rr O Sistema Financeiro Brasileiro eo Ciclo de Expansto Recente
rmistas de todos os m
Pergunta a seu
etenta explicar a “armadilha do dinhei
mestre se ele quer que se coloque em “
1e vem de cada procedéncia, no que demons-
itaria” do dinheiro. Tenta per
74 no ser obrigado a et
te de querer controlar os
ferta de moeda”” — através do seu
instrumento preferido de politica monetiria — as Letras do Tesouro,
{ue so, na pratica, o instrumento niimero um da especulagdo. Assim a
“esquizofrenia’” aumenta! Tenta controlar os meios de pagamento —
bens e servigos — e atril
{que provoca a inflagao. Sancior
ela liquidez”” e 0 aum
ma” evitar que
sem desconfiar que ambas esto casadas, indissoluvelmente, j& que
negocio de dinheiro é um s6, e € o negécio dos bancos. Todo mundo
acaba se conver
iza¢do de todos os
ieiros. Nem liquidez monetaria, nem liquidez financeira!
Os Impasses Atuais
das Politicas de Emprego
e de Salario
Paulo Renato Souza*
‘A Questiio do Desemprego
A Natureza do Problema do Emprego
‘A questo do emprego em economias capitalistas atrasadas,
conjunturais.
s problemas ‘ais de emprego estao vinculados as carac-
icas mais importantes do desenvolvimento dessas economias &
(éncia de um significativo con-
izam sua capacidade de trabalho.
;portante é o da sazonalidade do
emprego, que deixa uma grande proporgao de trabalhadores sem ocu-
ago durante grande parte do ano; nas cidades, a manifestagao prin-
cipal do problema se da através da grande massa de trabalhadores
autOnomos em atividades de mui
ambulantes, biscateiros, servigo dor
do Departamento de Economia da UNICAMP. Artigo orginal
vem 1982140 0s Impasses Atuais das Polticas de Emprego ede Salério
mais diversificado; e o cardter concentrado e diversifi
deu o proceso de industrializacao, fruto da insereao
no processo de desenvolvimento industrial Face aos paises capi
mais avangados, tendo como conseqiéncia, entre outras coisas, a ado-
‘cdo de técnicas de produclo importadas que atendiam as peculiarida-
des dos paises centrais e afastavam-se de nossa realidade. Foge, coi
|. a0 escopo do presente trabalho a andlise das causas do probl
ma estrutural de emprego.!
E importante, contudo, ter presente essa realidade como pano de
fundo para a andlise conjuntural e observar que, durante 0 pos-
‘guerra, um amplo segmento da forga de trabalho no Brasil — no cam-
po e nas cidades — estava em situagdo de subemprego. Este problema
‘objeto de preocupagto, salvo pelo Fato de traduzir-se
imos de renda para essas pessoas, Um trabalhador
rural que encontra trabalho s6 alguns meses por ano deixa de perceber
remuneragao nos demais; da mesma forma, um trabalhador aut6no-
‘mo no comércio ou servicos das areas metropolitanas, especialmente
das regides periféricas (Recife, Salvador, Fortaleza etc.), no
gue — em grande parte dos casos — obter sequer o salario minimo
regional.
"Nas zonas rurais, se computarmos o tempo total disponivel de
todos os trabalhadores ao longo do ano ¢ 0 compararmos com a de-
“efetiva’” de mao-de-obra, chegaremos a um ‘indice de subem-
prego” da ordem de 40 a 45% em 1970, como média nacional, segun-
do estimativas da OIT baseadas nos dados dos Censos.
ma pesquisa mais acurada realizada pela UNI-
CAMP, também em base censal, mostrou que no periodo 1950-70
‘da forea de trabalho estava ocupada por conta propria
m empresas muito pequenas ou pouco organizadas, o que na
maioria dos casos significava também muito baixa renda.
ema do emprego nfo é estatico. Ao contra:
sm que a dispo-
‘onstante alterago por forca do ntime-
ro de jovens que ingressam no mercado de trabalho e das pessoas que
‘migram das zonas rurais as cidades e de uma regido a outra; por outro
lado, a demanda por mao-de-obra por parte das
das ou ‘“‘modernas”, especialmente nas cidades (com
servigo piiblico etc.), € uma fungao do ritmo de crescimento de sua
producdo. Poderiamos, para simplificar, dizer que esses sto os fend:
Desenvot
‘menos concretos de “‘oferta” e
des. A partir dai, podemos caracterizar os fendmenos “‘conjunturais
de emprego.
Se, durante um determinado perfodo, a demanda de mao-de-
obra por parte do “*nticleo” organizado ou moderno do sistema eco-
ndmico se acelera, superando o ritmo com que vem crescendo a “ofer-
ta” — fruto do crescimento populacional e da liberagao de m&o-de-
‘obra do campo — pode-se chegar a caracterizar uma certa ‘escassez””
de mao-de-obra nas cidades por certo periodo, apesar de persistirem
em nivel elevado os problemas estruturais de emprego a que nos refe-
rimos antes. Da mesma forma, quando o ritmo de crescimento da de-
0s problemas estruturais vém somar-se proble-
nas conjunturais de emprego. Nessas ocasides, 0 nimero de desei
wregados aumenta e, mais importante, agravam-se os problemas estru-
pois aumenta também o subemprego.
. Passado
algum tempo de desemprego — no qual o trabalhador consome seu
Fundo de Garantia — a iinica possibilidade de garantir o sustento
para a fami
dos vinham obtendo cai como conseqiiéncia d
putam um mesmo mercado, ou
nuido, como conseqiiéncia da retracao econdmica.
‘Assim, podemos concluir que, apesar de serem duas dimensdes
distintas do problema do emprego, 0s aspectos estruturais e cor
rais esto inter-relacionados. Uma simples diminui¢ao no ritmo de
crescimento do emprego no niicleo “‘moderno” do sistema econémico
(em que seja sequer caracterizada a diminuicdo do emprego em ter-
‘mos absolutos) conduz a aumento no desemprego ¢ agravamento da
situacao do subemprego. Quando o emprego no “‘niicleo” do sistema
cai, em termos absolutos, a situaedo certamente atinge niveis dramati-
oS, pois 0 crescimento.da “oferta” de trabalhadores & um processo
continuo e rapido, especialmente em economias como a brasileira
‘onde as transformagdes no campo, no quadro de uma estrutura age
ria ri eram constantemente amplos segmentos de trabalhado-
res que devem engrossar os contingentes de forga de trabalho urbana.
A Evolucao do Emprego no Brasil nos Anos Recentes
geracdo de empregos no seu nicleo cay
irante todo 0 pés-guerra. O emprego nao agricola cresceu &1.
aprecidvel taxa de 4,3% ao ano no
terada a participagao do emprego “moderno”” ou organizado no total.
Isto significa que, em méd Imente foram criados cerca de 350
mil empregos nesse segmento organizado das atividades urbanas.
‘Ataxa de crescimento do emprego na indastria (de transforma-
G40, extrativa e de servicos industriais de utilidade publica) foi eleva~
da, ainda que a comparemos com a experincia das economias indus-
trializadas em épocas passadas de seu desenvolvimento: 3,6% a0 ano.
Dentro das atividades terciarias organizadas (comércio estabelecido,
transportes, bancos, setor piblico etc.) destacou-se o crescimento do
emprego piblico (especialmente nos servicos sociais) e no comércio de
mercadorias.
Nos primeiros anos da década de 70, duitante os do chamado mi:
ia expandiu-se aceleradamente, apresentando um cres-
a0 ano entre 1969 ¢ 1973. O investimento
eu @ inusitada taxa de 13,8% ao ano. O emprego
m comportamento invulgar: 8,4% ao ano entre
1970 e 74 no Brasil e 8,8% ao ano em Sao Paulo. J
‘Ja no periodo seguinte, marcado pela desaceleragao econdmica,
nento global do produto de 6,8% ao ano entre 1973
de 6,6% ao ano entre os mesmos anos. O investi-
para o total da cconor
te tltimo aspecto ——a desaceleraglo no investimento indus-
tri — tem particular importancia para a anlise da evolugdo do em-
prezo, pois durante os periodos em que a expansio da indistia
baset-se no simples crescimento da produgao corrente, mediante me-
nor aprovetamento da capacidade previamente intalada, 0 cresc-
ento.do emprezo tende a ser menor do que nas situagdes em que @
xpansao industrial verifca-e com a ampliag da capacidade de pro-
& postive sempre recorrer a métodos de
ago, aumento de horas extras ce,
emprego em relagao 4 produgdo. NO
real nidades de
atc
Em geral, os novos investimentos
nas que 0s equipamentos preexistentes ds
de de mao-de-obra por unidade produlzida. Este é um possivel efeito
ivo sobre a demanda de malo-de-obra. Mas, desde que os novos
stituir capacidade ja instalada, mas a
ampliar a existente, seu efeito liquido sobre o crescimento do emprego
tende a ser positivo..
A partir de 1980, especialmente do segundo semestre, 0 governo
brasileiro optou claramente por uma politica recessiva como forma de
Desenvolvimento Capialiste no Brasil us
combater a inflac4o. Como conseqiléncia, a desaceleragao no cresci-
‘mento industrial manifestou-se com maior nitidez. Em varios ramos
J4 se observam no primeiro semestre de 1981 quedas absolutas no
valor da producdo industrial. Estes fenémenos foram també
‘mente visiveis em outros setores, como 0 comércio e alguns servigos,
‘Como conseqiiéncia desse processo de desaceleragdo no cresci-
mento do investimento e da producdo — que é obser
como vimos — e, mais recentemente, como decorréncia da p
recessiva, podemos comprovar também que diminuiu o ritmo da
expansao do emprego industrial. Tomando os dados da FIESP para a
rea metropolitana de Sao Paulo, que pode ser considerada uma espé-
cie de termémetro da situagao do emprego, observamos que no
do 1970-74 a expansto foi de 9,2% ao ano, lerando-se
1974 e 1980 para 2,9% ao ano. A situagao ganhou contornos de dra-
idade no final de 1980 e comegos de 1981.
‘Segundo a FIESP, o emprego industrial caiu 4% no primeiro
semestre de 1981 em relacao ao mesmo periodo do ano anterior; o em-
prego em maio de 82 era 13% menor que em outubro de 1980,
AA situago observada em Sdo Paulo nada mais é do que uma
manifestagao clara da situacdo geral do pais. A Tabela 1 oferece os
jeadores do IBGE do crescimento do emprego a niv
coluna 1, temos o indice do emprego industrial em cada mi
em igual periodo do ano anterior. Observa-se que a partir de 1980 05
Indices diminuem sensivelmente até registrar uma queda de 7% no em-
prego em dezembro de 1981
As colunas 2 ¢ 3 mostram o indice geral de emprego cal
pelo Ministério do Trabalho. Note-se que neste caso a base I
fixada em 12 meses anteriores, mas sim em fevereiro de 1977. As
em fins de 1981 o emprego registrado por essa fonte em Sa0 Paul
‘7% inferior ao vigente cinco anos antes. No Rio de Janeiro 0
emprego era virtualmente 0 mesmo do periodo de base.
Examinando a questo agora do ponto de vista da evolugaio da
“‘oferta’’ de trabalhadores durante a década dos anos setenta, com-
provamos um quadro que no apresenta singronia com a evolucao da
“‘demanda’” por mao-de-obra nas atividades urbanas.
s resultados preliminares do Censo Demogrfico de 1980 dao
regional
Areas que durante a década de cinquenta e sessenta tinham
absorvido populagao de forma significativa passaram a “‘expuls
em termos liquidos. Logicamente, o que determina esses movimentos
populacionais é 0 comportamento da forca de trabalho, especialmente
vinculado as oportunidades de emprego nas zonas rurais
Na década de setenta a regio Norte do pais caracterizou a “nova
fronteira agricola”, registrando 0 mais alto ritmo de erescimento