Você está na página 1de 48

ARA0238 ENGENHARIA HIDRÁULICA

PROFESSORA MSC.ENG.SÂMYA GOMES VELOSO


CALCULAR PRESSÕES E VAZÕES EM REDES DE DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA
CALCULAR A VAZÃO EM ORIFÍCIOS
CALCULAR A VAZÃO EM VERTEDORES
CALCULAR A VAZÃO EM BUEIROS
AVALIAR AS TÉCNICAS PARA A MEDIÇÃO DE VAZÃO
Rede de abastecimento de água
CLASSIFICAÇÃO
Rede de distribuição
Entende-se por rede de distribuição o conjunto de peças
especiais destinadas a conduzir a água até os pontos de
tomada das instalações prediais, ou os pontos de consumo
público, sempre de forma contínua e segura.
O importe para o município é:

• Quantidade
• Regularidade
• Pressão adequada
• Qualidade – Portaria 2914/2011

As redes são consideradas pelo sentido de escoamento da


água nas tubulações secundárias:

• Ramificada
• Malhada
Tipos de rede
•Principal: conduto tronco (maior diâmetro) - abastecer as canalizações
secundárias
•Secundária: abastece diretamente os pontos de consumo (menor diâmetro)
*Rede ramificada
Rede ramificada (espinha de peixe)
É um sistema típico de cidades que apresentam desenvolvimento linear pronunciado.
Rede ramificada (grelha)
É um sistema típico de cidades que apresentam desenvolvimento linear pronunciado.
Rede malhada (em anel)
Abastece qualquer ponto da rede por mais de um caminho, mas possui mais registros a serem manobrados
Rede malhada (em bloco)
Facilita a implementação do controle de perdas, as redes internas aos blocos são aliementadas por
apenas dois ponto
*Rede mista
O traçado dos condutos deve considerar:

• Ruas sem pavimentação;


• Ruas com pavimentação menos onerosa;
• Ruas de menor intensidade de trânsito;
• Proximidade de grandes consumidores;
• Proximidade das áreas e de edifícios que devem ser protegidos contra incêndio.

Tubulações principais
•Devem formar circuitos fechados
•Devem ser direcionadas as zonas de maior demanda
•Localizadas em vias ou áreas públicas Vias sem pavimentação, sem tráfego intenso, sem
interferências significativas, com solo adequado

Tubulações secundárias
•Localização no passeio
•Comprimento máximo de 600 m
•Devem formar rede malhada
Dimensionamento da
rede
Cálculo da vazão de distribuição (rede):
Cálculo da vazão por metro linear de rede:
Cálculo da vazão de adução (a montante de reservatórios
de distribuição: captação, bombeamento, adução,
tratamento e reservação)
*redes de abastecimento de água modificada
Coeficientes K1 e K2
Dimensionamento da rede
NBR 12.218/1994 Projeto de rede de distribuição de
água para abastecimento público*
Continuidade:
A soma das vazões que chegam ao nó é igual à soma da vazões que dele saem.
Resistência: A soma das perdas de carga nos condutos que formam o anel é zero.
Atribui-se à perda de carga o mesmo sentido da vazão (convenção: sentido
horário positivo)
Parâmetros iniciais de
dimensionamento
Diâmetro, Velocidade e Pressão
Parâmetros iniciais de dimensionamento
Diâmetro

• Dmín: 50mm (> 4”) pela NBR 12.218/1994 (tubulações secundárias)


•75 mm população de projeto ≤ 5000 habitantes.
•100mm população de projeto > 5000 habitantes.
•150mm abastecendo zonas comerciais ou zonas residenciais com densidade igual
ou superior a 150 hab/km2.
Parâmetros iniciais de dimensionamento
Velocidade
•Vmín: 0,6m/s pela NBR 12.218/1994
•Vmáx: 3,5m/s pela NBR 12.218/1994 Q = V x A (πD²/4)

Vmáx= 0,60 + 1,5 D e Vmáx=2,0m/s (Porto, 1998)


Problema de verificação, que consiste em determinar as vazões nos trechos e as
cotas piezométricas nos nós, para uma rede com diâmetros e comprimentos
conhecidos. Este problema é determinado e tem uma única solução.
Problema de determinação dos diâmetros, vazões nos trechos e cotas
piezométricas nos nós, com condicionamento nas velocidades e pressões. Este
problema admite várias soluções, podendo, porém, procurar-se a solução de
mínimo custo.
Parâmetros iniciais de dimensionamento
Pressão
•P dinâmica mínima: 100 kPa (10 mH2O) pela NBR 12.218/1994
•P estática máxima: 500 kPa (50 mH2O) pela NBR 12.218/1994
•A pressão estática máxima permitida em tubulações distribuidoras será de
50m.c.a. (reduzir as perdas por vazamentos nas juntas das tubulações) e a
pressão dinâmica mínima será de 15m.c.a (NB-594/77).
Dimensionamento
Dimensionamento pelo método dos seccionamentos fictícios
Este método é aplicável às redes ramificadas ou malhadas,
transformadas por um artifício (seccionamentos fictícios) em
ramificadas. Em geral adotado para cidades pequenas.
a) Traçam-se a lápis, na cópia da planta da cidade, as tubulações da rede, que
geralmente devem coincidir com o eixo das ruas;
b) Na mesma planta, determina-se os comprimentos de todos os trechos da rede, os
quais são limitados pelos pontos de cruzamento (nós) e pelas extremidades livres das
tubulações. Se os trechos, assim definidos, possuírem grande extensão ou
apresentarem cotas topográficas intermediárias bem superiores ou inferiores as das
extremidades, então serão devidamente desdobrados;
c) Ainda sobre a mesma planta, calculam-se, com base nas curvas de nível de metro em
metro, as cotas topográficas dos cruzamentos e das extremidades livres, cotas essas
que serão anotadas ao lado desses pontos;
d) Copia-se em folha de papel transparente o esboço da rede, inclusive comprimentos e
cotas topográficas, definidas nos tres itens anteriores;
e) Transforma-se no papel vegetal, através de um seccionamento criterioso, a
rede malhada em ramificada. Para tanto, a partir do reservatório, faz-se com que
todos os pontos de cruzamento e extremidades livres da rede sejam atingidos
pelo menor percurso da água. Nessa operação, desenha-se uma pequena seta ao
lado de cada trecho, para indicar o sentido de escoamento da água, bem como
um pequeno traço cortando a extremidade de jusante do trecho que for
seccionado para indicar que essa extremidade funciona como se fosse livre;
f) Numeram-se todos os trechos com números arábicos (a começar de 1), de
acordo com o sentido crescente das vazões, de modo que o trecho de maior
número seja alimentado diretamente pelo reservatório ou pela adutora, neste
caso em se tratando de reservatório de jusante;
g) Levam-se para uma planilha de cálculo, convenientemente preparada, todos os
trechos, dispostos em ordem numérica, de modo que para eles constem o
comprimento e as cotas topográficas;
h) Na planilha, calcula-se para cada trecho, a vazão de montante, somando-se a
vazão de jusante com a distribuição em marcha. O cálculo é iniciado nos trechos
seccionados ou de extremidade livre, uma vez que neles a vazão de jusante é
conhecida e igual a zero. A vazão de distribuição em marcha é obtida multiplica-
se o comprimento do trecho pela vazão unitária de distribuição, expressa em
litros por segundo e por metro. Por sua vez, a vazão fictícia de dimensionamento
é a semi-soma de jusante e de montante. A vazão de jusante, quando diferente
de zero, é igual a soma das vazões de montante dos trechos alimentados pelo
trecho em estudo;
− Vazão específica de distribuição (unitária - q)
i)Ainda na planilha, em função da vazão fictícia de dimensionamento e dos limites
de velocidade (econômica), assinala-se para cada trecho o valor do seu diâmetro;
j) Com a extensão (comprimento), a vazão fictícia de dimensionamento e o diâmetro e
definido o material a ser utilizado (K), calcula-se a perda de carga unitária (J) através da
fórmula Universal e em seguida calcula-se a perda de carga no trecho hf = J. L;
Obs.: A perda de carga também pode ser calculada através da fórmula de HazenWilliams,
com C = 100 para ferro fundido; C = 130 para cimento-amianto e ferro fundido cimentado
e C = 140 para material plástico, salvo indicação em contrário para esses coeficientes,
fazendo-se uso de tabelas, ábacos ou monogramas.
l) Para o ponto da rede de condições mais desfavoráveis no que tange à cota topográfica
e ou à distância em relação ao reservatório, estabelece-se a pressão dinâmica mínima (15
m.c.a.) ou estática máxima (50 m.c.a.). O limite inferior é estabelecido, a fim de que a
rede possa abastecer diretamente prédios de até dois pavimentos e o superior, para
prevenir quer maiores vazamentos nas juntas das tubulações, quer danos nas instalações
prediais (torneiras de bóia);
m)A partir da cota piezométrica do ponto mais desfavorável (pressão dinâmica mínima
mais a cota topográfica), calculam-se as cotas piezométricas de montante e de jusante de
cada trecho, com base nas perdas de carga já definidas, ou seja, somando-se à cota
piezométrica a perda de carga no trecho, obtém-se a cota piezométrica de jusante do
trecho anterior, e assim sucessivamente até o reservatório;
Obs.: As pressões dinâmicas em cada trecho, são obtidas pelas diferenças entre
as cotas piezométricas e as cotas de terreno.
n) Verificam-se para cada nó, onde houve seccionamento de um ou mais trechos,
as diferentes pressões resultantes de percursos diversos da água e determina-se
a média, da qual nenhuma pressão deve se afastar além de 10% do valor médio;
o) Altera-se o traçado da rede, o seu seccionamento ou o diâmetro de algumas
tubulações, se o afastamento considerado no item anterior superar 10%, bem
como se as pressões máximas e mínimas preestabelecidas forem ultrapassadas,
ou se for impraticável a localização do reservatório numa cota definida pelo
cálculo.
p) Anotam-se no esboço da rede, feito em papel transparente o diâmetro e a
vazão fictícia de dimensionamento dos trechos.
Exercício
Dimensionar a rede de distribuição de água de uma pequena comunidade, cuja
planta e topografia do terreno são mostrada a abaixo. Determinar a cota do nível
d’água no reservatório para que a mínima carga de pressão dinâmica na rede seja
15m.c.a. Determine a máxima carga de pressão estática e a máxima carga de
pressão dinâmica na rede? P=2900hab, qm=150l/hab/dia, k1=1,25, k2=1,5, f=0,026 e
o trecho entre o reservatório e o ponto A, onde inicia a rede na terá distribuição
em marcha.
Coluna 1 – N0 trecho – os trechos da rede ou os nós devem ser numerados, com um critério racional, partindo do
trecho mais afastado do reservatório, que recebe o número 1;
Coluna 2 – Extensão L do trecho, em metros, medidos na planta topográfica ou aerofotogramétrica;
Coluna 3 - Vazão de jusante Qj , se na extremidade de um ramal (ponta seca) Qj =0. Na extremidade de jusante de um
trecho T qualquer, Qj =ΣQm dos trechos abastecidos por T;
Coluna 4 – Vazão em marcha igual a q. L, na qual q é a vazão unitária de distribuição em marcha (l/(s.m)). O valor de q
é constante para todos os trechos da rede e igual à relação entre a vazão de distribuição e o comprimento total da
rede, ΣLi .
Coluna 5 – Vazão de montante do trecho Qm=Qj +qL;
Coluna 6 – Vazão fictícia,

Coluna 7 – Diâmetro D, determinado pela vazão de montante do trecho;


Coluna 8 – Perda de carga unitária J(m/100m), determinada para o diâmetro D e a vazão fictícia Qf, calculada
pela equação de resistência adotada;
Coluna 9 – Perda de carga total no trecho, DH(m)=J. L;
Coluna 10 e 11 - Cotas topográficas do terreno, obtidas na planta e relativas aos nós de montante e jusante do
trecho;
Coluna 12 e 13 - Cotas piezométricas de montante e jusante, determinadas a partir da cota piezométrica fixada para um
ponto qualquer da rede, ou estabelece para o nível d’água no reservatório um valor genérico X. A partir do nível d’água
X e com os valores das perdas de carga nos trechos, todas as cotas piezométricas dos nós podem ser calculadas em
função de x;
Coluna 14 e 15 – Cargas de pressão disponível em cada nó, cota piezométrica menos cota do terreno, em função de X.
Para o ponto mais desfavorável, iguala-se ao valor de 15m.c.a, que é a mínima carga de pressão dinâmica admitida no
projeto.
Dimensionar a rede de distribuição de
água de uma pequena comunidade,
cuja planta e topografia do terreno são
mostrada a abaixo. Determinar a cota
do nível d’água no reservatório para
que a mínima carga de pressão
dinâmica na rede seja 15m.c.a.
Determine a máxima carga de pressão
estática e a máxima carga de pressão
dinâmica na rede? Sabendo que:
Vazão de adução = 20,83l/s
Diâmetro da rede para tubo de ferro
fundido novo (C=130).
Comprimento do trecho na rede;
Pressões disponíveis em cada nó;
Se a vazão disponível é 20,83l/s

E se a extensão da rede = 1350m

Qm = Qmáx/L = 20,83/1350 =
0,01524L/S*M
Coluna 1 – N0 trecho – os trechos da rede ou os nós devem ser numerados, com
um critério racional, partindo do trecho mais afastado do reservatório, que
recebe o número 1;
Coluna 2 – Extensão L do trecho, em metros, medidos na planta topográfica ou
aerofotogramétrica;
Coluna 3 - Vazão de jusante Qj , se na extremidade de um ramal (ponta seca) Qj
=0. Na extremidade de jusante de um trecho T qualquer, Qj =ΣQm dos trechos
abastecidos por T;
Coluna 4 – Vazão em marcha igual a q. L, na qual q é a vazão unitária de
distribuição em marcha (l/(s.m)). O valor de q é constante para todos os trechos
da rede e igual à relação entre a vazão de distribuição e o comprimento total da
rede, ΣLi .

Você também pode gostar