender melhor o tipo de escoamento, que interfere na geração de
energia estática em uma tubulação. Deste modo as características e propriedades da mecânica
dos fluidos evidencia este acontecimento.
Como explicado por Munson, Young e Okiishi (2004), fluído é uma substância “mole”
e deformável, diferente de um sólido que é uma estrutura rígida e com maior dificuldade de
deformar.
Normalmente tubulações possuem seção transversal circular e são projetados para
aguentar diferenças de pressões significativas sem se deformar. Existem três tipos de
escoamento que um fluído pode ter em uma tubulação, laminar - onde a movimentação do
fluído é linear e sem muita agitação, transitório e turbulento - quando a movimentação do
fluído é irregular. A propriedade mais importante em escoamentos em tubulações é o número
de Reynolds, que pode ser expressa pela equação 1:
$%&
𝑅𝑒 = ' (Equação 1)

Sendo ρ a massa específica do fluído, V a velocidade do fluído, D o diâmetro da


tubulação e µ viscosidade dinâmica fluido.
Para valores de Reynolds menores que 2000 o escoamento é laminar, para valores entre
2100 e 4000, o escoamento é transitório e para valores maiores que 4000 o escoamento é
turbulento (MUNSON, YOUNG & OKIISHI, 2004).
Os escoamentos turbulentos são muito complexos, portanto não existe ainda uma
teoria geral e exata que descreva esse escoamento por completo, as analises são baseadas em
formulações semi empíricas. Em escoamentos turbulentos os atritos entre o fluído e as
tubulações são maiores, portanto a chance de gerar cargas estáticas também serão maiores.

Influência da eletricidade estática no fluido

Para entendermos melhor sobre eletricidade, deve-se conhecer o conceito básico de


átomo. Esse é a unidade fundamental da matéria, é formada pelo núcleo - região pequena do
átomo onde se concentra toda massa, portanto uma região muito densa, e, a eletrosfera que é
a maior parte do volume do átomo. No núcleo encontram-se os prótons (partículas de cargas
positivas) e os nêutrons (partículas de cargas neutras), e, na eletrosfera estão os elétrons
(RUSSEL, 1994).
Uma propriedade importante dos átomos é sua eletronegatividade, que possui um papel
fundamental na formação de cargas. Para Duarte (2001):

3
Na natureza os átomos se unem e, em função da eletronegatividade que eles
apresentam, podem atrair os elétrons mais ou menos para si. Esta capacidade de
atrair mais ou menos para si os elétrons está correlacionada com o seu potencial de
ionização e com a afinidade eletrônica.

Por conta das propriedades dos átomos, os mesmos acabam perdendo elétrons para
outros, quando há contato entre elétrons, gerando assim uma diferença de carga. Esse processo
é chamado de eletrização, dividindo-se em três tipos conforme a tabela 2:

TABELA 2 – Tipos de eletrização


Tipos de eletrização Conceito

Quando um átomo eletrizado é colocado em contato com outro átomo neutro, os


Contato dois corpos vão trocar elétrons até se estabilizarem.

Quando duas substancias de materiais diferentes de cargas neutras se atritam,


uma delas cede elétrons, no caso o com menor eletronegatividade, e outra irá
Atrito receber elétrons, gerando assim cargas elétricas opostas.
Esse processo envolve apenas a aproximação de um corpo eletrizado, e um corpo
neutro, sem contato. O corpo eletrizado irá atrair as cargas contrárias do outro
Indução corpo para um lado só, separando as cargas do outro corpo.
Fonte: JEWETT & SERWAY (2011)

Esse processo de eletrização pode gerar cargas acumuladas em alguns equipamentos


ou objetos, cargas em equilíbrio que não se movem são chamadas de eletricidade estática.
(JEWETT & SERWAY, 2011).
Segundo Zurich (2012), o transporte de fluídos não condutores em tubulações isolantes
ou metálicas isoladas pode gerar eletricidade estática por contato e atrito, pois as substâncias
em movimento trocam elétrons com as paredes das tubulações consequentemente gerando um
acúmulo de carga.
Esse acontecimento é validado através da medição de resistência com auxilio do
multímetro, sendo a resistência uma propriedade depende da resistividade do material em
questão, ainda segundo Zurich (2012), “a resistividade das substâncias é um importante
indicador para a geração de eletricidade estática, líquidos com resistividade maior do que 10¹°
ohm.cm são particularmente suscetíveis a acúmulos de eletricidade estática”.
Através da equação 2 é possível identificar a capacidade que o material tem em resistir
a uma corrente elétrica. Essa característica é denominada como resistência.
$.,
R= - (Equação 2)
Onde, R é a resistência, l é seu comprimento, A é a área da seção transversal e ρ a
resistividade do material. Isolando o termo resistividade é possível obter a condutividade (σ),
que pode ser representado da seguinte forma:
, ,
σ = $ ou σ = 0.- (Equação 3 e 4)

Como pode-se ver na equação, quanto maior o valor da resistência elétrica, menor será
a condutividade do equipamento, portanto maior será o acumulo de cargas estáticas.
Por se tratarem de fluídos inflamáveis o risco é elevado, logo, se estas cargas não forem
dissipadas podem gerar grandes acidentes, devido esta energia se tornar uma fonte de ignição.
Portanto é de suma importância que hajam medidas paliativas ou a eliminação da
possibilidade de geração desta energia, o aterramento de equipamentos é uma dessas medidas,
segundo Capelli (2000, p.56), aterramento é uma forma de dissipação de energia, que consiste
em conectar um material condutor diretamente a terra, objetivando:

4
a) Proteger o usuário do equipamento das descargas atmosféricas, através da
viabilização de um caminho alternativo para a terra de descargas atmosféricas.
b) “Descarregar” cargas estáticas acumuladas nas carcaças de maquinas e
equipamentos para a terra.
c) Facilitar o funcionamento dos dispositivos de proteção (fusíveis, disjuntores,
etc.), através da corrente desviada para a terra.

Outra forma de controle da eletricidade estática é a limitação de velocidade do fluido


(vazão/fluxo). De acordo com ZURICH (2012), “medição de vazão é a medição de uma
substância em movimento. Resumidamente pode-se afirmar que a vazão é um determinado
volume que atravessa uma determinada sessão em um determinado espaço de tempo”, sendo:
2
𝑄 = 3 (Equação 5)

Onde Q é a vazão, V o volume e t espaço de tempo. A tabela 3 abaixo correlaciona


diâmetro das tubulações versus velocidade, versus vazão, deste modo é possível diagnosticar
se há possibilidade de acúmulo de cargas nas tubulações:
TABELA 3 - Fluxo de líquidos não polares em tubulações.
Fluxo de Líquidos não Polares em tubulações

Tubulação Φ (mm) ≤ 40 50 80 100 200 400 600

Velocidade (m/s) ≤ 7 6 3,6 3 1,8 1,3 1


Fluxo/Vazão (lpm) ≤ 600 800 1100 1600 3500 10000 17000
Fonte: ZURICH (2012)

Influência da temperatura no equipamento

Uma das razões da variação de temperatura encontrado no equipamento em estudo é o


constante atrito entre as esferas e o equipamento, por funcionar como um rolamento um dos
requerimentos é um baixo atrito para que se reduza esse aumento de temperatura. Conforme
a utilização da junta o produto lubrificante, no caso a graxa, vai se esgotando, assim
aumentando o atrito entre as esferas e a junta giratória.
Segundo o manual da NTN (2018), o coeficiente de atrito de rolamentos pode ser
calculado com a seguinte equação
4.5
µ = 6.7 (Equação 6)

Sendo o µ coeficiente de atrito, M momento de atrito, P carga e d diâmetro do furo do


rolamento.
O calor gerado por este atrito (Q) pode ser calculado segundo a equação retirada do
Manual Atrito e Aumento da Temperatura em Rolamentos da NTN. E esse valor depende da
rotação das esferas (n) e do momento de atrito (M), como pode ser visto na equação 7:
𝑄 = 0,0105𝑥10=> M . n (Equação 7)

O calor excessivo nos equipamentos semelhantes a rolamentos, pode ser gerado por
folga insuficiente, desalinhamento, falta ou excesso de lubrificante ou pelo calor gerado pelas
vedações. No caso do equipamento em estudo - junta giratória, é dado devido ao desgaste do
produto lubrificante.

5
Plataforma de carregamento

Nos terminais de distribuição existem diversos modelos de plataformas de


carregamento de auto tanques, conforme ilustrado na Figura 1, também é possível conter
modalidade de carregamento por cima – top loading, ou por baixo – bottom loading.

Figura 1: Plataforma de carregamento (Fonte: PHD, 2018)

O sistema de aterramento tem por função garantir a continuidade elétrica conforme já


conceituado acima, os caminhões tanques que chegam ao terminal de distribuição possuem os
compartimentos vazios e, o atrito do ar com as partes metálicas do caminhão os deixam
eletricamente carregados, com cargas elétricas de sinais contrários resultando em um
caminhão eletrizado, para que seja colocada em prática a função do sistema, as ilhas de
carregamento são compostas de sistema de aterramento de forma que o motorista conecte a
garra de aterramento na haste metálica existente no caminhão, desta forma o circuito de
aterramento é fechado através de uma conexão elétrica entre os dentes da garra de aterramento
que está ligada no painel de aterramento, fazendo com que as cargas escoem para a terra, após
isso o sinal luminoso verde no painel indica que o aterramento está garantido. A Figura 2
ilustra o equipamento que torna este sistema eficiente e possível.

Figura 2: Painel de aterramento (Fonte: TSPRO 2018)

6
Considerado um dos principais equipamentos usados nas plataformas de
carregamento, os registradores volumétricos são equipamentos responsáveis pela
contabilização do volume de combustível carregado. Volume este que de acordo com o
diâmetro da tubulação e configuração da planta industrial, trabalha cm vazões de até 3500 lpm
(litros por minuto), para o estudo em questão foram usados sistema que apresentam vazões de
ate 2500 litros por minuto (lpm).
Dependendo da configuração do terminal pode-se utilizar modelos eletrônicos ou
mecânicos, conforme Figura 3.

Figura 3: Medidor volumétrico turbina (Fonte: Contech 2018)

Os medidores volumétricos possibilitam comunicar-se com o registrador de volumes


– preset, que também podem ser eletrônicos ou mecânicos, conforme Figura 4.

Figura 4: Registrador de volume eletrônico e mecânico (Fonte: PHD 2018)

Durante o carregamento de caminhões tanque existem possibilidades de derrames,


devido volume digitado incorretamente, compartimentos com resquícios de produtos e outros
fatores, deste modo foi implementado o equipamento redutor de derrames, vide Figura 5:

Figura 5: Sistema de Redutor de Derrame top loading (Fonte: TSPRO 2018)

7
Dependendo da modalidade de carregamento - top loading ou Bottom loading, o
modelo a ser utilizado difere-se entre si, a Figura 6, ilustra o modelo utilizado no sistema de
carregamento bottom loading, onde este sistema objetiva evitar derrames de combustíveis,

Figura 6: Sistema de redutor de derrame bottm loading (Fonte: TSPRO; Redlands 2018)

Os braços de carregamento são equipamentos usados para abastecimento dos


caminhões tanque nas ilhas de carregamento, por eles passam únicos produtos, evitando
contaminações durante o processo de carregamento, esses equipamentos são feito de tubos de
aço carbono ou alumínio promovendo assim uma rigidez ao manuseá-los, para facilitar os
movimentos são inseridas as juntas giratórias o qual proporciona um grau maior de
mobilidade, conforme ilustrado através da Figura 7:

Figura 7: Braço de carregamento top loading (Fonte: TSPRO 2018)

Devido à rigidez dos braços, limitações operacionais existentes nos terminais de


distribuição e diversidade de modelos de caminhões tanques, os fornecedores deste
equipamento, proporcionaram soluções para que as operações dos terminais apresentassem
maior eficiência operacional, gate to gate1 reduzido e proporcionasse melhor manuseio
ergonômico ao utilizar os braços de carregamento. Consoante com o fornecedor REDLANDS
(2018):
Os braços de carregamento por baixo foram desenvolvidos com o objetivo de
proporcionar as seguintes vantagens:
• Maior velocidade de carregamento: Além de possibilitar o carregamento
simultâneo dos compartimentos, possibilita o aumento da vazão, uma vez que o
enchimento se processa de baixo para cima, diminuindo a produção de carga
eletrostática.
• Maior segurança de operação: Todo o procedimento de conexão com o
caminhão-tanque é feito com o operador no chão, o que elimina a possibilidade de

1
Gate to Gate: tradução literal do termo é portão para portão, no contexto comercial, significa o gasto
total de tempo de uma determinada operação, ou seja, o tempo que se leva para operacionalizar algo
do início ao fim.

8
riscos de quedas e inalação dos gases durante o período de carregamento, além de
permitir o aprisionamento dos gases para queima e/ou recuperação.
• Menor custo: Elimina a necessidade de construção de plataformas, escadas,
pantográficas, etc.

O braço de carregamento mencionado na descrição do fornecedor pode ser visualizado


através da Figura 8:

Figura 8: Braço de carregamento bottom loading (Fonte: TSPRO 2018)

Após discorrer sobre a composição e os principais constituintes de uma plataforma de


carregamento, será enfatizado a seguir o instrumento que está sendo alvo do estudo técnico -
junta giratória. As mesmas foram inclusas nos braços de carregamento para proporcionar
mobilidade, de acordo com o fabricante TSPRO (2018) a junta giratória tem por objetivo:
Flexibilizar um trecho de tubulação rígida ou mangote visando facilitar a
operação/manuseio e também prolongar a vida útil no caso de mangueiras, além de
serem utilizadas em carretéis com descarga fracionada através de flexíveis
(abastecimento de aeronaves, distribuição de óleo diesel, GLP, etc.).
O modelo de junta giratória modular vide Figura 9, é descrita conforme a TSPRO
(2018):
Juntas giratórias modulares são tripartidas (dupla flange) o que possibilita inúmeras
configurações de montagens da troca das vedações sem a necessidade de retirada
das esferas, bastando apenas soltar os parafusos para ter acesso às vedações.
Construídos com um indicador para troca de vedações que sinaliza quando a
primeira vedação está desgastada, prevenindo vazamentos e permitindo uma
manutenção programada sem a necessidade de parada imediata do equipamento,
pois o produto ainda fica retido pela segunda vedação.

Figura 9: Junta giratória modular (Fonte: TSPRO 2018)

9
A Figura 10 evidencia as diversas montagens que podem ser desenvolvidas,
proporcionando uma alta mobilidade para os braços de carregamento.

Figura 10: Junta giratória modular e planos de rotação (Fonte: TSPRO 2018)

Normas de Segurança

Após evidenciar o aumento considerável dos produtos nos terminais de distribuição


conforme dados apresentados, aliado com o investimento em equipamentos e modernização
de suas plantas, novos desafios no âmbito da segurança são gerados. Com isso é necessário
seguir veementemente as normas e padrões estipulados pelos órgãos regulamentadores e
fiscalizadores, como Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), Normas Brasileiras
Técnicas (NBR), Agencia Nacional de Petróleo (ANP), Companhia Ambiental do Estado de
São Paulo (CETESB), O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis (IBAMA), American Petroleum Institute (API), que em português significa
Instituto Americano de Petróleo, American Society of Mechanical Engineers (ASME), em
português significa Sociedade Norte-americana de Engenheiros Mecânicos, bem como demais
órgãos regulamentadores.
A norma também deixa explicito que deve haver verificações quanto ao
precondicionamento de compatibilidade com o combustível, ensaio de qualificação e
parâmetros a ser adotados para o ensaio de qualificação, dentre outros fatores.
Para a compatibilidade como os combustíveis a norma descreve, que a gasolina deve
ser sem chumbo, combustível ASTM B ASTM C, álcool hidratado combustível comum, óleo
diesel e óleo ASTM nº 3 (ABNT, 2009, p. 2).
Para os ensaios de qualificação de continuidade elétrica, a norma diz, a
determinação de continuidade elétrica deve ser realizada usando-se instrumento
indicado de resistência ôhmica com fonte de corrente de 10 A. As medições devem
ser realizadas nos pontos extremos com as conexões do visor com tempo de medição
por amostra de 10s. Medir e registrar a resistência em ohms (Ω). (ABNT, 2009, p.
3).

“Quanto aos parâmetros determinantes que a norma descreve, o ensaio de continuidade


elétrica tem como determinação, a resistência elétrica através de uma junta giratória não pode
ultrapassar 0,1 Ω”. (ABNT, 2009, p. 4).

10
A norma regulamentadora (NR20) trata da segurança e saúde no trabalho com
inflamáveis e combustíveis, trás importantes definições sobre algumas propriedades de
combustíveis, além de normatizar a capacitação exigida dos trabalhadores em cada setor de
uma indústria de combustíveis ou inflamáveis, cuidados sobre riscos, instalações, prevenções,
entre outros temas tratados na norma.
Segundo a releitura desta norma de julho de 2017, a NR20 determina as exigências
necessárias para a gestão da segurança e saúde no trabalho contra fontes de risco vindos do
trabalho com inflamáveis e combustíveis. A norma traz algumas definições importantes que
podem ser vistas na tabela 4:
Tabela 4 – Conceitos da NR20
Propriedade Definição
Ponto de fulgor Menor temperatura na qual um combustível liberta vapor em quantidades
(Flash Point) suficientes para formar com o ar uma mistura capaz de se inflamar
momentaneamente quando se aplica uma fonte de energia sobre a mesma.
Mínima temperatura (pouco acima do Ponto de Fulgor) em que os vapores
Ponto de Combustão do combustível aquecido entram em combustão com aproximação de uma
(Fire Point) fonte externa de calor, e mesmo com a retirada da fonte, a combustão se
mantém.
Ponto de Ignição Temperatura necessária para inflamar a mistura ar/combustível, sem uma
fonte externa de calor.
O Limite Inferior de Mínima concentração de gás ou vapor que, misturada ao ar atmosférico, é
Inflamabilidade (LII) capaz de provocar a combustão do produto, a partir do contato com uma
fonte de ignição
O Limite Superior de Máxima concentração de gás ou vapor que misturada ao ar atmosférico é
Inflamabilidade (LSI) capaz de provocar a combustão do produto inflamável, a partir de uma
fonte de ignição.
Pressão a uma temperatura na qual um líquido que ocupa, parcialmente,
Pressão de Vapor um recipiente fechado tem interrompida a passagem de suas moléculas
para a fase de vapor.
Fonte: Norma regulamentadora n.20 (2017)

A norma também retrata a importância sobre o controle de eletricidade estática, que é


a principal mazela a ser eliminada com este artigo técnico em juntas giratórias.
O ponto 20.7.3 da norma diz que,
Nas operações de transferência de inflamáveis, enchimento de recipientes ou de
tanques, devem ser adotados procedimentos para:
a) eliminar ou minimizar a emissão de vapores e gases inflamáveis;
b) controlar a geração, acúmulo e descarga de eletricidade estática. (NR20, 2017).

No ponto 20.5.7, é explicado o que devem ser adotados em projetos, medidas


preventivas para esses dois problemas durante a operação de transferência, além dos
procedimentos. O estudo desenvolvido enquadra-se na questão b desta citação acima, tendo
como objetivo melhorar a continuidade elétrica na junta giratória, um equipamento que faz
parte da operação de transferência de líquidos combustíveis em indústrias do segmento.
Outra norma necessária para o entendimento da importância deste projeto é a NBR
IEC 60079-10, que tem como foco classificação de atmosferas explosivas.
Segundo a NBR IEC 60079-10 (2016) pode-se entender como atmosfera explosiva de
gás, “mistura com ar, sob condições atmosféricas de substâncias inflamáveis na forma de gás
ou vapor, na qual, após a ignição, permite a auto sustentação de propagação da chama”.
As áreas que possuem essa atmosfera explosiva presente são separadas em zonas,
diferenciando por frequência e duração dessas atmosferas. As zonas são divididas em 3, sendo
elas:
• Zona 0: Região em que a atmosfera explosiva está presente por longos períodos
e com frequência.

11
• Zona 1: Local onde a atmosfera explosiva pode ocorrer esporadicamente, sob
condições normais de trabalho na área.
• Zona 2: Região que o aparecimento dessa atmosfera explosiva é raro, e caso
apareça, permaneça por curtos períodos de tempo.

Os lugares que não esperam-se a existência dessa atmosfera e não demandam grandes
medidas preventivas, são chamada de área não classificada.
A NBR IEC 60079-10, também traz conceitos de limite inferior de explosividade (LIE)
e limite superior de explosividade (LSE), que são conceitos apresentados na tabela 4. Essa
norma é importante para o melhor entendimento de quais equipamentos devem ser usados
com segurança em diferentes locais de trabalho que possuam esse perigo de inflamabilidade.

Metodologia

Através do plano de atividade preventiva de manutenção de uma distribuidora de


combustíveis nacional é realizada uma lista de tarefas orientada por suas instruções de
manutenção, a verificação de itens críticos é fundamental para que se possa garantir a plena
eficiência do equipamento, bem como o seu perfeito uso e a postergação de sua vida útil. Esta
etapa pode ser correlacionada com o primeiro principio do APPCC, que visa identificar e
analisar os perigos.
A instrução é desenvolvida a partir das orientações de manutenção provenientes dos
fabricantes, bem como das exigências das normas dos órgãos regulamentadores, para isso
foram desenvolvido testes de continuidade no equipamento, ação paliativa para controle de
geração de eletricidade estática, etapa esta que também correlaciona-se com o segundo
principio do APPCC e posteriormente a elaboração de um sistema que garanta com maior
eficiência a continuidade elétrica do equipamento, neste caso faz-se vale o quinto principio
do APPCC, aliado com o baixo custo de manutenção, seguindo as exigências normativas.

Testes de continuidade

Como foco do estudo desenvolvido, o teste de continuidade no equipamento é


imprescindível para que o mesmo possa ser liberado para uso na operação sem que hajam
riscos operacionais durante o carregamento dos caminhões tanque, vale ressaltar que a junta
giratória que compõe o braço de carregamento, encontra-se em zona 0, o que proporciona
maior risco devido sua atmosfera ser altamente explosiva, na Figura 11 é possível verificar a
realização do teste no equipamento com o auxilio de um multímetro – vide Figura 12, com o
equipamento que mensura a resistividade.

Figura 11: Teste de continuidade na juta Giratória (Fonte: Terminal de distribuição nacional, 2018).

12
Por meio deste teste constata-se a continuidade elétrica através do uso do multímetro,
que verifica sua resistência, caso haja mensura da resistência maior do que o limite tolerável
o equipamento estará inapto para operação.

Figura 12: Multímetro (Fonte: Terminal de distribuição nacional, 2018).

Ações mitigatórias

Os terminais de distribuição têm um elevado e intenso movimento de produtos e


veículos (auto taques), como consequência, maior usabilidade dos equipamentos, em
especifico os braços de carregamentos, gerando assim um elevado desgaste dos equipamentos,
inclusive as juntas giratórias.
Estes equipamentos necessitam de lubrificação, através do uso de graxa especial, além
de contar com vedações que garantem maior durabilidade desta lubrificação, contudo a alta
usabilidade do equipamento e a reação do liquido combustível com as vedações, causam
elevado desgaste, e, consequentemente a lubrificação diminui ou ate mesmo deixa de existir,
com isso as esferas, “flutuam” livres, gerando a perda de continuidade elétrica no
equipamento. Para que este cenário se torne inexistente na área operacional, em especial em
locais com atmosfera explosiva, foi inserida ação mitigatória na junta giratória – jumper, a
Figura 13 demonstra de que forma este jumper é realizado.

Figura 13: Jumper de Junta giratória (Fonte: Terminal de distribuição nacional, 2018)

Após a inserção do jumper foram realizados testes de continuidade elétrica – vide


figura 14, para que a medida paliativa fosse efetiva e continuada nos equipamentos do terminal
de distribuição, abaixo o passo a passo que foi desenvolvido para execução do teste de
continuidade no equipamento:
• Utilizar um multímetro e selecionar a opção de continuidade do mesmo;
• Realizar teste de funcionamento do equipamento: tocar as duas pontas de prova
uma contra a outra, se o equipamento gerar um sinal sonoro, significa que está
funcionando, caso contrário verificar problema no equipamento;
• Conectar uma ponta de prova em cada flange da junta giratória;

13
• Caso seja emitido sinal sonoro, o trecho de verificação encontra-se continuo,
caso contrário verificar condições do jumper de continuidade e continuar o
teste;
Dessa forma evita-se a possibilidade de centelhamento durante as operações.
O atrito gerado pelo fluxo de carregamento causa acúmulo de carga estática que é dissipada
para o sistema de aterramento da plataforma, caso exista uma descontinuidade entre um ponto
e outro do braço pode ocorrer centelhamento.

Figura 14: Teste na Junta Giratória com Jumper (Fonte: Terminal de distribuição nacional, 2018)

Desta forma é possível garantir a continuidade elétrica da junta giratória, contudo,


devido a uma das características do equipamento, rotação, constata-se a necessidade de
manutenção no jumper devido o rompimento do mesmo, por realizarem máxima rotação ou
ate mesmo a rotação inadequada do equipamento. Deste modo, esta ação não elimina o risco
de não continuidade, contudo garante em quanto estiver intacto o jumper.

Sistema apresentando continuidade elétrica

Com a finalidade de garantir continuidade elétrica, manter a segurança operacional,


eliminar custos de manutenção e cumprir as exigências normativas, fora desenvolvido uma
melhoria a qual garante a continuidade elétrica através de comunicação metálica entre suas
partes conectoras, vide Figura 15 abaixo:

Figura 15: Sistema de permanente de continuidade elétrico (Fonte: TSPRO 2018)

A inserção de uma mola de bronze e uma esfera de aço inox permite que o conjunto
girante do equipamento possa manter contato durante o seu manuseio, sem desgaste e ate

14
mesmo necessidade de manutenção do componente. A Figura 16 simula a continuidade
elétrica, que é garantida por sistema blindado (sem lubrificação) de ação continua por mola e
esfera com 4 pontos equidistantes.

Figura 16: Sistema de permanente de continuidade elétrico (Fonte: TSPRO 2018)

A partir das descrições contextualizadas acima, é possível resumir a metodologia


através do fluxograma descrito abaixo:

15
Início

Plataforma de
carregamento de Auto
tanque

Equipamentos da
Plataforma de
carregamento

Válvulas:
Braço de Medidores de
Tubulações * Pneumática
carregamento vazão
* Controladora de
vazão.

Execução do plano
de manutenção
preventivo

Realização de teste Apresenta


Finalizar Fim
de continuidade no continuidade Sim
verificação
equipamento elétrica?

Nao

Execução de
manutenção corretiva
(temporária ou
permanente)

Temporário

Elaborar sistema
definitivo de
continuidade elétrica.

De posse dos conceitos, característica e propriedade do fluido e do equipamento e


como auxilio do fluxograma, foi possível desenvolver e discutir os resultados conforme
demonstrado a seguir no artigo.

Resultados e Discussão

Para melhor analisar os resultados obtidos quanto ao estudo realizado, foram


esboçados gráficos comparativos dos equipamentos dispostos na ilha de carregamento nº 114
do terminal de distribuição nacional. As resistências apresentadas foram extraídas nas junta
giratória, sem o sistema de continuidade proposto, com a correção paliativa desenvolvida
(jumper) e com o sistema de continuidade proposto, como pode-se ver abaixo:

16
Gráfico 1 - Resistência em junta giratória tradicional (Ilha de carregamento 114)

0,40
0,35
0,30
Resistência (Ω)

0,25
0,20
0,15
0,10
0,05
0,00
0 2 4 6 8 10 12
Mês/2018
Diesel S500 S10 Hidratado Gasolina

Como pode-se observar no gráfico 1, as juntas usuais se desgastaram com intenso uso
ao longo do tempo, apresentando resistência durante todos os acompanhamentos realizados e,
com a inserção dos jumpers – sistema que interligam as partes que apresentam
descontinuidade elétrica essa solução provisória já se obteve uma grande redução nos valores
de resistência do equipamento como pode-se observar no gráfico seguinte:

Gráfico 2 - Resistência em junta com jumper (Ilha de carregamento 114)


0,05

0,04
Resistência (Ω)

0,03

0,02

0,01

0,00
0 2 4 6 8 10 12
Mês/2018

Diesel S500 S10 Hidratado Gasolina

Vale ressaltar o comportamento do produto diesel S10 no mês 4 e diesel S500 no mês
8, enquanto usava-se o jumper como solução para continuidade elétrica nos equipamentos,
esses comportamentos, podem acontecer por vários fatores como, tempo de vida útil do
equipamento, característica do fluido, baixo percentual de condutividade – pS/m, dentre
outras, deste modo não foi diagnosticar o por que desses comportamentos, contudo estão
dentro do valor tolerado por norma.
As resistências encontradas na junta giratória tradicional, que chegavam a 0,34 ohms,
reduziram para quase 0, apesar de apresentarem uma grande redução comparado com os
valores obtidos anteriormente nas juntas desgastadas, ainda há uma pequena resistência, além
de que essa solução restringe os movimentos do equipamento, que serve exatamente para dar
uma maior flexibilidade a estrutura rígida de tubulações encontradas na indústria de

17
distribuição. Com a inserção do sistema de continuidade elétrica criado pode-se desenvolver
o gráfico 3:

Gráfico 3 – Resistência em junta contínua (Ilha de carregamento 114)


1,00
0,90
0,80
Resistência (Ω)

0,70
0,60
0,50
0,40
0,30
0,20
0,10
0,00
0 2 4 6 8 10 12
Mês/2018

Diesel S500 S10 Hidratado Gasolina

Com o sistema de continuidade elétrica desenvolvido e instalado, os valores de


resistência reduziram a 0, durante todos os acompanhamentos de analises nas juntas, os
resultados permaneceram nulos. A metodologia aplicada para esboço dos gráficos acima,
aliada as instruções de manutenção preventiva juntamente com as ações corretivas, atendem
ao quarto e sexto principio do APPCC, que estabelece procedimentos de monitoramento.

Conclusões

A produção em toda e qualquer indústria necessita de uma linha de produção contínua


e sem problemas, é de grande relevância manter a segurança na área operacional, prevenindo
acidentes com trabalhadores, elaborar e executar planos de manutenção, visando conservação
e conformidade dos equipamentos, sendo estes, fatores que podem atrasar ou até mesmo parar
a linha de distribuição.
Portanto a falha detectada na continuidade elétrica da junta giratória é uma questão
extremamente critica, podendo gerar prejuízos financeiros e morais para empresa, além de
colocar em risco a vida de pessoas, as cargas acumuladas no equipamento junto a uma
atmosfera explosiva presente no local do estudo, contribuem para a probabilidade do
acontecimento de uma grande desastre, desta forma é de suma importância a garantia através
de medidas provisórias ou definitivas, que o equipamento apresente continuidade elétrica.
Para a solucionar o estudo de caso desenvolvido, primeiramente foi adotada uma
medida provisória através da inserção de um jumper na junta, assim garantindo uma menor
resistência do equipamento a cargas e correntes, ou seja, tornando o equipamento continuo
eletricamente. Entretanto essa medida impedia a total flexibilidade do equipamento em
estudo, além do rompimento com frequência do jumper devido a constante e intensa
movimentação do equipamento. Mediante isso foi desenvolvido um sistema definitivo com
molas de bronze e esferas de inox resultando na ligação entre as partes que apresentavam uma
resistência.
O sistema desenvolvido para a junta giratória apresentou eficácia, como pode-se ver
nos gráficos dispostos no artigo, pois extinguiu a resistência presente no equipamento,
cumpriu as normas vigentes supracitadas, garantindo assim, maior segurança no setor de
operação e reduzindo gastos com manutenção do mesmo.

18
Do ponto de vista técnico, a implementação do sistema de continuidade elétrica é
perfeitamente viável, o custo de implementação é tão baixo que não gera variação no preço
final do produto.

Agradecimentos

Agradeço primeiramente a Deus, que guiou meus caminhos para este curso, e tem me
ajudado me dando forças para continuar firme e persistente até o momento.
A Dineide Pacheco Teodoro e Amilton Teodoro, meus pais, por terem me ajudado a
me manter na faculdade e terem me incentivado a nunca desistir.
Aos meus familiares como um todo, em especial meu avô Ivaldo de Oliveira Ricci que
me ensinou valores, em especifico a lealdade, comprometimento, respeito, dedicação e
humildade, que compartilhou suas sabedorias e inteligências, e, além de tudo isso, é minha
referencia, agradeço minha avó Maria Tribuzi a qual me ensinou o quão poeta é a vida, meus
pais Fábio Alberto Chung Campos, Solange Santos Ricci e irmã Suzy M. Ricci Chung
Campos que me incentivam a não desistir diariamente. E, por fim a minha esposa, quem
demonstrou todos os dias o real companheirismo, incentivo e parceria para que eu chegasse
ate esta etapa.
Aos amigos e amigas que tenho, fiz e cultivei durante todos esses anos, sem os quais
teriam sido anos ainda mais difíceis, em especial Alessandro Lima, Bruno Rodrigo, Diogo
Gomes, Emmanuel Augusto, Amanda Farias, Bruna Roxanne, Mariana Sá, Mayara Cardoso,
Osmara Almeida e Taynara Silva.
Aos Professores(as) Rosana Zanetti, Mércia Fernandes e Jose P. Thompson da
Universidade São Francisco - USF, Arão Pereira, Audirene Amorim, Jose Roberto Pereira,
Teresa Cristina, Wendell de La Salles da Universidade Federal do Maranhão – UFMA e ao
Prof. Beati, por ter nos orientado nesse projeto.
A empresa TSPRO, que foi a principal parceira para o desenvolvimento do
equipamento juntamente com time de supervisão e equipe de manutenção do terminal
distribuidor nacional localizado em Paulínia.

Referências Bibliográficas

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descargas atmosféricas , 2015

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19
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