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UFSCar - Universidade Federal de São Carlos

Departamento de Engenharia Civil


Sistemas de Saneamento
Prof. Akutsu / 2022

Instruções Gerais para elaboração dos Trabalhos:

TA – Parte 1- Rede de Esgotos

Introdução

Apresenta-se neste documento as instruções gerais / roteiro básico, para elaboração do TA-
Parte 1 dos 3 trabalhos de Sistemas de Esgotamento Sanitário.

A planta do município que foi disponibilizada para vocês contém duas áreas separadas por
um divisor de águas situado na cota mais alta de valor igual a 115,00m.

Neste trabalho, a área menor será denominada de A1 e a área maior de A2.

Trabalho a ser desenvolvido

TA: Redes de Esgotos

Dimensionamento de dois sub-trechos de redes de esgotos para duas sub-áreas do


município hipotético, S.P., conforme planta disponibilizada em arquivo eletrônico no
Moodle.

O projeto dos 2 sub-trechos de rede de esgotos deverá ser efetuado para a sub-área maior do
município denominado de (A2).

O sub-trecho de montante irá simular os trechos iniciais de redes de esgotos (de cabeceira)
apresentando diâmetros e profundidades menores.

O sub-trecho de jusante deverá ser dimensionado considerando o recebimento de todo o


esgoto gerado à sua montante, simulando portanto os trechos finais de redes com maior
diâmetro e maiores profundidades.

Cada um dos 2 sub-trechos anteriormente citados devem ser correspondentes à uma área de
pelo menos 10 a 15 quarteirões.
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Instruções Gerais e Roteiro Básico para desenvolvimento do trabalho

Passos:

1. Na planta da área A2; escolher 10 a 15 quarteirões da porção montante e 10 a 15


quarteirões da porção jusante para lançamento das 2 sub-redes de esgotos,

2. Definir o tipo de locação das redes ( rede única na rua) ou rede dupla nas calçadas,

3. Definir, locar e nominar e enumerar as singularidades (TL, TIL, PV e PS) em


planta,

4. Em qualquer das singularidades (TIL ou PV), sempre existirá apenas um ponto de


saída comum dos esgotos mesmo que haja na mesma uma ou mais entradas,

5. As singularidades TL - Terminal de Limpeza são pontos de início de redes nas ruas


ou calçadas,

6. As singularidades TIL – Terminal de Inspeção e Limpeza e PV – Poços de Visita


são lançadas a prióri nos cruzamentos das ruas ou em trechos intermediários da
rede quando as distâncias envolvidas forem muito grandes, ou quando houver
mudanças de direção, declividade ou de material da tubulação,

7. As singularidades OS -“Ponta Seca”, são pontos de “reinício” de redes localizadas


nos TILs ou PVs, toda vez que haja a necessidade de reiniciar um de trecho a partir
destas singularidades,

8. Os TILs e PVs se distinguem basicamente em função da profundidade. Os TILs


devem ser substituídos pelos PVs toda vez que a profundidade desta singularidade
for maior ou igual a 1,60m,

9. Como as profundidades das redes só podem ser definidas após o dimensionamento


geral da rede, os TILs e PVs devem ser inicialmente e genericamente nominados de
S e só posteriormente renominados para o desenho do projeto final,

10. Inicialmente, das singularidades a serem locadas, apenas os TLs e as PSs podem
ser nominados de forma definitiva. Assim, os TILs e PVs devem ser inicialmente
nominados por S,

11. Definidas as locações de todas as singularidades (TL, PS e S) as mesmas agora


podem ser enumeradas: ( TL1, TL2,... PS1, PS2, .... S1, S2, etc),
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12. Com as singularidades enumeradas deve-se a seguir efetuar o traçado ou
caminhamento da rede partido dos trechos iniciais até os trechos finais,

13. O traçado ou caminhamento da rede deve ser efetuado seguindo-se a direção média
da queda topográfica mais favorável. O traçado otimizado de uma rede refere-se
aquele em que se proporcione a “menor escavação possível”. O vetor do “traçado
médio” que proporciona a menor escavação possível é perpendicular às curvas de
níveis. Colocar as setas indicando o sentido de escoamento. Não esquecer de fazer
as devidas notações para o caso das “pontas secas” (PS) nas singularidades,

14. Feito o traçado, efetuar o lançamento de todos os sub-trechos de rede de forma


seqüencial coerente em planilha específica (ver exemplo desenvolvido na lousa).
Esse sequenciamento coerente dos sub-trechos é fundamental pois permitirá o
cálculo progressivo das vazões acumuladas trecho a trecho,

15. Lançar todos os dados disponíveis tirados da planta tais como ( extensão do trecho,
cotas do terreno à montante e jusante de cada trecho),

16. Calcular as vazões de contribuição de esgotos para os diversos sub-trechos,

17. As vazões de contribuição nos trechos podem ser calculadas através de dois
métodos distintos:
a) em função das áreas de influência, densidade habitacional (inicial e final) e taxa
de geração “per capita” de esgotos, para início (mínimo) e final de plano (máximo).

b) através da consideração de uma taxa linear média de geração de vazão baseada na


divisão da vazão total de esgotos produzida na extensão total das ruas da área A2,
para início e final de plano ou seja: TLMGi = L/s.km e TLGf = L/s.km,

18. Acrescer às vazões calculadas anteriormente as contribuições devido às águas de


infiltração, caso considere sua existência/significância. Adote uma taxa de
infiltração TI variando de 0,05 a 1,0 L/s.km),

19. Se houver eventualmente uma vazão concentrada (Qc) advinda de outra sub-área
ou de uma indústria, escola, hospital, edifícios, etc, não esqueça de acrescer ao
respectivo trecho. Essas são as vazões concentradas de contribuição no trecho.,

20. Calculadas as vazões de contribuição no trecho (ver planilha), é necessário


calcular as vazões de jusante que serão as vazões de dimensionamento dos sub-
trechos. As vazões de jusante para quaisquer trechos nada mais são que a soma
das vazões de montante com as respectivas vazões de contribuição no trecho.
Lembrar que a norma estipula um valor de vazão mínima de dimensionamento
igual a 1,50 L/s.
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21. A partir desses dados todos disponíveis em planilha, os trechos poderão ser
dimensionados (cálculo de D). É necessário no caso como dado de entrada do
problema a escolha adequada da declividade ideal a ser adotada. Conforme
vimos em sala de aula, a declividade adequada do coletor (Ic) refere-se àquela que
proporciona a menor escavação possível. Isso é possível conhecendo-se e
confrontrando-se: a declividade do terreno (It), os h min envolvidos (profundidade
mínima de ligação PL, e as declividades limites dos coletores Ic min e Ic max.

22. Com o D calculado (arredondado para o diâmetro comercial superior mais


próximo) e conhecendo-se; coeficiente de rugosidade n de Manning, a vazão Q, a
declividade do trecho It, é possível determinar o valor de ɵ e assim todos outros
parâmetros poderão ser determinados, tais como: lâmina líquida ( y / D),
Velocidade crítica Vc, Tensão trativa mínima ( t min ). Lembrar que quando V
Vc , a lâmina líquida máxima ( y / D), deve ser de 0,5 ao invés de 0,75.

23. Em cada singularidade (TIL ou PV), é necessário verificar as cotas (profundidades


de chegada dos coletores de montante), lembrando que a profundidade do coletor
de saída desta singularidade deve ser igual ou maior que a do coletor de montante
de maior profundidade. Por exemplo: se em determinada singularidade (TIL ou
PV) tiver três coletores de chegada com profundidades de jusante iguais a 1,20m,
1,30m e 1,40m; a profundidade de montante do coletor de saída deve ser pelo
menos igual a 1,40m. A profundidade da singularidade no caso é a profundidade do
coletor de jusante acrescido do respectivo diâmetro do trecho, mais duas vezes a
espessura da tubulação.

Observação Adicional.

Para o cálculo da rede da sub-área de jusante, inicialmente calcular toda a contribuição de


esgotos referente à toda porção situada à sua montante, ou seja, todo o resto desta sub-
bacia. No caso, toda essa vazão de contribuição deve ser distribuída nos pontos de montante
dos primeiros sub-trecho desta sub-área.

Não é necessária a inclusão dos esgotos situados em outra sub-bacia de área menor (área
A1). Esses esgotos serão recalcados através de uma EEE, e se juntarão ao do resto do
município na ETE, através de uma adutora independente.

OBS.: Todos outros dados necessários: utilizar instruções da Norma ou adotar de


forma coerente
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Conteúdo e Padrão Básico de Apresentação dos Trabalhos

TA - Redes de Esgotos

 Traçado em planta das redes das duas sub-áreas (apresentar o caminhamento da rede
com respectivas setas e definição das peças: TL,TIL, PV, PS “ponta seca” )

 Fazer o croquis de 3 sub-trechos seqüenciais iniciais para a sub-área de montante e


de 3 sub-trechos seqüenciais finais para a sub-área de montante. Esse croquis deve
conter todas os dados e informações necessárias à execução da obra (cota do
terreno, cota da geratriz inferior do coletor de montante e de jusante, profundidade
do coletor de montante e jusante, cota de fundo do PV, TL, ou TIL, extensão do
trecho, material do trecho, declividade do trecho, indicação de tubo de quedas,
rebaixos, degraus, no fundo do PV, etc.

 Planilhas de dimensionamento (Excel e outras utilizadas)

 Introdução com informações do conteúdo do trabalho

 Dados de entrada considerados ( população de inicio e final de plano, horizonte ou


alcance de projeto, taxas de geração de esgotos, etc..)

 Considerações e hipóteses adotadas no projeto,

 Memoriais descritivos

 Formulações hidráulicas utilizadas, Memoriais de cálculo,

 Tabelas / gráficos

 Figuras / Desenhos

 Outros itens que julgarem necessários apresentar

 Etc.
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Exemplo dos parâmetros e legendas para detalhamento dos desenhos dos 3 sub-trechos:

CT=
PE= CFV= CT= PE= CT= CT=
PE= CFV= PE=
CFV= CFV=

CT= PE= CT= PES= CT= PE=


CFV= CFV= CFV=
TQ1
Material; DN; L Material; DN; L Material; DN; L
I% TIL3 I% PV10 PS10 I% PV11
TL1
CT=
PES= CT= PES=
CT= CFV= CFV=
PE= CFV= CT= PE=
CFV=

LEGENDA:

Singularidades: ( TL, TIL, PV, CP)

TL = terminal de limpeza (início ou começo de rede)


TIL = terminal de inspeção e limpeza
PV = poço de visita
PS = ponta seca ( reinício ou recomeço de rede)
TQ = tubo de queda ( para descargas afluentes no fundo da singularidade com alturas de queda maiores que 0,75m)
CP = caixa de passagem ( sem acesso para a superfície do terreno)

CT = cota do terreno (m)


CFV = cota do funda da vala = CGIE = cota da geratriz inferior externa da tubulação (m)
PE = profundidade de escavação = CT-CFV (m)
PES = profundidade de escavação para a tubulação de saída da singularidade = cota de fundo da singularidade

Material = tipo de material constituinte da tubulação ( concreto, manilha cerâmica, PVC, PEAD, outros)
DN = diâmetro nominal (mm)
L = extensão do trecho (m)
I% = declividade do coletor no trecho (%)
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