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Tema 1 Fundamentos do Direito

 Questão 1
Leia o texto, a seguir, e assinale a alternativa correta:
[...] ela se propõe a garantir um conhecimento apenas dirigido ao Direito e excluir desse conhecimento tudo
quanto não pertença ao seu objeto, tudo quanto não possa, rigorosamente, determinar como Direito. Quer isto
dizer que ela pretende libertar a ciência jurídica de todos os elementos que lhe são estranhos. Esse é o seu
princípio metodológico fundamental.
Pelo conteúdo do texto, pode-se concluir que exprime o pensamento jurídico de:
Resposta: Alternativa “C”. Hans Kelsen sobre a teoria pura do direito.
O pensamento exposto no texto é coerente com o juspositivismo e a teoria pura do direito de Hans
Kelsen, pois concebe o Direito como ciência pura, cujo único objeto são as normas jurídicas. Referência
do texto utilizado na questão: KELSEN, Hans. Teoria Pura do Direito. Tradução de João Batista Machado.
São Paulo: Martins Fontes, 1997, p.119.

 Questão 2
Lei o texto, a seguir, e assinale a alternativa correta:
[...] onde quer que haja um fenômeno jurídico, há, sempre e necessariamente, um fato subjacente; um valor, que
confere determinada significação a esse fato, inclinada ou determinando a ação dos homens no sentido de atingir ou
preservar certa finalidade ou objetivo; e finalmente, uma regra ou norma, que representa a relação ou medida que
integra um daqueles elementos ao outro, o fato ao valor.

Resposta: Alternativa “B”. Miguel Reale sobre a teoria tridimensional do direito.


Com o objetivo de propiciar o convívio do ser humano em sociedade, o Direito exerce o papel
de reger os fatos sociais, por meio de normas estabelecidas segundo valores emanados
da própria sociedade. Esse tríplice aspecto do fenômeno jurídico foi muito bem apreendido
pela chamada Teoria Tridimensional do Direito, cujo desenvolvimento no Brasil ocorreu
em razão dos estudos do jurista Miguel Reale. Para Reale, diferentemente do que pensam
os juspositivistas, com destaque para o alemão Hans Kelsen, o Direito não

é só norma, mas é, sim, fato, norma e valor. Eis o pensamento exposto no texto
apresentado na questão, extraído de: REALE, Miguel. Teoria Tridimensional do Direito -
situação atual. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 1994.

 Questão 3

Leia o excerto de uma notícia publicada no site do Supremo Tribunal Federal em


17/09/2014:

Por unanimidade, o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) declarou a


inconstitucionalidade do Protocolo ICMS 21/2011, do Conselho Nacional de Política
Fazendária (Confaz), nesta quarta-feira (17), que exigia, nas operações
interestaduais por meios eletrônicos ou telemáticos, o recolhimento de parte do ICMS
em favor dos estados onde se encontram consumidores finais dos produtos
comprados. Para os ministros, a norma viola disposto no artigo 155 (parágrafo 2º,

inciso VII, alínea b) da Constituição Federal (Fonte:


<http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=275382>.
Acesso em: 6/10/2014).

De acordo com o noticiado, pode-se afirmar que o Supremo Tribunal Federal considerou
que a norma jurídica declarada inconstitucional não possui:

Questão 3

Resposta: Alternativa “B”. Validade.

Validade consiste na relação de pertinência de uma norma jurídica com o sistema de direito
positivo em que foi introduzida. Uma lei deve estar de acordo com a Constituição para ser
considerada válida. Se uma lei está em desacordo com a Constituição, essa lei será
inconstitucional, ou seja, não será válida perante o sistema de direito positivo, por contrariar
norma de hierarquia superior. Portanto, ao declarar o Protocolo 21/2011 inconstitucional, o
STF considerou que essa norma não possui validade jurídica.

 Questão 4

Em uma relação jurídica, João compromete-se a pagar a José uma quantia de R$ 10.000,00
(dez mil reais) em cinco parcelas iguais. Identifique nessa relação jurídica sujeito ativo,
sujeito passivo e objeto.

Questão 4

Resposta esperada: Uma relação jurídica pode ser definida como o vínculo direto ou indireto
entre duas ou mais pessoas decorrente da aplicação da norma jurídica a um ato ou fato. É
importante frisar que esse vínculo envolve pessoas que possuem direitos, chamadas de
sujeitos ativos, e pessoas que possuem obrigações, denominadas sujeitos passivos, e se
referem a um objeto, que é o cumprimento da obrigação pelo sujeito passivo. No caso
apresentado, o sujeito passivo é João, pois ele é quem tem a obrigação de pagar José. Este
último, por sua vez, é o sujeito ativo, pois tem o direito de credor, isto é, de receber a dívida
de João para com ele. Por fim, o objeto da relação jurídica é o pagamento em cinco parcelas
iguais da quantia em dinheiro pactuada.

 Questão 5

Com base em inúmeras decisões anteriores sobre nepotismo, isto é, a nomeação sem
concurso de parentes para cargos públicos, o Supremo Tribunal Federal editou a Súmula
Vinculante nº 13. Apenas com base no exposto, pergunta-se: essa súmula vinculante
fundamenta-se em doutrina ou jurisprudência?

Questão 5

Resposta esperada: Em jurisprudência, pois está fundamentada em inúmeras A anteriores


do Supremo Tribunal Federal, e jurisprudência consiste no conjunto de decisões reiteradas
dos juízes e tribunais sobre determinada matéria jurídica.

 Questão 6
O que e a Teoria Tridimensional do Direito

Ela foi desenvolvida pelo jurista Brasileiro Miguel Reale , para Reale o direito nao e so norma mas
sim fato, norma e valor

 Questão 7
O que e Direito para Jurista Alemão Hans Kelsen
Direito é norma jurídica e não é nada mais do que norma.

 Questão 8
Porque o jurista Miguel Reale defende que direito nao e somente norma fato e valor?

Se se perguntasse a Kelsen o que é Direito, ele responderia: Direito é norma jurídica e não é nada mais do
que norma. Muito bem, preferi dizer: não, a norma jurídica é a indicação de um caminho, porém, para
percorrer um caminho, devo partir de determinado ponto e ser guiado por certa direção: o ponto de partida da
norma é o fato, rumo a determinado valor

Direito não é só norma, como quer Kelsen, Direito não é só fato como rezam os
marxistas ou os economistas do Direito, porque Direito não é economia. Direito não
é produção econômica, mas envolve a produção econômica e nela interfere; o Direito
não é principalmente valor, como pensam os adeptos do Direito Natural tomista, por
exemplo, porque o Direito ao mesmo tempo é norma, é fato e é valor.

Questão 9
Em qual Livro Reale começa a apresentar a Teoria Tridimensional do Direito?
Desse modo, pela primeira vez, em meu livro Fundamentos do Direito eu comecei a elaborar a
tridimensionalidade

Questão 10
O que é Direito Subjetivo?

Por essa e outras razões é que a palavra Direito pode ser vista sob diversas acepções. Só
para citar um exemplo, quando nos referimos à faculdade de agir de uma pessoa perante o
que estabelece a legislação, falamos em direito subjetivo

Questão 11
Qual a melhor definição aceita sobre o Direito?

Não resta dúvida, porém, que, em sua acepção mais imperativa, o Direito é visto como um
conjunto de normas que rege as relações sociais em dado local em determinada
época. Eis o conceito de Direito Positivo, sem dúvida a acepção mais imperativa do “direito
como norma”, aliás, a única aceita pelo Juspositivismo, âmbito em que se destaca a Teoria
Pura do Direito de Hans Kelsen.

Questão 12
Como o direito pode ser dividido

O direito pode ser dividido em Direito Privado e Direito Publico


Questão 13
Quais as caracteristicas remete do Direito privado
1. Tutela de relações e interesses de caráter privado.
2. Normas admitem a autonomia e os pactos de vontade entre particulares (admite-se o que a
lei não proíbe).
3. Sujeitos das relações jurídicas (particulares) em pé de igualdade.

Questão 14
Quais as caracteristicas remete do Direito publico
1. Tutela de interesses coletivos que envolvem o Estado.
2. Prevalece o princípio da legalidade (fazer apenas o que a lei determina ou expressamente
permite).
3. Supremacia do Estado nas relações jurídicas em relação aos particulares.

Questão 15
Como é classificado o Direito Publico

Direito publico – Externo -Direito Internacional Publico


Direito publico – Interno – Direito Constitucional , Direito Administrativo, Direto Tributario

Direito Processual – 1 Civil , 2 Penal

Questão 16
Como é classificado o Direito Privado

Direito privado – Comum -Direito Civil

Direito Especial – Especial – Direito Empresarial , Direito do Trabalho.

Questão 17
O que é uma norma Juridica e como funciona?

Entre as normas jurídicas, revelam-se de maior importância aquelas que possuem a natureza
de normas de conduta, veiculando comandos obrigatórios, permitidos e proibidos, que
possuem a seguinte estrutura lógica:

 Descrição no antecedente normativo de uma hipótese, que corresponde a um fato


ocorrido ou ato praticado.

 Prescrição da consequência jurídica consubstanciada em uma obrigatoriedade,
permissão ou vedação.
Exemplo

Exemplificando, veja o que dispõe o artigo 1.521 do Código Civil:

Art. 1.521 Não podem casar:

[...]

VI - as pessoas casadas;

Neste caso, tem-se uma norma jurídica que veicula uma proibição, com a seguinte estrutura
lógica:

Hipótese (ser pessoa casada) Consequência (proibição de casar)


Questão 18
o jusfilósofo italiano Norberto Bobbio(1994)
Em sua teoria sobre ordenamento jurídico, afirma que “norma jurídica é aquela que pertence
a um ordenamento jurídico”.

Questão 19
O que é uma relação juridica em qual direito publico e privado? E quais são as caractericas de uma
relação juridica

Uma relação jurídica pode ser definida como o vínculo direto ou indireto entre duas ou
mais pessoas decorrente da aplicação da norma jurídica a um ato ou fato. É
importante frisar que esse vínculo envolve pessoas que possuem direitos, chamadas de
sujeitos ativos, e pessoas que possuem obrigações, denominadas sujeitos passivos, e
se referem a um objeto, que é o cumprimento da obrigação pelo sujeito passivo

Questão 20
Cite um exemplo de uma relação juridica

Um importante exemplo de relação jurídica na esfera privada é aquela que se estabelece


entre as partes de um contrato, tal como acontece em um contrato de compra e venda, regido
pelo artigo 481 do Código Civil, segundo o qual:

Art. 481. Pelo contrato de compra e venda, um dos contratantes se obriga a


transferir o domínio de certa coisa, e o outro, a pagar-lhe certo preço em dinheiro.

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Vale notar que os contratos são relações jurídicas de caráter bilateral que estabelecem
obrigações recíprocas.

Assim, de um lado, o vendedor é sujeito ativo (credor) e o adquirente é sujeito passivo


(devedor) da obrigação de pagar o preço em dinheiro. E, do outro lado, os papéis se invertem,
sendo o adquirente sujeito ativo (credor) da obrigação que o vendedor possui (na condição
de sujeito passivo) de transferir o domínio da coisa. Veja a representação a seguir:

Têm-se, também, as relações jurídicas na esfera do direito público, como são as relações
jurídicas tributárias entre o sujeito ativo (Fisco) e o sujeito passivo (contribuinte ou
responsável), em que o primeiro é credor do segundo em relação ao objeto pagamento do
tributo.

Questão 21
Qual a principal fonte do direito. E como funciona todo o tramite da principal fonte do direito

A principal fonte é a lei, definida por Palaia (2011) como a “norma jurídica geral e abstrata,
com criação de direito novo”. São as leis que veiculam as normas que vão reger as
relações jurídicas públicas e privadas, quando aplicadas a casos concretos.
A lei fundamental é a Constituição Federal, tendo sido a brasileira promulgada em 1988.

Abaixo da Constituição estão as leis infraconstitucionais, elaboradas pelo Poder Legislativo.

Questão 22
A outra fonte que é importante são as:

a doutrina, os costumes, a jurisprudência e os princípios gerais do direito, que são


muito importantes no que se refere à interpretação e aplicação das leis.

Questão 23
Defina 3 caracteristicas essencias para que uma lei seja aplicada e produza efeitos juridicos

Vigência é a força de uma norma jurídica para regular condutas dentro de limites de tempo
e espaço estabelecidos na ordem de direito positivo. É propriedade das regras jurídicas que
estão prontas para propagar efeitos tão logo aconteçam no mundo fático os eventos que elas
descrevem. Quando se fala que uma lei entrou em vigor ou começou a vigorar, a referência
é à sua vigência. Por exemplo, o Código Civil de 2002, depois de aprovado no Congresso
Nacional, foi publicado em janeiro de 2002, para entrar em vigor um ano após sua publicação.
Portanto, a vigência do Código Civil, embora publicado em 2002, só teve início em 2003.

A vigência não se confunde com a validade. Esta consiste na relação de pertinência de uma
norma jurídica com o sistema de direito positivo em que foi introduzida. Uma lei deve

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estar de acordo com a Constituição para ser considerada válida. Se uma lei está em
desacordo com a Constituição, essa lei será inconstitucional, ou seja, não será válida perante
o sistema de direito positivo, por contrariar norma de hierarquia superior.

eficácia, ou seja, a efetiva produção de efeitos pela norma jurídica. Vale citar o exemplo
das normas tributárias, que se submetem ao chamado princípio da anterioridade. De acordo
com o artigo 150, inciso III, alínea “b” da Constituição, salvo algumas exceções, uma lei que
cria ou aumenta um imposto, uma taxa ou qualquer outro tributo só pode ser aplicada no
exercício seguinte da sua publicação. Então, se uma lei aumentando um imposto for
publicada em abril de 2020 para entrar em vigor no dia de sua publicação e estiver de
acordo com a Constituição, essa lei será vigente e válida. Porém, não será eficaz, pois sua
eficácia dá-se com a efetiva produção de efeitos apenas no exercício seguinte, em razão do
princípio da anterioridade, que determina que se aguarde o próximo exercício para exigir o
tributo com majoração.

Questão 24
Fontes Secundarias
Costumes: consistem em práticas públicas, gerais e reiteradas de condutas entendidas
como juridicamente obrigatórias ou aceitas. No sistema jurídico brasileiro, consoante artigo
4º da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, os costumes são aplicados nos
casos omissos da lei. Um bom exemplo de costume é o cheque pré-datado, que não tem
previsão legal, mas é amplamente aceito no comércio.

Doutrina: é o estudo, a sistematização e a definição das normas e dos conceitos jurídicos,


desenvolvidos pelos juristas. Um livro de Direito Civil é um livro de doutrina.

Fontes do direito: é qualquer base de conhecimento de onde provenha o direito. A principal


fonte do direito é a lei, mas há também outras, chamadas de subsidiárias, secundárias ou
indiretas, tais como doutrina, jurisprudência e princípios gerais de direito.

Jurisprudência: corresponde ao conjunto de decisões reiteradas dos juízes e tribunais


sobre determinada matéria jurídica. Quando há várias decisões no mesmo sentido sobre
determinada controvérsia jurídica, diz-se ter formado jurisprudência no assunto.

Juspositivismo: também chamado de positivismo jurídico, corresponde ao estudo do direito


com enfoque no fenômeno normativo, ou seja, nas normas jurídicas vigentes no sistema
jurídico.
Princípios gerais do direito: são regras que não foram editadas, mas estão implícitas no
texto da Constituição e no sistema jurídico. Um exemplo interessante seria o princípio da
segurança jurídica, que decorre de inúmeros preceitos expressos na Constituição Federal,
tais como proteção do direito adquirido, legalidade, irretroatividade das leis, entre outros.

Tema 2 : Estado
1. Conceito e Elementos do Estado
Uma excelente definição do conceito de Estado é construída por Dallari (2005, p. 119):
“a ordem soberana que tem por fim o bem comum de um povo situado em
determinado território”. Esse conceito é muito interessante, na medida em que dele
se extraem os elementos fundamentais do Estado: povo, território e soberania

2. O QUE é povo
povo corresponde aos indivíduos sujeitos à ordem jurídica e à soberania do Estado.

3. O QUE é Territorio?
Já o território diz respeito ao limite de espaço sobre o qual o Estado exerce a
soberania sobre seu povo e em face de todos os demais Estados. Para seguir na
mesma linha exemplificativa, vale citar o território brasileiro (Figura 2.2).

4. O QUE é Soberania?
a soberania, que constitui o poder de governo ou o comando que o Estado possui
sobre seu povo, seu território e que deve ser respeitado pelos demais Estados na
ordem internacional. A soberania envolve o poder de estabelecer e alterar a lei
fundamental do Estado, que é a Constituição. Aliás, a Constituição Brasileira de 1988,
ao prever, em seu artigo 1º, parágrafo único, que todo o poder emana do povo,
declara também de onde provém a soberania (Figura 2.4).

5. O QUE é Nação?
nação é “o conjunto homogêneo de pessoas ligadas entre si por vínculos de 'sangue’,
idioma, cultura, ideias, objetivos”. Portanto, nação é o conceito que fica além de povo
e aquém de Estado.

6. O QUE é Cidadania?
“conjunto de direitos que dá à pessoa a possibilidade de participar ativamente da vida
e do governo de seu povo”. Consoante artigo 1º, inciso II, da Constituição Federal de
1988, a cidadania é considerada um princípio fundamental do Estado Brasileiro, tendo
por titular o sujeito denominado cidadão.

7. O QUE é Constituição?
Em um Estado Constitucional de Direito, prevalece o primado da Constituição, que
desempenha o papel de organizar a estrutura fundamental do Estado, dos seus três
Poderes – Legislativo, Executivo e Judiciário – e de declarar e garantir os direitos
fundamentais das pessoas.

A Constituição desempenha esse papel na medida em que veicula as normas


hierarquicamente superiores do sistema jurídico, o qual possui uma estrutura
escalonada e hierarquizada, em que a norma superior prevalece sobre a norma
inferior, conforme demonstrado na Figura 2.5:

8. O QUE é o Direito Constitucional?


Partindo-se dessas primeiras noções de Teoria Geral do Estado, sedimenta-se o
caminho a ser trilhado para o estudo do Direito Constitucional, ramo jurídico voltado
para as normas fundamentais que regem o Estado, estabelecidas na Constituição.

9. O QUE é o Poder Constituinte?


Vale ressaltar que, segundo Kelsen (1995, p. 225-226), “[...] devemos conduzir-nos
como a Constituição prescreve, quer dizer, de harmonia com o sentido subjetivo do
ato de vontade constituinte, de harmonia com as prescrições do autor da
Constituição”. Daí a concepção de que a Constituição Federal ocupa o ápice da
estrutura hierarquizada e escalonada da ordem jurídica, bem como de que as normas
inferiores devem guardar estrita relação de consonância com o texto emanado do
Poder Constituinte.

10. O QUE é o Inconstitucionalidade ?


Partindo-se da premissa de que as normas constitucionais estão posicionadas acima
de quaisquer outras normas públicas ou privadas, por viés lógico de consequência,
uma lei ou qualquer outra norma não pode ir contra a Lei Maior, a Constituição. E toda
lei contrária à Constituição deve ser considerada nula por vício de
inconstitucionalidade.

No caso da Constituição Brasileira, é importante destacar que ela se distingue das


Constituições flexíveis, que podem ser alteradas sem processo legislativo especial.
Trata-se, pois, de uma Constituição rígida, isto é, depois de promulgada, não pode
ser modificada pelo mesmo processo legislativo pelo qual se modificam as leis
infraconstitucionais, que são as normas abaixo da Constituição na hierarquia do
sistema jurídico. Daí um processo legislativo especial e solene para as chamadas
Emendas à Constituição, estabelecido no artigo 60.

11. O QUE é o clausulas petreas ?

Mas, além do processo legislativo qualificado para alteração da Constituição, no sistema


jurídico-constitucional brasileiro, há determinadas matérias que não podem ser alteradas por
emendas constitucionais, consoante disposto no artigo 60, § 4º da Constituição, nos
seguintes termos:

§ 4º - Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a


abolir:
I - a forma federativa de Estado;

II - o voto direto, secreto, universal e periódico;


III - a separação dos Poderes;
IV - os direitos e garantias individuais.
Essas matérias são chamadas de cláusulas pétreas, sendo relevante dizer que a
expressão “tendente a abolir” significa que a vedação à emenda da Constituição importa
não apenas na impossibilidade de abolição dessas matérias, como também de qualquer
alteração que implique o enfraquecimento de forma federativa de Estados, voto direto,
secreto, universal e periódico, separação dos Poderes e direitos e garantias individuais.

12. Como é formado A republica federativa do Brasil?


A República Federativa do Brasil é formada pela união indissolúvel dos Estados e
Municípios e do Distrito Federal (CF, art. 1º). Em outras palavras, a organização político-
administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o
Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos da Constituição (CF, art.
18).

É importante notar que, no âmbito do regime federativo brasileiro, a Constituição Federal


estabelece as competências das pessoas políticas (União, Estados, Distrito Federal e
Municípios) na seguinte conformidade:

13. Como é formado A republica federativa do Brasil?

A República Federativa do Brasil é formada pela união indissolúvel dos Estados e


Municípios e do Distrito Federal (CF, art. 1º). Em outras palavras, a organização político-
administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o
Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos da Constituição (CF, art.
18).

Como é organizado as competencias de cada pare que compoem o brasil

 As competências privativas da União são estabelecidas nos artigos 21 e 22.


 As competências concorrentes das pessoas políticas são aquelas previstas nos


artigos 23 e 24.

 São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam vedadas pela
Constituição, bem como explorar diretamente, ou mediante concessão, os serviços
locais de gás canalizado, na forma da lei, vedada a edição de medida provisória para
sua regulamentação.

 Aos Municípios são reservadas competências para legislar e tratar de assuntos


locais (CF, art. 30).

 Ao Distrito Federal são atribuídas as competências legislativas reservadas aos


Estados e Municípios (CF, art. 32).

Como funciona a divisao dos poderes da uniao?


Poder Legislativo

A principal função do Poder Legislativo é a elaboração das leis, estando presente nas três
esferas da federação brasileira: União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Os órgãos
legislativos são a Câmara Municipal, no âmbito dos Municípios, a Assembleia Legislativa, na
esfera estadual, e o Congresso Nacional (Figura 2.6), composto por Senado e Câmara dos
Deputados, no plano federal.

Poder Executivo

Na União, o Poder Executivo é exercido pelo Presidente da República, auxiliado pelos


Ministros de Estado (CF, art. 76), assim como nos Estados e Municípios é exercido,
respectivamente, por Governadores e Prefeitos, auxiliados por seus Secretários de Estado
e Municipais.

De maneira geral, a principal atribuição do Executivo é a Administração Pública, isto é, a


execução das políticas de governo e dos deveres do Estado perante os cidadãos. Seu
principal órgão municipal é a Prefeitura Municipal, estadual é o Governo do Estado e federal
é a Presidência da República (Figura 2.7).

Poder Judiciário
Nos termos do art. 72 da Constituição Federal, são órgãos do Poder Judiciário:

I - o Supremo Tribunal Federal;

I-A o Conselho Nacional de Justiça;

II - o Superior Tribunal de Justiça;

III - os Tribunais Regionais Federais e Juízes

Federais; IV - os Tribunais e Juízes do Trabalho;

V - os Tribunais e Juízes Eleitorais;

VI - os Tribunais e Juízes Militares;

VII - os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios.

De maneira geral, a função precípua do Judiciário é aplicar as leis para julgar litígios, isto
é, conflitos de interesses e pretensões entre particulares ou entre esses e os Estados.

Não há Poder Judiciário municipal, mas fala-se em Justiça Estadual e Justiça Federal.

Os processos judiciais são julgados em primeira instância pelos juízes. As partes


prejudicadas podem recorrer para a segunda instância, exercida pelos Tribunais, havendo,
ainda, a possibilidade, em alguns casos, de recurso aos Tribunais Superiores, com

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Direitos e Garantias Individuais

Além da estrutura federativa e da divisão dos poderes do Estado em Legislativo, Executivo


e Judiciário, a Constituição também veicula os direitos humanos fundamentais, que são:
1º) Direitos e Garantias Individuais

Previstos principalmente no art. 5º, mas espalhados por todo o texto constitucional, que
correspondem às chamadas Liberdades Públicas, tais como os direitos à vida, à liberdade,

à igualdade e suas respectivas garantias, a exemplo das seguintes: vedação à pena de


morte como garantia do direito à vida, liberdade de locomoção como garantia da liberdade e
igualdade entre os sexos como garantia da igualdade.

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Também são considerados direitos humanos de primeira geração os direitos à nacionalidade
e políticos, regidos pelos artigos 12 a 16 da Constituição.

2º) Direitos Sociais, Econômicos e Culturais

Entre esses direitos fundamentais, destacam-se:

3º) Direitos da Solidariedade


Correspondem a direitos de caráter difuso, isto é, cujos titulares são pessoas indeterminadas
ligadas por circunstâncias de fato, mais relacionados à qualidade de vida, com destaque para
o Direito ao Meio Ambiente Saudável, previsto no art. 225 da Constituição.

Saiba Mais!

Um excelente ponto de partida para aprofundarmos os estudos sobre nossos


direitos fundamentais, segundo a Constituição e o Direito Internacional, é
acessar:

DHNET. Disponível em: http://goo.gl/KRvyLQ. Acesso em: 12 out. 2014.

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Cláusulas pétreas: são matérias constitucionais que não podem ser abolidas ou
enfraquecidas nem mesmo por emendas constitucionais.

Competências: são atribuições conferidas pela Constituição Federal a uma ou mais de uma
pessoa política da federação. Por exemplo: a competência dos municípios para legislar a
respeito de assuntos locais.

Competências privativas: são competências atribuídas apenas a uma das pessoas


políticas, com exclusão de todas as demais. Exemplo: a competência da União para emitir
moeda.

Competências concorrentes: também chamadas de competências comuns, são aquelas


que podem ser exercidas simultaneamente por União, Estados, Distrito Federal e Municípios,
a exemplo da competência concorrente para preservação das florestas, da fauna e da flora.

Inconstitucionalidade: é a desconformidade de uma norma jurídica do sistema com as


normas de estatura constitucional.

Poder constituinte: é o poder de elaborar e promulgar as normas fundamentais e


hierárquicas do sistema jurídico, que são as normas constitucionais. O poder que promulga
o texto original de uma Constituição é denominado poder constituinte originário, ao passo
que o poder de alterar normas constitucionais é conhecido como poder constituinte derivado
reformador.

Questão 1

Dispõe o art. 14 da Constituição Federal que a “[...] soberania popular será exercida pelo
sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos”. Quando confere
ao povo o direito ao voto, pode-se afirmar que a Constituição estabelece um direito relativo:
a) À soberania do Estado.

b) À cidadania.

c) À nacionalidade.

d) À tripartição dos poderes.

e) Ao regime federativo.

Verifique a resposta correta no final deste material na seção Gabarito.

Questão 2

A exigência da autorização da Agência Nacional do Petróleo para o exercício do comércio


varejista de combustíveis constitui uma:

a) Prerrogativa do Poder Executivo e um serviço público.

b) Prerrogativa do Poder Legislativo e um serviço público.

c) Prerrogativa do Poder Judiciário e um serviço público.

d) Prerrogativa do Poder Executivo e exercício regular do poder de polícia.

e) Prerrogativa do Poder Legislativo e exercício regular do poder de polícia.

Verifique a resposta correta no final deste material na seção Gabarito.

Questão 3
Sobre os direitos e garantias individuais reconhecidos no art. 5º da Constituição Federal, é
incorreto afirmar que:

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a) A liberdade de locomoção constitui uma garantia do direito à liberdade.

b) A proibição da pena de morte constitui uma garantia do direito à vida.

c) A igualdade entre os sexos constitui uma garantia do direito à igualdade.

d) Só podem ser abolidos por meio de emendas à constituição.

e) Não excluem outros espalhados por outros dispositivos da constituição.

Verifique a resposta correta no final deste material na seção Gabarito.

Questão 4

Estado e Nação são conceitos que se equivalem ou se distinguem? Esclareça.

Verifique a resposta correta no final deste material na seção Gabarito.

Questão 5

Nos termos do art. 22, inciso XIII, da Constituição Federal, somente a União pode legislar
sobre nacionalidade, cidadania e naturalização. Sobre que modalidade de competência se
refere essa norma constitucional: privativa ou concorrente?

Verifique a resposta correta no final deste material na seção Gabarito.


Norma hierarquicamente superior do sistema jurídico, a Constituição, principal objeto de
estudo do Direito Constitucional, estabelece a estrutura do Estado, federativo no caso
brasileiro, a organização dos poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário), bem como os
direitos e garantias fundamentais dos membros da sociedade.

Uma sociedade organizada e equilibrada pressupõe a figura do Estado que, por outro lado,
deve ser um Estado Constitucional de Direito, regido por normas que conferem poderes, mas
inibem abusos por parte dos agentes públicos.

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BERNARDES, Juliano Taveira; FERREIRA, Olavo Augusto Viana Alves. Sinopses para
Concursos – v. 16 – Direito Constitucional. 4. ed. Salvador: Juspodivm, 2014.

DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos de Teoria Geral do Estado. 25. ed. São Paulo:

Saraiva, 2005.

KELSEN, Hans. Teoria Pura do Direito. São Paulo: Martins Fontes, 1998. p. 225-226.

PALAIA, Nelson. Noções Essenciais de Direito. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2011.

Questão 1

Resposta: Alternativa B.

Para acertar essa questão, é importante compreender o conceito de cidadania, isto é, “um
conjunto de direitos que dá à pessoa a possibilidade de participar ativamente da vida e do
governo de seu povo”. Consoante artigo 1º, inciso II, da Constituição Federal de 1988, a
cidadania é considerada um princípio fundamental do Estado Brasileiro, tendo por titular o
sujeito denominado cidadão.
Questão 2

Resposta: Alternativa D.

Constitui prerrogativa do Executivo o exercício regular do poder de polícia. Os conceitos de


poder de polícia, bem como de seu exercício regular, são estabelecidos pelo art. 78 do
Código Tributário Nacional, caput e parágrafo único, segundo os quais: “Art. 78. Considera-
se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito,
interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de

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interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à
disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas
dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade
pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos”.

Questão 3

Resposta: Alternativa D.

Ao contrário do que foi afirmado, os direitos e garantias individuais não podem ser
suprimidos por emendas à constituição. Na verdade, constituem cláusulas pétreas,
isto é, não será objeto de deliberação a proposta tendente a abolir direitos e
garantias individuais.

Questão 4

Resposta: O conceito de nação distingue-se de Estado. Para Bernardes e Ferreira


(2014, p. 30), nação é “o conjunto homogêneo de pessoas ligadas entre si por
vínculos de ‘sangue’, idioma, cultura, ideias, objetivos”. Portanto, nação é conceito
que fica aquém de Estado, na medida em que este último congrega mais do que
simplesmente ligações entre as pessoas, mas compreende três elementos mais
amplos e indissociáveis: povo, território e soberania.
Questão 5

Resposta: Trata-se de uma competência privativa, pois é atribuída com


exclusividade a apenas uma das pessoas políticas, no caso, a União.

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