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DE CONTROLE DE POÇO
CONCEITOS FUNDAMENTAIS
↓
❖ VIDAS HUMANAS
❖ MEIO AMBIENTE
❖ GARANTIA DE EQUIPAMENTOS,
POÇO E RESERVATÓRIO (U$)
1- Definições de Kick e blow out
KICK: É o influxo inesperado e indesejado,
mas controlado, de fluido (água, óleo ou
gás) da formação para o poço. Neste caso,
a segunda barreira de segurança, o BOP,
ainda atua.
Blow Out: É o influxo descontrolado de
fluido da formação para o poço e deste para
fora. Neste caso, a segunda barreira de
segurança foi rompida.
Barreira de segurança
NORSOK D-10 R3 2004 – Conjunto de um ou
vários elementos de barreiras dependentes que
impede o fluxo não intencional de fluidos da
formação para outra formação ou para o meio
ambiente.
PETROBRAS - É definida como a separação
física apta a impedir o fluxo não intencional dos
fluidos de um intervalo permeável (formação) p/o
meio ambiente ao longo de um caminho
específico.
Caminho específico
É Qualquer via de fluxo possível e
capaz de interconectar um intervalo
permeável (formação contendo fluido
pressurizado) ao meio ambiente.
Obs: camada sem competência é uma camada que se
rompe quando submetida a esforços, podendo criar
caminhos específicos capazes de conduzir os fluidos de
uma formação pressurizada até uma formação menos
pressurizada ou até o meio ambiente.
Desvio ou atalho
É uma conexão não intencional entre dois
caminhos específicos. Exemplo: vazamento
da coluna de produção para o espaço
anular, entre esta e o revestimento de
produção
Conjunto solidário de barreiras
Conjunto de dispositivos de segurança de
um poço de petróleo, que impede o fluxo
não intencional por todos os caminhos
específicos possíveis entre um intervalo
permeável e o meio ambiente
Esquema de um poço em perfuração no mar
2- Conceitos fundamentais
• Tipos de fluidos
– A base de água (WBM)
– A base de óleo natural, ésteres, acetais, etc.
– A base de óleo diesel (OBM), parafina (SBM), etc.
– A base de olefinas internas (IO)
– Gasosos (N2, Ar, Gás Natural - UBD)
– Mistos (névoas, espumas ou fluidos aerados - UBD)
– Pasta de Cimento
– Fluidos de completação
Fluidos de Perfuração - Funções
• Definição de pressão
– P= F/A (lbf/in2 = psi; Pa = N/m2; Kgf/cm2)
• Conceito de tubo em U
ρ 1< ρ 2
H1>H2
H1; ρ1
P1 = P2
H2; ρ2
2 1
ρ1.g.H1 = ρ2.g.H2
• P = F/A = ρ.g.Hv
– Ppsi = 0,1704.ρppg.Hvm
– Ppsi = 0,0520.ρppg.Hvft
• Hv = Profundidade vertical
• ρ = Massa específica
Exemplo de aplicação
Ph = 0,1704 x ρ x Hv
F
L
U
I
D
O
D=13,5ppg
PhT = ↓P T 2000m
4601 psi G
Á
S
D=0,63
↓P B 5300m
• Pressão hidrostática exercida por
uma coluna de gás
– Phg = PB – PT (psi -1)
– PT = PhT + 14,7 (psia-2)
– PB = PT. e[(Dg.ΔHv)/(16,3.Z(T+460))] (psia-3)
• Dg – Densidade do gás em relação ao ar, adm
• Phg – Pressão hidrostática da coluna de gás, psi
• PT – Pressão absoluta no topo da bolha (é a
Pressão hidrostática + Pressão atmosférica, psia)
• PB – Pressão absoluta na base da bolha, psia
• ΔHv – Altura vertical da coluna de gás, m
• Z – Fator de compressibilidade do gás, adm
• T – temperatura do gás, °F
Exemplo de aplicação - gás
Determine a pressão hidrostática de uma coluna
de gás de 3300 metros de profundidade vertical,
cuja densidade em relação ao ar é 0,63, sabendo-
se que a pressão hidrostática devido ao fluido no
topo da mesma é de 3200 psi.
Sabe-se que a temperatura média do gás é de
110 ºF e que o fator de compressibilidade médio
equivale a 0,84. Qual seria esta hidrostática se a
bolha de gás estivesse abaixo de uma coluna de
fluido peso 13,5 ppg, de 2000 m de profundidade
vertical?
Esquema do poço
SPM
↓ 14,7 psi
R
a
i
s
e
r
BOP BOP
CSCP
BOP BOP
Fluido
↓ PhT=3200 psi
Folhelho Folhelho
Gás
D=0,63
Camada permeável T = 110 ºF Camada permeável
Z=0,84
∆H v=3300m
Camada permeável Camada permeável
EMBASAMENTO
solução
ΔHv = 3300 m; Dg = 0,63; Ph = 3200 psi; T = 110 °F; Z = 0,84
PB = PT. e[(Dg.ΔH)/(16,3.Z(T+460))]
PB = 3214,7. e[(0,63x3300)/(16,3x0,84(110+460))] (Pabs na base da B)
PB = 4196 psia, então, PhB = 4196 – 14,7 = 4181,3 psi
Como Ph = 0,1704 x ρ x Hv
– G = 0,1704 x ρ (psi/m)
– G = 0,0520 x ρ (psi/ft)
• Pressão da Formação
• É a pressão existente nos poros da rocha a ser perfurada. As
formações são classificadas de acordo com seus gradientes Gp,
como segue:
Exemplo de aplicação
1 3 2 2.25 2600
4 4 3 4 424
Durante a circulação pelo sistema sonda-poço, surgem
pressões dinâmicas ou perdas de carga por atrito, ΔP
(tubos, jatos da broca, anulares, choke).
ΔP α ρ, Visc efet, ΔH, Q², rugosidade
Exemplo de aplicação
A pressão de circulação durante a perfuração é 2500 psi
para uma vazão de 100 spm e massa específica de 9,0
ppg. Se a massa especifica for elevada em 1 ppg e a
vazão reduzida, para 90 spm estime a nova pressão de
bombeio.
PBN = PBA x (ρN/ρA) x (SPMN/SPMA)²
PBN = 2500 x (10/9) x (90/100)²
PBN = 2250 psi
N=novo, A=atual, SPM=stroke por min, equivalente da vazão gpm
Exemplo de aplicação
São dadas as seguintes perdas de carga, em psi, no sistema de
circulação de um poço terrestre:
• ΔPs = 60
• ΔPint = 240
• ΔPb = 1300
• ΔPan = 100
Devido à presença de cascalho no anular, a hidrostática no mesmo é
50 psi acima da hidrostática da coluna. Calcule a Pressão de
circulação do sistema.
Solução
PC = ΣΔPc = ΔPs + ΔPint + ΔPb + ΔPan +(Phan-Phint)
PC = 60 + 240 + 1300 + 100 + 50
PC = 1750 psi
• Pressões no fundo do poço - BHP
– Sem circulação e sem pressão na cabeça: Estática
• BHP = Ph
– Com Circulação: Dinâmica com BOP anular aberto
• BHP = Ph + ΔPan-oh + ΔPan-csg + ΔPan-ris
– Com Circulação: Dinâmica pelo Choke Ajustável e
estrangulado - BOP anular fechado
• BHP = Ph + ΔPan-oh + ΔPan-csg + ΔPch-l + ΔPch
• Capacidade de um anular
Cap = (D2-d²) / 313,77 (bbl/m)
• Capacidade Hidrostática (Chid)
Imagine 1,0 barril de um fluido, ρ=15 ppg, dentro de tubos de
diferentes diâmetros: 7” e 9 5/8”. Estes tubos apresentam capacidades
volumétricas, respectivamente, iguais a
Gfrat = GP + K.(Go-GP)
Gfrat = 10,5 + 0,60.(18,7-10,5)
Gfrat = 15,4 lb/gal (massa específica equivalente de fratura)
Exemplo de aplicação – poço marítimo
GO = 11.732/(0,1704 X 4500)
GO = 15,3 lb/gal
GO = 10.863/(0,1704 X 4500)
GO = 14,17 lb/gal
• Teste de microfaturamento
Teste de absorção clássico – LOT
As rochas das formações perfuradas possuem fissuras naturais ou se tornam
fissuradas durante a perfuração. A pressão na qual estas fissuras começam a
se abrir é chamada de pressão de absorção.
O teste consiste em pressurizar o poço com BOP fechado bombeando entre
0,2 e 0,5 bpm, usando uma unidade de cimentação. Na operação, registra-se
um gráfico “P(psi) x Vol (bbl)”.
No caso de BOP submarino, o bombeio é feito pela kill/choke line, mas pode-
se bombear também simultaneamente pela coluna e pela kill ou choke line
para reduzir as ΔP’s. No Gráfico seguinte temos:
F
L
U
I
D
O
D=9,5ppg
Reportar no BDP:
(I) Pabs = PKT - (Phk + Ph-ks) → (II) PKT = Pabs + Phk + Ph-ks
ρabs ↓ρ
Hv
H’
↓ ρk Hk
↑ ρp
Hw
Lw
Hv
ML
Tomemos um fluido tal que, ρ ≥ρp →BHP= 0,17xρxHv≥Pp=0,17xρpxHv
Definindo, MSR = ρ – ρp
MSR= [Hw.ρp - Lw.ρw]/[Hv - Hw]
ρ = ρp + MSR
Exemplo de aplicação
Determine a MSR e a ME do fluido de perfuração para um
poço vertical de 5000 m, em lâmina d’água de 2000 m, air
gap de 25 m e com MEE de pressão de poros igual a 11
ppg para que o riser possa ser retirado sem ocorrência de
kick.
MSR = ρ – ρp
ρ = MSR + ρp
ρ = 1,8 + 11
ρ = 12,8 ppg
Exemplo de aplicação para conceituar
SICP e SIDPP
Considere um poço que tem 2500 m de
profundidade vertical e lâmina d’água + air gap de
700m. Foi Fechado após detecção de um kick de
gás com massa específica igual a 2,0 lb/gal. As
massas específicas do fluido de perfuração no
interior do poço e na linha do choke são,
respectivamente, 9,0 e 8,5 ppg. Determine as
pressões de fechamento na superfície,
considerando que a formação geradora do kick
tem uma pressão de poros equivalente a 9,5 ppg e
que a altura do kick no espaço anular é de 100m.
Solução
PP = 0,1704 x ρ x Hv = 0,1704 x 9,5 x 2500 = 4047 psi
Phint = 0,1704 x 9,0 x 2500 = 3834 psi
Pelo interior da coluna temos
Psupint = PP – Phint = 4047 – 3834 = 213 psi → SIDPP
Pelo anular temos
Pchoke = PP - ∑Ph
∑Ph = Phkick + Phan + Phchoke line
∑Ph =0,1704 x {2x100 + 9,0x[2500-(700+100)] + 8,5x700}
∑Ph = 3655 psi
Pchoke = 4047 – 3655
Pchoke = 392 psi → SICP
Causas de kick
Fluxos da formação p/o poço (BHP<Pp)
A- fluxo intencional
– Teste de formação
– Completação
Exemplo de aplicação
Qual a redução de pressão no fundo poço quando se retiram 20
seções (90 ft/seção) sem abastecer o poço? Dados: Hv = 2050 m,
ρp=9,6 ppg, Rev de 9 5/8 in, 36 lb/pé, K55, 8,921 in id; DP de 5 in od,
18 lb/pé, 4,276 in id; fluido de perfuração com massa específica = 10
ppg.
Solução
HΦ = L.Cd/(Can + Cint)
Cd = (5²-4,276²)/313,77 = 0,02140 bbl/m
Can = (8,921²-5²)/313,77 = 0,17396 bbl/m
Cint = 4,276²/313,77 = 0,05827 bbl/m
HΦ = 20x90x0,3048x0,02140 /(0,17396 + 0,05827)
HΦ = 20x90x0,3048 = 50,56 m
Como ρp= 9,6 ppg e ρeq = 9,75 ppg → ρp< ρeq → Ainda não ocorreu
um kick, mas poderá se continuar sem abastecer o poço.
Perda do fluido durante manobra
• Para evitar a perda de fluido durante a
manobra, ou seja realizar manobra seca,
posso:
– Estabelecer o volume de tampão e a altura desejada
de espaço vazio acima do mesmo para cálculo da
massa especifica.
ou
– Estabelecer o volume do tampão pesado e sua
massa especifica, para calcular a altura do espaço
vazio acima do mesmo.
Demonstração das equações
aplicáveis
Hφ
ρT HT
ρ HV
ρ HV-(Hφ+HT)
P1 P2
Volume que deve retornar após
injetar o tampão no poço.
Cálculo da massa especifica do tampão
ρT = ρ.(1 + HФ/HT)
HT = VT/Cint-dp
Exemplo: Para realizar uma manobra seca, retirando tubo
a tubo (de 30 pés cada), se injeto VT=25bbl e almejo 50 m
de coluna vazia, sabendo que as massas específicas na
coluna e anular são iguais, qual deve ser a massa
específica do tampão injetado?
Dados: ρ=9ppg, IDdp= 4.276in, coluna sem MF/LWD/ML
HT = 25/0,0583 = 429 m
VR = 20x(10,5/9) P = 0,1704x9x2350
VR = 23,3 bbl P = 3604 psi
L
U
N
A
F
L
U
790m I 790m
D
O
D
9,1 ppg
EST EST
L * LE L *VP *V
P = +
60,96(dh − dp) 5574(dh − dp) 2
MSM = 2x141,4/(0,1704x3200)
MSM = 0,5 lb/gal
De Ph + 15
P = 34, 5 * ( − 1) * Log ( )
Ds 15
Ph − P
Deq =
0,1704 * Hv
– De: massa especifica do fluido entrando no poço, ppg
– Ds: massa especifica do fluido no retorno, ppg
– Deq: massa especifica equivalente do fluido, ppg
– Hv: profundidade vertical, m
– ∆P: decréscimo de pressão em Hv, psi
– Ph: pressão hidrostática em Hv, psi
Exemplo de aplicação
Qual deve ser a redução da BHP, a 3000 m, devido a um corte de
fluido por gás, que reduziu o peso do fluido de 14.5 para 9 ppg. Você
consideraria que este poço corre risco iminente de entrar em kick,
sabendo que foi dada uma margem de segurança de 50 psi, em
relação à pressão de poros da formação, no cálculo da massa
específica do fluido em uso?
Que atitude dever ser tomada?
Resp:∆P=57 psi / Deq=14,4 ppg. Como foram acrescidos 50 psi de segurança no cálculo
da ME do fluido, e a perda de pressão liquida foi 7 o poço corre risco iminente de
entrar kick em condições estáticas.
Solução
PH = 0,1704x14,5x 3000
PH = 7412,4 então: PP = 7412,5 – 50 = 7362,4 psi ↔ ρp = 14,4 psi
∆P = 34,5x[(14,5/9) -1]xLog[(7412,4+14,7)/14,7]
• Falhas geológicas
Quando ocorrem falhas, um bloco desliza em relação ao outro, ficando
uma camada mais baixa e outra mais alta. Como estas camadas
tinham a mesma pressão originalmente, após a falha o bloco que está
mais acima terá uma pressão que só seria esperada mais abaixo. Por
isso, se um poço atravessar este bloco superior, poderá haver um risco
de aumento inesperado da Pf e resultar em um kick.
B.8- Grandes Estruturas
Principais riscos
dc = [Log(R/60.N)/Log(12.W/106.OD)] x [ρn/ρ]
• Perfilagem
Perfis de poços de correlação constituem-se em fontes excelentes de
informações. Mudanças nas pressões causam mudanças bem
definidas nos perfis.
• Testes de formação
Pode-se usar também informações obtidas de outros poços da área
onde testes de formação foram realizados.
4- Detecção de um kick
A- indícios de kick durante a perfuração