Você está na página 1de 1

Eu vi que as cores do mar mudaram.

Senti os ventos que percorreram toda a rosa bater no meu


rosto. Vi a luz da areia em todos os tons mas ainda vejo o mesmo sítio do milagre. O lugar que
viu nascer os meus desejos, e eu.
A praia toda conheço e nela me recosto. Sonho com os novos ruídos de novos mares, de novos
luares. Apegar em mim o que ainda nunca vi. Sem ser mais desses coqueiros e constelações
decorados e desenhados nestas minhas ainda meio marinhas pálpebras de tartaruga.
Hoje é o dia que passou amanhã. Sentado cômodo, de barbatanas presas a olhar daqui. O sol
mais uma vez se põe. Cintila e se esconde no horizonte que sem saber se esconde de mim.
Nos momentos tenros de esquina desse sossego, o movimento da maré chega aqui. Me banha
e me rega. Alumbre e amor ela carrega. Me denuncia o mundo, uma parte de quem sinto ser e
depois escorre sobre o mesmo corpinho. Pequenino e manso. Paciente que espera o dia a
juntar-se ao escorrer da maré. Para depois desse lugar onde as cores mudam repetidamente
para sempre para as mesmas.

Você também pode gostar