Você está na página 1de 3

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS

DISCIPLINA DE SOCIOLOGIA INDUSTRIAL DO TRABALHO

DEPARTAMENTO DE SOCIOLOGIA

Gabriel Leão Campos- 771189

Marcelo Milharcix Zanovelo - 771272

a) Discorra sobre o conceito de cidadania regulada (SANTOS,1998),


relacionando-o à trajetória histórica da articulação entre trabalho e
exercício dos direitos no Brasil.

A cidadania regulada, no governo de Vargas, conhecido como “a era Vargas"


foi conceituada como uma forma restritiva e estratificada aplicando-se privilégios
(denominados direitos) apenas àqueles de posição privilegiada, com reconhecimento
do Estado, dentro do mercado de trabalho em questão. Exemplos destes direitos são
as questões de aposentadoria aplicada aos trabalhadores, gerando uma perspectiva
de um melhor futuro e certa recompensa após anos de trabalho e contribuição.
Ademais, há uma interferência direto do Estado na questão da produção e na
questão social, significando, por um lado, um avanço em comparação ao institucional
anterior, em que a criação de vários direitos trabalhistas proibiu os excessos do
processo de produção, e que por outro lado, aumentou a possibilidade da aplicação
de pressões do Estado perante os operários.
Já as políticas públicas de saúde e educação, na Era Vargas , são vistas como
estratégias do projeto de “Unidade Nacional”, para configuração da nacionalidade,
pautada na presença de um povo mestiço, baseada união de todas as raças presentes
no país. Contudo, o exercício do trabalho formal era importantíssimo, tendo em vista
que o reconhecimento da cidadania dependia do reconhecimento formal por parte do
Estado da profissão exercida pelo indivíduo. Com isso, houve um impacto direto nos
profissionais não reconhecidos por lei, que foram denominados pré-cidadãos,
gerando travas para entrada política dos mesmos, além de uma posterior submissão
perante o Estado.

b) Considerando a perspectiva de Geraldo Pinto (2007), apresente e


discuta as semelhanças e diferenças - em relação ao contexto
histórico-social e forma de organização do trabalho efetivada - entre:
modelo taylorista/fordista e modelo toyotista.

As semelhanças/diferenças envolvendo o taylorismo/fordismo, segundo


Geraldo Pinto, em seu livro publicado em 2007, são destacados vários pontos desses
sistemas, como os a seguir.
No Toyotismo se preza a empresa com pouco estoque e várias subempresas
contratadas, tendo objetivo maior no produto e sua entrega, bem como um trabalhador
que possa desempenhar diversas funções e que executa diferentes tarefas dentro da
empresa, e também com a ausência de sindicatos. Além disso, a “desespecialização”
se torna uma característica do trabalhador, por estar executando múltiplas tarefas e
perda de poder para que os mesmos negociem suas vontades. Por outro lado, no
taylorismo/fordismo destaca-se o maior controle gerencial e maior intensidade do
trabalho dividido para todos, levando a uma falta de flexibilidade e uma grande
especialização.
Já, por fim, levando em conta o contexto histórico-social, no toyotismo, mostra-
se baixo crescimento da demanda, com baixa velocidade crescimento econômico. No
Japão, após a 2ª Guerra Mundial, a produção de pequenas quantidades de diversos
produtos tornou maior a diversificação quando comparada ao modelo centralizado em
grande escala do taylorismo/fordismo. Ohno, precursor do Toyotismo, buscou aplicar
o cumprimento dos contratos firmados entre EUA e a empresa Toyota para o
atendimento posterior da demanda estadunidense, levando sempre em conta a
questão de menos quantidade de menos produtos, durante a Guerra da Coréia (1950-
1953). Finalmente, em relalção às semelhanças entre os sistemas de produções, é
destacado o fato de que a “gerência científica” de Taylor continua, juntamente com o
Toyotismo, com o objetivo de diminuir o controle/poder do trabalhador/a em relação
ao seu trabalho, diminuindo sua autonomia e aumentando sua submissão.

Você também pode gostar