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SANEAMENTO BÁSICO E AMBIENTAL

Prof. Francisco Lorenzini Neto


ESGOTO SANITÁRIO E-mail: francisconeto@ifsul.edu.br

R EDE CO LETO R A – PA RT E II
DIRETRIZES PARA CONCEPÇÃO DA REDE
COLETORA DE ESGOTO
a) Prever as vazões:
• estudo da população a ser atendida;
• separar pontos de grandes contribuições singulares: indústrias, hospitais...
b) Fazer um traçado preliminar, atentando:
• topografia (mapa com escala mínima de 1:2.000, com curvas de nível de
metro em metro);
• obstáculos superficiais e subterrâneos.
c) Profundidades de coletores de esgoto na via pública.
DIMENSIONAMENTO
a) Requisitos hidráulicos e sanitários:
1) Capacidade das tubulações de conduzir vazões máx. e mín.
2) Regime de escoamento:
• livre: coletores e interceptores;
• forçado: sifões invertidos e linhas de recalque.
DIMENSIONAMENTO
3) Garantir autolimpeza nas tubulações (declividade mínima):
• Critério da Velocidade – estabelece uma velocidade mínima de transporte
da material sólido, sendo que essa velocidade deve ser tal que garanta que
a lâmina mínima seja sempre atendida;
• Critério da Tensão Trativa – é a tensão tangencial exercida pelo líquido
escoando sobre a parede do tubo, onde o valor crítico da mesma,
denominado Tensão Trativa Crítica, é aquele valor mínimo capaz de iniciar
o movimento das partículas depositadas nas tubulações.
4) Velocidade máxima:
• Deve ser obedecida para não causar abrasão nos tubos (Vmáx. = 5 m/s).
DIMENSIONAMENTO
b) Vazões de Projeto para Rede Coletora:
• Vazão máxima horária de um dia qualquer de início de plano:
Verificar condições de
𝑄!,#á% = 𝐾&. 𝑄%! + 𝑇𝐼! . 𝐿! + 𝑄𝑆! autolimpeza do coletor, que
deve acontecer uma vez/dia.

• Vazão máxima de final de plano:


Determinar capacidade do
𝑄',#á% = 𝐾(. 𝐾&. 𝑄%' + 𝑇𝐼' . 𝐿' + 𝑄𝑆' coletor – diâmetro.
DIMENSIONAMENTO
c) Taxa de contribuição linear (também pode ser por área):
• Rede Simples início de plano: • Rede Dupla início de plano:
𝐾# . 𝑄&$ 𝐾# . 𝑄&$
𝑇𝑥$ = + 𝑇𝐼$ 𝑇𝑥$ = + 𝑇𝐼$
𝐿$ 𝐿%,$

• Rede Simples final de plano: • Rede Dupla final de plano:


𝐾" . 𝐾# . 𝑄&! 𝐾" . 𝐾# . 𝑄&!
𝑇𝑥! = + 𝑇𝐼! 𝑇𝑥! = + 𝑇𝐼!
𝐿! 𝐿%,!

SIMPLES DUPLA
DIMENSIONAMENTO
d) Vazões de Projeto para Trechos de Tubulação:
• Início de plano:

𝑄𝑀$ = , 𝑣𝑎𝑧õ𝑒𝑠 𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑖𝑠 𝑑𝑒 𝑚𝑜𝑛𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 + , 𝑄𝑠 𝑄𝑇$ = 𝑇𝑥$ . 𝐿' 𝑄𝐽$ = 𝑄𝑀$ + 𝑄𝑇$

• Final de plano:

𝑄𝑀! = , 𝑣𝑎𝑧õ𝑒𝑠 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑖𝑠 𝑑𝑒 𝑚𝑜𝑛𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 + , 𝑄𝑠 𝑄𝑇! = 𝑇𝑥! . 𝐿' 𝑄𝐽! = 𝑄𝑀! + 𝑄𝑇!

Qmín. = 1,5 L/s, (NBR 9649/86) pico instantâneo


Qs – vazão de contribuição singular no trecho i.
decorrente da descarga do vaso sanitário.
DIMENSIONAMENTO
e) Determinação da Declividade (I):
• Declividades do projeto:

Escolher a MAIOR
• Declividade econômica
Que deve evitar o aprofundamento desnecessário dos coletores,
fixando a profundidade mínima admitida.

• Declividade mínima
+,,-. Satisfaz a condição de tensão trativa
𝐼#í* = 0,0055. 𝑄!,#á% mínima de 1Pa e n = 0,013.
m/m L/s
• Declividade máxima
Para manter a velocidade final máx.
+,,/.
𝐼#á% = 4,65. 𝑄',#á% em 5 m/s, expressão aproximada da
declividade máxima (para n = 0,013).
m/m L/s
DIMENSIONAMENTO
e) Determinação da Declividade (I) – cálculo:

• Coletor a montante está com a profundidade ou


recobrimento mínimo.
• Declividade do terreno é maior que declividade
mínima.
• Declividade no trecho igual à declividade do
terreno.
𝑧𝑖 − 𝑧𝑓 • Profundidade a montante e a jusante igual ao
𝐼= recobrimento mínimo mais diâmetro da
𝐿
tubulação.
DIMENSIONAMENTO
e) Determinação da Declividade (I) – cálculo:

• Declividade do terreno é menor que declividade


mínima (ou negativa).
• Declividade no trecho igual à declividade
mínima.
• Profundidade (ou o recobrimento) a jusante
pode ser calculada.
𝑧𝑖 − 𝑟𝑖 − (𝑧𝑓 − 𝒓𝒇)
𝐼 = 𝐼#í* =
𝐿
DIMENSIONAMENTO
f) Determinação do Diâmetro:
• Para manter a lâmina máxima igual a 0,75D, o diâmetro mínimo
necessário pode ser calculado:
Qf,max
,,0.1
𝑄'
Norma Ymáx = 0,75D 𝐷 = 0,0463.
Eq. Manning 𝐼
n = 0,013
m m3/s
Dmín. = 100 mm (NBR 9649/86). Y

Dmín. = 150 mm (na prática).


DIMENSIONAMENTO
g) Determinação dos Rh inicial e final:
• Rhi – importante para definir a Tensão Trativa Crítica;
• Rhf – importante para definir a Velocidade Crítica;
• Para a determinação de y/D e Rh/D, deve-se calcular o fator
hidráulico, como D é conhecido, encontra-se o Rh:

𝑄. 𝑛
𝐹ℎ = 2/0 (/&
𝐷 𝑆
DIMENSIONAMENTO

𝑄. 𝑛
𝐹ℎ = !/# $/%
𝐷 𝑆
DIMENSIONAMENTO
h) Determinação da Tensão Trativa:
• Raio hidráulico inicial, pois são nas condições de início de plano
que interessa avaliar a condição de autolimpeza.
• Recomenda-se garantir:
• σc,mín = 0,10 kgf/m2 para coletores; 𝜎! = 𝛾. 𝑅ℎ! . 𝐼
• σc,mín = 0,15 kgf/m2 para interceptores. I - Declividade da tubulação (m/m);
Rhi – Raio hidráulico início de plano (m);
γ – peso específico do líquido (γ = 1000 kgf/m3);
σ – tensão trativa média (kgf/m2).
DIMENSIONAMENTO
i) Velocidade Crítica:
• Quando o escoamento torna-se supercrítico (Fr > 1), pode
ocorrer a entrada de bolhas de ar na tubulação, levando a um
aumento na altura da lâmina líquida, o que pode conduzir a
tubulação de esgoto a não mais operar como conduto livre
(Tsutiya e Kanashiro, 1987).
DIMENSIONAMENTO
i) Velocidade Crítica:
• A mistura de ar-água começa quando o número de Boussinesq
(B) é igual a 6 (Volkart, 1980).

𝑉 Vc – velocidade crítica (m/s);


𝐵=6= ∴ 𝑉< = 6. 𝑔. 𝑅ℎ' g – aceleração da gravidade (m/s2);
𝑔. 𝑅ℎ Rhf – raio hidráulico final de plano (m).

• NBR 9649/86 estabelece que:


𝑅ℎ%/# 𝑆$/%
𝑉' > 𝑉< Ymáx = 0,50D 𝑉=
𝑛
PROJETO – TRAÇADO DA REDE
PROJETO – TRAÇADO DA REDE

Inverte e aprofunda
PROJETO – TRAÇADO DA REDE
PROJETO – TRAÇADO DA REDE
EXERCÍCIO

Traçado preliminar
EXERCÍCIO

Identificação trechos
EXERCÍCIO – SUGESTÃO PLANILHA
Cota (m)
Trecho (PV/TIL) Pop QM (L/s) Tx (L/s.m) QJ (L/s) Fh Rh/D Rh (m) Y/D
CT CG I Imín Dcalc Dcom σi Vc
L (m) Vf (m/s)
Início Início Início Início (m/m) (m/m) (mm) (mm) Início Início Início Início (kgf/m2) (m/s)
Montante Jusante Montante Jusante Montante Jusante
Final Final Final Final Final Final Final Final

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