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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DA

PARAÍBA

CAMPUS JOÃO PESSOA

CURSO TÉCNICO INTEGRADO EM ELETROTÉCNICA

MARTHON JONAS SALES CARDOSO

ESTUDO SOBRE O DESENVOLVIMENTO E UTILIDADES DA


ILUMINAÇÃO AUTOMATIZADA EM UMA RESIDÊNCIA

João Pessoa
2017
MARTHON JONAS SALES CARDOSO

ESTUDO SOBRE O DESENVOLVIMENTO E UTILIDADES DA ILUMINAÇÃO


AUTOMATIZADA EM UMA RESIDÊNCIA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao


Curso Técnico Integrado em Eletrotécnica do
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia
da Paraíba, como requisito parcial para obtenção do
título de Técnico em Eletrotécnica.

Orientadora: Profa. Dra. Andréa Samara Santos de


Oliveira Gomes

João Pessoa
2017
ESTUDO SOBRE O DESENVOLVIMENTO E UTILIDADES DA ILUMINAÇÃO
AUTOMATIZADA EM UMA RESIDÊNCIA

MARTHON JONAS SALES CARDOSO

Trabalho de Conclusão de Curso defendido e aprovado, em / / , pela banca

examinadora:

___________________________________________
Prof. Dra. Andréa Samara Santos de Oliveira Gomes
Orientadora

___________________________________________
Professor Membro da Banca
Avaliador
Dedico este trabalho a todos os familiares,
amigos e professores que acreditaram no meu
potencial e que contribuíram de forma direta ou
indireta para a conclusão do mesmo.
AGRADECIMENTOS

Agradeço, primeiramente, a Deus por ter me concedido fé e determinação para concluir


este trabalho e o curso técnico.
Aos meus pais que sempre me incentivaram a jamais desistir e a sempre colocar os
estudos em primeiro lugar.
Aos meus amigos, em especial, Andreia Pâmila, Alanna Karoline, Larissa Souza, Luan
Ferreira, Marielle Lima, Paulo Victor e Bruna Carvalho, por toda a amizade, por todo o
companheirismo e por todas as ajudas e os conselhos dados.
E a minha orientadora e amiga, Andrea Samara, por toda paciência, compreensão,
dedicação e as boas risadas dadas durante a confecção deste trabalho.
“A maior recompensa para o trabalho do
homem não é o que ele ganha com isso, mas o
que ele se torna com isso. ”
(John Ruskin)
LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Diversificação da automação industrial .....................................................................11


Figura 2: Máquina a vapor e início da automação industrial .....................................................12
Figura 3: Primeiro CLP criado em 1969 ....................................................................................13
Figura 4: Linha do tempo contendo os avanços da automação ..................................................14
Figura 5: Exemplo da domótica ................................................................................................15
Figura 6: Exemplo de acionamento de uma lâmpada com um interruptor simples ....................18
Figura 7: Exemplo de acionamento de uma lâmpada com um interruptor three-way ................19
Figura 8: Exemplo de acionamento de uma lâmpada com o auxílio do interruptor four-way …19
Figura 9: Bancada com o material didático da De Lorenzo com módulos em execução ............23
Figura 10: Módulo DL2101T70 ................................................................................................24
Figura 11: Módulo DL2101T71 ................................................................................................24
Figura 12: Módulo DL2101T90 ................................................................................................25
Figura 13: Módulo DL2101T80 ................................................................................................26
Figura 14: Módulo DL2101T81 ................................................................................................26
Figura 15: Módulo DL2101T84 ................................................................................................27
Figura 16: Módulo DL2101T91 ................................................................................................28
Figura 17: Interface principal do programa ETS .......................................................................29
Figura 18: Criação de um novo projeto no ETS .........................................................................29
Figura 19: Criação da estrutura básica do programa ..................................................................30
Figura 20: Estrutura completa do programa com os drives ........................................................30
Figura 21: Parametrização do universal dimmer .......................................................................31
Figura 22: Parametrização do controle remoto ..........................................................................31
Figura 23: Endereços de grupos e vinculação dos módulos .......................................................32
Figura 24: Programa pronto com todos os vínculos realizados ..................................................33
Figura 25: Esquema de conexão do sistema de potência e de rede .............................................33
Figura 26: Acionamento dos módulos físicos pressionando um mini botão e aproximando um
imã ............................................................................................................................................34
Figura 27: Bancada com os módulos pronta para utilização ......................................................35
Figura 28: Medição da tensão e da corrente com a luminosidade máxima ................................36
Figura 29: Medição da tensão e da corrente com a luminosidade diminuída .............................36
RESUMO

Neste trabalho foi realizado um estudo sobre o desenvolvimento e as utilidades da


iluminação automatizada em uma residência, partindo do conhecimento das raízes históricas da
automação residencial e apresentando o seu desenvolvimento e evolução até os dias atuais. Este
estudo teve como motivação principal conhecer os benefícios adquiridos com o crescimento
das novas tecnologias inventadas pelo homem, tornando os componentes eletrônicos cada vez
mais independentes de seu manuseio e tendo como foco principal a comodidade e a eficiência
energética conduzidos pelo uso de componentes inteligentes na iluminação de uma residência.
Para tanto, foi realizada uma atividade prática ilustrativa no intuito de demonstrar que é possível
conseguir eficiência energética utilizando a iluminação automatizada e controlando a sua
intensidade de luz através da dimerização e de um controle remoto. Com isso, e utilizando-se
de equações matemáticas, foi possível calcular a economia de energia (em kWh) entre uma
lâmpada com sua intensidade luminosa máxima e com sua intensidade diminuída através dos
comandos de um controle remoto via infravermelho.

Palavras-chave: Iluminação automatizada, eficiência energética, comodidade


ABSTRACT

In this work a study was carried out on the development and utilities of automatic
lighting in a residence, starting from the knowledge about the historical roots of residential
automation and presenting its development and evolution to the present day. The main
motivation of this study was to understand the benefits gained from the growth of new
technologies invented by man, making electronic components more and more independent of
their handling and having as main focus a convenience and energetic energy driven by the use
of intelligent components in a residence. In order to do so, an illustrative practical activity has
been performed with the intention of demonstrating that it is possible to obtain energy efficiency
using automatic lighting and controlling light intensity through dimerization and a remote
control. With this, and using mathematical equations, it was possible to calculate the energy
saving (in kWh) between a lamp with its maximum luminous intensity and its intensity
diminished through the commands of an infrared remote control.

Keywords: Automated lighting, energy efficiency, convenience


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 10
2. HISTÓRICOS E PRINCIPAIS CONCEITOS ............................................................ 11
2.1 A automação residencial ............................................................................................ 11
2.1.1 O surgimento da automação residencial ............................................................. 12
2.2 Domótica .................................................................................................................... 14
2.2.1 Vantagens e desvantagens da domótica.............................................................. 15
3. A ILUMINAÇÃO NA CASA AUTOMATIZADA (DOMÓTICA) ............................ 17
3.1 Generalidades ............................................................................................................. 17
3.2 Exemplos tradicionais de comandos de luz ............................................................... 18
3.2.1 Comando de luz com interruptor simples ........................................................... 18
3.2.2 Comando de luz com interruptor three-way ....................................................... 19
3.2.3 Comando de luz com interruptor four-way ........................................................ 19
3.3 A iluminação automatizada........................................................................................ 20
3.3.1 A eficiência energética da iluminação automatizada ......................................... 21
4. MATERIAL E MÉTODO .............................................................................................. 23
4.1 Módulos utilizados ..................................................................................................... 23
4.2 Metodologia ............................................................................................................... 28
4.3 Análise da eficiência energética com a utilização da dimerização ............................ 35
5. CONCLUSÃO ................................................................................................................. 39
6. REFERÊNCIAS .............................................................................................................. 40
10

1. INTRODUÇÃO

A energia elétrica é um dos fenômenos mais importantes descobertos pelo ser humano.
Com ela, as pessoas puderam inventar milhares de tecnologias para melhorar os seus estilos de
vida, salvar vidas, locomover- se mais rápido e, principalmente, para enfrentar a escuridão da
noite.
As lâmpadas elétricas foram umas das primeiras invenções feitas após o descobrimento
da eletricidade e que são utilizadas até hoje nas vias públicas, nas industrias, no comercio e nas
residências. Elas tornam as pessoas capazes de enxergar e exercer quaisquer atividades durante
a noite e iluminar ambientes escuros.
Não satisfeitos apenas com o liga/desliga das lâmpadas, o ser humano criou meios para
melhorar sua comodidade, comunicação, climatização, segurança e iluminação, dentre esses
meios estão a utilização de aparelhos com infravermelho e os módulos elétricos inteligentes,
com isso, e com a capacidade e necessidade do ser humano de criar novas tecnologias, foi
surgindo aos poucos a automação residencial.
A iluminação automatizada é um dos ramos da automação residencial, com ela as
pessoas são capazes de controlar a luminosidade de uma lâmpada através de algum aparelho
eletrônico contendo a programação necessária para executar esse tipo de atividade, tornando os
sistemas mais inteligentes e capazes de controlar a iluminação sem a necessidade de pressionar
interruptores.
Pensando na comodidade, economia financeira e eficiência energética, este trabalho tem
como objetivo estudar o desenvolvimento e as utilidades da iluminação automatizada em uma
residência e analisar se realmente há vantagens econômicas e eficiências energéticas na
iluminação automatizada em relação a iluminação com acionamento manual.
11

2. HISTÓRICOS E PRINCIPAIS CONCEITOS

2.1 A automação residencial

“O termo automação (do latim automatus, que significa mover-se por si) foi criado na
década de 1940 por um engenheiro da Ford Motor Company” (LAMB, 2015, p. 2). Este termo
é sinônimo da palavra automático, ou seja, tornar um objeto capaz de realizar determinada
atividade sem a intervenção direta do ser humano. Levando em consideração esse conceito,
podemos definir que a automação residencial é a tecnologia que estuda a automação de um
prédio ou habitação (PRUDENTE, 2011). Ou seja, é a tecnologia que tornou as pessoas capazes
de automatizar diversas atividades domésticas, diminuindo grandes esforços e facilitando suas
vidas.

Figura 1 – Diversificação da automação residencial.

Fonte: OWEN, 2017

Como ilustrado na Figura 1, a automação residencial, hoje em dia, está amplamente


diversificada e mais presente no nosso cotidiano. Os controles remotos dos televisores são os
exemplos mais simples de automação, com eles podemos controlar as TV’s sem a necessidade
de se locomover até a mesma. Um outro exemplo bastante comum são os portões automáticos
das garagens, nos quais, as pessoas, dentro dos seus próprios automóveis, podem abrir ou fechar
os portões da garagem sem a necessidade de locomoção. Porém, essa tecnologia nem sempre
existiu e há um longo contexto histórico sobre o seu desenvolvimento e sua evolução.
12

2.1.1 O surgimento da automação residencial

Para entender o surgimento da automação residencial é preciso compreender primeiro o


surgimento da automação industrial, pois foi a partir dela que as pessoas perceberam que os
benefícios da automação não só prevaleciam dentro das indústrias ou fábricas, mas também
dentro das residências, onde as pessoas usufruem do conforto e da comodidade.

(...) pode-se marcar como início da Automação Industrial o século XVIII, com
a criação inglesa da máquina a vapor, aumentando a produção de artigos
manufaturados, e estas foram às décadas da Revolução Industrial. No século
seguinte a indústria cresceu e tomou forma, novas fontes de energia e a
substituição do ferro pelo aço impulsionaram o desenvolvimento das
indústrias na Europa e EUA. Neste contexto, nos anos que seguiram, foram
criados dispositivos mecânicos chamados relés, que em breve tomariam as
fabricas. A todos esses acontecimentos, e a outros que seguiram, foi dado o
título de II Revolução Industrial. (SILVEIRA, LIMA, 2003, p. 1).

A revolução industrial foi o marco inicial para a automação, pois foi com o surgimento
das máquinas e a necessidade de diminuição da mão de obra, para minimizar os custos
financeiros e agilizar os processos de fabricação de produtos, que os donos das indústrias
começaram a investir no controle automático das máquinas. Porém, os ambientes fabris ainda
não desfrutavam de processos de automação muito sofisticados. (SILVEIRA, LIMA, 2003).

Figura 2: Máquina a vapor e início da automação industrial.

Fonte: CPEL FISICA, 2015


13

Ao longo dos anos, novas tecnologias foram estudadas e inventadas, isto possibilitou
alguns avanços para a automação industrial. Dentre essas novas tecnologias, os CIs (circuitos
integrados) possibilitaram um grande desenvolvimento nos sistemas de controle, assim como a
criação dos primeiros computadores.

Com o decorrer das necessidades da própria evolução, foram desenvolvidas


máquinas-ferramentas com controle automático simples para executarem uma
sequência simples de operação. Em 1950, tais máquinas são comandadas por
circuitos transistorizados e, em 1960, por computadores, passando a trabalhar
segundo instruções codificadas que lhes são transmitidas por fita perfurada ou
fitas magnéticas. (SILVEIRA, SANTOS, 1998, p. 13).
A criação dos primeiros computadores foi um grande passo para o surgimento dos
controladores lógicos programáveis (CLPs) que serviram como substituição para as lógicas de
relés com fios por serem mais robustos, mais confiáveis, possuíam componentes mais sólidos
e reduziam os custos com outros materiais. (SENAI, 2002)

Figura 3: Primeiro CLP criado em 1969.

Fonte: SENAI, 2002

Com o avanço rápido da tecnologia, os computadores foram se desenvolvendo cada vez


mais. Em torno da década de 1950, foram criados os primeiros computadores de processo,
“(...)computador com o objetivo principal de controlar movimentos de máquinas-ferramentas,
necessitando de linguagens específicas de programação” (ROSÁRIO, 2009, p.85), mais
conhecidos como CNC (Comando Numérico Computadorizado). Mas foi só na década de 1970
que o CNC passou a desenvolver-se e a popularizar-se mais dentro das indústrias.
14

Figura 4: Linha do tempo contendo os avanços da automação.

Fonte: UFMG, 2002

A Figura 4 ilustra a evolução dos tipos de sistemas de controle utilizados na automação


ao longo do tempo. Com esses avanços, o ser humano vem conseguido tornar as máquinas mais
independentes, ou seja, com cada vez menos necessidade de intervenção humana na execução
dos processos.

2.2 Domótica

“A domótica é o termo muitas vezes utilizado para identificar a automação residencial


(home automation), que deriva do neologismo francês “domotique”, que significa literalmente
‘casa automática’” (PRUDENTE, 2011, p1). O conjunto de tecnologias automatizadas e
instaladas dentro de uma residência também caracterizam o termo domótica e elas servem como
uma solução a necessidade do ser humano de, cada vez mais, diminuir os seus esforços nas
atividades diárias dentro de uma residência, além disso, traz mais conforto, comodidade,
eficiência energética e segurança para quem a utiliza.
15

Figura 5: Exemplo da domótica.

Fonte: SISLITE, 2016

A Figura 5 está representando as várias tecnologias que podem ser aplicadas dentro de
uma residência para torna-la automatizada e inteligente, dentre eles, o comando e controle da
luminosidade, controle de persianas, comando e controle dos eletrodomésticos, controle de
sistemas de alarme antifurto e controle dos parâmetros ambientais da residência.

2.2.1 Vantagens e desvantagens da domótica

Como em diversas tecnologias presentes no nosso cotidiano, a domótica possui as suas


vantagens e desvantagens que dependerão também do gosto e necessidade de quem as utilizam.
Segundo Prudente (2011) as principais vantagens são:

 Maior Conforto: Com as tecnologias da domótica é possível deixar o ambiente mais


acolhedor e agradável para quem as utilizam, devido aos diversos controles de
parâmetros que favorecem em uma boa qualidade de vida de uma pessoa.
 Maior simplicidade no cabeamento elétrico: O cabeamento que serve para conectar os
equipamentos e dispositivos são simples e pequenos, geralmente não são polarizados e,
por isso, difícil acontece erro na instalação.
 Maior segurança: Com a domótica, é possível aumentar os níveis de segurança em uma
residência, tanto na questão de furtos, como em questão das atividades perigosas que
são realizadas dentro de uma casa.
16

 Maior versatilidade: É possível ter autonomia na instalação de uma casa domótica, pois
os seus componentes são facilmente programáveis, devido ao uso de softwares
exclusivos.
 Maior economia na gestão da energia: É possível controlar o uso da energia em uma
residência de diversas formas, na iluminação, no aquecimento, no condicionamento do
ar, entre outros, possibilitando uma economia significativa na gestão de uma casa
domótica.

Segundo Lamb (2015) a domótica também possui suas desvantagens:

 Alguns eletrodomésticos não podem ser automatizados: Nem todos os equipamentos


podem ser automatizados de acordo com o gosto pessoal de cada pessoa, as vezes a
utilização manual se torna mais eficiente.
 Maior custo na instalação: Com a tecnologia atual, os preços dos equipamentos
utilizados na automação são relativamente caros de acordo com cada região.
 Necessidade de pessoas qualificadas para manutenção: Nem todas as pessoas são
qualificadas para manter um sistema automatizado em perfeito estado, o que torna o
preço de manutenção um pouco mais caro.

“No geral, as vantagens parecem superar as desvantagens. Seguramente, é possível dizer


que os países que adotaram a automação desfrutam de um padrão de vida mais elevado do que
aqueles que não adotaram” (LAMB, 2015, p.4).
17

3. A ILUMINAÇÃO NA CASA AUTOMATIZADA (DOMÓTICA)

Após um breve contexto histórico e o conhecimento adquirido sobre os benefícios e


desvantagens da domótica, entraremos em um estudo sobre uma das utilidades da automação
residencial, a iluminação automatizada. Mas antes disso, se faz necessário entender um pouco
sobre algumas generalidades da iluminação residencial e alguns comandos de luz bastante
comuns nas residências atuais para assim se ter uma melhor compreensão do estudo, benefícios
e análise da iluminação automatizada.

3.1 Generalidades

A iluminação artificial é um dos fatores principais e um dos muitos benefícios


adquiridos com o descobrimento da eletricidade. Através dela foi possível ter uma melhor
experiência de trabalho, convivência com outras pessoas e uma melhor visão em ambientes
escuros.

As lâmpadas elétricas, que são os instrumentos da iluminação elétrica, hoje em dia, estão
cada vez mais sofisticadas e econômicas, além de possuir uma fácil instalação. Porém, a
dificuldade surge quando a instalação de seus componentes precisa ser feita em um determinado
ambiente com o intuito de agradar as pessoas que a utilizarão.

A instalação da iluminação não é tão difícil do ponto de vista técnico; ao


contrário, é simples de ser realizada. A dificuldade é como instalar os
componentes no espaço de um ambiente, já que sabemos que a iluminação é
fundamental para o conforto e a vivência cotidiana das pessoas (PRUDENTE,
2011, p. 57).
A cada dia, as pessoas se tornam mais exigentes em relação a estética de suas casas e a
iluminação é um dos fatores que contribuem com esse processo. Mas, não são todos os
ambientes residenciais ou prediais que podem levar a estética como fator principal. Os
ambientes comerciais utilizam outros fatores, como por exemplo, a segurança.

É importante enfatizar que nos ambientes domésticos o proprietário pode


escolher o próprio projeto de iluminação com base em seu desejo. Já no
ambiente de trabalho ou em ambiente aberto ao público, o projeto de
iluminação deve ser planejado obedecendo aos critérios de segurança, em caso
de falta de energia, segundo o tipo de iluminação (por exemplo, loja de roupas,
restaurante, etc.) (PRUDENTE, 2011, p. 57).
Existe uma disciplina que tem como foco principal o estudo dessa iluminação,
principalmente em casas, residenciais e prédios, a luminotécnica. Essa disciplina geralmente é
18

vista nos cursos de instalações elétricas prediais e discutidas rapidamente em outros cursos que
envolvam a iluminação.

3.2 Exemplos tradicionais de comandos de luz

Em ambientes que contenha uma iluminação elétrica, se faz necessário, pelo menos, que
haja um comando elétrico, no caso, um interruptor, e um ponto de luz, no caso, uma lâmpada.
Com os comandos de luz é possível desligar e ligar uma ou mais lâmpadas através do
pressionamento de teclas. Os mais comuns tipos de comandos de luz são: comando com
interruptor simples, comando com interruptor three-way (paralelo), comando com interruptor
four-way (intermediário).

3.2.1 Comando de luz com interruptor simples

O comando de luz com interruptor simples consiste no acionamento manual de uma ou mais
lâmpadas, a partir de um único interruptor simples. Ou seja, é o acionamento mais comum e
que toda casa, condomínio, prédio, comércio e indústria possuem.

Figura 6: Exemplo de acionamento de uma lâmpada com um interruptor simples.

Fonte: SENAI, 1996


19

3.2.2 Comando de luz com interruptor three-way

O comando de luz com interruptor three-way consiste no acionamento de uma ou mais


lâmpadas com dois interruptores three-way. Esse tipo de acionamento permite ligar ou desligar
uma lâmpada em dois pontos diferentes. É geralmente utilizada em quartos grandes, garagens,
em cômodos que contenham escadas e em corredores longos.

Figura 7: Exemplo de acionamento de uma lâmpada com um interruptor three-way.

Fonte: SENAI, 1996

3.2.3 Comando de luz com interruptor four-way

O comando de luz com interruptor four-way consiste no acionamento de uma ou mais


lâmpadas em três pontos diferentes. Para isso, são necessários dois interruptores three-way, nas
extremidades do circuito, e um interruptor four-way no centro da instalação. Com isso, se
pressionarmos qualquer um dos interruptores, a luz ligará, se pressionarmos novamente
qualquer outro interruptor, a luz desligará.

Figura 8: Exemplo de acionamento de uma lâmpada com o auxílio do interruptor four-way.

Fonte: SENAI, 1996


20

3.3 A iluminação automatizada

A iluminação automatizada é um meio bastante eficaz quando se diz respeito a comodidade,


segurança e economia. Diferentemente dos acionamentos elétricos citados nas Figuras 6, 7 e 8,
esse tipo de iluminação é acionada e controlada de acordo com a programação desejada do
consumidor. Com isso, ela pode ser utilizada em diversos tipos de ambientes, tanto no
residencial, como no comercial e, principalmente, no industrial.

Está se tornando comum o fato de que a iluminação também ser gerenciada


pelo sistema de gestão de energia através de uma programação conjunta com
os sensores de luminosidade e ocupação integrados, alcançando-se uma
redução conjunta em torno de 30% e 50% no consumo. As luzes acendem-se
e apagam-se segundo horários previstos e programados conforme a estação do
no, a hora, a luminosidade mínima, o tipo de ambiente, a previsão de horas de
ocupação etc. (BOLZANI, 2004, p. 80).
Atualmente, tornou-se frequente o uso de sensores de presença para acionamentos de
lâmpadas nos corredores de um prédio ou condomínio, no intuito de não deixa-las acesas
quando não houver ninguém trafegando no ambiente e assim economizar uma certa
porcentagem de energia no mês. Esse tipo de utilidade já é um exemplo de iluminação
automatizada, pois há quase nenhuma interferência humana para fazer as lâmpadas ligarem ou
desligarem, basta a pessoa está presente no local onde o sensor atua. Um outro exemplo é o uso
de sensores de luminosidade para ligar um ponto de luz quando não detectar a presença de
luminosidade em um ambiente (geralmente a luz do sol) e desligar quando voltar a detectar,
muito utilizada em postes nas ruas.

Segundo Bolzani (2004), os sistemas inteligentes de iluminação podem ser também


utilizados na decoração de um ambiente ou para torna-los melhores para a utilização de home-
theater ou para leitura de um livro. Além disso, podem ser de boa utilidade na segurança, basta
utilizar um tipo programação que faça as lâmpadas dos cômodos ligarem ou desligarem
automaticamente em um determinado período de tempo para indicar que tem alguém em casa
e assim afastar os intrusos que possam surgir.

A comodidade é um outro fator importante para o uso da iluminação automatizada por


determinadas pessoas. O ser humano com o passar dos tempos vem se tornando cada vez mais
sedentário e o método mais fácil para se cumprir determinada ação se torna a melhor escolha
para esses tipos de pessoas. Atualmente, já é possível o acionamento de pontos de luz através
do infravermelho do controle remoto, o que torna admissível o desligamento de uma lâmpada
quando se está deitado, sentado ou longe do cômodo.
21

Segundo Muratori e Dal Bó (2013), dentre os recursos da automação residencial mais


divulgados por diversos fabricantes quando se diz respeito a economia de energia elétrica na
iluminação é o da dimerização. A dimerização de uma lâmpada consiste no controle da potência
entregue a mesma, através de um dimmer, que proporciona uma variação de 0 a 100% da
potência aplicada, porém essa variação de potência influencia diretamente na luminosidade.
Além disso, nem todas as lâmpadas podem ser dimerizadas. As que podem são: incandescentes,
halógenas e dicroicas (filamentos), fluorescentes com reatores dimerizáveis (0-10V) e alguns
tipos mais recentes de LEDs.

3.3.1 A eficiência energética da iluminação automatizada

Dentre os principais benefícios da automação residencial envolvendo a iluminação


elétrica é a eficiência energética. A economia de energia se tornou bastante importante, tanto
para o meio ambiente, como para o bolso do consumidor. Por isso que algumas campanhas são
realizadas para evitar o seu desperdício, pois não são apenas os fatores individuais que são
atingidos pelo mau uso da eletricidade, mas os coletivos também, porque envolve o meio
ambiente.

Todo o equipamento possui uma potência, que geralmente vem ilustrada em sua
embalagem e é apresentada em Watts, que simboliza a quantidade de energia necessária para o
equipamento funcionar no seu regime total de carga. Com a lâmpada não é diferente. Todas
elas possuem uma potência ativa que, hoje em dia, varia de 7 á 150 Watts de acordo com o
fabricante e a necessidade do consumidor.

Como já citado no tópico 3.3 deste trabalho, a dimerização é uma das grandes vantagens
quando se relaciona a economia de energia com uma lâmpada automatizada, pois é possível
controlar a sua potência consumida e assim diminuir o seu gasto de energia.

Alguns cálculos matemáticos simples conseguem demonstrar o consumo de energia de


uma lâmpada de acordo com a sua potência e sua quantidade de horas de consumo.

𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 = 𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑎 𝑙â𝑚𝑝𝑎𝑑𝑎 𝑒𝑚 𝑊𝑎𝑡𝑡𝑠 × ℎ𝑜𝑟𝑎𝑠 𝑑𝑒 𝑓𝑢𝑛𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑝𝑜𝑟 𝑚ê𝑠

A unidade do consumo, neste caso, ficaria Wh (Watts-horas). Porém, como o consumo


de energia é alto, ela é contabilizada em kWh. Então basta dividir a expressão acima por 1000,
já que o “k” significa quilo e que equivale a 10³ = 1000.
22

𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑎 𝑙â𝑚𝑝𝑎𝑑𝑎 𝑒𝑚 𝑊𝑎𝑡𝑡𝑠 × ℎ𝑜𝑟𝑎𝑠 𝑑𝑒 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝑝𝑜𝑟 𝑚ê𝑠


𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 =
1000

A dimerização faz com que a potência consumida pela lâmpada seja inferior a sua
potência total, por isso que o consumo final com a lâmpada dimerizada é inferior. Com isso é
necessário o acréscimo da porcentagem da potência nos cálculos matemáticos.

% 𝑑𝑎 𝑝𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 × 𝑝𝑜𝑡𝑒𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 × ℎ𝑜𝑟𝑎𝑠 𝑑𝑒 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝑝𝑜𝑟 𝑚ê𝑠


𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝑐𝑜𝑚 𝑑𝑖𝑚𝑒𝑟𝑖𝑧𝑎çã𝑜 =
1000

Em todos os estados do Brasil existe uma concessionária de energia elétrica, que é uma
empresa responsável pela transmissão da energia elétrica para cada residência, a qual atribui
um preço tarifário em reais por cada kWh usufruído pelo consumidor. Cada concessionária
possui as suas tarifas e os seus benefícios de acordo com a modalidade (perfil) de cada
consumidor (baixa, média e alta tensão). Para saber o valor do consumo gasto em reais por cada
lâmpada utilizada em uma residência, basta fazer uma regra de três simples, no qual o “X”
representa o valor em reais do consumo da lâmpada em kWh.

1𝑘𝑊ℎ − − − − − −−> 𝑃𝑟𝑒ç𝑜 𝑒𝑚 𝑅$ 𝑑𝑜 𝑘𝑊ℎ

𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝑑𝑎 𝑙â𝑚𝑝𝑎𝑑𝑎 𝑒𝑚 𝑘𝑊ℎ 𝑝𝑜𝑟 𝑚ê𝑠 − − − − − −> 𝑋

Resolvendo esta regra de três, a equação fica da seguinte forma:

𝑋 = 𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝑑𝑎 𝑙â𝑚𝑝𝑎𝑑𝑎 𝑒𝑚 𝑘𝑊ℎ 𝑝𝑜𝑟 𝑚ê𝑠 × 𝑃𝑟𝑒ç𝑜 𝑒𝑚 𝑅$ 𝑑𝑜 𝑘𝑊ℎ

Calculado o consumo da mesma lâmpada sem a dimerização e com a dimerização é


possível avaliar a redução no consumo de potência e, consequentemente, a economia em reais
por mês de utilização. Basta fazer a diferença entre os dois casos.
23

4. MATERIAL E MÉTODO

No intuito de demonstrar a maioria dos conceitos apresentados neste trabalho foi realizada
uma atividade prática utilizando os módulos inteligentes e educacionais da empresa italiana De
Lorenzo. Para isso foi montada uma bancada com alguns módulos essências e específicos para
o acionamento de lâmpadas através do controle remoto por infravermelho. Uma das lâmpadas,
além de ser ligada ou desligada, também pode ser dimerizada de acordo com a vontade de quem
as utilizar. Assim foi possível visualizar, mais de perto, os benefícios e as vantagens adquiridas
com a utilização da iluminação automatizada em uma residência.

Figura 9: Bancada com o material didático da De Lorenzo com módulos em execução.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017

4.1 Módulos utilizados

Em todo sistema elétrico é necessário o uso de dispositivos de proteção para a segurança


dos equipamentos elétricos contra curtos-circuitos e sobrecargas e, além disso, aumentar a
segurança de quem manuseia esse determinado sistema. A bancada da De Lorenzo possui um
módulo destinado a proteção de todo o sistema, chamado de DL2101T70, que possui um
disjuntor magnético térmico e um LED de indicação de ligamento. É muito útil para manter o
sistema sempre protegido, pois, segundo o seu manual, este módulo suporta uma corrente
nominal de até 16 amperes, uma tensão nominal de 230 volts, operando com uma tensão mínima
de 100 volts e possuindo uma sensibilidade de 30 × 10-3 amperes (30 mA).
24

Figura 10: Módulo DL2101T70.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017

Foi utilizado também um outro módulo básico, que é uma unidade de fonte de
alimentação para o barramento do sistema, denominado DL2101T71. Segundo o seu manual,
ele converte uma tensão de até 230 V (CA) em uma tensão de 29 V (CC) para alimentar o
sistema de dados.

Figura 11: Módulo DL2101T71.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017


25

Para conectar um microcomputador ao conjunto de módulos e transferir para eles a


programação necessária para executar determinada função foi necessário o uso de um outro
módulo, denominado DL2101T90. Ele possui uma conexão via USB e possibilita dirigir,
identificar, visualizar e diagnosticar todos os dispositivos conectados ao barramento do sistema.

Figura 12: Módulo DL2101T90.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017

O módulo utilizado para enviar sinais através de duas saídas para outros dois
componentes elétricos conectados ao sistema e que possam ser independentes entre si é
denominado de DL2101T90, conhecido também como módulo das saídas binárias. Essas duas
saídas podem desempenhar funções diferentes de acordo com a programação destinada para
elas. Essa programação é elaborada em um software específico para o sistema, sendo
desenvolvida para suprir a necessidade / objetivo de quem utilizará o módulo. Nesta prática,
por exemplo, o objetivo é o acionamento de duas lâmpadas independentes entre si e que serão
acionadas a partir de dois tipos de comandos elétricos. Quando um dos comandos for executado,
uma das saídas fechará e a lâmpada acenderá.
26

Figura 13: Módulo DL2101T80.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017

Um módulo específico utilizado nesta prática foi o DL2101T81. Nele está contido um
dimmer universal que tem a função de regular e controlar a luminosidade de lâmpadas
incandescentes e alógenas. Segundo o fabricante, este módulo possui uma proteção eletrônica
contra curto circuitos e sobrecarga, pode ser alimentado com uma tensão de até 230 V e suporta
uma carga de até 250 W.

Figura 14: Módulo DL2101T81.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017


27

O módulo utilizado para o acionamento das lâmpadas via controle remoto foi o
DL2101T84. Ele possui um transmissor e um receptor sem fio (infravermelho) que envia e
recebe os dados (comando) e os direciona para o sistema. Segundo o seu manual, o seu
transmissor e o seu receptor funcionam em até 8 metros de distância entre si, o que faz com que
o acionamento de determinada lâmpada seja realizado em diversos cômodos da casa,
dependendo do tamanho da mesma.

Figura 15: Módulo DL2101T84.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017

Por fim, o último módulo utilizado foi o DL2101T91. É o módulo que contem dois
receptáculos para duas lâmpadas incandescentes independentes entre si. Nesta prática foi
utilizado dois módulos DL2101T91, pois houve a necessidade da utilização de três lâmpadas.
As três lâmpadas possuem uma potência de 18 Watts e todas as três são possíveis de dimerizar.
28

Figura 16: Módulo DL2101T91.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017

4.2 Metodologia

Quase todos os módulos citados anteriormente são “inteligentes”, ou seja, são


programáveis e assim são capazes de realizar diversas funções com pouquíssima ou até mesmo
sem nenhuma intervenção humana. Para eles executarem o objetivo desta prática foi necessário
criar uma programação que vinculasse todos os módulos específicos e básicos com o módulo
transmissor e receptor de dados, o DL2101T84. Com isso, o transmissor (controle remoto) deste
módulo seria capaz de realizar alguns comandos para as lâmpadas conectadas ao módulo
DL2101T91. Para isso, foi utilizado o Software ETS - Engineering Tool Software, em português
significa Software de Ferramentas de Engenharia, criado para configurar instalações de
residências e edifícios inteligentes com o protocolo de comunicação de rede – KNX,
desenvolvida pela Associação KNX. Com este software foi possível criar um miniprojeto
residencial capaz de controlar todos os módulos conectados ao sistema e assim fazer com que
ele realize as funções programadas, no caso desse projeto, o controle da luminosidade através
do controle remoto.

Este software também é capaz de auxiliar na produção de diversos projetos elétricos


residenciais simultaneamente e salvá-los em seu banco de dados. Com isso, tornou-se bastante
ágil a sua utilização, já que em uma residência inteligente pode conter diversos equipamentos
que necessite de diversas programações diferentes.
29

Figura 17: Interface principal do programa ETS.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017

Para iniciar a programação é necessário criar a estrutura básica do programa, ou seja, a


estrutura que o programa necessita para adicionar todos os módulos no sistema. Para tanto, é
necessário seguir alguns passos, como clicar na opção “novo projeto” e depois definir as
configurações do “novo projeto” (atribuir um nome, os níveis, etc.) como ilustrados na Figura
18.

Figura 18: Criação de um novo projeto no ETS.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017


30

Após estes passos, será aberta uma janela de início do programa. Com ela será
possível adicionar a estrutura básica. Basta clicar com o botão direito em “edifício”, depois
com o botão esquerdo em “adicionar edifício”, então aparecerá uma tela para colocar o nome
do edifício e depois é só clicar em “ok”.

Figura 19: Criação da estrutura básica do programa.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017

Após este procedimento, a estrutura com o nome “edifício 1” aparecerá no programa.


Dentro da estrutura “edifício 1” é necessário adicionar o “andar 0” e depois o compartimento
“sala 1” de modo semelhante a criação do “edifício 1” feita anteriormente. Depois disso, a
estrutura básica do programa foi criada e então se faz necessária a adição dos drives dos
módulos a serem utilizados, basta colocar o nome deles na opção de pesquisa. A Figura 20
ilustra, claramente, a estrutura e os drives fundamentais para a execução do programa.

Figura 20: Estrutura completa do programa com os drives.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017


31

Após inserir os drives dos módulos é necessário editar os parâmetros do universal


dimmer e do controle remoto, para que eles executem bem a sua função. Basta clicar no drive
de cada um desses dois módulos com o botão direito e ir em editar parâmetros. Os parâmetros
adequados para a execução estão ilustrados na Figura 21 e na Figura 22.

Figura 21: Parametrização do universal dimmer .

Fonte: Manual Prático EIB, 2013

Figura 22: Parametrização do controle remoto.

Fonte: Manual Prático EIB (Adaptado), 2013


32

Após editar os parâmetros, inicia-se a parte da vinculação dos módulos, ou seja, eles
precisam estar conectados entre si. Em uma instalação tradicional, por exemplo, eles
precisariam estar conectados somente entre fios, porém, nesse caso, se tratam de módulos
inteligentes e precisam de uma interligação virtual para que a programação seja concluída. Essa
interligação é feita através dos endereços de grupo. Quando dois módulos possuem o mesmo
endereço de grupo, eles estão vinculados.

Para criar um endereço de grupo basta clicar com o botão direito em um dos
componentes dos drives dos módulos, depois clicar em “vincular com...”. Após isso, aparecerá
uma janela para colocar o código do endereço. Os códigos e as vinculações estão ilustrados na
Figura 23.

Figura 23: Endereços de grupos e vinculação dos módulos.

Fonte: Manual Prático EIB, 2013

Os códigos 0/0/1, 0/0/2, 0/0/3, 0/0/4 são os endereços de grupos que devem ser criados.
As cores das setas também indicam os quatro endereços e para onde eles deverão ser
vinculados: verde escuro (0/0/1), verde claro (0/0/2), vermelho (0/0/3) e amarelo (0/0/4). Para
vincula-los, basta “arrastar” com o mouse o código do endereço do grupo do drive de um
módulo para outro. Com isso, o programa fica pronto para ser repassado para os módulos físicos
via cabo USB.
33

Figura 24: Programa pronto com todos os vínculos realizados.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017

Antes de repassar o programa para o sistema de barramento, os módulos precisam estar


preparados para recebe-los, ou seja, eles precisam ser conectados fisicamente, tanto ao sistema
de potência (alimentação), como ao sistema de comunicação (dados). A Figura 25 exemplifica
o esquema a ser montado para conectar os módulos aos dois sistemas.

Figura 25: Esquema de conexão do sistema de potência e de rede.

Fonte: Manual Prático EIB, 2013


34

Após conectar o microcomputador ao módulo DL2101T90 via cabo USB é necessário


selecionar a porta USB no software, situada no canto inferior esquerdo da tela e, por fim, fazer
o download do programa. Para fazer o download basta ir na opção “colocação em serviço”,
depois na opção “download” e depois em “programar tudo”. Do lado direito do software,
aparecerá todos os drives dos módulos contido no programa. Neste momento é necessário
pressionar um mini botão contido em cada um dos módulos físicos, neste caso, no módulo
DL2101T81, que é o universal dimmer, e no módulo DL2101T80, que é a saída binária. O
módulo DL2101T84, que é o transmissor e receptor sem fio, possui uma exceção. Ele não
possui um botão de ativação, pois para ativa-lo deve-se aproximar um imã ao seu receptor,
como mostrado na Figura 25. Depois de liberar os módulos físicos, um a um, de acordo com a
necessidade do software, o programa será todo repassado e gravado para o sistema de rede dos
módulos físicos, se não ocorrer nenhum erro. Após fazer todo o download, os módulos ficarão
prontos para a utilização e o cabo USB, que provavelmente ainda estará conectando os módulos
físicos ao microcomputador, poderá ser retirado.

Figura 26: Acionamento dos módulos físicos pressionando um mini botão e aproximando um imã.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017

Concluída esta etapa, a bancada com os módulos estará apta para realizar todas as
funções desenvolvidas durante a sua programação, ou seja, as lâmpadas conectadas ao módulo
DL2101T91 poderão ser controladas via controle remoto (infravermelho). O controle remoto
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será capaz de ligar e desligar todas as três lâmpadas conectadas ao sistema e também possuirá
um botão especifico para a dimerização de uma delas.

Figura 27: Bancada com os módulos pronta para utilização.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017

4.3 Análise da eficiência energética com a utilização da dimerização

Como já foi visto anteriormente, a dimerização de uma lâmpada não traz apenas
comodidade, visto que o consumidor consegue controlar a intensidade luminosa, mas também
promove um outro benefício bastante procurado pelas pessoas: a eficiência energética vinculada
a economia financeira.

Com a atividade prática realizada neste capitulo foi feita uma análise desse fator,
levando em consideração a dimerização comandada via controle remoto. Essa dimerização é
feita pressionando, sem soltar, um dos botões do controle (um botão para aumentar o brilho,
outro para diminuir). Esse comando afeta diretamente a potência da carga, então, visto que a
potência é igual ao produto da tensão com a corrente, e a resistência da lâmpada é sempre
constante, haverá a diminuição da corrente e da tensão aplicada a ela quando diminuir a sua
intensidade luminosa, ou seja, diminuir sua potência consumida.
36

Levando em consideração essas informações, foi feita uma medição de tensão e de


corrente com a lâmpada em seu nível máximo de luminosidade (potência máxima consumida)
e outra medição com o seu brilho diminuído via controle remoto (dimerizada).

Figura 28: Medição da tensão e da corrente com a luminosidade máxima.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017

Figura 29: Medição da tensão e da corrente com a luminosidade diminuída.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017


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Na Figura 28, tem-se a medição da tensão e da corrente na lâmpada conectada aos


módulos com o seu nível máximo de luminosidade. O multímetro do lado esquerdo está
medindo a corrente elétrica que está passando pela carga, no caso, 80.2 mA. No lado direito, o
multímetro está medindo a tensão aplicada a carga, 217 V. Calculando a potência da lâmpada
com o seu nível máximo de luminosidade, tem-se:

𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 = 𝑇𝑒𝑛𝑠ã𝑜 × 𝐶𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒


𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 = 217 𝑉 ×(80.3 × 10−3 𝐴)
𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 = 𝟏𝟕, 𝟒𝟐 𝑾

Já na Figura 29, mostra a medição da tensão e da corrente da mesma lâmpada, porém


com a sua intensidade luminosa diminuída através do controle remoto. O multímetro do lado
esquerdo está medindo o valor da corrente, 55.90 mA. Já o multímetro do lado direito está
medindo a tensão aplicada na lâmpada, 77V. Calculando a potência da lâmpada com o seu nível
de luminosidade diminuído, tem-se:

𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 = 𝑇𝑒𝑛𝑠ã𝑜 × 𝐶𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒


𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 = 77 𝑉 × (55.90 × 10−3 𝐴)
𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 = 𝟒, 𝟑 𝑾

Como foi visto e provado por cálculos matemáticos, a dimerização afeta diretamente a
potência da lâmpada. Com isso é possível calcular a eficiência energética, por mês, desta
lâmpada com o uso da dimerização.

Utilizando-se deste exemplo e utilizando-se das equações matemáticas para calcular o


consumo por mês, em kWh, mostradas no capítulo 3 deste trabalho, de uma carga, e levando
em consideração a sua utilização em 5 horas por dia e o mês com 30 dias, tem-se:

Lâmpada com sua intensidade luminosa máxima.

𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑎 𝑙â𝑚𝑝𝑎𝑑𝑎 𝑒𝑚 𝑊𝑎𝑡𝑡𝑠 × ℎ𝑜𝑟𝑎𝑠 𝑑𝑒 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝑝𝑜𝑟 𝑚ê𝑠


𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 =
1000

17,42 𝑊 × 5 ℎ × 30 𝑑𝑖𝑎𝑠
𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 = = 𝟐, 𝟔𝟏𝟑 𝒌𝑾𝒉 𝒑𝒐𝒓 𝒎ê𝒔
1000

Lâmpada com sua intensidade luminosa diminuída.

𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑐𝑜𝑚 𝑎 𝑑𝑖𝑚𝑒𝑟𝑖𝑧𝑎çã𝑜 × ℎ𝑜𝑟𝑎𝑠 𝑑𝑒 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝑝𝑜𝑟 𝑚ê𝑠


𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝑐𝑜𝑚 𝑑𝑖𝑚𝑒𝑟𝑖𝑧𝑎çã𝑜 =
1000
38

4,3 𝑊 × 5ℎ × 30 𝑑𝑖𝑎𝑠
𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝑐𝑜𝑚 𝑑𝑖𝑚𝑒𝑟𝑖𝑧𝑎çã𝑜 = = 𝟎, 𝟔𝟒𝟓 𝒌𝑾𝒉 𝒑𝒐𝒓 𝒎ê𝒔
1000

Então: 𝑘𝑊ℎ 𝑒𝑐𝑜𝑛𝑜𝑚𝑖𝑧𝑎𝑑𝑜𝑠 𝑝𝑜𝑟 𝑚ê𝑠 = 2,613 − 0,645 = 𝟏, 𝟗𝟔𝟖 𝒌𝑾𝒉

Portanto, pode-se perceber que a diminuição da intensidade luminosa, utilizando-se


como exemplo esta lâmpada, traz uma economia de 1,968 kWh com essa intensidade luminosa.
O que era de se esperar, pois diminuindo a intensidade luminosa, diminui-se a potência
consumida pela lâmpada, ou seja, a energia gasta por ela. Além disso, promove-se uma
economia financeira, pois com menos potência gasta, menor será o valor cobrado pela
concessionária de energia.

Essa análise de economia foi realizada sem pensar no ambiente ou na ação que o
consumidor realizará utilizando-se da iluminação desta lâmpada. Óbvio que para algumas
atividades humanas a intensidade luminosa não pode ser muito baixa, assim como em outras,
não deve ser muito alta.

Vale salientar também que a dimerização é um dos meios de economia de energia


elétrica e comodidade, existem, também, outros meios que podem ser estudados em outros
trabalhos.
39

5. CONCLUSÃO

Através da pesquisa bibliográfica e da atividade prática, realizada neste trabalho, foi


possível concluir que houve um grande desenvolvimento na iluminação residencial, desde o seu
surgimento até a atualidade. Esse desenvolvimento trouxe grandes vantagens econômicas e
eficiência energética para dentro das residências. A comodidade em sua utilização revelou-se
também ser um outro grande benefício, pois os acionamentos automáticos ou por infravermelho
diminuem os esforços humanos e trazem mais eficiência em seu uso.

Além disso, também foi possível verificar que a dimerização é um dos meios para se obter
economia de energia por mês, através da diminuição na porcentagem da intensidade luminosa
de uma lâmpada. Porém, é importante levar em consideração outros fatores como o ambiente
de iluminação e a atividade humana realizada no ambiente considerado para que sejam
compatíveis com a intensidade luminosa ofertada.
40

6. REFERÊNCIAS

PRUDENTE, Francesco. Automação Predial e Residencial: uma introdução. Rio de Janeiro:


LTC, 2011.

LAMB, Frank. Automação Industrial: na prática. Porto Alegre: AMGH, 2015.

SILVEIRA, Paulo Rogério da; SANTOS, Winderson E. Automação e controle discreto. 5.


Ed. São Paulo: Editora Érica Ltda, 1998.

ROSÁRIO, João Maurício. Automação Industrial. São Paulo: Baraúna, 2009.

MURATORI, José Roberto; DAL BÓ, Paulo Henrique. Automação Residencial: Conceitos e
Aplicações. 1.Ed. Belo Horizonte: Editora Educere, 2013.

BOLZANI, Caio Augustus Morais. Residências Inteligentes. 1.Ed. São Paulo: Editora Livraria
da Física, 2004.

OWEN. Engenharia de Automação. Disponível em: <http://www.owen-


automacao.com.br/?page_id=117>. Acesso em: 04 Fev. 2017.

CPEL FÍSICA. As leis da termodinâmica – Máquinas a Vapor. Disponível em:


<http://cpelfisica.blogspot.com.br/2015/06/2015-as-leis-da-termodinamica-maquinas.html>.
Acesso em: 04 Fev. 2017.

SENAI. Desenho Elétrico. Disponível em: <


http://www.ebah.com.br/content/ABAAAeyfkAB/desenhos-eletricos-senai-cst> Acesso em:
04 Fev. 2017.

SISLITE. Integração de sistemas. Disponível em: <http://www.sislite.pt/domus.htm>.


Acesso em: 05 Fev. 2017.

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