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Fundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro

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Gabarito da AP2 – Geometria Analı́tica I – 2018.2

Considere a reta r : ρ cos(θ − π/3) = 2 dada em coordenadas polares para responder às questões 1
e 2.

Questão 1 (1,0 ponto): Encontre a equação de r em coordenadas cartesianas OXY .


Observação: Não se esqueça da identidade trigonométrica cos(a − b) = cos a cos b + sen a sen b.
Questão 2 (1,0 ponto): Faça um esboço da reta r no sistema de coordenadas polares.
Observação: O esboço é para ser feito em um sistema de coordenadas polares. Não confunda com sistema
de coordenadas cartesianas.

Solução:
(1) Utilizando a identidade cos(a − b) = cos a cos b + sen a sen b em ρ cos(θ − π/3) = 2 temos:
π π
   
ρ cos θ cos + ρ sen θ sen = 2. (1)
3 3
Sabemos que √
π 1 π 3
   
x = ρ cos θ, y = ρ sen θ, cos = , sen = ,
3 2 3 2
e substituindo tais identidades em (1) temos:
√ !
1 3
 
x +y = 2,
2 2

ou seja, √
x+ 3y = 4.

(2) A reta r está esboçada abaixo em vermelho.

Figura 1: Reta r da questão 1.


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Questão 3 (2,0 pontos): Esboce a região R do plano representada pelo seguinte sistema de
inequações:

x−y+1≥0



x2 y2
R: 3
+ 4
>1 ,

x ≤ 0.

e identifique as curvas que delimitam a região R.

Observação: Não se esqueça de fazer o esboço em um sistema de eixos coordenados OXY e de marcar os
pontos de interseção entre as curvas que delimitam a região .

Solução:
Queremos encontrar a região R dada pela interseção das regiões R1 , R2 e R3 , onde

R1 : x − y + 1 ≥ 0,

x2 y 2
R2 : + > 1,
3 4
R3 : x ≤ 0.

A região R1 é limitada pela curva C1 : x − y + 1 = 0, que é uma reta crescente que corta os eixos
coordenados nos pontos (0,1) e (-1,0). Esta reta divide o plano em semiplanos, sendo um contendo a
origem e o outro contendo o ponto (0, 2). Para descobrir qual semiplano buscamos, vamos substituir
as coordenadas de um ponto pertencente a um dos semiplanos para verificar se ele pertence a região.
Vejamos se o ponto (0, 0) pertence a região R1 :

0 − 0 + 1 ≥ 0 ⇐⇒ 1 ≥ 0.

Como 1 ≥ 0, a região que procuramos é o semiplano que contém (0, 0). E também podemos notar
que a reta pertence à região R1 .
2 2
A região R2 é limitada pela curva C2 : x3 + y4 = 1, que é uma elipse centrada na origem cuja
reta
√ focal coincide
√ com o eixo OY , vértices focais são (0, 2) e (0, −2), e vértices não focais são
( 3, 0) e (− 3, 0). C2 divide o plano em duas partes, sendo uma contendo o centro da elipse e a
outra exterior à elipse. Vejamos então se a região R2 contém o centro da elipse. Substituindo as
2 2
coordenadas (0, 0) do centro de C2 na inequação x3 + y4 > 1 obtemos:

02 02
+ > 1 ⇐⇒ 0 > 1.
3 4
Como 0 > 1 é uma afirmação falsa, concluı́mos que o centro da elipse não pertence à região
procurada. Também podemos notar que a elipse C2 não pertence à região R2 .

A região R3 é limitada pela curva C3 : x = 0, que é uma reta vertical que coincide com o eixo
OY . A reta C3 divide o plano em dois semiplanos, sendo que um deles contém pontos que possuem
coordenada x sempre positiva (à direita da reta) e o outro o que possui pontos com coordenadas x
sempre negativa (à esquerda da reta). É fácil perceber que a região que buscamos é o semiplano

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que fica à esquerda da reta x = 0 e isso fica muito claro se substituirmos o ponto (2, 0), pertence
ao semiplano que fica à direta da reta C3 , na inequação R3 :

2 ≤ 0.

Como 2 ≤ 0 é uma afirmativa falsa, a região que procuramos não é a que contém (2, 0). Também
podemos notar que a reta pertence à região R3 .
Para finalizar, precisamos encontrar os pontos de interseção P1 e P2 entre as curvas C1 e C3 . Para
isso é necessário resolver os seguintes sistemas:
2
x2
( ( (
x−y+1=0 x−y+1=0 + y4 = 1
(a) x2 2 , (b) , (c) 3
3
+ y4 = 1 x=0 x = 0.
 √ √   √ √ 
Resolvendo o sistema (a) encontramos os pontos P1 = −3+7 2 , 4+67 2 e P2 = −3−6 7
2 4−6 2
, 7 ,
resolvendo o sistema (b) encontramos o ponto P3 = (0, 1) e para o sistema (c) encontramos P4 =
(0, 2) e P5 = (0, −2), que estão marcados na figura.
Na figura a seguir, destacamos em azul mais escuro a região R dada pela interseção das regiões R1 ,
R2 e R3 .

Figura 2: Região R.

Atenção: Os pontos P1 , P2 , P3 , P4 e P5 não pertencem à região R.

Considere uma elipse E que contem centro em (2, −3), eixo menor de comprimento 6, eixo maior de
comprimento 10, sendo o eixo maior vertical para responder às questões 4, 5 e 6.
Questão 4 (1,0 pontos): Encontre a equação da elipse E.
Questão 5 (1,0 pontos): Encontre os elementos da elipse E.

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Questão 6 (1,0 pontos): Faça um esboço da elipse E.


OBS.: O esboço da elipse deve ser feito em um sistema de eixos ortogonais OXY.

Solução:
(4) Como a elipse dada possui eixo maior vertical, então sabemos que sua reta focal é paralela ao
eixo OY . Sendo assim, já sabemos que a equação de E é da forma:

(x − 2)2 (y + 3)2
+ = 1.
b2 a2
Também sabemos que o comprimento do eixo menor é 6, o que implica que 2b = 6 ⇐⇒ b = 3. E,
que o comprimento do eixo maior é 10, logo 2a = 10 ⇐⇒ a = 5. Substituindo esses valores na
equação acima temos:

(x − 2)2 (y + 3)2
+ = 1,
9 25
que é a equação procurada.
(5) Como C = (2, −3) e a elipse E possui reta focal vertical, então x = 2 é a equação da reta focal
e y = −3 é a equação da reta não focal. No item anterior já encontramos que a = 5, b = 3 e isso
implica que a2 = b2 + c2 ⇐⇒ c2 = 25 − 9 = 16 ⇐⇒ c = 4. Assim, os elementos da elipse são:

• reta focal: x = 2;

• reta não focal: y = −3;

• vértices focais: (2, −3 ± 5) ⇒ A1 = (2, −8) e A2 = (2, 2);

• focos: (2, −3 ± 4) ⇒ F1 = (2, −7) e F2 = (2, 1);

• vértices não focais: (2 ± 3, −3) ⇒ B1 = (−1, −3) e B2 = (5, −3).

(6) O esboço da elipse E pode ser visto na figura abaixo:

Figura 3: Elipse E.

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Considere uma hipérbole H que contém centro em (−1, 1), uma assı́ntota paralela a y = x e foco
4
em (−1, 72 ) para responder às questões 7, 8 e 9.
Questão 7 (1,0 pontos): Encontre a equação da hipérbole H.
Questão 8 (1,0 pontos): Encontre os elementos da hipérbole H.
Questão 9 (1,0 pontos): Faça um esboço da hipérbole H contendo todos os elementos encontrados
no item anterior.
OBS.: O esboço da hipérbole deve ser feito em um sistema de eixos ortogonais OXY.

Solução:
(7) Como C = (−1, 1) é o centro da hipérbole H e F1 = (−1, 72 ) um de seus focos, então
5
c = d(C, F1 ) = .
2
Note ainda que C e F1 estão sobre a a reta vertical x = −1, logo a hipérbole H possui reta focal
paralela ao eixo OY . Sendo assim, sua equação é da forma

(y − 1)2 (x + 1)2
− = 1,
a2 b2
e suas assı́ntotas são da forma:
b b
a(x + 1) = ±b(y − 1) ⇐⇒ x = ± y ∓ − 1. (2)
a a
3
Por hipótese, uma das assı́ntotas de H é paralela à reta y = x ⇐⇒ x = 43 y. Assim,
4
b 4 4
= ⇐⇒ b = a.
a 3 3
4
Isto não significa que a = 3 e b = 4, mas sim que b = 3 a. Como c2 = a2 + b2 , temos
 2  2
5 2 4 3
=a + ⇐⇒ a = ,
2 3 2
e
4 4 3
b = a = · = 2.
3 3 2
Logo, a equação da hipérbole H é

(y − 1)2 (x + 1)2
− = 1.
9/4 4
(8) Como C = (−1, 1) e a hipérbole H possui reta focal vertical, então x = −1 é a equação da reta
focal e y = 1 é a equação da reta não focal. No item anterior já encontrarmos que a = 23 , b = 2 e
5
2
. Assim, os elementos da hipérbole são:

• reta focal: x = −1;

• reta não focal: y = 1;

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• vértices focais: (−1, 1 ± 23 ) ⇒ A1 = (−1, − 12 ) e A2 = (−1, 52 );

• focos: (−1, 1 ± 52 ) ⇒ F1 = (−1, − 23 ) e F2 = (−1, 27 );

• vértices imaginários: (−1 ± 2, 1) ⇒ B1 = (−3, 1) e B2 = (1, 1);

• assı́ntotas: ` : 3x − 4y = −7 e `0 : 3x + 4y = 1.

(9) O esboço da hipérbole H pode ser visto na figura abaixo:

Figura 4: Hipérbole H.

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