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Resumo.
Introdução
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O carvão mineral foi um dos primeiros combustíveis necessários no funcionamento
dos motores a vapor, com o passar dos anos, os veículos foram se popularizando e a busca por
combustíveis com alto desempenho nos fez chegar aos combustíveis fosseis (que tem origem
de animais, vegetais e microrganismos), que se tornou uma importante e indispensável fonte
de energia. Porém a mesma não é renovável e de baixa velocidade de formação, além de
liberar muito dióxido de carbono (CO2) na atmosfera, promovendo o aumento da poluição
atmosférica. Com mais estudos na área foram descobertos combustíveis renováveis como o
etanol e o biodiesel, que são biodegradáveis e sustentáveis (GOLDENSTEIN & AZEVEDO,
2006)
Atualmente o Brasil é um grande consumidor de combustíveis no mundo, o setor de
Petróleo e Gás representa em torno de 13% do PIB, e movimenta 2,1 milhões de barris de
petróleo por dia, com a expectativa de duplicar este valor até 2025 (Ernst & Young, 2011). E,
segundo dados divulgados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis
(ANP 2018), o consumo de 2016 para 2017 aumentou em 0,44% no Brasil. Foram
comercializados 136,025 bilhões de litros de combustíveis em 2017. E com a diminuição da
crise pouco a pouco esse numero tende a aumentar.
O combustível é um produto que traz muitos riscos a quem trabalha com ele, por ser
um líquido inflamável e quimicamente prejudicial à saúde, é necessário uma grande atenção
à segurança dos trabalhadores. Qualquer fonte de eletricidade ou ignição em um ambiente
com a presença deste líquido pode gerar um grande acidente lesionando ou até matando
pessoas, bem como destruindo o ambiente próximo ao local do acidente.
No Brasil há grandes distribuidoras de combustíveis como a Raízen, BR, Ipiranga,
entre outras, nestas indústrias há uma elevada movimentação de produtos, através de
tubulações, plataformas de carregamento e descarga de caminhões tanques, sendo as
plataformas o cenário de maior risco, devido a intensa movimentação de veículos, produtos e
emaranhados de equipamentos que contribuem para execução do processo.
As tecnologias usadas nestes locais ainda apresentam resquícios de décadas anteriores,
contudo vem sendo atualizadas para que haja um ambiente seguro, com menor gasto de
manutenções e aperfeiçoamento do processo tanto no âmbito de continuidade operacional,
quanto de eficiência e controle de tempo da operação. Em conjunto há manuais,
procedimentos e algumas ferramentas aplicados na operacionalização da indústria que
objetivam assegurar a qualidade, segurança e minimizar mazelas que possam colocar em risco
a operação, a vida das pessoas naquele ambiente e o próprio meio ambiente.
Mediante isso é necessário conhecimento sobre os líquidos inflamáveis e
combustíveis, normas e equipamentos utilizados neste ambiente.
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Volatilidade Facilidade de um composto em passar para o estado gasoso.
Propriedade Conceito
Temperatura para que o combustível em contato com uma fonte de ignição cause
Ponto de Fulgor
uma combustão temporária.
Ponto de Fluidez Temperatura mínima para que um combustível líquido possa fluir.
Massa especifica Relação entre massa e volume da substância.
Octanagem Capacidade da gasolina resistir a compressão sem que entre em autoignição.
Teste estabelecido pela ANP, que analisa a resistência de uma amostra de gasolina
Período de indução
à indução de oxigênio.
É praticamente a octanagem para motores a diesel, sendo assim é a capacidade de
Centenagem
um óleo diesel de resistir à compressão sem que exploda.
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Na natureza os átomos se unem e, em função da eletronegatividade que eles
apresentam, podem atrair os elétrons mais ou menos para si. Esta capacidade de
atrair mais ou menos para si os elétrons está correlacionada com o seu potencial de
ionização e com a afinidade eletrônica.
Por conta das propriedades dos átomos, os mesmos acabam perdendo elétrons para
outros, quando há contato entre elétrons, gerando assim uma diferença de carga. Esse processo
é chamado de eletrização, dividindo-se em três tipos conforme a tabela 2:
Como pode-se ver na equação, quanto maior o valor da resistência elétrica, menor será
a condutividade do equipamento, portanto maior será o acumulo de cargas estáticas.
Por se tratarem de fluídos inflamáveis o risco é elevado, logo, se estas cargas não forem
dissipadas podem gerar grandes acidentes, devido esta energia se tornar uma fonte de ignição.
Portanto é de suma importância que hajam medidas paliativas ou a eliminação da
possibilidade de geração desta energia, o aterramento de equipamentos é uma dessas medidas,
segundo Capelli (2000, p.56), aterramento é uma forma de dissipação de energia, que consiste
em conectar um material condutor diretamente a terra, objetivando:
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a) Proteger o usuário do equipamento das descargas atmosféricas, através da
viabilização de um caminho alternativo para a terra de descargas atmosféricas.
b) “Descarregar” cargas estáticas acumuladas nas carcaças de maquinas e
equipamentos para a terra.
c) Facilitar o funcionamento dos dispositivos de proteção (fusíveis, disjuntores,
etc.), através da corrente desviada para a terra.
O calor excessivo nos equipamentos semelhantes a rolamentos, pode ser gerado por
folga insuficiente, desalinhamento, falta ou excesso de lubrificante ou pelo calor gerado pelas
vedações. No caso do equipamento em estudo - junta giratória, é dado devido ao desgaste do
produto lubrificante.
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Plataforma de carregamento
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Considerado um dos principais equipamentos usados nas plataformas de
carregamento, os registradores volumétricos são equipamentos responsáveis pela
contabilização do volume de combustível carregado. Volume este que de acordo com o
diâmetro da tubulação e configuração da planta industrial, trabalha cm vazões de até 3500 lpm
(litros por minuto), para o estudo em questão foram usados sistema que apresentam vazões de
ate 2500 litros por minuto (lpm).
Dependendo da configuração do terminal pode-se utilizar modelos eletrônicos ou
mecânicos, conforme Figura 3.
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Dependendo da modalidade de carregamento - top loading ou Bottom loading, o
modelo a ser utilizado difere-se entre si, a Figura 6, ilustra o modelo utilizado no sistema de
carregamento bottom loading, onde este sistema objetiva evitar derrames de combustíveis,
Figura 6: Sistema de redutor de derrame bottm loading (Fonte: TSPRO; Redlands 2018)
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Gate to Gate: tradução literal do termo é portão para portão, no contexto comercial, significa o gasto
total de tempo de uma determinada operação, ou seja, o tempo que se leva para operacionalizar algo
do início ao fim.
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riscos de quedas e inalação dos gases durante o período de carregamento, além de
permitir o aprisionamento dos gases para queima e/ou recuperação.
• Menor custo: Elimina a necessidade de construção de plataformas, escadas,
pantográficas, etc.
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A Figura 10 evidencia as diversas montagens que podem ser desenvolvidas,
proporcionando uma alta mobilidade para os braços de carregamento.
Figura 10: Junta giratória modular e planos de rotação (Fonte: TSPRO 2018)
Normas de Segurança
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A norma regulamentadora (NR20) trata da segurança e saúde no trabalho com
inflamáveis e combustíveis, trás importantes definições sobre algumas propriedades de
combustíveis, além de normatizar a capacitação exigida dos trabalhadores em cada setor de
uma indústria de combustíveis ou inflamáveis, cuidados sobre riscos, instalações, prevenções,
entre outros temas tratados na norma.
Segundo a releitura desta norma de julho de 2017, a NR20 determina as exigências
necessárias para a gestão da segurança e saúde no trabalho contra fontes de risco vindos do
trabalho com inflamáveis e combustíveis. A norma traz algumas definições importantes que
podem ser vistas na tabela 4:
Tabela 4 – Conceitos da NR20
Propriedade Definição
Ponto de fulgor Menor temperatura na qual um combustível liberta vapor em quantidades
(Flash Point) suficientes para formar com o ar uma mistura capaz de se inflamar
momentaneamente quando se aplica uma fonte de energia sobre a mesma.
Mínima temperatura (pouco acima do Ponto de Fulgor) em que os vapores
Ponto de Combustão do combustível aquecido entram em combustão com aproximação de uma
(Fire Point) fonte externa de calor, e mesmo com a retirada da fonte, a combustão se
mantém.
Ponto de Ignição Temperatura necessária para inflamar a mistura ar/combustível, sem uma
fonte externa de calor.
O Limite Inferior de Mínima concentração de gás ou vapor que, misturada ao ar atmosférico, é
Inflamabilidade (LII) capaz de provocar a combustão do produto, a partir do contato com uma
fonte de ignição
O Limite Superior de Máxima concentração de gás ou vapor que misturada ao ar atmosférico é
Inflamabilidade (LSI) capaz de provocar a combustão do produto inflamável, a partir de uma
fonte de ignição.
Pressão a uma temperatura na qual um líquido que ocupa, parcialmente,
Pressão de Vapor um recipiente fechado tem interrompida a passagem de suas moléculas
para a fase de vapor.
Fonte: Norma regulamentadora n.20 (2017)
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• Zona 1: Local onde a atmosfera explosiva pode ocorrer esporadicamente, sob
condições normais de trabalho na área.
• Zona 2: Região que o aparecimento dessa atmosfera explosiva é raro, e caso
apareça, permaneça por curtos períodos de tempo.
Os lugares que não esperam-se a existência dessa atmosfera e não demandam grandes
medidas preventivas, são chamada de área não classificada.
A NBR IEC 60079-10, também traz conceitos de limite inferior de explosividade (LIE)
e limite superior de explosividade (LSE), que são conceitos apresentados na tabela 4. Essa
norma é importante para o melhor entendimento de quais equipamentos devem ser usados
com segurança em diferentes locais de trabalho que possuam esse perigo de inflamabilidade.
Metodologia
Testes de continuidade
Figura 11: Teste de continuidade na juta Giratória (Fonte: Terminal de distribuição nacional, 2018).
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Por meio deste teste constata-se a continuidade elétrica através do uso do multímetro,
que verifica sua resistência, caso haja mensura da resistência maior do que o limite tolerável
o equipamento estará inapto para operação.
Ações mitigatórias
Figura 13: Jumper de Junta giratória (Fonte: Terminal de distribuição nacional, 2018)
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• Caso seja emitido sinal sonoro, o trecho de verificação encontra-se continuo,
caso contrário verificar condições do jumper de continuidade e continuar o
teste;
Dessa forma evita-se a possibilidade de centelhamento durante as operações.
O atrito gerado pelo fluxo de carregamento causa acúmulo de carga estática que é dissipada
para o sistema de aterramento da plataforma, caso exista uma descontinuidade entre um ponto
e outro do braço pode ocorrer centelhamento.
Figura 14: Teste na Junta Giratória com Jumper (Fonte: Terminal de distribuição nacional, 2018)
A inserção de uma mola de bronze e uma esfera de aço inox permite que o conjunto
girante do equipamento possa manter contato durante o seu manuseio, sem desgaste e ate
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mesmo necessidade de manutenção do componente. A Figura 16 simula a continuidade
elétrica, que é garantida por sistema blindado (sem lubrificação) de ação continua por mola e
esfera com 4 pontos equidistantes.
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Início
Plataforma de
carregamento de Auto
tanque
Equipamentos da
Plataforma de
carregamento
Válvulas:
Braço de Medidores de
Tubulações * Pneumática
carregamento vazão
* Controladora de
vazão.
Execução do plano
de manutenção
preventivo
Nao
Execução de
manutenção corretiva
(temporária ou
permanente)
Temporário
Elaborar sistema
definitivo de
continuidade elétrica.
Resultados e Discussão
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Gráfico 1 - Resistência em junta giratória tradicional (Ilha de carregamento 114)
0,40
0,35
0,30
Resistência (Ω)
0,25
0,20
0,15
0,10
0,05
0,00
0 2 4 6 8 10 12
Mês/2018
Diesel S500 S10 Hidratado Gasolina
Como pode-se observar no gráfico 1, as juntas usuais se desgastaram com intenso uso
ao longo do tempo, apresentando resistência durante todos os acompanhamentos realizados e,
com a inserção dos jumpers – sistema que interligam as partes que apresentam
descontinuidade elétrica essa solução provisória já se obteve uma grande redução nos valores
de resistência do equipamento como pode-se observar no gráfico seguinte:
0,04
Resistência (Ω)
0,03
0,02
0,01
0,00
0 2 4 6 8 10 12
Mês/2018
Vale ressaltar o comportamento do produto diesel S10 no mês 4 e diesel S500 no mês
8, enquanto usava-se o jumper como solução para continuidade elétrica nos equipamentos,
esses comportamentos, podem acontecer por vários fatores como, tempo de vida útil do
equipamento, característica do fluido, baixo percentual de condutividade – pS/m, dentre
outras, deste modo não foi diagnosticar o por que desses comportamentos, contudo estão
dentro do valor tolerado por norma.
As resistências encontradas na junta giratória tradicional, que chegavam a 0,34 ohms,
reduziram para quase 0, apesar de apresentarem uma grande redução comparado com os
valores obtidos anteriormente nas juntas desgastadas, ainda há uma pequena resistência, além
de que essa solução restringe os movimentos do equipamento, que serve exatamente para dar
uma maior flexibilidade a estrutura rígida de tubulações encontradas na indústria de
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distribuição. Com a inserção do sistema de continuidade elétrica criado pode-se desenvolver
o gráfico 3:
0,70
0,60
0,50
0,40
0,30
0,20
0,10
0,00
0 2 4 6 8 10 12
Mês/2018
Conclusões
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Do ponto de vista técnico, a implementação do sistema de continuidade elétrica é
perfeitamente viável, o custo de implementação é tão baixo que não gera variação no preço
final do produto.
Agradecimentos
Agradeço primeiramente a Deus, que guiou meus caminhos para este curso, e tem me
ajudado me dando forças para continuar firme e persistente até o momento.
A Dineide Pacheco Teodoro e Amilton Teodoro, meus pais, por terem me ajudado a
me manter na faculdade e terem me incentivado a nunca desistir.
Aos meus familiares como um todo, em especial meu avô Ivaldo de Oliveira Ricci que
me ensinou valores, em especifico a lealdade, comprometimento, respeito, dedicação e
humildade, que compartilhou suas sabedorias e inteligências, e, além de tudo isso, é minha
referencia, agradeço minha avó Maria Tribuzi a qual me ensinou o quão poeta é a vida, meus
pais Fábio Alberto Chung Campos, Solange Santos Ricci e irmã Suzy M. Ricci Chung
Campos que me incentivam a não desistir diariamente. E, por fim a minha esposa, quem
demonstrou todos os dias o real companheirismo, incentivo e parceria para que eu chegasse
ate esta etapa.
Aos amigos e amigas que tenho, fiz e cultivei durante todos esses anos, sem os quais
teriam sido anos ainda mais difíceis, em especial Alessandro Lima, Bruno Rodrigo, Diogo
Gomes, Emmanuel Augusto, Amanda Farias, Bruna Roxanne, Mariana Sá, Mayara Cardoso,
Osmara Almeida e Taynara Silva.
Aos Professores(as) Rosana Zanetti, Mércia Fernandes e Jose P. Thompson da
Universidade São Francisco - USF, Arão Pereira, Audirene Amorim, Jose Roberto Pereira,
Teresa Cristina, Wendell de La Salles da Universidade Federal do Maranhão – UFMA e ao
Prof. Beati, por ter nos orientado nesse projeto.
A empresa TSPRO, que foi a principal parceira para o desenvolvimento do
equipamento juntamente com time de supervisão e equipe de manutenção do terminal
distribuidor nacional localizado em Paulínia.
Referências Bibliográficas
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CATÁLOGO Redlands – 2018, Disponível em:
http://www.redlands.com.br/index.php?action=produtos. Acesso em: 22 maio 2018
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ZURICH. Brasil Seguros Publicação do Departamento de Risk Engineering da Zurich
Brasil Seguros S.A. Edição Digital nº 01 - Atualizada em Agosto/2012.
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