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Aula:

Professora Ana Paula


Adutoras são tubulações ou canais dos sistemas de abastecimento de água que se
destinam a transportar a água entre as unidades que precedem a rede
distribuidora. Professora Ana Paula
• Qualquer interrupção afeta o abastecimento de água para
toda a população.
• Por falta de especificações convenientes dos materiais e
pela inobservância de técnicas construtivas adequadas →
acidentes.
• Necessitam de cuidados especiais na elaboração do projeto
e na implantação das obras.
• Recomenda-se criteriosa análise do traçado em planta e em
perfil, a fim de verificar a correta colocação de seus órgãos
acessórios e ancoragens nos pontos onde ocorrem esforços
que possam causar deslocamento das peças.

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• Quanto à natureza das águas transportadas
– Adutora de água bruta
– Adutora de água tratada

• Quanto à energia para a movimentação da água


– Adutora por gravidade
• Em condutos forçados (tubos sujeitos a pressão superior
à atmosférica)
• Em conduto livre (canais, aquedutos ou tubos sujeitos à
pressão atmosférica)
– Adutora por recalque
– Adutoras mistas

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• Usar critérios técnicos e econômicos;
• Implantá-la, de preferência em ruas e terrenos públicos e com
traçado mais direto, aproximando de estradas que facilitem sua
implantação e manutenção futura;
• Evitar traçado onde o terreno é rochoso, pantanoso, muito
inclinado e com outras características não adequadas;
• Não executar trechos de adução horizontal. A adutora deve ser
composta de trechos ascendentes com declividade ≥ a 0,2% e
trechos descendentes com declividade ≥ a 0,3%, mesmo em
terrenos planos;
• Traçados que apresentam trechos ascendentes longos com
pequena declividade, seguido de trechos descendentes curtos,
com maior declividade; e
• Utilizar blocos de ancoragem para dar estabilidade ao conduto,
quando a inclinação do conduto for superior a 25%.
• Inspeção de campo para a escolha da melhor alternativa de traçado;

• Levantamento topográfico planialtimétrico e cadastral de uma faixa


envolvendo o melhor traçado (de 30 a 60 metros de largura);

• Sondagens de terreno a trado e a percussão ao longo da faixa, para


informações geotécnicas sobre o subsolo;

• Com os dados acima, deve-se lançar na planta da faixa, o eixo da


adutora, que deverá ser estaqueado de 20 em 20 metros; e

• Elaboração do perfil do terreno e da adutora.

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• Para o dimensionamento das adutoras (conduto livre ou
forçado), a rigor devem ser consideradas as perdas localizadas;

• No entanto, na maioria dos casos, estas perdas atingem valores


desprezíveis, comparativamente às perdas por atrito ao longo
das tubulações.

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• Vazão (Q)
• Velocidade (V)
• Perda de carga unitária (J)
• Diâmetro (D)

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Q → conhecida
D → a determinar

D 2 f V2
Q= V J= .
4 D 2g

É necessário fixar um dos parâmetros, J ou V, para determinar D


Em seguida, verifica se o valor do parâmetro adotado é aceitável.
Velocidade → primeiro parâmetro a ser estudado
Pequenas velocidades favorecem a deposição de materiais
sedimentáveis nas tubulações e dificultam a remoção do ar nos
pontos altos (~0,5 m/s)
Grandes velocidades aumentam as perdas de carga e favorecem o
aparecimento de transientes hidráulicos (3 < Vmáx < 6 m/s)
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• Condições relacionadas ao bom funcionamento dos
sistemas;

• Possibilidade de ocorrência de efeitos dinâmicos nocivos


(sobrepressões prejudiciais);

• Limitação da perda de carga;

• Desgaste das tubulações e peças acessórias;

• Controle da corrosão; e

• Ruídos desagradáveis.
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Elementos Necessários
• Vazão máxima diária (Q → vazão de adução em m3/s);

• Desnível geométrico entre o nível d’água na tomada e na chegada


(G em m);

• Comprimento da adutora (L→ medido em planta se a declividade


do terreno for menor que 25%, caso seja maior, deve-se medir no
perfil, em m); e

• Material do conduto que determina a rugosidade (C da fórmula de


Hazen Williams ou K da fórmula Universal, adimensional).
NA
Pressão
Dinâmica Pressão
Estática G
Q
Linha NA
Piezométrica
L Professora Ana Paula
Roteiro de Cálculo

• Calcula-se a perda de carga unitária ideal ao longo da tubulação: Ji.


Este valor conduziria ao D mais econômico, uma vez que utilizaria toda a
energia disponível:

Ji = G / L

• Ji (m/m), G (m), L (m)

• Para adutoras com L > 5.000D, não se considera as perdas


localizadas
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Roteiro de Cálculo

• Calcula-se o diâmetro teórico por Hazen-Williams:

Q1,85
J i = 10,65. 1,85 4,87 ou Q = 0,2785.C.Dt
2, 63
.J i
0, 54
C .D

• Q = vazão máxima diária (m3/s)


• D = diâmetro teórico a ser calculado (m)
• Ji = perda de carga unitária ideal (m/m)
• C = adimensional (função do material da tubulação)
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Roteiro de Cálculo
Material da Tubulação
Valor de C
(Tubos Novos)
Plástico 140
Ferro fundido dúctil 130
Aço 130
Concreto Armado 130
Fibra de vidro 140

Adota-se o diâmetro comercial imediatamente superior ao


teórico calculado
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Roteiro de Cálculo
Com o Diâmetro comercial ➔maior vazão
Calcula-se a nova perda de carga unitária (Jc):

Q = 0,2785.C.Dc
2, 63 0,54
.J c

Calcula-se o novo desnível geométrico (Gc = Jc x L).

Compara-se:
– Se G - Gc  0,05 G → utiliza-se Dc adotado como
final. Haverá perda de energia igual a G – Gc.

– Se G - Gc > 0,05 G → subdivide-se a adutora em


dois sub-trechos de diâmetros diferentes.
Roteiro de Cálculo
Divide-se a adutora em dois trechos:
L = L1 + L2
Sendo:
Dc já adotado, correspondente a L1
D’c imediatamente inferior ao anterior, correspondente a L2

Q = 0,2785.C.D´c
2, 63 0, 54
Calcula-se J’c correspondente a D’c: .J ´c

Pode-se então calcular L1 e L2 através do sistema de equações:

L = L1+L2 A piezométrica terá duas indicações,


correspondentes a Jc e J´c.
G = Jc.L1 + Jc’.L2
Toda a energia disponível será aproveitada.
Roteiro de Cálculo
Determina-se os valores da velocidade da água, nos trechos,
através da equação da continuidade: Q = Área x Velocidade,
(A1V1 = A2V2), que não devem ser maiores que:
Material do Tubo Velocidade Máxima (m/s)
Plástico (PVC) 4,5
Ferro fundido dúctil 4,0 a 6,0
Aço 6,0
Concreto 4,5 a 5,0
Fonte: CETESB

águas com suspensões finas: 0,30 m/s;


Velocidades águas com areias finas: 0,45 m/s;
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Mínimas águas com matéria orgânica: 0,60 m/s.
Indica em planta e perfil os elementos calculados, as peças
especiais (conexões, ventosas, registros de manobra e descarga,
travessias e passagens especiais, ancoragens e piezométrica).

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• A linha piezométrica não deve cortar a tubulação → prejudicial ao
funcionamento da adutora (formação de bolsas de ar, pressões negativas,
variação de volume).

• Opção 1: Cortar o terreno para locar a tubulação abaixo da piezométrica


NA

Corte no terreno
LP

L
• Opção 2: Construção de uma caixa intermediária no ponto mais alto do
terreno, aberta à pressão atmosférica, ficando a linha adutora divida em
2 trechos, L1 e L2. Cada trecho vai ser dimensionado como já explicado
(como uma linha adutora por gravidade).
O nível de água na cx de
NA h  2,5 D2 passagem deverá ser fixada,
pelo projetista, com altura
D2
mínima, em relação à tubu-
lação de saída: h = 2,5D2.
NA
LP, J1
NA Caixa intermediária

LP, J2
A

D1

Corte no terreno

L1 L2
• Opção 3: Dimensionar a linha com dois diâmetros D1>D2.

– A piezométrica do primeiro trecho terá declividade


menor (J1) para ultrapassar o ponto alto do terreno.

– Deve-se ter uma folga da piezométrica de, no mínimo,


1,5 m acima do terreno.

Escolhe-se a alternativa mais econômica e adequada


operacionalmente a cada caso.

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Refazer o exemplo 10.1 da página 449 do livro do Heller, seguindo
os passos do dimensionamento dado em sala de aula.
O enunciado do exercício é o seguinte:

A figura a seguir mostra os reservatórios R1 e R2, com níveis médios


de água nas cotas 810,0 m e 784,0 m, interligados por uma adutora
de 1.200 m de comprimento, para conduzir 60 l/s de água. Supondo
que as perdas de carga localizadas sejam devidas a: 3 curvas de 90º,
6 tês de passagem direta, 1 entrada normal e 1 saída de canalização e
1 válvula de gaveta aberta, pede-se:
a) Dimensionar o diâmetro desta tubulação, admitindo-se ser de PVC
com aspereza (rugosidade) média de 0,035 mm;
b) Calcular a vazão efetiva que poderá ser conduzida na adutora
dimensionada e a velocidade correspondente; e
c) Indicar algumas medidas que poderão ser tomadas para a adutora
conduzir exatamente a vazão especificada.
1º Passo: Calcular a perda de carga unitária Ji

Ji = G / L = 26/1200 = 2,167 x 10-2 m/m

2º Passo: Calcular o diâmetro D

Q = 0,2785.C.Dt
2, 63 0, 54
.J i

Q = 60 l/s = 60 x 10-3 m3/s D2,63 = .........

D = (.........)^(1/2,63)
Ji = 2,167 x 10-2 m/m
D = 0,187 m = 187 mm
C = 140 (PVC)
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3º Passo: Diâmetro comercial Dc = 200 mm = 0,2 m

4º Passo: Verificar se precisaremos considerar as perdas


de carga localizadas.

L > 5.000 D ? 1.200 > 5.000*0,187

1.200 > 935 OK! Então, não precisamos considerar


perdas de cargas localizadas.

5º Passo: Calcular nova perda de carga (Jc)


Q = 60 x 10-3 m3/s
Q = 0,2785.C.Dc
2, 63 0,54
.J c C = 140
Dc = 200 mm = 0,2 m
Jc = 1,568 x 10-2 m/m
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6º Passo: Calcular o novo desnível geométrico ( Gc )
Gc = Jc x L = 1,568 x 10-2 m/m x 1200 m

Gc = 18,816 m

7º Passo: Comparar:

Se G - Gc  0,05 G

26 – 18,816 ≤ 0,05 x 26

7,184 ≤ 1,3 NÃO! Então, subdivide-se a adutora


em 2 sub-trechos de diâmetros
diferentes.
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Dc = 200 mm L1
L = L1+L2
Dc´= 150 mm L2

8º Passo: Calcular Jc´correspondente a Dc´

Q = 0,2785.C.Dc
2, 63 0,54
.J c

60 x 10-3 m3/s 0,15 m

140

Jc´= 6,366 x 10-2 m/m

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9º Passo: Calcular L1 e L2 pelo sistema de equações:

L= L1 + L2
G = Jc.L1 + Jc’.L2
L1 L2

1200 = L1 + L2
26 = 1,568 x 10-2 L1 + 6,366 x 10-2 L2

L1 = 1050,271 m Dc = 200 mm

L2 = 149,729 m Dc´= 150 mm

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10º Passo: Conferir as velocidades.

Q = V.A
V1 = Q/A V = 60 x 10-3 / (Pi Dc2/4)

V1 = 1,91 m/s

V2 = Q/A V = 60 x 10-3 / (Pi Dc´2/4)

V2 = 3,395 m/s

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