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Um olhar sobre a psicologia

A hereditariedade e o meio
Cada ser humano tem características próprias, caracteristicas que os tornam únicos. No
entanto, para conseguirmos explicar esse facto, temos que ter em conta dois aspectos
essenciais: o meio e a hereditariedade. Assim sendo, ao conjunto de caracteristícas que uma
pessoa recebe por hereditariedade dá-se o nome de genótipo e ao conjunto de caracteristicas
que um individuo apresente, resultado da sua hereditariedade e de influência do meio,
denominamos fenótipo.

Um indivíduo é, ao longo da sua vida, muito influenciado pelo meio. Assim, o meio é constituido
por elementos que intervêm no comportamento de cada indivíduo. De realçar, que esta
influência é também notória nos nove meses em que a criança eatá a desenvolver-se - meio
intra-uterino -, uma vez que se a mãe se alimenta mal, ingere ácoo, é toxicodependente,
etc.,estes comportamentos inadequados da mãe podem trazer problemas fisicos e mentais no
desenvolvimento da criança, provocando nesta uma dependêcia das mesmas substâcias.

A genética também tem grande influência nas características de um indivíduo. Referimos


sempre a influência nas caracteristicas físicas (a cor da pele, dos olhos, do cabelo, etc.), porém,
a influência genética actua também sobre as estruturas orgânicas - sistema nervoso e
endócrino -, que são muito importantes para o comportamento humano.

Há quem defenda que o nosso desenvolvimento é influênciado sobretudo pelo meio, ou


principalmente pela hereditariedade. Porém, a hereditariedade não pode exprimir-se sem um
meio apropriado, assim como o meio não tem qualquer efeito sem o potencial genético. Por
isto, afirma-se que a hereditariedade e o meio interagem, determinando o desenvolvimento
orgânico, psicomotor, a linguagem, a inteligência , a afectividade, etc.

De realçar, que vários são os exemplos que comprovam a interacção da hereditariedade e o


meio. Um dos exemplos mais significativos é a inteligência - o nível intelectual mede-se através
de testes de inteligência, que são apresentados sob a forma de Q.I.

O Q.I., grau de inteligência, relaciona-se intimamente com o meio. Por exemplo, quando a
criança está inserida num ambiente economicamente menos favorável, este é normalmente
menos estimulante intelectualmente, daí que a criança tenha um Q.I. mais baixo. Contudo,
temos também uma situação inversa, dependendo da personalidade de cada um, visto que a
mesma situação de pobreza, pode ser estímulo para atingir um nível cognitivo mais alto que
permita uma ascenção social e económica.
Existem também estudos que relacionam a inteligência com a afectividade familiar. Por
exemplo, verificou-se que crianças que foram adoptadas depois de terem vivido em orfanatos
manifestaram um aumento no seu Q.I., precisamente provocado pela afectividade e
consequente estímulo.

Não podemos, contudo, restringir ao meio a influência no desenvolvimento do Q.I. em cada


criança. A hereditariedade assume também uma imporância crucial. O melhor exemplo é o
caso dos gémeos homozigóticos. Existem estudos que comprovam que os gémeos verdadeiros
separados à nascença e criados em meios sócio-económicos diferentes, têm um Q.I.
semelhante, bem como, outras caracteristicas de hereditariedade genética, como sendoo
temperamento, os gestos, predisposições intelectuais...

É um erro, estabelecermos relações de causa-efeito entre o meio e a hereditariedade na


influência do Q.I. ou comportamentos. Trata-se sim, de uma correlação, isto é, meio e
hereditariedade interagem em conjunto com a personalidade de cada um. Por exemplo, não
podemos firmar categoricamente que um indivíduo com um nível sócio-económico baixo tenha
um Q.I. baixo, é provável mas não imperativo.

No fundo, meio, hereditariedade e personalidade (experiências pessoais, emoções...) actuam


em conjunto na formação da personalidade do indivíduo.

Bibliografia:

HETZER Hildegard, Psicologia pedagógica

BUHLER Charlotte, A psicologia na vida do nosso tempo

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