Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
A minha critica se direciona ao ato de escolher o candidato, sem pôr na balança todas essas
questões avassaladoras e obscuras para o desenvolvimento qualitativo e benéfico de nosso país. Será
que haverá ENEM nos próximos anos? Será que haverá PIBID (Programa Institucional de Iniciação
a Docência) ao qual eu participo pela UEPB? Será que haverá o PIBIC (Programa Institucional de
Iniciação Científica)? Será que haverá a Residência Pedagógica? Será que haverá bolsas de mestrado
e de doutorado para quem está iniciando o curso? Onde ficam os meus direitos? Votei no candidato
Fernando Haddad, homem honrado, ex-ministro da educação do governo Lula, professor, pai de
família e que tem um currículo limpo e estimado; não é ficha suja e iria governar para mim, para os
meus direitos. Com ele, todos esses programas citados seriam abraçados. Se o meu amado Nordeste
votou expressivamente em Haddad, é porque nós conhecemos o quanto sofremos, o quanto somos
humilhados em estados como na grande São Paulo e no Rio de Janeiro. Onde discursos como “Votou
por causa do Bolsa Família”, “Passa fome”, “Votou com a barriga” ainda perduram. Todo mundo
deveria ter interesses lógicos guiados por uma razão límpida e sem desvios bruscos, como esse
monstro que foi eleito nesta data de sangue. É lógico eu votar em candidato X porque sabemos que o
candidato X vai governar para a nossa classe. Todavia, os 57.774.302 milhões de eleitores que
escolheram Jair Messias Bolsonaro para presidente da república, não foram pessoas com um coração
pueril, eles não estarão isentos de nada, nós, os 46.988.083 milhões seremos os protagonistas dessa
história. Pois é sabida a observação, que nós desenvolveremos, no percurso desses quatro anos, a
missão de rememorar cada momento, cada foto, cada discurso, cada frase, cada publicação nas redes
sociais que foram Pro-Bolsonaro; nós iremos dizer “Eu avisei”. A democracia sempre tende para
dois polos, ora ela domina, ora ela é atenuante na medida em que delineia o sentimento de
pseudoliberdade para com a população.
Poe entendeu isso, entendeu o declive do homem ao lúgubre, entendeu que a redução de
tudo o quanto um dia fora belo era inevitável. Essa eleição, como é de costume, vale ressaltar que
simplesmente revelou o preconceito, a intolerância, a natureza cruel que estava adormecida e que,
ainda mais, estava esperando um bode expiatório para legitimar o ódio e a liberdade para senti-la e
expressá-la. Como se não bastasse sentir ódio pelo outro, agora será permitido agressões contra o
outro, tanto verbalmente, quanto fisicamente como vem acontecendo. Mas o Brasil escolheu, ou
melhor, para não generalizar, 57.774.302 milhões de eleitores de Bolsonaro escolheram. Não se
assustem se os índices de suicídios, homicídios, agressões – principalmente aos LGBTS e negros
aumentarem drasticamente. E o que dizer das cotas? Elas serão extintas, porque “Negros não são
melhores que brancos”. A título de esclarecimento, sabem quais são os índices de suicídios no
Brasil? Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde) só no Brasil, cerca de 11 mil pessoas se
suicidam por ano, onde as causas são apontadas no percentual de 65,6% dos óbitos, por causas
externas (Violências e acidentes). Conforme o Ministério da Saúde e com base no (SIM) Sistema de
Informação sobre Mortalidade, revela que os indígenas são os que mais cometem suicídio, cerca de
15,2%. A taxa de suicídio cresceu mais entre os anos de 2011 e 2015, tendo por base o foco em
pessoas de 15 a 29 anos de idade. Em 2011, houve o suicídio de 10.490 pessoas e, já no ano de 2015,
esse número aumentou para 11.736 mortes, incluindo negros, brancos e indígenas. Decorrente disso,
qual o propósito nessa exposição de dados sobre o suicídio? Bem, tendo em vista que o fascismo
bolsonariano está disfarçado de agente messiânico com o discurso de que vai mudar o Brasil para
melhor, é importante saber, através de dados, que não são os brancos que estão se suicidando, mas
sim os indígenas, os negros, os homossexuais; e é justamente contra todos estes que Bolsonaro
milita, que ele chama, como numa de suas entrevistas, de “Vitimismo”, tanto de nordestino, quanto
de homossexual e negro. Se os indígenas estão se suicidando, é porque a qualidade de vida, dado ao
ambiente geográfico já vem se tornando mais difícil. Com base nisso, entendendo a instabilidade
socioeconômica e sociopolítica que o país está enfrentando, direciono a seguinte pergunta: que
impactos terá sobre essas minorias, um governo fascista, autoritário, insensível para com os que
vivem em estado de vulnerabilidade social? Bolsonaro se revelará. O ano de 2019 será revelador para
todos nós. Por fim, encerrando esse primeiro artigo de opinião no mesmo dia em que vivenciei a
barbárie ascendendo ao poder, afirmo-lhes que a destruição que Jair Messias Bolsonaro irá causar no
país, será um nível avassalador, impensável. Se Michel Temer, nesses dois anos de mandato,
conseguiu desestabilizar a economia, aumentando absurdamente a desigualdade social e o
desemprego, e o que Bolsonaro não fará em quatro anos? Tirem suas próprias conclusões. O teatro
macabro está apenas se iniciando.