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Hidráulica de Perfuração

(Baseado no Manual da Hughes Christensen)

Luiz Alberto S. Rocha, Ph.D.


Rio de Janeiro, Junho de 2000

Luiz Alberto S. Rocha, Ph.D.

Introdução
• Muitos fatores influencia a
performance da perfuração do
qual a hidráulica é um dos mais
importantes.
• Além de outras funções, o fluido
de perfuração é responsável pelo
carreamento dos cascalhos e por
fornecer potência hidráulica para
limpar o fundo do poço abaixo da
broca.

Luiz Alberto S. Rocha, Ph.D.

1
Sistema de Circulação

• Um sistema convencional de
circulação consiste da bomba de
lama que bombeia o fluido de
perfuração através de
mangueiras, tubos e a broca até
o fundo do poço com posterior
retorno através do anular poço-
tubos e revestimentos-tubos até
o tanque de lama.
• O sistema de circulação pode
ser dividido em várias partes:

Luiz Alberto S. Rocha, Ph.D.

Sistema de Circulação
• O sistema de circulação pode
ser dividido em várias partes:
– Equipamentos de superfície (stand
pipe, mangueira do kelly, pescoço
do ganso, swivel e kelly)
– Drill pipe
– Drill collars
– Downhole tools (MWD, PDM,
etc)
– Broca
– Anulares (poço-tubos e
revestimento-tubos)

Luiz Alberto S. Rocha, Ph.D.

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Sistema de Circulação

Luiz Alberto S. Rocha, Ph.D.

Hidráulica de Perfuração

• As principais variáveis que


precisam ser conhecidas para se
calcular a hidráulica são:
– Vazão das bombas (GPM)
– Área de fluxo dos diversos
condutos (drill pipe, drill collars,
etc) por onde o fluida irá passar
– Comprimentos dos diversos
elementos
– Propriedades do fluido a ser
circulado

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Perda de Carga através
do Sistema de Circulação

Ps tan dpipe = Psup + PDP + PDC + PDT + PBIT + PAN

Psup = Pr essão Equipamentos de Superfície


PDP = Pr essão Drill Pipe
PDC = Pr essão Drill Collars
PDT = Pr essão Downhole Tools
PBIT = Pr essão na Broca
PAN = Pr essão no Anular

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Perda de Carga através do


Sistema de Circulação

• Um Sistema Básico consiste de


drill pipe, drill collars e broca.
Etapas da otimização:
– Escolher os equipamentos de
modo a manter as perdas no
mínimo para as vazões a serem
utilizadas.
– Selecionar o método de
otimização (Máxima Potência e
Máxima Força de Impacto)
– Determinar a Vazão Ótima
– Ajustar a vazão abaixo das
limitações do sistema
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Perda de Carga através do
Sistema de Circulação

• Existem dois métodos para


otimizar sistemas com Downhole
Tools:
– Subtrai-se a pressão a ser utilizada
pela downhole tool da pressão da
bomba e então otimiza-se o sistema.
– Otimiza-se o sistema como se não
existissem downhole tool e então
otimiza-se o sistema. A pressão a
ser utilizada da downhole tool será
então subtraída da pressão da broca.

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Perda de Carga através do


Sistema de Circulação
• A perda de carga, P (psi), através de
drill pipes, drill collars, anulares e
equipamentos de superfície pode ser
calculada pela equação:

ρ
0 ,86
P = 0,00001L C (PV)0,14 Q1,86
mud

P = perda de carga, psi


L = comprimento do drill pipe, metros
ρ = densidade do fluido de perfuração, ppg
Q = vazão, gpm
PV = viscosidade plástica, cp
C = correção a ser feita de acordo com o tipo
de elemento e tipo de anular

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Perda de Carga através do
Sistema de Circulação

• O coeficiente “Cpb” para o interior de


drill pipes leva em conta o efeito da
existência de tool joints na coluna:

18,636 1,345
C pb = 4 ,86
+ 4,86
d pb d jb

C pb = coeficiente para corrigir diferenças de


diâmetro devido a existência de tool joints
d pb = diâmetro interno do drill pipe, in
d jb = diâmetro interno do tool joint, in

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Perda de Carga através do


Sistema de Circulação

• O coeficiente “Ccb” para o interior de


drill collars leva em conta a maior
rugosidade existente no interior do
drill collar:

23,623
Ccb = 4 ,86
d cb

Ccb = coeficiente para corrigir a maior rugosidade


existente no interior do drill collar
d cb = diâmetro interno do drill collar, in

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Perda de Carga através do
Sistema de Circulação
• O coeficiente “Cpa”, para o anular drill
pipes e tools joints, leva em conta
existência de diferentes diâmetros nos
anulares devido a existência de tool
joints:
26,806 B 1,411B
C pa = +
(d h (
−dp)d −d 2
h ) (d
2 2
p h (
− d j ) d h2 − d 2j )
2

C pa = coeficiente para o anular do drill pipe


d h = diâmetro do poço, in
d p = diâmetro externo do drill pipe, in
d j = diâmetro externo do tool joint, in
B = constante

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Perda de Carga através do


Sistema de Circulação
O coeficiente, Cca, para o anular drill
collar poço é dado por:
28,217 B
Cca =
(d h − d c )(d h2 − d c2 )2

Cca = coeficiente para o anular do drill collar


d h = diâmetro do poço, in
d c = diâmetro externo do drill collar, in
B = constante
Diâmetro do Poço B

4 ¾” - 6 ¾” 2,0
5 7/8” - 6 ¾” 2,2
7 3/8” – 7 ¾” 2,3
7 7/8” – 11” 2,4
12” e acima 2,5
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Perda de Carga através do
Sistema de Circulação
• O equipamento de superfície
considerado aqui consiste de:
standpipe, mangueiras do kelly,
pescoço do ganso e kelly. Os
valores de “C” se tornam “Cse”
e são tabelados:
Case Stand Hose Swivel Kelly Cse
Pipe
L d i L di L di L di
1 40 3 45 2 4 2,0 40 2,25 22

2 40 3,5 55 2,5 5 2,5 40 3,5 8

3 45 4 55 3 5 2,5 40 3,25 5

4 45 4 55 3 6 3 40 4 4

L = comprimento do elemento, ft
di = diâmetro interno, in
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Perda de Carga através do


Sistema de Circulação
Resumo dos Calculo das Perdas de Carga
Equipamentos de Superfície :

ρ
0 ,86
Pse = 0,00001 Cse (PV)0,14 Q1,86
mud

Drill Pipe e Anulares :


Pdp = 0,00001Ldp (C pb + C pa )(PV)0,14 ρ
0 ,86
Q1,86
mud

Drill Collars e Anulares :


Pdc = 0,00001Ldc (Ccb + Cca ) (PV)0,14 ρ
0 ,86
Q1,86
mud

Combinando todas as Equações :

[
Pcoluna = 10 −5 C se + Ldp (C pb + C pa ) + Ldc (Ccb + Cca ) x ]
(PV)0,14 ρ
0 ,86
Q1,86
mud

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Vazão Ótima
(Máxima Potência)

Máxima Potência
Pbit = 0,65 Psystem
ou
Pcoluna = 0,35 Psystem
Lembrando que :
[
Pcoluna = 10 −5 C se + Ldp (C pb + C pa ) + Ldc (Ccb + Cca ) x]
(PV)0,14 ρ
0 ,86
Q1,86
mud

0,35 Psystem
Q=
1,86
[ ]
10 Cse + Ldp (C pb + C pa ) + Ldc (Ccb + Cca ) x
−5

(PV)0,14 ρ
0 ,86

mud

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Vazão Ótima
(Máxima Força de Impacto)

Máxima Força de Impacto


Pbit = 0,48 Psystem
ou
Pcoluna = 0,52 Psystem
Lembrando que :
[
Pcoluna = 10 −5 C se + Ldp (C pb + C pa ) + Ldc (Ccb + Cca ) x]
(PV)0,14 ρ
0 ,86
Q1,86
mud

0,52 Psystem
Q=
1,86
[ ]
10 −5 Cse + Ldp (C pb + C pa ) + Ldc (Ccb + Cca ) x

(PV)0,14 ρ
0 ,86

mud

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Restrições do Sistema

• A Vazão Ótima deve atender as


seguintes aspectos:
– As bombas são capazes de
fornecer a vazão estipulada?
– Está a vazão ótima dentro do
range de operação dos “down hole
tools”?
– A vazão ótima excede a vazão
anular mínima?
– A vazão ótima excede a vazão
anular máxima?
– No campo é muito comum usar a
seguinte regra:
• Q = 50 x (Diâmetro do Poço)
• Ex: Dh = 8 1/2” => Q = 425 GPM
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Restrições do Sistema
(Velocidade Anular)

• Algumas observações em relação a


velocidade no anular:
– Ser alta o suficiente para carrear os
cascalhos mas não tão alta para se
evitar erosão do anular.
– Se a velocidade ao redor dos drill
pipes é suficiente para carrear os
cascalhos então a limpeza ao redor
dos drill collars e tool joints está
garantida.
– Se a velocidade ao redor dos drill
collars não causa erosão da formação
então também não causará ao redor
dos drill pipes.
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Restrições do Sistema
(Velocidade Anular)
• A velocidade no anular necessária
para adequadamente remover os
cascalhos é afetada por:
– taxa de penetração
– capacidade de carreamento do fluido
de perfuração
– a natureza da formação sendo
perfurada
– a natureza das formações já perfiradas
acima da broca
Velocidade Anular

2,45Q
Van = ( ft / min)
d h2 − d o2
Diâmetro Diâmetro
Poço ou Revestimento, in Externo, in
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Restrições do Sistema
Power Law Model
(Constantes “n” e “K”)

• “n” e “K” utilizadas no modelo de


Potência podem ajudar no cálculo
da velocidade critica :

θ 300
na = 0,5 log
θ3

K a = 5,11( )θ
1−na

300

na = índice de comportamento de fluxo


K a = fator de consistência, cp
θ 300 = leitura do reometro a 300 rpm
θ 3 = leitura do reometro a 3 rpm

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Restrições do Sistema
(Viscosidade Efetiva)

• A viscosidade efetiva é ‘função da


velocidade anular e pode ser dada
pela equação :

(na −1)
 144Va 
µ ea = 100 K a  
 dh − do 

µ e = viscosidade efetiva no anular, cp


a

K a = fator de consistência, cp
d h = diâmetro do poço ou do revestimento, in
d o = diâmetro externo do drill pipe ou drill collar, in
n a = constante do modelo Power Law para o anular

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Restrições do Sistema
(Número de Reynolds)

• O número de Reynolds indicará se


o regime de fluxo no anular é
laminar :
928Va (d h − d o )ρ mud
Rea =
 2n + 1 
µ ea  a 
 3n a 
Rea = Número de Reynolds
µ e = viscosidade efetiva no anular, cp
a

ρ mud = densidade do fluido de perfuração, ppg


d h = diâmetro do poço ou do revestimento, in
d o = diâmetro externo do drill pipe ou drill collar, in
n a = constante do modelo Power Law para o anular

Fluxo Laminar : Rec < 3.470 − 1.370n a


Regime de Transição : 3.470 − 1.370n a < Rec < 4.270 − 1.370n a
Fluxo Turbulento : 4.270 − 1.370n a < Rec

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Restrições do Sistema
(Velocidade Crítica)

• A velocidade crítica, isto é, a


velocidade acima da qual existirá
regime turbulento no anular dos
drill pipes pode ser calculada por:

1
  2na + 1   a
na 2 − n

100(3470 − 1370na )K a   
  3na  
Vc =  (1− na ) 
 928 ρ (d − d ) 144  
o  
 h
 dh − do  

Vc = velocidade crítica, ft/sec


do = diâmetro externo do drill pipe ou drill
collar, in

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Restrições do Sistema
(Vazão Crítica)

• A vazão crítica, isto é, a vazão


acima da qual existirá regime
turbulento no anular dos drill
pipes pode ser calculada por:
(
Qc = 2,45 Vc d h2 − d o2 )
Qc = vazão crítica, gpm
Vc = velocidade anular crítica, ft/sec

Desse modo, se a Vazão Ótima for maior que a


vazão crítica, ela deve ser diminuída para evitar
que exista fluxo turbulento no anular dos drill
pipes e evintando-se erosão do poço

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Hidráulica na Broca

• Tem por objetivo determinar os


jatos da broca para se atingir a
melhor eficiência hidráulica:

Área dos Jatos


Q 2 ρ mud
A=
12031Pb
Pressão na Broca
Q 2 ρ mud
Pb =
12031A2

A = área total dos jatos, in 2


Q = vazão crítica, gpm
Vc = velocidade anular crítica, ft/sec
Pb = pressão na broca, psi
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Hidráulica na Broca

• A pressão atuando no fundo do


poço diminui com o aumento da
distância do jato ao fundo do
poço:
Pressão Atuando no Fundo do Poço
7,7 2
Pi = Pb
X2
d 2jatos
Pi = pressão atuando no fundo do poço, psi
Pb = pressão na broca, psi
d jato = diâmetro do jato, in
X = distância do jato ao fundo do poço, in
X = 9 ,4" para brocas 17 1/ 2" standard e
2 ,9" para brocas de 17 1/ 2" com jatos
extendidos.
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Hidráulica na Broca

• A velocidade nos jatos é função


da vazão e da área total de fluxo
(TFA) mas independente do
tamanho do jato :

A velocidade dos jatos é dada por :


Q
Vn = 0,321
A
Q = vazão, gpm
A = área total dos jatos, in 2
d jato = diâmetro do jato, in

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Hidráulica na Broca
A Potência Hidráulica é dada por :
PQ
Hn = b
1714
H n = potência hidráulica na broca, hp
Q = vazão, gpm
Pb = pressão na broca, psi

É comum se usar a potência por in 2


1,2732 H n
H n / in 2 =
d h2
d h = diâmetro da broca, in

A Força de Impacto é dada por :


I = 0,0173Q Pb ρ mud
I = força de impacto, lbf
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Hidráulica Anular

• Uma das principais funções do


fluido de perfuração é levar o
cascalho perfurado do fundo do
poço até a superfície. Falhas
nesse processo podem levar a
prisão da coluna, bloqueio do
anular e excessiva pressão
hidrostática.
• A habilidade do fluido de
perfuração carrear os cascalhos
é afetada por vários parâmetros
que incluem densidade do
fluido, reologia e velocidade
anular.
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Hidráulica Anular

• Se as partículas tem formato


irregulares elas serão afetadas
pelo torque causada pelo arraste
do fluido de perfuração.
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Hidráulica Anular
• Slip Velocidade (velocidade de
escorregamento) é função do
número de Reynolds, coeficiente
de drag e tamanho do cascalho.
Pode ser calculado utilizando a
seguinte sequência:
Tensão de cizalhamento desenvolvida pela partícula :
τ p = 7,9 T (20,8 − ρ mud )
τ p = tensão de cizalhamento na partícula, lbf/ 100 ft 2
T = expessura da partícula, in
ρ mud = densidade do fluido de perfuração, ppg

d
Formato da
T Partícula

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Hidráulica Anular
• Taxa de tensão crítica de
cizalhamento da partícula é a taxa
de tensão acima da qual a partícula
é tratada como se estivesse em
fluxo turbulento. A condição de
turbulência da partícula não está
relacionada a condição de
turbulência uma laminar do fluxo
no anular. A taxa de tensão crítica
pode ser calculada como:

186
γb =
d p ρ mud
γ b = taxa de tensão crítica de cizalhamento
na partícula, sec-1
d p = diâmetro da partícula, in
ρ mud = densidade do fluido de perfuração, ppg
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Hidráulica Anular

• Taxa de tensão de cizalhamento


na partícula pode ser calculada
como:
1
 τ  na
γ p =  p 
 Ka 
γ p = taxa de tensão de cizalhamento na partícula, sec -1
τ p = tensão de cizalhamento na partícula, lbf/100 ft 2
K a = Fator de consistência anular, cp
n a = Indice de comportsmento de fluxo

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Hidráulica Anular
• A velocidade de escorregamento
da partícula dependerá se existe
na partícula fluxo laminar ou
turbulento:
Condição Laminar onde γ p < γ b :
 γ pd p 
Vs = 1,22τ p  
 ρ mud 

Condição Turbulena, onde γ p > γ b :

16,62τ p
Vs =
ρ mud

Vs = velocidade de escorregamento
(slip velocity), ft/min

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Hidráulica Anular
• A Velocidade de Transporte é
obtida diminuindo a velocidade
de escorregamento da velocidade
anular:
Velocidade de Transporte :

Vt = Van − Vs

Vt = velocidade de transporte, ft/min


Van = velocidade anular, ft/min
Vs = velocidade de escorregamento, ft/min

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Hidráulica Anular
• A Eficiência de Transporte é a
razão entre a velocidade de
escorregamento e a velocidade
anular:
Eficiência de Transporte :

Vt  V 
Et = x100 = 1 − s  x100
Van  Van 

Et = eficiência de transporte, %
Obs. Aplicável para inclinações entre 300 e 350

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Hidráulica Anular
• É comum haver concentração de
cascalhos devido a velocidade de
escorregamento. Este acúmulo é
função da eficiência de transporte
e da taxa de penetração (ROP):
Concentração de Cascalhos é dada por :

Ca =
(ROP )d h2 x100
14,71Et Q

Ca = concentração de cascalhos, %
ROP = taxa de penetração, ft/hr
d h = diâmetro do poço
Q = vazão, gpm
Et = eficiência de transporte, %

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Hidráulica Anular
• A concentração de cascalhos no
espaço anular pode levar a
aumento excessivo da densidade
do fluido no espaço anular. A
densidade efetiva do fluido de
perfuração no anular pode ser
calculado pela expressão:

Ca  C 
We = 8,34( SG ) c + ρ mud 1 − a 
100  100 

We = densidade efetiva da lama, ppg

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Hidráulica Anular
• As perdas de carga no anular
causam um aumento de pressão no
fundo do poço. Este aumento, se
expresso em forma de densidade, é
chamado de densidade equivalente
de circulação (ECD):

ECD =
∑P a
+ ρ mud
0,1706(TVD )

ECD = densidade equivalente de circulação, ppg


ΣPa = Somatórias das perdas de carga no anular, psi
TVD = profundidade vetrical, metros
ρ mud = densidade do fluido de perfuração, ppg

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Exercício
• Maximizar a Potência Hidráulica para o
final da perfuração do trecho. Estudos
dos poços de correlação indicam uma
taxa de penetração na ordem de 30,5
m/hr.
• Dados do Poço
– Diâmetro = 9 7/8”
– Profundidade: Entrada: 823 m Saída:1798 m
– Fluido de Perfuração:
Densidade = 9,2 ppg
PV = 12 cp
YP = 10 lb/100 ft2
θ600 = 34
θ300 = 22
θ3 = 3

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Exercício
(Continuação)
– Coluna de Perfuração
• D. Pipe OD = 4 1/2” ID = 3,286” Peso: 16,6 lb/ft
• Tool Joints OD = 6,25” ID = 3,0”
• D.Collar OD = 6,25” ID = 3,25” Compr. = 165 m
– Bombas
• Make: CE
• Modelo: F-1000
• Stroke: 10”
• Liner: 6”
– Limites de Fluxo:

Mínimo Máximo
• SPM 0 0
• Vazão (GPM) 0 650
• Velocidade Anular 0 0
• Pressão na Superfície 0 2800

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Cálculos
Final do Intervalo
Coificientes de Perda de Carga em Tubos e
Tool Joints Interior
Interior
18,636 1,345
C pb = 4 ,86
+ 4,86
d pb d jb

18,636 1,345
C pb = + = 0,03389
3,826 4,86 3,0 4,86

Anular
26,806 B 1,411B
C pa = +
(d (
h − d p ) dh − d p
2 2
) (d
2
(
h − d j ) dh − d j
2 2
)
2

26,806(2,4)
C pa = +
(9,875 − 4,5)(9,8752 − 4,52 )2
1,411(2,4)
= 0,00228
(9,875 (
− 6,25 ) 9,8752 − 6,252 )
2

Total para Tubos e Tool Joints


C p = C pb + C pa
C p = 0,03389 + 0,00228 = 0,03617

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Coeficientes de Perda de Carga para Drill Collars
Interior
23,623
Ccb = 4 ,86
d cb

23,623
Ccb = = 0,07684
3,254,86

Anular
28,217 B
Cca =
(d h − d c )(d h2 − d c2 )2
28,217( 2,4)
Cca = = 0,00547
(9,875 (
− 6,25 ) 9,8752 − 6,252 ) 2

Total para os Drill Collars


Cc = Ccb + Cca
Cc = 0,07684 + 0,00547
Cc = 0,08231

Equipamentos de Superfície
C se = 5

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Determinação da Vazão Ótima


Máxima Potência
0,35Psystem
Qotim =
1,86
[
10 Cse + Ldp (C pb + C pa ) + Ldc (Ccb + Cca ) x
−5
]
ρ
0 ,86
0 ,14
(PV)
mud

0,35(2800)
Qotim =
1,86 10 −5 [5 + 1634 (0,03617 ) + 165 (0,08231)] x
( 12 )0,14 9,2 0,86
Qotim = 566 gpm

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Determinação se o fluxo é laminar ao redor do drill pipe
2,45Q
Van =
d h2 − d o2
2,45(566)
Van =
9,8752 − 4,52
Van = 180 ft / sec ou 3,0 ft / sec

Constantes do Modelo Power Law


θ 300
na = 0,5 log
θ3
22
na = 0,5 log
3
na = 0,4327

K a = 5,11( )θ
1− na

300

K a = 5,11( ) (22)
1−0 , 4327

K a = 7,5668

Viscosidade Efetiva
( na −1)
 144Va 
µ e = 100 K a  
 dh − do 
a

(0 , 4327 −1)
 144(3,0) 
µ e = 100(7,5668) 
 9,875 − 4,5 
a

µ e = 62,83 cp
a

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Determinação do Número de Reynolds


928Va (d h − d o )ρ mud
Rea =
 2n + 1 
µ ea  a 
 3n a 
928(3,0)(9,875 − 4,5)9,2
Rea =
 2(0,4327 ) + 1 
62,83 
 3(0,4327 ) 
Rea = 1.873

Regime Laminar : Rec < 3.470 − 1.370n a


Rec < 3.470 − 1.370(0,4327 )
Rec < 2877

Rea < Rec O fluxo é laminar

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Velocidade Crítica
1
  2n + 1   a
na 2 − n

100(3470 − 1370na )K a  a  

Vc =   3na  
(1− na ) 
 928 ρ (d − d ) 144 
 
o  
 mud h
 dh − do  
1
  2(0,4327 ) + 1  
0 , 4327 2 − 0 , 4327

100(3470 − 1370(0,4327 ))7,5668  


  3(0,4327 )  
Vc =
  144 
(1− 0 , 4327 ) 
 928(9,2 )(9,875 − 4,5)  
  9,875 − 4,5  
Vc = 3,9 ft / sec

Vazão Crítica
(
Qc = 2,45 Vc d h2 − d o2 )
(
Qc = 2,45 (3,9 ) 9,875 2 − 4,52 )
Qc = 738 gal / min

Vazão Ótima é menor que a Vazão Crítica então a Vazão


Ótima pode ser utilizada.

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Pressão na Broca
Será utilizado o critério de máxima potência na broca
Pb = 0,65Pbomba
Pb = 0,65(2.800)
Pb = 1.820 psi

Área dos Jatos


Q 2 ρ mud
A=
12031Pb

A=
(566) 9,2 2

12031(1.820)
A = 0,3669 in 2

Escolha dos Jatos


Os jatos são fornecidos com diâmetros múltiplos de 1/32" ,
Assim :
2
dj 
π  
32 
3   = 0,3669
4
d j = 12,62
Logo jatos de 13, 13 e 12 poderiam ser utilizados. Porém um
arranjo assimétrico costuma dar um melhor rendimentos na
perfuração :

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Recomenda - se que 2/3 (ou 0,66) do fluxo passe pelo jato maior :
2
 d j1 
π  
 32  = 0,66 x0,3669 = 0,2422 in 2
4
Assim uma combinação de jatos igual a 10/32" , 11/32" e 16/32"
satisfaz o problema.
Nesse caso a nova área dos jatos será de :
2 2 2
 10   11   16 
π  π  π 
A =   +   +   = 0,3658 in 2
32 32 32
4 4 4
A pressão na broca passa a ser :
Q 2 ρ mud
Pb =
12.031A2

Pb =
(566)2 9,2 = 1831 psi
12.031(0,3658)
2

Pressão atuando no fundo do poço é normalmente calculada


com base no jato de maior diâmetro
7,7 2
Pi =
X2
d 2jatos
7,7 2
Pb = 1831
(5,7 )2
16(32
2
)
Pi = 835 psi
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Velocidade nos Jatos


Q
Vn = 0,321
A
566
Vn = 0,321
0,3658
Vn = 497 ft / sec

Velocidade do jato no fundo do poço


7,7
Vi = V
X n
dj
7,7
Vi = 497
5,7
16
32
Vi = 336 ft / sec

Potência Hidráulica
Pb Q
Hb =
1714
1764(566 )
Hb = = 583 hhp
1714

Potência Hidráulica por área


Hb 1,2732 H b
=
in 2 d h2
Hb 1,2732(583)
= = 7,6hp / in 2
in 2 9,8752
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Força nos Jatos
I = 0,0173 Q Pb ρ mud
I = 0,0173 (566) (1831)(9,2)
I = 1,271 lbf

Perdas de Carga no Equipamento de Superfície e Coluna de Perfuração


Equipamentos de Superfície :
Pse = 0,00001 C se (PV)0,14 ρ
0 ,86
Q1,86
mud

Pse = 0,00001 (5) ( 12 ) ( 9,2 )


0 ,14 0 ,86
( 566 )1,86
Pse = 63 psi
Interior do Drill Pipe :

ρ
0 ,86
Pdp = 0,00001Ldp C pb (PV)0,14 Q1,86
mud

Pdp = 0,00001(3,281)(1798 − 165) 0,010328 ( 12 )0,14( 9,2 )0,86 5661,86


Pdp = 699 psi
Anular do Drill Pipe :

ρ
0 ,86
Ppa = 0,00001Ldp C pa (PV)0,14 Q1,86
mud

Ppa = 0,00001(3,281)(1798 − 165) 0,000694 ( 12 )0,14( 9,2 )0,86 5661,86


Ppa = 47 psi
Interior dos Drill Collars :

ρ
0 ,86
Pdc = 0,00001Ldc Ccb (PV)0,14 Q1,86
mud

Pdc = 0,00001(3,281)(165)0,0234420 ( 12 )0,14( 9,2 )0,86 5661,86


Pdc = 160 psi
Anular dos Drill Collars :

ρ
0 ,86
Pca = 0,00001Ldc Cca (PV)0,14 Q1,86
mud

Pca = 0,00001(3,281)(165)0,0001666 ( 12 )0,14( 9,2 )0,86 5661,86


Pca = 11 psi
Luiz Alberto S. Rocha, Ph.D.

Densidade Equivalente de Circulação - ECD

ECD =
∑P a
+ ρ mud
0,1706(TVD )

47 + 11
ECD = + 9,2
0,1706(1798)

ECD = 9,4 ppg

Luiz Alberto S. Rocha, Ph.D.

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