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Licenciatura Em Engenharia Eléctrica

3o Ano

Medidas Eléctricas II

Grupo III

Tema:

Documentação de Instrumentação

Discentes: Docente:

Aldemar Dos Santos Amaro Engo. Nuno Nhantumbo

Idelson Duarte Florencio Chongo

Manuel Ndambindnua F. Machava

Vídia Tiago A. Assane

Songo, Fevereiro de 2019


Licenciatura Em Engenharia Eléctrica

3o Ano

Medidas Eléctricas II

Grupo III

Tema:

Documentação de Instrumentação

Discentes: Docente:

Aldemar Dos Santos Amaro Engo. Nuno Nhantumbo

Idelson Duarte Florencio Chongo

Manuel Ndambindnua F. Machava

Vídia Tiago A. Assane


Trabalho elaborado pelos estudantes
do 3o grupo, da turma de Medidas
Eléctricas II do curso de Engenharia
Eléctrica, do Instituto Superior
Politécnico de Songo para fins de
avaliação.

Songo, Fevereiro de 2019


ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 1
1.1. Objectivo Geral ................................................................................................................ 1
1.2. Objectivos específicos ...................................................................................................... 1
2. METODOLOGIA ............................................................................................................ 2
3. DOCUMENTAÇÃO DE INSTRUMENTAÇÃO ........................................................... 3
3.1. Ferramentas de Comunicação .......................................................................................... 3
3.1.1. Símbolos e Identificação .................................................................................................. 3
3.1.2. Audiência ......................................................................................................................... 3
3.1.3. Simbolismo, Identificação e Documentação .................................................................... 4
3.1.4. Continuidade de Conceito ................................................................................................ 4
3.1.5. Linguagem comum ........................................................................................................... 4
3.1.6. Instrumentos e Equipamentos .......................................................................................... 5
3.1.7. Símbolos, Identificadores e Palavras ............................................................................... 5
3.2. Elementos do simbolismo ................................................................................................ 5
3.2.1. Blocos constituintes.......................................................................................................... 5
3.2.2. Figuras geométricas.......................................................................................................... 5
3.3. Elementos de identificação............................................................................................. 11
3.3.1. Nomes dos blocos constituintes ..................................................................................... 11
3.3.2. Numeração da malha ...................................................................................................... 14
3.3.3. Fluxogramas de Processo ............................................................................................... 14
3.4. Diagrama de Fluxo de Processo ..................................................................................... 14
3.5. Diagrama de Fluxo de Engenharia ................................................................................. 15
3.6. Simbolismo do Controle Contínuo................................................................................. 17
3.6.1. Simbolismo do controlo lógico. ..................................................................................... 20
3.6.2. Conceitos de lógica. ....................................................................................................... 20
3.6.3. Lógica de relé, lógica binária e programas .................................................................... 20
3.6.4. Tipos de documentos ...................................................................................................... 21
3.6.5. Portas Lógicas ................................................................................................................ 21
3.7. Diagrama de Malha ........................................................................................................ 24
3.7.1. Conteúdo do Diagrama de Malha................................................................................... 24
3.8. Diagramas de Fiação ...................................................................................................... 25
3.8.1. Diagramas Eléctricos...................................................................................................... 25
3.9. Diagrama Ladder ............................................................................................................ 26
3.9.1. Componentes .................................................................................................................. 26
3.10. Detalhes de Instalação .................................................................................................... 27
3.11. Folhas de Especificação ................................................................................................. 28
4. CONCLUSÃO ............................................................................................................... 29
BIBLIOGRAFIA .......................................................................................................................... 30
ANEXO I ...................................................................................................................................... 31
ANEXO II ..................................................................................................................................... 32
ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1: Sinal genérico. ............................................................................................................... 10


Figura 2: Sinal electrónico, 4 a 20 mA. ........................................................................................ 10
Figura 3: Sinal hidráulico.............................................................................................................. 11
Figura 4: Sinal electromagnético guiado. ..................................................................................... 11
Figura 5: Link mecânico. .............................................................................................................. 11
Figura 6: Necessidade de Sufixos ................................................................................................. 13
Figura 7: Análise mecânica em três planos, X, Y e Z. .................................................................. 14
Figura 9: Os principais elementos do ciclo com regeneração....................................................... 15
Figura 10: Folha de legenda de identificação do instrumento. ..................................................... 16
Figura 11: Esquema do controle a realimentação negativa .......................................................... 18
Figura 12: Conceito de feedforward ............................................................................................. 18
Figura 13: Esquema de desacoplamento ....................................................................................... 19
Figura 14: Diagrama de blocos do controle cascata ..................................................................... 19
Figura 15:Símbolos da porta OR .................................................................................................. 22
Figura 16: Símbolos da porta OR exclusivo ................................................................................. 22
Figura 17: Símbolos da porta NOT. .............................................................................................. 22
Figura 18: Símbolos da porta AND. ............................................................................................. 23
Figura 19: Símbolos da porta NAND. .......................................................................................... 23
Figura 20: Símbolos da porta NOR .............................................................................................. 23
Figura 21: Diagrama de malha de instrumentos, folha de legenda ............................................... 25
Figura 22: Exemplo de um diagrama de fiacção. ......................................................................... 26
Figura 23: Diagrama Ladder de controlo sequencial de 3 motores .............................................. 27
ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1: Símbolos com forma círcular. ......................................................................................... 6


Tabela 2: Símbolos com forma quadrangular. ................................................................................ 7
Tabela 3: Os grandes quadrados. .................................................................................................... 7
Tabela 4: Triângulos e suas combinações ....................................................................................... 8
Tabela 5: Losangos ......................................................................................................................... 9
Tabela 6: Símbolos Rectangulares .................................................................................................. 9
Tabela 7: Semicirculos ou Curvas ................................................................................................ 10
1. INTRODUÇÃO
Em quase todas indústrias é comum encontrar em documentos todos os processos e operações
inerentes aos sistemas que elas contêm. O presente trabalho fala sobre a documentação de
instrumentação de instrumentação; ao longo do seu desenvolvimento encontram-se 12 temas cuja
compreensão proporcionam um conhecimento geral e sólido sobre a documentação de
instrumentação. São parte de alguns subtítulos que compõem o desenvolvimento deste trabalho
os seguintes subtítulos: Ferramentas de Comunicação, Elementos do Simbolismo, Elementos da
Identificação, Diagrama de Fluxo de Processo, Simbolismo Lógico, Diagramas de Malha,
Diagramas de Fiação, Diagrama Ladder, Detalhes de Instalação, Folhas de Especificação de
Instrumentos. Este trabalho devera prover um conhecimento plausível sobre a documentação da
instrumentação e ilustrar de forma clara os objectivos desta prática.

1.1. Objectivo Geral


 Falar sobre a documentação de Instrumentação

1.2. Objectivos específicos


 Explicar em que consiste a documentação de instrumentação;
 Apresentar o simbolismo e a identificação da instrumentação e dos equipamentos
associados.

1
2. METODOLOGIA
Para a elaboração deste trabalho recorreu-se a pesquisas na Internet consultando diversas
bibliografias. Recorreu-se também aos trabalhos anteriores no âmbito da cadeira de medidas
eléctricas II.

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3. DOCUMENTAÇÃO DE INSTRUMENTAÇÃO
A documentação de instrumentação consiste na identificação dos instrumentos, utilizando meios
gráficos, para garantir a comunicação entre as diversas áreas da engenharia. Para que tal
comunicação seja possível foram criadas normas tais como: ABNT (Associação Brasileira de
Normas técnicas), ISA (Instrument Society of America), CIE (Comissão Internacional de
Electrotecnia), CENELEC (Comité Europeén de Normalisation Eletrotechnique).

3.1. Ferramentas de Comunicação


As ferramentas de comunicação constituem as bases práticas e filosóficas para o simbolismo e
para os métodos de identificação.

3.1.1. Símbolos e Identificação


Segundo RIBEIRO (2003): os símbolos e identificadores são usados com dois objectivos:

a) Conceituar o processo,
b) Comunicar a informação.

Além de serem ferramentas de comunicação directa, os símbolos e identificadores ajudam na


conceituação e registo da informação acerca dos sistemas de instrumentos.

3.1.2. Audiência
As ferramentas de comunicação são de interesse de uma grande variedade de pessoas
tecnicamente orientadas, tais como:

a) Engenheiros de processo;
b) Engenheiros e projectistas de sistemas de controlo;
c) Engenheiros mecânicos, electricistas e de tubulação;
d) Pessoal de inspecção de equipamento;
e) Compradores;
f) Instaladores;
g) Fabricantes de equipamentos, entre outros.

3
O usuário final para quem se quer colocar as representações gráficas de conceitos deve ser
claramente definido, para que a comunicação tenha sucesso. É necessário saber o que se quer
comunicar e para quem. A escolha do documento, o grau de detalhe, o simbolismo e a
identificação padrão a ser usada devem ser claramente definidos.

3.1.3. Simbolismo, Identificação e Documentação


Símbolos e identificadores podem representar tanto um equipamento como as funções de um
equipamento. O grau de detalhes usado para representar o equipamento e suas funções depende
do objectivo do comunicador e das necessidades da audiência pretendida. Sendo ferramentas
gráficas, os símbolos e indentificadores sempre serão encontrados em uma superfície que
suportarão uma imagem gráfica como por exemplo, papel, plástico, monitores de vídeo.

3.1.4. Continuidade de Conceito


Em projecto e em engenharia é comum proceder do geral para o específico: um conceito geral,
esquemas, diagramas mais detalhados, especificações narrativas, folhas de dados individuais.
Deve haver uma continuidade de conceito através de todos os vários estágios do processo de
projecto. Portanto, quando se vai de documento para outro não se deve alterar o símbolo do
mesmo conceito radicalmente, pois isso provoca mal entendidos e atrapalha a comunicação.

3.1.5. Linguagem comum


Linguagem comum é uma ferramenta de comunicação fundamental no uso de símbolos e
identificadores como meio para a comunicação com os outros. Para o alcance desse objectivo
estabelecem-se as normas.

As principais normas sobre símbolos e identificação são as seguintes:

a) ANSI/ISA S5.1 (1984, R1992), Instrumentation Symbols and Identification.


b) ANSI/ISA S5.2 (1976, R1992), Bynary Logic Diagrams for Process Operations.
c) ANSI/ISA S5.3 (1983), Graphic Symbols for Distributed ControlShared display
Instrumentation, Logic, and Computer Systems
d) ANSI/ISA S5.4 (1991), Instrument Loop Diagrams
e) ANSI/ISA S5.5 (1986), Graphic Symbols for Process Displays

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3.1.6. Instrumentos e Equipamentos
Há distinção entre instrumentos e equipamentos, este trabalho é dirigido para aplicação de
símbolos e identificação de instrumentos, mas, porque em um projecto de instrumentação e
automação nunca falta a representação de um equipamento, é importante neste estudo também
considerar a representação gráfica dos equipamentos em virtude de prover um conhecimento
pleno na leitura de um documento de instrumentação.

3.1.7. Símbolos, Identificadores e Palavras


Os símbolos e seus identificadores associados fornecem a categoria geral a qual o equipamento
pertence e as palavras fornecem o qualificador que especifica o equipamento. A combinação de
um símbolo, um identificador e uma ou duas palavras criteriosamente escolhidas pode comunicar
um conceito de modo mais claro e explícito do que apenas símbolos, identificadores ou palavras
isoladas.

3.2. Elementos do simbolismo


Os elementos do simbolismo constituem os meios pelos quais é feita a simbolização dos
instrumentos envolvidos num sistema de medição e controlo.

3.2.1. Blocos constituintes


A instrumentação do processo não existe sem um processo para medir ou controlar. A aplicação
da instrumentação na medição e controle do processo é o importante, sendo secundário o
trabalho interno dos instrumentos.

3.2.2. Figuras geométricas


Desenhos com linhas com formatos geométricos simples representam funções, equipamentos e
sistemas. Certas figuras geométricas representam certos conceitos em determinados tipos de
desenhos.

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Círculos
Círculos podem ser usados para representar um instrumento (ou função) ou como uma
bandeirola. Como símbolo de instrumento, ele representa o conceito de um equipamento ou
função. Como bandeirola, ele fornece informação acerca de outro símbolo que representa um
equipamento ou função. Assim, usa-se um círculo como bandeirola ao lado de uma válvula de
controlo.

Legenda Símbolos

Circulo como instrumento ou função

Circulo como bandeirola

Bandeirola e instrumento

Tabela 1: Símbolos com forma círcular.

Pequenos quadrados
Pequenos quadrados são usados para simbolizar funções (ou instrumentos) ou como
designadores de função (uma forma de bandeirola). Linhas são usadas para representar fluxo de
sinal. Alguns graus de flexibilidade no nível de detalhes podem ser escolhidos para mostrar
conceitos e por isso é uma boa ideia usar uma legenda para definir as intenções do projectista.

Legenda Símbolos

Instrumento em painel de leitura

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Somador (sigma) como símbolo de
função

Designador de função

Actuador não classificado

Tabela 2: Símbolos com forma quadrangular.

Os grandes quadrados
São usados para representação de instrumentos com funções de controlo e display mais que não
facilmente percebidas como pertencentes a um mesmo invólucro.

Legenda Símbolos

Símbolo controle e display


compartilhados

Bloco de função

Tabela 3: Os grandes quadrados.

Triângulos e suas combinações


Combinações de triângulos são usadas nos símbolos de corpos de válvulas. O símbolo geral para
qualquer tipo de corpo de válvula é a gravata borboleta formada por dois triângulos isósceles,
com as duas pontas se tocando.

Legenda Símbolos

Símbolo de válvula com


actuador pneumático

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Símbolo de válvula angular

Símbolo de válvula de três vias

Símbolo de válvula de quatro


vias

Disco de ruptura

Tabela 4: Triângulos e suas combinações

Losangos
Losangos são usados para representar conexões em painéis, purgas de instrumentos, funções de
reset, símbolos genéricos de intertra-vamento, portas lógicas simples em outros desenhos lógicos
mais complexos.

Legenda Símbolos

Conexão de borneira de painel

Purga

Função reset (rearme)

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Intertravamento genérico

Porta AND em diagrama de


fluxo

Porta OR em diagrama de
fluxo

Tabela 5: Losangos

Rectângulos
Rectângulos com outras linhas internas representam rectificadores (tranquilizadores) de vazão,
selos químicos em diafragma ou alguma função genérica.

Legenda Símbolos
Rectificador ou tranquilizador de
vazão

Selo diafragma (químico)

Função genérica

Tabela 6: Símbolos Rectangulares

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Semicírculo ou curvas
O uso mais comum do semicírculo é para representar o actuador pneumático com diafragma.
Dois semicírculos justapostos representam um actuador com dupla acção.

Legenda Símbolo

Semicírculo como actuador


pneumático

Actuador diafragma com dupla


acção

Tabela 7: Semicirculos ou Curvas

Linhas
Linhas são usadas para representar sinais. Se há muitas linhas de instrumentação e poucas linhas
de processo, uma linha simples serve para representar o fluxo de informação de sinal de um
dispositivo ou função para outro ou outra. Em diagramas complexos, às vezes é necessário
distinguir os diferentes tipos de sinais envolvidos (pneumático, electrónico, comunicação
digital).

Os principais símbolos de linhas de sinal são:

Figura 1: Sinal genérico.

Fonte: RIBEIRO (2003:16)

Figura 2: Sinal electrónico, 4 a 20 mA.

Fonte: RIBEIRO (2003:16)

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Figura 3: Sinal hidráulico

Fonte: RIBEIRO (2003:16)

Figura 4: Sinal electromagnético guiado.

Fonte: RIBEIRO (2003:16)

Figura 5: Link mecânico.

Fonte: RIBEIRO (2003:16)

3.3. Elementos de identificação


Estes constituem o meio pelo qual se faz a identificação dos símbolos, instrumentos ou funções
envolvido num sistema de controlo.

3.3.1. Nomes dos blocos constituintes


É importante ter um sistema de identificação que identifique de modo simples e único cada um
dos milhares de instrumentos envolvidos num sistema de controlo, para possibilitar a
identificação e rastreamento de cada elemento que contribui para operação normal da planta.
Para esse fim geralmente são utilizados números ou letras chamados Tag.

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Identificação básica: número de tag
O tag de identificação é o código alfanumérico que identifica biunivocamente um instrumento ou
função. O número de tag é o número em etiqueta metálica, plástica ou de papel que é amarrada,
aparafusada ou colada no corpo do instrumento.

Em grandes complexos industriais, é importante usar um sistema de identificação que seja


simples e universal para instalação, checkout, manutenção e outros objectivos. A norma
ANSI/ISA S5.1 fornece tal sistema.

Número de tag típico

a) TIC - Número do tag ou


b) 103 - Identificação do instrumento
c) TIC - Identificação funcional
d) T 103 - Identificação da malha
e) 103 - Número da malha
f) T - Primeira letra (variável)
g) IC - Outras letras (funções)
h) 10 - PAH-5A - Número de tag
i) 10 - Prefixo opcional
j) PAH - Identificação funcional
k) 10-P 5A - Identificação da malha
l) P - Variável inicializada
m) PAH – Funções
n) -5 Número de Malha
o) A – Sufixo Opcional

Identificação Funcional
A identificação funcional é uma descrição resumida do que o instrumento ou função faz.

A porção alfabética do tag de identificação fornece a identificação funcional, enquanto a parte


numérica, mais algum sufixo, torna único o tag de identificação. A parte alfabética vem antes da
parte numérica. A primeira letra é a identificação da malha e a variável inicializada, por

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exemplo, A malha FIC 101 é uma malha de vazão. Quando há apenas duas letras no tag (mínimo
possível), a segunda letra corresponde à função do instrumento. Por exemplo,

 FE – elemento sensor de vazão


 FT – transmissor de vazão

Quando há mais de duas letras a coisa complica, pois a terceira letra pode ser modificadora da
variável ou modificadora da função da malha ou a malha possui mais de uma função. Quando em
uma mesma malha há dois tags iguais, por exemplo, dois condicionadores de sinal em uma
malha de vazão (FY), é necessário usar sufixos para diferenciar os dois tags.

Figura 6: Necessidade de Sufixos

Fonte: RIBEIRO (2003:18)

Muitas letras são razoavelmente específicas, tais como T (temperatura), P (pressão), A (análise).
A língua básica é o inglês e por isso L é nível (Level) e F é vazão (flow ou fluxo). Outras podem
significar diferentes variáveis, dependendo do tipo da indústria, como C para Condutividade
(química) ou Consistência (papel e celulose). Alguns significados requerem explicações
adicionais, por exemplo a letra X é usada para representar uma variável que não é listada, que
ocorre raramente e na lista de legenda deve ser esclarecido seu significado e Y é usada para
evento, estado ou presença. Como segunda letra, Y é usada para uma função a ser definida.

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3.3.2. Numeração da malha
Geralmente são usados dois sistemas de numeração dentro da norma ANSI/ISA S5.1: paralelo e
serial. A principal diferença é que no sistema de numeração paralelo uma nova sequência
numérica é começada com cada variável nova medida ou inicializada e no sistema serial há
somente uma sequência de numeração.

Figura 7: Análise mecânica em três planos, X, Y e Z.

Fonte: RIBEIRO (2003:20)

3.3.3. Fluxogramas de Processo


Fluxogramas de processo são ferramentas muito eficientes para a representação sequenciada e
resumida dos processos ou operações envolvidas em um sistema utilizando diagramas. Os dois
principais tipos de diagrama de fluxo são o de processo e de engenharia.

3.4. Diagrama de Fluxo de Processo


O Diagrama de Fluxo de Processo é mais padronizado nas diferentes indústrias do que o
Diagrama de Fluxo de Engenharia. O Diagrama de Fluxo de Processo é o impulso para o
projecto multidisciplinar detalhado. Ele mostra:

a) As operações unitárias básicas;


b) Os equipamentos principais;
c) As tubulações mais importantes;
d) O fluxo principal do processo;
e) Dados do processo.

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Objectivo do Diagrama

O Diagrama de Fluxo de Processo é usado para ajudar a garantir a viabilidade, continuidade e


integridade do processo. O objectivo de se colocar a instrumentação no Diagrama de Fluxo do
Processo é para documentar as principais variáveis controladas e manipuladas que impactam o
projecto do processo. Os símbolos dos equipamentos e os símbolos da instrumentação devem
ambos ser simples no Diagrama de Fluxo de Processo, pois ajudam visualizar e estabilizar os
raciocínios.

Conteúdo do Diagrama

O Diagrama de Fluxo de Processo é geralmente o primeiro desenho de engenharia a ser


desenvolvido em um projecto. Ele geralmente contém uma única operação unitária. A figura 8 é
um bom exemplo.

Figura 9: Os principais elementos do ciclo com regeneração

Fonte: POTTER (2006)

3.5. Diagrama de Fluxo de Engenharia


O Diagrama de Fluxo de Engenharia é uma descrição gráfica detalhada do fluxo de processo
mostrando todas as tubulações, equipamentos e a maioria da instrumentação associada com um
dado processo. Ele é geralmente gerado pelo engenheiro de processo e algumas vezes

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completado pelo engenheiro de tubulação. É um documento multidisciplinar. O Anexo I mostra
um exemplo de diagrama de fluxo de engenharia.

Folha de legenda

Como há variação de estilos e símbolos, é mandatório o uso de legendas. Nas folhas de legenda
são mostrados os significados de letras de funções, variáveis e modificadores. Também são
definidas as abreviações de locais, equipamentos, processos, utilidades e termos típicos de
medição e controle.

A legenda define o uso dos símbolos. Deve se ter uma legenda para as abreviaturas, que não são
normalizadas mas são largamente usadas em códigos de equipamentos, de processos e de
utilidades. A folha de legenda pode também incluir símbolos de válvulas de controlo e manuais e
de outros equipamentos auxiliares e miscelânea, como dispositivos de segurança, acessórios,
componentes de tubulações e detalhes de instalação.

* Significa selecionar a primeira letra da tabela ao lado

Figura 10: Folha de legenda de identificação do instrumento.

Fonte: RIBEIRO (2003:47)

Conteúdo do Diagrama de Fluxo de Engenharia


Deve haver um consenso quanto a informação de instrumentação incluída no Diagrama de Fluxo
de Engenharia. O consenso é mostrar toda instrumentação ligada directamente ao processo e de
interesse para o operador.

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Basicamente, três categorias de instrumentos devem aparecer no Diagrama de Fluxo de
Engenharia:

a) Controles analógicos
b) Controles discretos
c) Interface com operador.

Estes equipamentos e funções são tudo aquilo que o operador vê ou toca.

3.6. Simbolismo do Controle Contínuo


Serão tratados aqui e agora os conceitos e símbolos dos controles estruturados, que podem servir
como blocos constituintes de um projecto completo de instrumentação. O controlo pode ser
implementado através das seguintes estratégias:

1. Controle Contínuo Linear


1.1. Realimentação negativa
1.2. Preditivo antecipatório
1.3. Desacoplamento
1.4. Cascata
1.5. Relação
2. Controle com saídas múltiplas
2.1. Balanço de cargas
2.2. Faixa dividida
3. Malhas redundantes
3.1. Reserva (backup) redundante
3.2. Tomada de malha integral
3.3. Controle de posição da válvula
4. Controle Discreto ou Chaveado
4.1.Sistemas selectores
4.2.Estrutura variável

Além de se analisar os diagramas sob o ponto de vista de símbolos e identificadores, tem-se a


oportunidade de fixar conceitos de controlo de processo.

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a) Controle com realimentação negativa

O objectivo do controle com realimentação negativa é controlar uma variável medida em um


ponto de ajuste. Os parâmetros operacionais são o ponto de ajuste (em automático) e a saída (em
manual).

Figura 11: Esquema do controle a realimentação negativa

Fonte: RIBEIRO (2003:56)

No sistema com realimentação negativa sempre há medição (na saída), ajuste do ponto de
referência, comparação e actuação (na entrada).

b) Controle preditivo antecipatório

O objectivo do controle preditivo antecipatório (feedforward) é evidenciar os efeitos dos


distúrbios da carga do processo. Os componentes da carga são fluxos de materiais e de energia
cujas alterações tendem alterar a variável controlada. Para reagir a estas tendências, as variações
de carga são medidas, alimentadas para o controlador feedforward que calcula estas influências,
considera o ponto de ajuste e atua na variável manipulada que afecta o processo, de modo a
minimizar o desvio do ponto de ajuste.

Figura 12: Conceito de feedforward

Fonte: RIBEIRO (2003:58)

18
c) Controlo com desacoplamento

O objectivo do desacoplamento é reduzir a interacção em situações com várias malhas ou


variáveis. Os sinais desacoplados são as entradas negativas dos somadores.

Figura 13: Esquema de desacoplamento

Fonte: RIBEIRO (2003:59)

d) Controlo Cascata

O controlo cascata permite um controlador primário regular um secundário, melhorando a


velocidade de resposta e reduzindo os distúrbios causados pela malha secundaria. A
característica principal do controle cascata é a saída do controlador primário ser o ponto de ajuste
do secundário. Diz-se que o controlador primário cascateia o secundário.

Figura 14: Diagrama de blocos do controle cascata

Fonte: RIBEIRO (2003:59)

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3.6.1. Simbolismo do controlo lógico.

3.6.2. Conceitos de lógica.


O termo lógico está geralmente associado com o conceito de binário, que significa possuir um
de apenas dois estados possíveis, tais como liga-desliga, aceso-apagado. A palavra lógica se
refere a um sistema que obedece a um conjunto fixo de regras e sempre apresenta o mesmo
conjunto de saídas para o mesmo conjunto de entradas.
A lógica sempre trabalha com as combinações de E (AND), OU (OR), NÃO (NOT) e nunca com
TALVEZ.

3.6.3. Lógica de relé, lógica binária e programas


No início, a lógica de relé foi usada para o simples intertravamento de circuitos de controlo
eléctrico.

a) Lógica Combinatória ou Sequencial

A lógica sequencial foi manipulada menos satisfatoriamente no passado do que a lógica


combinatória. A lógica sequência é geralmente representada de um modo que requer muito mais
conhecimento técnico por parte do leitor não técnico que deve analisar o documento.

Os diagramas lógicos binários são usados para tentar tornar o trabalho mais fácil, para fazê-lo
menos dependente do conhecimento do equipamento específico e para fazê-lo mais funcional na
orientação.

b) Lógica CLP

O controlador lógico programável (CLP) actualmente substitui os sistemas complexos de relés.


Suas vantagens são:

a) Ocupação de menor espaço;


b) Custo menor para sistemas grandes;
c) Facilidade de modificação da lógica.

20
3.6.4. Tipos de documentos
Quando se vai do conceito para a execução, pode-se perceber que, no mínimo, dois tipos de
documentos são necessários. O documento de execução é geralmente o único que é visto. O
documento de conceito existe, como um esquema de engenharia ou como uma tentativa de
combiná-lo com o diagrama de fluxo de engenharia.

Documentos lógicos conceituais


O documento lógico conceitual tenta responder a questão: Como se consegue ir até lá daqui? O
diagrama ladder é muito especializado para fins de conceitualização. Assim, a maior utilidade do
diagrama conceitual é como uma ferramenta que permite ao projectista lógico raciocinar através
do processo presente sem muita consideração acerca das especificações finais do equipamento a
ser usado para executar a lógica.

Há três divisões básicas no documento lógico conceitual:

a) Desenho do processo sendo controlado sem entrar em detalhes que são irrelevantes
para o controle deste processo;
b) Desenho da lógica;
c) Desenho da interface do operador, desde que nada é totalmente automatizado e tudo
requer a intervenção eventual do operador.

3.6.5. Portas Lógicas


Embora as chaves e os reles sejam dispositivos digitais, o termo lógica digital é reservado para
circuitos que usam componentes a estado sólido, conhecidos como portas. As portas lógicas
básicas são: OR (também OR EXCLUSIVO), AND, NOR, NAND e INVERSOR.

21
a) Porta OR

A porta OR possui duas ou mais entradas e uma única saída. As entradas são designadas por A,
B, N e a saída por L. As entradas podem assumir só 0 ou 1. A saída do OR é 1 se alguma das
entradas for 1.

Figura 15:Símbolos da porta OR

Fonte: RIBEIRO (2003:67)

b) Porta OR Exclusivo

O OR exclusivo é uma porta com duas entradas, cuja saída é 1 se e somente se os sinais de
entrada forem diferentes. Quando as entradas forem iguais, a saída é zero.

Figura 16: Símbolos da porta OR exclusivo

Fonte: RIBEIRO (2003:68)

c) Porta NOT

A porta NOT ou inversora produz uma saída oposta da entrada. Esta porta é usada para inverter
ou complementar uma função lógica. O inversor só possui uma entrada e uma saída.

Figura 17: Símbolos da porta NOT.

Fonte: RIBEIRO (2003:68)

22
d) Porta AND

A porta AND tem duas ou mais entradas e uma única saída e opera de acordo com a seguinte
definição: a saída de uma porta AND assume o estado 1 se e somente se todas as entradas
assumem 1.

Figura 18: Símbolos da porta AND.

Fonte: RIBEIRO (2003:69)

e) Porta NAND

NAND é a porta oposta à AND. Quando todas as entradas NAND são 1, a saída é zero. Em todas
as outras configurações, a saída do NAND é zero

Figura 19: Símbolos da porta NAND.

Fonte: RIBEIRO (2003:69)

f) Porta NOR

NOR é a porta oposta a OR. Quando todas as entradas são 0, a saída é 1.

Figura 20: Símbolos da porta NOR

Fonte: RIBEIRO (2003:70)

23
3.7. Diagrama de Malha
O objectivo do Diagrama de Malha é mostrar todos os detalhes de uma malha de instrumento que
o técnico de instrumento de campo requer para verificar e fazer pesquisa de defeito
(troubleshooting) na malha. Ele mostra somente os instrumentos principais na malha e não
mostra o processo. Uma folha de legenda deve acompanhar o diagrama de malha.

3.7.1. Conteúdo do Diagrama de Malha


Notas suplementares podem ser adicionadas para descrever somente o que não é evidente dos
símbolos. Superposições, intertravamentos, pontos de ajuste automáticos (cascateados),
desligamento e circuitos de desligamento (shutdown) podem requerer breves notas.
Devem ser fornecidos os números dos terminais, identificação da fiação e tubos por número e
cor, se necessário. As caixas de passagem e terminais devem ser identificadas. Onde houver
mudança na continuidade do circuito (qualquer tipo de terminação), deve haver um símbolo de
identificação que ajude na verificação e pesquisa de defeitos. Os locais são normalmente
mostrados dividindo-se o desenho em seções, por exemplo., sala de controlo, painel cego e
campo. As fontes de alimentação eléctrica e pneumática devem ser identificadas
especificamente. O nível de potência e número de circuitos são informações úteis.

Conteúdos que não devem aparecer no diagrama de malha

a) Outras referências de desenho a não ser as de continuação de desenho (esta


informação deve estar no Índice de Instrumentos);
b) Informação de localização (já está no diagrama de localização);
c) Informação do fabricante (está nas folhas de dados);
d) Informação de calibração (está nas folhas de dados).

Folha de Legenda
Como sempre, uma folha de legenda deve acompanhar um conjunto de diagramas de malha. A
folha de legenda serve como uma referência rápida e define as excepções da norma ou os casos
especiais. A figura abaixo é um exemplo de uma folha de legenda para diagramas de malha. Ela
não é completa e pode ser expandida com as especificações de cada conjunto de diagramas de

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malha que ela representa. Uma definição importante que deve estar na folha de legenda se refere
aos símbolos de linhas. Alguns projectistas preferem seguir rigorosamente a norma ISA S5.1,
colocando as linhas eléctricas pontilhadas. Outros usam linhas contínuas, que são mais fáceis de
desenhar e seguir, desde que já está subentendido que todas as linhas são eléctricas.

Figura 21: Diagrama de malha de instrumentos, folha de legenda

Fonte: RIBEIRO (2003:97)

3.8. Diagramas de Fiação

3.8.1. Diagramas Eléctricos


Há uma grande interface entre a eléctrica e o sistema de controlo. Como actualmente a maioria
da instrumentação é de natureza eléctrica, a realização do projecto dos sistemas de controlo é
principalmente eléctrica.

Símbolos de desenho e notas


Como sempre, a folha de legenda vem antes do índice dos desenhos. Cada companhia tem seu
formato próprio, mas os símbolos usados geralmente se baseiam nas normas ANSI e ISA. O
anexo II mostra símbolos, definições e notas típicas que aparecem na maioria das folhas de
desenhos eléctricos.

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Na Figura 22 as linhas sólidas representam a fiação interna ao cubículo. As linhas pontilhadas
representam a fiação externa, ou seja, a fiação que o electricista deve instalar no campo.

Figura 23: Exemplo de um diagrama de fiacção.

Fonte: RIBEIRO (2003:110)

3.9. Diagrama Ladder


Diagrama ladder (escada) é uma representação ordenada em forma de escada de componentes e
conexões de um circuito eléctrico. O diagrama ladder é também chamado de diagrama elementar
ou diagrama de linha. É o diagrama básico associado com o controle lógico programado.

3.9.1. Componentes
Os elementos constituintes de um diagrama ladder podem ser divididos em componentes de
entrada e de saída. São de entrada:

a) Contacto normalmente aberto


b) Contacto normalmente fechado

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Os contatos podem ser instantâneos ou temporizados para abrir ou fechar. São componentes de
saída:

a) Bobina de um starter de motor;


b) Bobina de um relé;
c) Bobina de um solenóide;
d) Lâmpada piloto.

Figura 24: Diagrama Ladder de controlo sequencial de 3 motores

Fonte: RIBEIRO (2003:119)

3.10. Detalhes de Instalação


Os detalhes de instalação dão as instruções específicas, de um modo conciso, para um técnico, de
como instalar um determinado instrumento e seu equipamento correspondente. Cada detalhe
individual é geralmente acompanhado de uma lista de materiais associados, que identifica
especificamente cada item no detalhe de instalação. O desenho é usualmente limitado para uma
determinada tarefa.

Estilo e formato

O formato para um detalhe de instalação de instrumento é usualmente A4 ou carta, por questão


de conveniência de uso para o instalador, que só pode montar um equipamento por vez. Por isso,
não é recomendável usar desenho com formato grande ou combinar mais de um detalhe no
mesmo documento. Deve se sempre ter em mente o usuário final. O estilo pode ser ortogonal ou
isométrico. Um estilo isométrico mostra a localização relativa dos equipamentos e permite ao
instalador alterar livremente as dimensões.

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3.11. Folhas de Especificação
A Folha de Especificação é o documento que fornece as informações detalhadas e especificas do
instrumento.

Os objetivos da Folha de Especificação são:

a) Conter informação relacionada com o processo ou com outros instrumentos que


são necessárias para completar a engenharia do sistema
b) Fornecer ao pessoal de compra e outras pessoas interessadas a informação
necessária para satisfazer suas tarefas de modo completo e eficiente –um canal de
comunicação.
c) Servir como registo permanente para uso da planta – para instalação, produção ,
operação e manutenção.

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4. CONCLUSÃO
Em atenção aos objectivos apresentados na introdução deste trabalho e tendo ao longo do mesmo
desenvolvido temas viabilizaram o alcance dos objectivos, conclui-se o seguinte:

a) A documentação da instrumentação e uma prática imprescindível quando a ideia é de


forma cinética e compreensível, representar graficamente os processos e operações de um
sistema de monitoramento ou controlo.
b) Os símbolos e identificadores compõem os elementos maioritários de um documento de
instrumentação, sendo eles, quando bem combinados e conhecidos, os elementos que
conduzem eficientemente ao domínio do principio de funcionamento de um sistema.
c) Os diagramas de fluxo de processo não ficam de fora neste âmbito da documentação de
instrumentação pois eles são uma ferramenta com uma elevada eficiência na sintetização
e explicação do princípio e sequência de funcionamento de sistemas

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BIBLIOGRAFIA
[1] RIBEIRO, Marco António. Documentação de Instrumentação (Aplicação de Símbolos e
Identificação). 2a edição. Salvador, 2003.

[2] POTTER, Merle C. SCOTT, Elaine P. Termodinâmica. São Paulo, 2006.

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ANEXO I

Diagrama de fluxo de Engenharia.

Fonte: RIBEIRO (2003:97)


ANEXO II

Símbolos da folha de legenda para desenho eléctrico típico

Fonte: RIBEIRO (2003:97)

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