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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DE TECNOLOGIA


DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL - DECiv

ELVIS KASANGA - 747399


GABRIEL LEÃO CAMPOS - 771189
GIOVANA RODRIGUES DE OLIVEIRA - 790059
IGOR KAZUYA ZAMA - 790049
JOÃO ANTÔNIO BARROS PONTES - 793318
KATRERINE SABRINA LEITE DA SILVA - 790939

MEMORIAL DESCRITIVO
PROJETO REDE DE ESGOTOS (SUB-PROJETO 2)
SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO

SÃO CARLOS (SP)


2023
ELVIS KASANGA - 747399
GABRIEL LEÃO CAMPOS - 771189
GIOVANA RODRIGUES DE OLIVEIRA - 790059
IGOR KAZUYA ZAMA - 790049
JOÃO ANTÔNIO BARROS PONTES - 793318
KATRERINE SABRINA LEITE DA SILVA - 790939

MEMORIAL DESCRITIVO
SUB PROJETO 2 - TRATAMENTO PRELIMINAR DE ESGOTOS

Memorial descritivo referente ao projeto


realizado na disciplina de Sistemas de
Esgotamento Sanitário

Profª. Jorge Akutsu

SÃO CARLOS (SP)


2023
RESUMO

Ao longo dos séculos, o homem tem evoluído consideravelmente, e uma das


evoluções que podemos notar é a forma como ele altera o meio em que está
inserido para garantir sua sobrevivência. Dentre as diversas modificações feitas ao
longo do tempo, uma que podemos citar é a alteração dos meios ao qual há uma
grande concentração de pessoas vivendo, que chamamos de zonas urbanas. Nelas,
tem-se grandes alterações feitas para facilitar a vida e o cotidiano do ser humano,
além de garantir sua sobrevivência, seja pela facilitação de acesso a recursos ou
pelas melhores condições de vida. Uma mudança drástica da qual podemos
destacar é a forma como o ser humano facilitou o acesso à água, essencial para a
vida. Por meio de sistemas que limpam a água e a tornam portável, e depois
realizam o descarte correto quando ela não estiver própria para consumo, o homem
possibilitou uma grande facilidade para o dia a dia, além de garantir a saúde dos
usuários. No presente trabalho, aborda-se a etapa de Tratamento Preliminar de
Esgotos, a qual é essencial para garantir a limpeza da água para que seu descarte
possa ser feito corretamente na natureza. Assim, contaminações no meio aquático
são evitadas e este bem pode ser preservado.

Palavras-chave: Tratamento Preliminar de Esgotos. Canal de Acesso.


Gradeamento. Caixa de Areia. Calha Parshall.
ABSTRACT

Over the centuries, man has evolved considerably, and one of the evolutions that we
can notice is the way he changes the environment in which he is inserted to
guarantee his survival. Among the various modifications made over time, one that we
can mention is the alteration of the means in which there is a large concentration of
people living, which we call urban areas. In them, there are major changes made to
facilitate the life and daily life of human beings, in addition to ensuring their survival,
either by facilitating access to resources or better living conditions. A drastic change
that we can highlight is the way in which human beings facilitated access to water,
essential for life. Through systems that clean water and make it portable, and then
dispose of it correctly when it is not suitable for consumption, man has made day-to-
day life much easier, in addition to ensuring the health of users. In this work, it is
discussed the phase of Preliminary Sewage Treatment, which is essential to
guarantee the cleanliness of the water so that its disposal can be done correctly in
nature. Thus, contamination in the aquatic environment is avoided and this asset can
be preserved.

Keywords: Preliminary Sewage Treatment. Access Channel. Railing. Sandbox.


Parshall Gutter.
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Loteamento
Figura 2 - Locação da estação de tratamento preliminar de esgotos
Figura 3 - Fórmulas para cálculo das vazões
Figura 4 - Fórmulas utilizadas no cálculo
Figura 5 - Planta geral do tratamento preliminar
Figura 6 - Corte geral do tratamento preliminar
Figura 7 - Corte longitudinal da Calha Parshall
Figura 8 - Ilustração da Calha Parshall
Figura 9 - Planta da Calha Parshall
Figura 10 - Tabela para escolha da Calha Parshall
Figura 11 - Ilustração da CP
Figura 12 - Equação da Parshall (HxQ)
Figura 13 - Cálculo da altura mínima da Calha Parshall
Figura 14 - Cálculo da altura máxima da Calha Parshall
Figura 15 - Fórmula para cálculo do rebaixo (ΔZ)
Figura 16 - Esquema geral da caixa de areia
Figura 17 - Planta geral da caixa de areia
Figura 18 - Esquema de funcionamento da caixa de areia
Figura 19 - Esquema geral da caixa de areia
Figura 20 - Fórmula para cálculo de altura mínima da caixa de areia (HmínCA)
Figura 21 - Fórmula para cálculo de altura máxima da caixa de areia (HmaxCA)
Figura 22 - Fórmula para determinação da largura da caixa de areia (bCA)
Figura 23 - Corte transversal da caixa de areia
Figura 24 - Fórmula para determinação do comprimento da caixa de areia (L)
Figura 25 - Corte longitudinal da caixa de areia
Figura 26 - Fórmula para determinação do rebaixo da caixa de areia R
Figura 27 - Fórmula para cálculo da taxa de escoamento superficial (TES) na caixa
de areia
Figura 28 - Corte transversal do gradeamento
Figura 29 - Corte longitudinal do gradeamento
Figura 30 - Equações de verificação de velocidade do gradeamento
Figura 31 - Corte transversal do canal de acesso
Figura 32 - Equação para determinação de vazão no canal de acesso
Figura 33 - Equações de verificação de velocidade a montante do gradeamento
LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Dados obtidos nos cálculos para determinação da Calha Parshall (CP)
Tabela 2: Dados obtidos nos cálculos da caixa de areia
Tabela 3: Resultados obtidos nos cálculos do gradeamento
Tabela 4: Dados do dimensionamento no canal de acesso
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 9
2 OBJETIVO 9
3 DADOS INICIAIS 10
3.1 LOCALIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO 10
3.2 LOCALIZAÇÃO DA ESTAÇÃO DE TRATAMENTO PRELIMINAR DE
ESGOTOS 11
3.3 DADOS ADOTADOS EM PROJETO 11
4 INFORMAÇÕES GERAIS DO PROJETO 12
4.1 DIMENSIONAMENTO DAS VAZÕES DE PROJETO 12
4.2 ESQUEMATIZAÇÃO DO FUNCIONAMENTO DO SISTEMA 13
5 DIMENSIONAMENTO DE CADA ESTRUTURA 14
5.1 DIMENSIONAMENTO DA CALHA PARSHALL (CP) 14
5.1.1 Características da Calha Parshall 14
5.1.2 Cálculos realizados 16
5.2 DIMENSIONAMENTO DA CAIXA DE AREIA (CA) 19
5.2.1 Características da caixa de areia 19
5.2.2 Cálculos realizados 21
5.3 DIMENSIONAMENTO DO GRADEAMENTO 25
5.3.1 Características da grade 25
5.3.2 Dimensionamento do gradeamento 26
5.4 DIMENSIONAMENTO DO CANAL DE ACESSO 28
5.4.1 Características do canal de acesso 28
5.4.2 Cálculos realizados 29
6 REFERÊNCIAS 30
1 INTRODUÇÃO

O tratamento preliminar de esgotos sanitários é a primeira etapa no processo


de tratamento de águas residuais urbanas. Basicamente, é um processo físico que
tem como objetivo remover materiais grosseiros e sólidos em suspensão, além de
reduzir a quantidade de areia, óleo, graxa e outros materiais flutuantes que podem
danificar os equipamentos e prejudicar o processo de tratamento.
Esse tratamento é fundamental para garantir que os esgotos tratados estejam
dentro dos parâmetros de qualidade exigidos pelas leis ambientais e possam ser
descartados de forma segura no meio ambiente. Ademais, o tratamento preliminar
também ajuda a reduzir o risco de entupimentos nas tubulações e reduz o odor
desagradável que pode ser emitido pelos esgotos não tratados.
Existem diversas tecnologias disponíveis para o tratamento preliminar de
esgotos sanitários, sendo que a escolha da melhor opção depende das
características dos esgotos e das condições locais. Em geral, as tecnologias mais
empregadas incluem gradeamento, desarenação, desengorduramento e remoção de
sólidos em suspensão.
A partir disso, este memorial descritivo apresenta um levantamento geral,
bem como a adoção dos dados gerais utilizados para a confecção do sub-projeto 2,
a respeito do tratamento preliminar de esgoto sanitário. O município hipotético em
questão se situa no interior do estado de São Paulo, e com a planta disponibilizada,
elaboraram-se os dados de entrada utilizando o senso lógico e apresentando as
justificativas, para posteriormente aplicá-los nos cálculos de vazões e de
dimensionamentos. Uma vez definidas as dimensões, foram esquematizadas as
plantas e as seções de cada parte constituinte do tratamento preliminar a partir do
software AutoCad.

2 OBJETIVO

Este memorial possui como objetivo a descrição das etapas empregadas na


elaboração do sub-projeto 2, como os memoriais de cálculo, os detalhamentos e as
justificativas dos memoriais descritivos e as esquematizações das partes
constituintes do projeto de tratamento preliminar.
3 DADOS INICIAIS
3.1 LOCALIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO

Se tratando de um projeto fictício, elaborado apenas para fins educacionais,


não se há uma localização exata do empreendimento e nem mesmo dados
populacionais precisos que possam ser apresentados.
Entretanto, para chegar o mais próximo possível da realidade, adotou-se
critérios próximos à realidade à qual se encontram os autores deste trabalho.
A região a ser realizado o projeto está representada na figura a seguir:

Figura 1 - Loteamento

Fonte: Autoria própria (2022)

Esta região foi disponibilizada pelo professor da disciplina, para que todos os
grupos pudessem trabalhar com ela. Assim, para se realizar o projeto de Tratamento
preliminar de esgotos, considera-se que há abastecimento de todos os lotes
representados.
Por isso, considera-se que todos os lotes são do tipo residencial. Considera-
se ainda que esta região terá uma população aproximada de 40,99 hab/ha quando
for implantada e se expandirá para 124,46 hab/ha após 30 anos, que será o
horizonte de projeto adotado.
Estes são parâmetros populacionais médios de uma cidade do interior do
estado de São Paulo.
Considerando que este loteamento possui uma área total de 179,66 ha e25
km de extensão de redes de esgotos, é possível calcular o quanto de esgoto
chegará até a estação de Tratamento Preliminar de Esgotos. Dessa forma, os
cálculos do projeto podem ser iniciados.

3.2 LOCALIZAÇÃO DA ESTAÇÃO DE TRATAMENTO PRELIMINAR DE ESGOTOS

Considerando a região onde o projeto será implantado, optou-se por inserir a


estação de tratamento preliminar de esgotos entre a porção jusante da Área A1 e o
manancial. A área a qual esta estrutura ocupará possui dimensões de 3,00x15,00m,
e está localizada na cota altimétrica de 75,00m, como demonstra a figura a seguir:

Figura 2 - Locação da estação de tratamento preliminar de esgotos

Fonte: autoria própria (2022)

3.3 DADOS ADOTADOS EM PROJETO

Para iniciar o tratamento é necessário estabelecer alguns critérios de


dimensionamento de um sistema de tratamento preliminar. São eles: vazões
(mínima, média e máxima), velocidades e lâminas limites, critérios e cálculos
hidráulicos, coeficientes de majoração (K 1 e K2) e coeficiente de minoração (K 3).
Além desses, foram verificados os parâmetros hidráulicos (lâminas, perdas de carga,
taxas de escoamento superficial).
Dessa forma, foram adotadas os seguintes dados de entrada para fazer os
cálculos das vazões de dimensionamento:
● qi : consumo per capita de início de plano = 0,2 L/hab.dia;
● qf : consumo per capita de final de plano (L/hab.dia) = 0,17 L/hab.dia;
● ai : área de início de plano = 68,95 ha;
● af : área de final de plano = 68,95 ha;
● di : densidade habitacional de início de plano = 41 hab/ha;
● df : densidade habitacional de final de plano (hab/ha) = 125 hab/ha;
● c: coeficiente de retorno (relação esgoto/água) = 0,8;
● TI: taxa de infiltração = 0,0 L/s.Km, uma vez que não há interferência de
lençóis freáticos;
● K1 e K2: coeficientes de majoração = 1,2 e 1,5, respectivamente;
● K3: coeficiente de minoração = 0,5.

4 INFORMAÇÕES GERAIS DO PROJETO


4.1 DIMENSIONAMENTO DAS VAZÕES DE PROJETO

Por primeiro, para fins de cálculo das vazões mínimas, máximas e médias, as
seguintes fórmulas foram utilizadas de acordo com o material disponibilizado:

Figura 3: Fórmulas para cálculo das vazões

Fonte: AKUTSU (2019)

Figura 4: Fórmulas utilizadas no cálculo


Fonte: AKUTSU (2019)

Posteriormente, utilizando os valores aplicados nos cálculos de entrada, as


seguintes vazões foram conseguidas:

Qmín = 4,19 L/s


Qméd = 13,57 L/s
Qmáx = 24,42 L/s

4.2 ESQUEMATIZAÇÃO DO FUNCIONAMENTO DO SISTEMA

O sistema de tratamento preliminar de esgoto tem como objetivo proteger as


unidades subsequentes de tratamento de esgoto contra dejetos e areia. Estes
podem prejudicar o funcionamento das bombas, tubulações e equipamentos que
compõem a estrutura de tratamento de esgoto.
A primeira estrutura desse sistema é o canal de acesso, que como o próprio
nome diz, possibilita que todo o esgoto reunido dos lotes seja destinado ao sistema.
Em seguida, temos a presença do sistema de gradeamento, que serve para
reter os sólidos contidos no esgoto coletado e deixar que fluam apenas os líquidos
nas estruturas seguintes.
Após, temos a caixa de areia, que tem a função de reter a areia e material
inorgânico que estava suspenso no fluído.
Por fim, temos a calha parshall, estrutura que mede a vazão na qual o fluido
sai desse sistema.
Na imagem a seguir vemos uma vista em planta dessas estruturas, para se
ter noção de sequenciamento, forma de conexão e ordem de grandeza delas:
Figura 5 - Planta geral do tratamento preliminar

Fonte: Autoria própria (2023)

Também é possível fazer um corte nessa estrutura para se ter conhecimento


de qual a profundidade de cada uma das estruturas que foram descritas. Ele está
representado adiante:

Figura 6 - Corte geral do tratamento preliminar

Fonte: Autoria própria (2023)

5 DIMENSIONAMENTO DE CADA ESTRUTURA


5.1 DIMENSIONAMENTO DA CALHA PARSHALL (CP)
5.1.1 Características da Calha Parshall

A Calha Parshall tem a função de medir de forma contínua as vazões de


entrada e saída do sistema, neste caso, qual a vazão de saída do fluxo que acaba
de passar pela caixa de areia.
Ela possui uma seção convergente no fundo, que tranquiliza o fluxo de água
que chega. Além disso, na região afunilada, o fundo é em declive, e na seção
divergente, que fica em aclive.
Pode-se observar estes declives na imagem a seguir:
Figura 7 - Corte longitudinal da Calha Parshall

Fonte: Autoria própria (2023)

Além disso, uma breve visualização de seu formato no mundo real está
representada na imagem adiante:

Figura 8 - Ilustração da Calha Parshall

Fonte: VINNE (2017)

A estrutura da calha parshall impede o acúmulo de sedimentos ao fundo, por


isso não é necessário limpeza constante. Entretanto, vistorias periódicas são
necessárias para verificar se ela está operando corretamente.
Para este projeto, optou-se por calhas parshall feitas no material concreto, já
que apresentam um bom desempenho no sistema e é fácil de ser modelado nas
dimensões necessárias. Assim, pode-se verificar as dimensões da calha na imagem
a seguir:
Figura 9 - Planta da Calha Parshall

Fonte: Autoria própria (2023)

5.1.2 Cálculos realizados

Com as vazões calculadas, o início do tratamento preliminar se dá


posteriormente na escolha da calha parshall, bem como seu tipo e dimensões da
mesma, além da determinação das alturas mínima e máxima da calha, e por fim a
determinação do rebaixo.
Utilizando-se as vazões mínima e máxima calculadas anteriormente, foi
possível fazer a escolha do tamanho nominal da calha, sendo elas Qmín = 4,19 L/s e
Qmáx = 24,42 L/s, é possível determinar através da tabela seguinte para escolha da
calha Parshall:

Figura 10: Tabela para escolha da Calha Parshall


Com isso, a calha definida foi a de 3’’, com W de 7,6 cm, n de 1,547 e K de
0,176. Definida a calha, os valores obtidos da tabela ajudam a obter os cálculos das
alturas mínima e máxima da CP, mas que para melhor visualização foi
disponibilizada uma ilustração para melhor entendimento:

Figura 11: Ilustração da CP

Fonte: AKUTSU (2019)

Através da equação da Parshall (HxQ) a seguir é possível calcular as alturas


mínimas e máximas também através de fórmulas derivadas da Figura 6, como
mostrado posteriormente:
Figura 12: Equação da Parshall (HxQ)

Fonte: AKUTSU (2019)

Figura 13: Cálculo da altura mínima da Calha Parshall

Fonte: AKUTSU (2019)

Figura 14: Cálculo da altura máxima da Calha Parshall

Fonte: AKUTSU (2019)

Dessa forma, substituindo os valores existentes, as alturas máxima e mínima


encontradas foram de, respectivamente:
Hmín CP = 0,089 m e Hmáx CP = 0,28 m

Por fim, foi feita a formulação do rebaixo (ΔZ) através da fórmula a seguir
utilizando os parâmetros Qmáx, Hmín CP, Hmáx CP, Qmín:

Figura 15: Fórmula para cálculo do rebaixo (ΔZ)

Fonte: AKUTSU (2019)

Por fim, o rebaixo (ΔZ) calculado foi de ΔZ = 0,05 m.


Como forma de resumo, os cálculos que foram obtidos para a Calha Parshall
estão simplificados na tabela a seguir:

Tabela 1: Dados obtidos nos cálculos para determinação da Calha Parshall (CP)
Parâmetros Valores Unidades de medida

W 3 ´´

n 1,547 -

k 0,176 -

Hmín CP 0,089 m

Hmáx CP 0,28 m

ΔZ 0,05 m

Fonte: autoria própria (2023)

5.2 DIMENSIONAMENTO DA CAIXA DE AREIA (CA)


5.2.1 Características da caixa de areia

A caixa de areia por sua vez, tem a função de evitar que materiais sejam
transportados para a próxima etapa do tratamento de esgoto. Dessa forma, ela evita
danos à bombas e equipamentos, além de proteger contra o assoreamento.
Seu dimensionamento deve ser realizado para que retenha apenas areia, e
não sólidos orgânicos sedimentáveis.
A representação de sua localização encontra-se na imagem a seguir:

Figura 16: Esquema geral da caixa de areia

Fonte: AKUTSU (2019)

Portanto, nota-se que ela se encontra posterior a grade e anterior a calha


Parshall. Assim, o fluxo de água sem sedimentos, que foram retidos na grade,
continuará sem perder velocidade. A areia contida ao fundo permitirá que pequenos
materiais sejam retidos ali e impeçam seu contato com as bombas e equipamentos
no sistema posterior.
Para o projeto em questão, optou-se por caixa de areia construída em
concreto, por apresentar um bom desempenho em seu funcionamento e por ser
facilmente moldada nas dimensões necessárias. A seguir segue o esquema da caixa
de areia para o projeto em questão:
Figura 17 - Planta geral da caixa de areia

Fonte: Autoria própria (2023)

Como pode-se notar na figura, há dois setores diferentes na estrutura que


compõem a caixa de areia. Isso porque a caixa de areia precisa ser constantemente
limpa, e a areia sempre substituída.
Para que esse procedimento possa ser realizado sem paralisação do fluxo do
sistema, há alternância entre as partes que funcionam e são limpas, como
representado na imagem a seguir:

Figura 18 - Esquema de funcionamento da caixa de areia

Fonte: Autoria própria (2023)

Como é representado na imagem a seguir, nos limites da divisão entre as


caixas estão presentes comportas que possibilitam a separação entre elas sem que
seja necessária a interrupção do fluxo.
No exemplo representado na imagem, a porção superior da caixa está
correndo o fluxo, enquanto na porção inferior a caixa está em processo de limpeza.
Quando for necessária a limpeza da parte de cima, a comporta será movimentada
para que o fluxo seja transferido para baixo.

5.2.2 Cálculos realizados

Inicialmente, para cálculo e dimensionamento é necessário os valores obtidos


anteriormente, bem como as alturas da CP e o rebaixo da mesma para posterior
cálculo das alturas mínima e máxima da caixa de areia, como mostrada na figura a
seguir e posteriormente com a fórmula em questão:

Figura 19: Esquema geral da caixa de areia

Fonte: AKUTSU (2019)

Figura 20: Fórmula para cálculo de altura mínima da caixa de areia (HmínCA)

Fonte: AKUTSU (2019)

Figura 21: Fórmula para cálculo de altura máxima da caixa de areia (HmaxCA)

Fonte: AKUTSU (2019)

Dessa forma, os valores obtido foram de:

Hmín CA = 0,039 m
Hmáx CA = 0,229 m

Posteriormente, o cálculo feito é para determinação da largura da caixa de


areia, utilizando os valores mínimo e máximo da mesma, que são calculados com os
parâmetros de Qmín, Qmáx, Vca (velocidade na caixa de areia) e Hmáx e Hmín, segundo a
figura a seguir:
Figura 22: Fórmula para determinação da largura da caixa de areia (bCA)

Fonte: AKUTSU (2019)

Dessa maneira, a largura da caixa de areia calculada foi de:


bCA = 0,36 m
Contudo, por convenção, para que os resultados sejam mais satisfatórios na
vida real, o adotado foi de:
bCAadotado = 0,40 m
A seguir podemos ver como é a estrutura da caixa de areia através de um
corte transversal:

Figura 23 - Corte transversal da caixa de areia

Fonte: Autoria própria (2023)


Além disso, o comprimento da caixa de areia (L) também pode ser calculado
usando 50% de coeficiente de segurança com a fórmula a seguir:

Figura 24: Fórmula para determinação do comprimento da caixa de areia (L)

Fonte: Material disponibilizado no AVA

Com isso, o comprimento calculado foi de L = 5,15 m, no entanto por


convenção o adotado foi de Ladotado = 5,5 m.
Portanto, temos como resultado uma caixa de areia conforme representado
na imagem a seguir:

Figura 25 - Corte longitudinal da caixa de areia

Fonte: Autoria própria (2023)

Posteriormente vem o cálculo do rebaixo da caixa de areia, que pode ser


calculado através da fórmula a seguir, utilizando os parâmetros de volume de areia
no esgoto durante o período de 15 dias adotado, além do comprimento e largura
adotados:

Figura 26: Fórmula para determinação do rebaixo da caixa de areia R

Fonte: AKUTSU (2019)


Com isso, o rebaixo calculado foi de:
R = 0,24 m
Porém por convenção o adotado foi de:
Radotado = 0,25 m
Seguindo a determinação da caixa de areia, o próximo passo foi o cálculo da
taxa de escoamento superficial (TES) na caixa de areia, que se utilizam os seguintes
parâmetros de Qmáx, comprimento e largura da caixa de areia adotados através da
fórmula a seguir:

Figura 27: Fórmula para cálculo da taxa de escoamento superficial (TES) na caixa de areia

Fonte: AKUTSU (2019)

Podendo estar entre o intervalo de 600 a 1300 m³/m².dia, o TES calculado foi
de TES = 959,03 m³/m².dia.
Por fim, realizando a síntese de todos os cálculos referentes à caixa de areia,
temos as seguintes informações:

Tabela 2: Dados obtidos nos cálculos da caixa de areia

Parâmetros Valores Unidades de medida

Hmín CA 0,039 m

Hmáx CA 0,229 m

b CA adotado 0,40 m

Ladotado 5,50 m

Radotado 0,25 m

TES 959,03 m³/m².dia

Fonte: Autoria própria (2023)

5.3 DIMENSIONAMENTO DO GRADEAMENTO


5.3.1 Características da grade

O gradeamento tem como função principal a remoção de sólidos grosseiros


presentes na água recolhida dos esgotos provenientes dos lotes. Dessa forma,
evita-se danos nas bombas, tubulações e equipamentos da estação de tratamento
de esgoto. Além disso, os corpos receptores não serão contaminados com dejetos.
A grade escolhida para este projeto é a do tipo média, em que o espaçamento
das barras que compõem a grade estão entre 2 a 4 cm, e suas dimensões são de
9,5 x 50mm. Ela deve ser de ferro, para um melhor funcionamento do sistema e
maior duração. A esquematização da grade está contida na imagem abaixo:

Figura 28 - Corte transversal do gradeamento

Fonte: Autoria própria (2023)

Além disso, ela será instalada com uma inclinação de 60° em relação ao
fundo do sistema, como demonstrado a seguir. Isso significa que ela será uma grade
de limpeza manual, ou seja, poderá ter um maior comprimento, além de sua limpeza
ser facilitada
Figura 29 - Corte longitudinal do gradeamento

Fonte: Autoria própria (2023)

Neste caso, recomenda-se que a limpeza manual seja realizada em um


período de 15 dias ou menos. Caso contrário, a grade ficará completamente
obstruída e o fluxo do sistema será prejudicado.

5.3.2 Dimensionamento do gradeamento

Um fator importante a ser considerado ao se dimensionar a grade é a


diminuição da área útil, que acarreta em um menor espaço para que o fluído seja
escoado nas estruturas seguintes.
Consequentemente, haverá uma perda de carga do fluído, que será maior
quanto mais obstruída a grade estiver. Por isso, deve-se calcular a altura necessária
para que não haja transbordamento do fluido nessa fase do sistema.
A escolha da grade já foi realizada e está explicitada no tópico anterior.
Portanto, damos seguimento aos cálculos a partir da determinação da eficiência da
grade, que é dada pela equação a seguir:
a
E= ∗100
(a+t )
Considerando os valores adotados, temos uma eficiência de 61,128%.
As alturas mínima e máxima da seção da grade correspondem às da caixa de
areia, portanto 0,039m e 0,229m respectivamente.
Por seguinte, temos o cálculo da área total da seção, que é dada pelo produto
da largura da grade pela altura máxima que ela possui. Considerando a largura
adotada como 0,25m e a altura máxima como 0,229m, temos um total de 0,05725m²
como área total da seção.
Sabendo que a área útil da seção é dada pelo produto entre a área total e a
eficiência, temos que a área útil equivale a 0,038m².
Por convenção, adotamos que a velocidade que passe pela grade limpa é de
0,7m/s, e quando a grade está 50% obstruída, concluímos que metade dessa área é
perdida, portanto a velocidade dobra, chegando a 1,4m/s.
Além disso, deve ser realizada a verificação das velocidades através das
aberturas da grade. Isso é feito de acordo com as equações dadas na imagem a
seguir:

Figura 30 - Equações de verificação de velocidade do gradeamento

Fonte: AKUTSU (2019)

Ao realizar estes cálculos, verificamos que ambas as velocidades estão


menores que 1,4m/s, que é a velocidade máxima permitida para essa seção do
sistema. Portanto, os cálculos se mostram seguros.
Por fim, temos então os resultados que foram obtidos a partir dos cálculos
realizados para essa estrutura, que estão representados na tabela a seguir:

Tabela 3 - Resultados obtidos nos cálculos do gradeamento


Tipo Média
espessura (t) 9,5 mm
profundidade (p) 38,1 mm
espaçamento (a) 19,4 mm
qtd sólidos retido 38 L/1000m³
Eficiência (E) 67,13 %
HminG 0,039 m
HmaxG 0,229 m
VG limpa 0,7 m/s
VG obstruída 1,4 m/s
bG 0,23 m
bG adotado 0,25 m

Fonte: Autoria própria (2023)

5.4 DIMENSIONAMENTO DO CANAL DE ACESSO


5.4.1 Características do canal de acesso

O canal de acesso é a primeira estrutura que compõe o tratamento preliminar


de esgotos. É essencial que o canal de acesso tenha as dimensões ideais, pois um
canal muito estreito pode provocar transbordamento. Assim como, um canal muito
largo pode fazer com que a velocidade de chegada seja muito baixa, possibilitando,
assim, acúmulo de dejetos ao fundo do canal antes que possam chegar à grade
para serem retidos.
É crucial também que haja uma borda livre acima da altura máxima
delimitada, para que o fluxo não chegue até o limite da altura máxima e provoque
desconfortos no local.
Por este motivo, o canal adotado para este projeto contém as dimensões
explicitadas na imagem a seguir:
Figura 31 - Corte transversal do canal de acesso

Fonte: Autoria própria (2023)

5.4.2 Cálculos realizados

Primeiramente, faz-se uma estimativa da largura do canal de acesso. Para


isso, considera-se os valores de vazão e altura mínima, e que a grade esteja
completamente limpa. Além disso, supõe-se que a velocidade no canal nesse
instante seja menor que 0,6m/s.
Usando esses dados e a equação a seguir, é possível determinar o valor de
vazão mínimo, que neste caso equivale a 0,004188m³/s.

Figura 32 - Equação para determinação de vazão no canal de acesso

Fonte: AKUTSU (2019)

Agora, consideremos a vazão máxima, altura máxima e a grade obstruída.


Utilizando a mesma fórmula apresentada acima, temos que a vazão máxima vale
0,02442m³/s.
Por fim, realizamos a verificação das velocidades no canal de acesso, através
das equações:

Figura 33 - Equações de verificação de velocidade a montante do gradeamento


Fonte: AKUTSU (2019)

Já que em ambos os casos obtemos velocidades superiores a 0,6m/s,


garantimos que o sistema terá um bom funcionamento. Dessa forma, podemos
tabular os dados obtidos nessa seção da seguinte maneira:

Tabela 4 - Dados do dimensionamento no canal de acesso

Qmin 0,004188 m³/s


HminG 0,039 m
VG limpa 0,64 m/s
Qmax 0,02442 m³/s
HmaxG 0,229 m
b0 (limpa) 0,17 m
b0 (obst.) 0,168 m
V0 (Qmax) 0,66 m/s
V0 (Qmin) 0,71 m/s
b0 adot. 0,15 m
Fonte: Autoria própria (2023)
6 REFERÊNCIAS

AKUTSU, J. Sistema de Tratamento Preliminar de Esgotos Sanitários. 2019.


Disponível em:
https://ava2.ead.ufscar.br/pluginfile.php/865654/mod_resource/content/1/Tratamento
%20Preliminar%20de%20Esgotos.pdf. Acesso em: 11 fev. 2023.

INCONTROL. Manual de operação e instalação Calha Parshall. Disponível em:


http://192.163.198.161/~incontrol/admin/public/img/parshall-rev-m-4636053894.pdf.
Acesso em: 12 fev. 2023.

MENDES, P. R. A. Tratamento preliminar de esgotos. Disponível em:


https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4121887/mod_resource/content/0/Aula
%207%20-%20Tratamento%20preliminar%20de%20esgotos.pdf. Acesso em: 14 fev.
2023.

SANE COM FIBRA. Medidor de vazão Calha Parshall. Disponível em:


https://www.sanecomfibra.com.br/calha-parshall-padrao#:~:text=A%20Calha
%20Parshall%20%C3%A9%20um,se%C3%A7%C3%A3o%20divergente%2C
%20dispostas%20em%20planta. Acesso em: 12 fev. 2023.

VINNE, A. P. V. D. Medidor de vazão em canais abertos. 2017. Disponível em:


https://silo.tips/download/medidor-de-vazao-em-canais-abertos. Acesso em: 12 fev.
2023.

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