Tolerância ao Kick

Luiz Alberto S. Rocha

Engenheiro de Petróleo, Ph.D.
(lasrocha@yahoo.com)

Rio de Janeiro, Março de 2003

Luiz Alberto S. Rocha, Ph.D.

Tolerância ao Kick
É a máxima pressão de poros que pode ser admitida
contra a qual o poço pode ser fechado sem ocorrer
fratura da formação mais fraca.
– Leva em conta:
• A ocorrência de um kick e seu volume.
• Geometria do poço
• Eficiência da sonda para detecção do kick
• Pressões das formações
– Ë muito usado para tomada de decisão quanto ao
prosseguimento ou não da perfuração
– A idéia é que um kick vai ocorrer durante a perfuração e
o poço será fechado sem que ocorra fratura da formação.
Assim a analise descrita a seguir vale apenas para o
fechamento e não para a circulação do kick.
Luiz Alberto S. Rocha, Ph.D.
 Tolerância ao Kick
SIDPPmax SICPmax
Kick
Situação onde um kick
ocorreu, o poço foi Chockline

fechado e as pressões se
estabilizaram.
Zf
ρ mud
SIDPPmax – Máxima pressão na
coluna de perfuração
Zh
SICPmax – Máxima pressão no Gfrat
revestimento

Hk- Altura do kick ρ k

Zf e Zh – Profundidades da
Hk
formação mais fraca e do poço Gp
Luiz Alberto S. Rocha, Ph.D.

Tolerância ao Kick
SIDPPmax SICPmax

Chockline
Premissa de Trabalho

• Kick ocorreu com a Zf

coluna no fundo ρ mud
• Peso do fluido de
perfuração utilizado para Zh
balancear a pressão de Gfrat
poros
• Poço foi fechado ρ k
• Pressões já estabilizadas
Hk
Gp
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 Tolerância ao Kick
Pressão Máxima na Sapata
SIDPPmax SICPmax
0,1706 ρ f Z f = SICPmax + 0,1706 ρ mud Z f
Chockline
SICPmax = 0,1706(ρ f − ρ mud )Z f

Zf ρ mud
Pressão no Fundo
Zh
Gfrat PF = SICPmax + 0,1706 ρ mud (Z h − H k ) + 0,1706 ρ k H k
ρ k

Hk Tolerância ao Kick, rkt

Gp

PF = 0,1706 ρ kt Z h
PF = Pressão no Fundo
PF
= Pressão de Poros ρ kt =
0,1706 Z h
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Tolerância ao Kick, ρkt

Profundidade Densidade do
Formação Fluido de Altura do
mais frágil Perfuração Kick

Zf
ρ kt = (ρ f − ρ mud ) −
Hk
(ρ mud − ρ k ) + ρ mud
Zh Zh

Densidade do
Profundidade Gradiente de Fratura
Fluido de
do da Formação Mais
Invasor
Poço Frágil
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 Tolerância ao Kick
Durante o influxo, o fluido invasor
se mistura com o fluido de
Volume do Kick e Altura do Kick perfuração. Pode-se considerar
assim que uma fração da mistura
Vm
Hk = resultante é formada pelo fluido
Capacidade do Anular invasor e a outra pelo fluido de
perfuração.
Vk = f kVm
Vk Densidade da Mistura
Vm =
fk ρ k = f k ρ kick + ( 1 − f k ) ρ mud
f k = kick fraction ρ k
No caso de uma bolha unica
Vk = volume do kick Hk f k = 1 ⇒ ρ k = ρ kick
Gp
Vm = volume da mistura ρ kick = densidade do fluido
Luiz Alberto S. Rocha, Ph.D. invasor

Tolerância ao Kick Diferencial, ∆ρkt

Zf
ρ kt = (ρ f − ρ mud ) −
Hk
(ρ mud − ρ k ) + ρ mud
Zh Zh
∆ρ kt = ρ kt − G p
Zf
∆ρ kt = (ρ f − ρ mud ) −
Hk
(ρ mud − ρ k ) + ρ mud − G p
Zh Zh
Apenas diminui-se o Gradiente de Pressão de Poros da
Tolerância ao Kick

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 Tolerância ao Kick Diferencial Mínima
Valor da Tolerância ao Kick Diferencial para qual a perfuração
do poço deve ser interrompida para descida de um novo
revestimento

Arbitrada de acordo com nível de segurança desejado

∆ρ kt min
(Tolerância Diferencial Mínima)
A Tolerância ao Kick deve obedecer a :
∆ρ kt < ∆ρ kt min
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Tolerância ao Kick, ∆ρkt

(Aspectos Importantes)

Zf
∆ρ kt = (ρ f − ρ mud ) −
Hk
(ρ mud − ρ k ) + ρ mud − G p
Zh Zh

• Diminui com a profundidade

• É um “link” entre pressão de poros, fratura e a possibilidade de
ocorrência de um kick
• Ao atingir um certo valor (∆ρktmin), o poço deve ser interrompido
para a descida de um novo revestimento
• A profundidade da sapata é normalmente escolhida como sendo a
profundidade da formação mais fraca
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 Exercício
• Um poço estava sendo a 5200 metros
quando foi enviada uma ordem da base para
que ele fosse interrompido para a descida do
revestimento de 9 5/8”. O que você acha? A
perfuração poderia continuar sem maiores
problemas ou parar o poço foi uma decisão
acertada?

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Dados do Problema
• Lâmina d’água = 1300 metros
• Profundidade do poço = 5200 metros
• Profundidade da sapata = 3500 metros
• Gradiente de fratura na sapata do rev. 13 3/8” = 14,5 ppg
• Peso do do fluido de perfuração = 13,0 ppg
• Diâmetro da broca = 12 1/4”
• Coluna de perfuração = 12 DC 8”, 8 DC 6 3/4”, DP’s 5”
• Considerar:
– Volume de um kick = 40 Bbl
– Densidade do fluido invasor = 2,00 ppg
– Tolerância diferencial ao kick mínima para parar o poço = 0,5 ppg

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 Classificação de Poços com
Relação a Níveis de Segurança
• Muitas vezes é interessante se estabelecer
classificações dos poços com relação ao volume
máxima que pode ser admitida na ocorrência de
um kick.
• Por exemplo:
– Um poço onde o volume máximo de kick que não cause
fratura da formação seja de 100 Bbl, tem uma situação
menos crítica que outro poço onde o volume máximo
de kick seja igual a 10 Bbl. Em outras palavras, é muito
mais difícil detectar e fechar um poço com apenas 10
Bbls de ganho do que um onde volume de 100 Bbls não
irá fraturar a formação.
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Classificação de Poços com

Relação a Níveis de Segurança
• Da mesma forma é importante se estabelecer
procedimentos a serem seguidos para que o
volume máximo de ganho durante um kick não
seja ultrapassado.
• Sugestão:
1. Fixar a Tolerância Diferencial Mínima
2. Estabelecer níveis aceitáveis de detecção do volume
de ganho
– Volume < 15 Bbl Î Nível = 1
– Volume < 40 Bbl Î Nível = 2
– Volume > 40 Bbl Î Nível = 3
3. Estabelecer procedimentos para que os níveis de
volume estabelecidos sejam obtidos
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 Níveis de Segurança

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