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Escala bebop – Jazz bebop

A escala bebop surgiu no mesmo


contexto do jazz bebop.

Se você quer aprender a tocar jazz, pode ter certeza de que está dando um grande
passo ao ler esse artigo!

Mostraremos aqui um recurso extremamente utilizado por músicos de jazz; e que


pode ser aplicado também a qualquer estilo musical. Prepare-se para aumentar sua
versatilidade em todos os contextos, pois a aplicação dessa escala é muito ampla e
útil para todos!

Então, antes de mais nada, vamos começar com uma pequena história sobre o Jazz
Bebop.

Jazz bebop
O Jazz Bebop surgiu por volta dos anos 40 e marcou o que chamamos de Jazz
Moderno. O pai desse estilo foi o saxofonista Charlie Parker, e a difusão do Bebop
pelo mundo teve a ajuda de muitos outros músicos (como o trompetista Dizzy
Gillespie).

Devido às suas harmonias complexas e ritmos frenéticos, esse estilo chamou a


atenção, pois não era próprio para a dança, nem para o canto, sendo voltado apenas
para improvisação e virtuosismo instrumental.

A música Bebop se destacou por se diferenciar muito da música popular, possuindo


andamentos rápidos e sequências difíceis de colcheias. As improvisações utilizavam
recursos conhecidos do jazz e também algumas alterações, como a
quinta aumentada. Essas alterações características, depois de muito utilizadas e
consagradas, originaram a chamada Escala Bebop, que mostraremos em seguida.
O desenvolvimento do bebop
mudou algumas abordagens de acompanhamento e de solo. Bateristas começaram a
depender menos do bumbo e mais dos pratos (condução e chimbal). Baixistas
ficaram mais responsáveis por manter a pulsação rítmica, marcando as cadências
harmônicas e tocando semínimas quase o tempo todo.

Já os pianistas puderam usar um toque mais leve, onde a mão esquerda não era mais
obrigada a marcar a pulsação rítmica ou a nota fundamental dos acordes. Com isso,
a forma padrão do jazz moderno tornou-se universal e inconfundível.

Muito bem, como não estamos falando aqui com simples leitores e sim com músicos,
antes de continuar essa leitura vá ao Youtube e escreva “Charlie Parker“. Ouça pelo
menos uma música para se ambientar um pouco antes de continuar esse estudo.

Escala bebop dominante


Agora que você já ouviu um pouco de Bebop, deve ter notado que o cromatismo rola
solto nesse estilo. Um cromatismo que marcou muito o Bebop foi a utilização da
sétima maior dentro do modo mixolídio. Ou seja, para improvisar em cima
dos acordes dominantes, os músicos Bebop acrescentaram uma nota ao modo
mixolídio, formando uma escala de 8 notas. Essa escala ficou conhecida como escala
bebop dominante.

Vamos ver como fica a escala de G Bebop dominante, comparando com G mixolídio:

• Notas da escala de G mixolídio: G, A, B, C, D, E, F


• Notas da escala de G bebop dominante: G, A, B, C, D, E, F, F#
Desenho de sol bebop dominante

No caso de G bebop dominante, há um cromatismo entre as notas F, F# e G.

Como F# não faz parte da escala diatônica, devemos evitar repousar sobre ela. Essa
sétima maior deve ser utilizada apenas como nota de passagem. O interessante é que
uma escala de 8 notas permite uma subdivisão rítmica mais exata do que uma escala
de 7 notas. Uma escala de 8 notas cabe dentro de um compasso 4/4 tocando-se uma
nota por colcheia (para compreender isso melhor, aprenda a ler os tempos na
partitura). Com isso, a nota de passagem pode acabar tendo a mesma duração das
demais notas.

Escala bebop maior


Existe também a escala Bebop que não é dominante. Essa escala Bebop, conhecida
como Escala Bebop maior, é utilizada sobre acordes maiores. Ela também possui 8
notas, e a alteração está no quinto grau (possui uma quinta aumentada).

Compare abaixo a escala de Dó maior com a escala de Dó Bebop maior:

• Notas da escala de Dó maior: C, D, E, F, G, A, B


• Notas da escala de Dó Bebop maior: C, D, E, F, G, G#, A, B

Desenho da escala Dó Bebop maior

Obs: Na escala bebop dominante, vimos que a nota “extra” era F# (sétimo grau do
dominante). Essa nota, partindo de Dó, é a quinta bemol. Ou seja, as duas escalas
Bebop (dominante e maior) juntas representam duas alterações (quinta diminuta e
quinta aumentada, em relação à tônica).
Aplicação da escala bebop
*Restrito. Para aprender como utilizar a escala bebop nos seus solos e improvisos,
confira nossa apostila completa de teoria musical. Esse artigo que você está lendo é
uma versão parcial do artigo completo que se encontra na apostila.

Exercícios de Jazz Bebop


Lembre que o objetivo desses exercícios abaixo não é ganhar velocidade! Não
estamos estudando técnica aqui, e sim vocabulário musical. Então esqueça um pouco
a mecânica da coisa e passe a se preocupar com a percepção. Em breve os resultados
começarão a aparecer!

Ao repetir muitas vezes os licks abaixo, o vocabulário Bebop vai ficar embaixo dos
seus dedos. Decore, entenda, sinta e pratique MUITO.

Em breve estaremos mostrando esses exemplos em videoaulas no Youtube. Inscreva-


se em nosso canal para não perder.

Este arquivo do Guitar Pro contém frases construídas sobre o acorde


C7: bebopC7.gpro (é necessário ter o software Guitar Pro instalado para abrir o
arquivo)

Isso significa que a tonalidade é Fá maior e a escala trabalhada é Dó bebop


dominante. Você pode transpor isso para qualquer tonalidade que desejar, nosso
objetivo é apenas introduzir a ideia. Esses links foram retirados do livro “How to Play
Bebop” de David Baker.

Utilização das ideias Bebop em músicas: aplicaçãobebop.gpro

Essa base está na tonalidade de Dó maior e contém os acordes Dm7 | G7 | C7M.


Observe que a escala Sol bebop dominante cai bem em cima do acorde G7, mas
também pode ser aplicada nos outros acordes dessa tonalidade, pois a escala bebop
dominante não está restrita apenas ao acorde dominante, como já enfatizamos em
nossa apostila. O mesmo ocorre com a escala Dó bebop maior, que não precisa ser
tocada exclusivamente sobre o acorde de Dó maior.

Pratique você também a escala bebop baixando o arquivo: Treino escala bebop.

Essa base está na tonalidade de Mi menor. Ouça com atenção e exercite seu fraseado
bebop sobre esse backing track.

Procure conhecer também alguns músicos consagrados do Bebop para internalizar


de vez esse estilo, como: Charlie Parker, Bud Powell, Oscar Pettiford, Duke Jordan,
Miles Davis, Tommy Potter, Al Haig, Thelonious Monk, Sonny Stitt, Max Roach,
Lucky Thompson, Fats Navarro, Kenny Dorham, Kenny Clarke, Milt Jackson,
Charles Mingus, Roy Haynes, etc.

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