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Direito Internacional - aula 02

Sujeitos de DIP

Sujeitos de DI são todas as pessoas/entidades capazes de titularia direitos e obrigações perante a


ordem jurídica internacional. Sujeitos de DIP são as pessoas físicas e jurídicas a quem o direito
internacional atribui/reconhece direitos e deveres internacionais. Todas as pessoas que possuem
a qualidade de sujeito internacional possuem necessariamente personalidade jurídica
internacional.

Personalidade jurídica internacional

É uma condição que o DI atribui a certos atores internacionais e não a outros, mediante a qual
aquelas pessoas que a possuem podem exercer livremente os direitos e obrigações internacionais
por eles titularizados. A personalidade jurídica internacional é atribuída aos sujeitos de DI
mediante uma qualificação que se utiliza de critérios encontrados no próprio DI.

Ex: Palestina - Estado.

Critérios para ser Estado

Brasil e +/- 130 Estados afirmam que a Palestina preenche os requisitos para ser Estado.

+/- 60 países. Reconhecimento da OLP como movimento de libertação nacional.

Essa qualificação promovida pelo DI, além de nos indicar quais pessoas podem ser consideradas
como sendo titulares de direitos e obrigações internacionais fixa-lhes o alcance e o conteúdo da
sua capacidade em titularia tais direitos e obrigações. Cada categoria de sujeito internacional
possui conjunto próprio de capacidades internacionais.

Classificação em relação à personalidade jurídica internacional dos sujeitos de DIP

1) Personalidade jurídica internacional:

Personalidade jurídica internacional originária: Embora os Estados não sejam os únicos sujeitos de DI, eles
continuam a ser considerados como sendo os principais membros da atual sociedade internacional.
Ainda a maioria das funções legislativas e de implementação do DIP é deixada a cargo dos Estados. Esse
papel central dos Estados no funcionamento da sociedade internacional consagra em seu favor direitos e
obrigações internacionais de forma originária —> as capacidades internacionais titularizados pelos Estados
decorrem da própria natureza e estrutura da atual sociedade internacional. Na medida em que impera o
princípio da igualdade soberana, todos os Estados possuem igual potencial de titularizar capacidade
internacionais.

Demais sujeitos de DI possuem personalidade jurídica internacional derivada —> seus direitos e
obrigações internacionais decorrem da vontade dos Estados. Suas capacidades internacionais podem variar
de acordo com a situação

2) Personalidade jurídica internacional plena:

Estados por excelência são considerados como sendo os titulares de direitos e obrigações internacionais.
Não há qualquer sujeito de DI que possua capacidades superiores às titularizadas pelos Estados.

Demais sujeitos de DI tem personalidade jurídica limitada. Embora possuam capacidades internacionais,
elas nunca são tão amplas quanto as capacidades que os Estados possuem.
Capacidades internacionais

Cinco categorias fundamentais de capacidades internacionais titularizadas pelos Estados no atual DI:

1) capacidade de produzir atos jurídicos internacionais: capacidade de participar ativamente no processo


de criação de normas internacionais. Ex: direito de convenção; capacidade de celebrar tratados.

2) capacidade de ser imputado pela prática de fatos ilícitos internacionais e de integrar, como parte, as
obrigações internacionais de reparação de danos oriundos de um ilícito. Capacidade de ser
responsabilizado internacionalmente. Sujeitos de DIP em geral, a responsabilidade concerne ao âmbito civil.
Quanto aos indivíduos, verifica-se no âmbito criminal.

3) capacidade de acesso aos procedimentos contenciosos internacionais —> direito de promover


reclamações internacionais em nome próprio. Estados possuem essa capacidade, eles são os únicos, por
exemplo, que podem litigar no âmbito da CIJ (Corte Internacional de Justiça). Demais sujeitos: possuem
essa capacidade quando ela lhes é concedida pelos Estados.

Brasil: permite que indivíduos possam recorrer à comissão interamericana de direitos humanos e ao comitê
de direitos humanos da ONU, por exemplo.

*cuidado: existem algumas ONGs que receberam, ao longo das últimas décadas, capacidade para litigar em
certos órgãos internacionais em situações ligadas à violação de direitos humanos. Igual capacidade foi
concedida por certos Estados a empresas transnacioanais em questões ligadas a investimentos.

4) capacidade de ser membro e participar plenamente da vida das organizações internacionais, inclusive
com direito a voto. Por excelência, os membros de uma OI são os Estados. Excepcionalmente, podem
outros sujeitos de DI possuírem a qualidade de membros plenos em uma OI. Ex: OMC — OI
(UE - Taiwan, Hong Kong: territórios alfandegários)

5) capacidade de estabelecer relações diplomáticas (preocupação com interesse público. funções: natureza
política) e consulares (preocupação com interesses privados. funções de natureza administrativa).

Há outros exemplos de capacidades internacionais: capacidade de desfrutar de privilégios e imunidades no


interior de outros Estados.

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