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Roaming

Um terminal móvel está em roaming quando opera em um sistema celular de uma localidade
diferente daquela em que ele é assinante do serviço.

Roaming: O que é

Em um sistema Celular, o terminal móvel se comunica com o sistema através da


Estação Rádio Base (ERB) mais próxima. A ERB que o terminal móvel se utiliza para
se comunicar com o sistema vai mudando conforme o terminal se move.

Um terminal móvel é registrado em uma Área de Registro, que é a área de localização


do terminal móvel por ocasião da sua habilitação no serviço celular. Esta área serve de
referência para o cálculo do valor das chamadas destinadas ao assinante.

De acordo com o Plano de Serviço escolhido pelo cliente, é definida uma Área de
Mobilidade que:

 corresponde a Área Geográfica que é considerada como referência para


aplicação dos itens “Adicional por Chamada” e “Deslocamento” de Planos de
Serviço do SMC;
 é estabelecida de forma independente dos limites geográficos da Área de
Concessão da operadora celular, podendo ser contínua ou não; e
 pode ser diferenciada entre os Planos de Serviço da operadora celular.

Quando o terminal está fora de sua Área de Mobilidade ele está em roaming, ou seja, ele
é um assinante visitante no sistema celular daquela região. Esta condição é sinalizada no
visor do terminal celular.

Casos possíveis de roaming

Roaming na operadora do assinante


Quando o assinante se move para fora de sua Área de Mobilidade, mas dentro da área
de cobertura de sua operadora. Neste caso o roaming é inteiramente automático, pois as
características técnicas do sistema não mudam.

Roaming com outra operadora

Quando o assinante se move para a área de cobertura de outra operadora (operadora


visitada).

Neste caso o roaming será possível se o terminal for compatível com as características
técnicas da operadora visitada e existir um acordo de roaming desta com a operadora do
assinante.

Roaming: Características Técnicas dos Terminais

As principais características técnicas para permitir o roaming são: freqüência de


operação e padrão de tecnologia do terminal.

A tabela apresenta estas características para os terminais existentes no Brasil.

Terminais Banda A Banda B Banda D Banda E Subfaixas de extensão


AMPS x x - - -
TDMA x x - - -
CDMA x x - - -
GSM - - x x x

Dica: Consulte a seção de referência rápida do Teleco para saber os valores de faixa de
frequência para estas Bandas (Freqüências no Brasil) e as operadoras de Celular no
Brasil.

No Brasil, as bandas A e B utilizam a faixa de 800 MHz e as bandas D e E a faixa de


1,8 Ghz e 900 MHz. As operadoras brasileiras estão enquadradas em um dos dois
serviços, o SMC (Serviço Móvel Celular) ou o SMP (Serviço Móvel Pessoal).

Os primeiros terminais utilizados no Brasil eram de tecnologia AMPS e permitiam a


seleção de Banda A ou B.

Os terminais digitais utilizados hoje nas bandas A e B, na verdade são duais em termos
de tecnologia (TDMA/AMPS ou CDMA/AMPS) e permitem a seleção de banda (A ou
B). Podem, portanto, fazer roaming em digital ou analógico. Alguns destes terminais
possuem ainda a possibilidade de operação em 1,9 Ghz, freqüência Americana do PCS
(Personal Communication System). São, portanto, aparelhos “dual band” (duas faixas
de freqüência) e “dual mode” (digital e analógico).

Os terminais GSM da Oi e TIM são GSM e permitem operação nas bandas D ou E, em


1,8 Ghz e 900 MHz podendo, portanto, fazer roaming na Europa e outros países que
optaram pelas mesmas freqüências e tecnologia. Alguns destes terminais possuem,
também, a possibilidade de operação em 1,9 GHz para funcionamento nas redes GSM
dos EUA. São, portanto, aparelhos “tri band” (três faixas de freqüência, 900 MHz, 1,8 e
1,9 GHz).

Embora exista uma barreira de custo para os terminais “dual mode”, “dual band” e “tri
band”, a indústria preocupa-se em oferecer aparelhos que garantam a mobilidade,
independentemente do país onde o usuário esteja. Isto se deve, claro, à necessidade de
compatibilizar tecnologias e freqüências para dois grandes mercados como o Europeu e
o Americano. Neste sentido, a Qualcomm anunciou recentemente a criação de um
“chip” “multi band” GSM/ CDMA para aplicação em aparelhos celulares.

Roaming: Seleção de Operadora

O terminal é programado pela operadora para um determinado sistema local (Banda/


Padrão de tecnologia). Ao entrar em roaming ele procurará inicialmente um sistema
com as mesmas características.

O roaming entre operadoras de mesma banda e tecnologia ocorre automaticamente e


sem necessidade de re-programação do aparelho.

Para ocorrer roaming entre operadoras de bandas diferentes pode ser necessário,
dependendo do modelo utilizado, re-programar o terminal.

A tabela a seguir apresenta este quadro para roaming entre operadoras das bandas A e
B.

Roaming entre operadoras

Operadoras Mesma CDMA


Banda A e B
Tecnologia e TDMA
Telesp e Telefonica Possível entre
Celular
CDMA automático automático
Banda
A SP, RJ, ES, Ba e SE
via AMPS CDMA->CDMA
Demais Operadoras e
TDMA automático
estados TDMA->TDMA
Global telecom
CDMA automático
PR e SC
ou entre
Banda Não é
B possível
Demais Operadoras e
TDMA automático
estados Banda B e A

no AMPS
Para o usuário do AMPS na Banda A ainda é possível fazer roaming automático em
todo o Brasil. Porém, cada vez mais são encontradas dificuldades com a qualidade da
cobertura.

As operadoras das Bandas D e E em GSM poderão fazer roaming entre si.

Apesar de ser possível desenvolver um terminal com mais de uma tecnologia digital
(CDMA, AMPS e GSM), o custo final do terminal não tornou até hoje esta opção
atrativa.

Serviços em roaming
Quando em analógico, basicamente, o assinante tem acesso ao serviço de voz.

Em digital, no entanto, o cliente tem acesso a, praticamente todos os serviços como


Chamada em Espera, Consulta, Conferência, Identificação de Assinante Chamador,
SMS (Short Message Service) bidirecional, WAP (Wirelless Application Protocol),
Ícones de serviços como Correio de Voz e SMS, etc.

Roaming: Como é cobrado


Quando recebe a
Quando faz a ligação
ligação
Local sem roaming VC1, VC2 ou VC3 nada
AD,

Roaming na Operadora VC2 ou VC3, AD DSL1, DSL2(SMC)

VC2 ou VC3 (SMP)*


AD*,

Roaming com outras DSL1, DSL2(SMC)


VC1*,VC2* ou VC3*, AD*
operadoras
VC2 ou VC3
(SMP)**

* valores da operadora visitada

** no SMP o DSL1 e o DSL2 é substituído por uma chamada de Longa distância da sua
área de registro para sua localização na hora em que recebe a chamada. Neste caso, a
operadora de celular escolhe a operadora de longa distância.

Onde:

VC1 é o valor pago, por minuto, quando o celular que origina a ligação estiver
localizado, no momento da chamada, em área de mesmo código DDD que o telefone
fixo. Na comunicação Móvel-Móvel, a critério da Concessionária do SMC, poderá ser
aplicado acréscimo de até 30% (trinta por cento) sobre o valor VC1.
VC2 é o valor pago, por minuto, quando o celular que origina a ligação estiver
localizado, no momento da chamada, em área cujo primeiro dígito do código DDD é
igual ao do telefone fixo (ou móvel) chamado.

VC3 é o valor pago, por minuto, quando a ligação for feita para um assinante fixo ou
móvel com o primeiro dígito do código DDD diferente.

O Deslocamento 1 (DSL1) é o valor pago, por minuto, pelo assinante do SMC, quando
recebe chamadas fora de sua Área de Mobilidade, porém dentro de sua área de
numeração primária.

O Deslocamento 2 (DSL2) é o valor pago, por minuto, pelo assinante do SMC, quando
recebe chamadas fora de sua Área de Mobilidade e de sua área de numeração primária.

O Adicional por Chamada (AD) é aplicado a cada comunicação destinada ao Assinante


da Concessionária de SMC ou por ele originada, quando localizado fora de sua Área de
Mobilidade. Na prática, as operadoras não cobram AD quando o roaming de seus
clientes é feito em sua própria área de concessão.

Roaming
Quando em roaming, pagam:

Para receber chamadas locais, nacionais e internacionais:

AD - por chamada. Normalmente valor de AD do plano básico de serviço da operadora


visitada, mais

DSL - por unidade de tempo. Valor estabelecido por sua operadora de SMC no plano de
serviço do assinante . No SMP não existe DSL1 e DSL2, estes valores foram
substituídos por uma chamada de longa distância da sua área de registro para o local em
que está na hora em que recebe a chamada. Neste caso, a operadora de celular escolhe a
operadora de longa distância.

Para originar chamadas:

AD - por chamada.

VC1, VC2 ou VC3 - por unidade de tempo.

Os valores para AD e VC1 são os previsto no plano de serviço do assinante sendo


adotados normalmente os valores do plano básico de serviço da operadora visitada.

Os assinantes do SMP podem escolher a operadora de longa distância para VC2 e VC3
utilizando o código de seleção de prestadora (CSP).

Chamada internacional originada – AD da operadora visitada, independentemente da


duração da chamada, mais a tarifa da operadora de longa distância internacional pela
duração da chamada.
Serviços de dados
São cobrados de forma não padronizada pelas operadoras.

Clientes pré-pagos
Praticamente todas as operadoras oferecem roaming para clientes pré-pagos. As regras
de cobrança do serviço de roaming não são padronizadas. Os planos de organizar um
sistema nacional de roaming automático para clientes pré-pagos ainda não tiveram
consenso entre as operadoras, prejudicando a prestação de serviços plena para estes
clientes.

Roaming: Considerações Finais


Relacionamento entre operadoras

Uma operadora de SMC ou SMP é obrigada a prestar o serviço de roaming para


assinantes de operadoras de áreas de concessão diferentes da sua, respeitada a
compatibilidade de tecnologia e freqüência.

A obrigação de cobrar o serviço do cliente visitante é da operadora de origem, que


repassa os valores devidos à operadora visitada após processo mensal de compensação
(clearing).

Não há obrigatoriedade de prestar o serviço de roaming para clientes pré-pagos.


Contudo, as operadoras têm todo o interesse comercial em prestar o roaming para estes
clientes.

As operadoras brasileiras das bandas A e B criaram o CGR (Comitê Gestor de


Roaming), para gerenciar a rede nacional de roaming à qual estas operadoras estão
conectadas. Esta rede utiliza protocolo IS-41C, padrão para AMPS, CDMA e TDMA.

As operadoras de bandas D e E possuem interconexões diretas entre si em protocolo


MAP (Mobile Application Part), padrão para o GSM.

A cada mês é gerado um relatório contendo todo o movimento de tráfego de roaming


entre operadoras para acertos de contas entre elas. Como a cobrança da conta do cliente
é feita pela operadora de origem, os valores de AD, VC1, VC2 e VC3 são
contabilizados para pagamento à operadora visitada. Da mesma forma são repassados
para a operadora de longa distância internacional os valores correspondentes às
chamadas internacionais originadas no Brasil pelo cliente viajante.

Roaming Internacional
O roaming internacional é negociado entre operadores livremente, sendo seu princípio
básico o seguinte:

 as tarifas de uso são as do operador visitado.


 o operador de origem pode cobrar valores específicos para prestar o serviço.
 o operador de origem cobra os serviços do cliente e repassa os valores devidos à
operadora visitada.
 as operadoras visitadas exigem proteções anti-fraude (clone, etc.).

O número utilizado pelo cliente, quando em viagem, nem sempre é o seu próprio
número.

O viajante brasileiro pode usufruir os acordos de roaming das operadoras do País nos
EUA, Europa, Cone Sul, etc.

Há empresas, como a Gradiente, que prestam o serviço de roaming internacional


através de convênios firmados com operadoras brasileiras e estrangeiras. Quando
possível, o cliente utiliza o seu aparelho e numeração da operadora visitada.

A principal barreira para o uso extensivo do roaming internacional são as tarifas


cobradas, principalmente quando comparadas com as da telefonia fixa. Aliado a isto, a
popularização do serviço pré-pago em países que adotam o método CPP (Calling Party
Pays), no qual o cliente só paga pelas chamadas originadas, tem se constituído na
escolha principal dos viajantes que podem usufruir tarifas internacionais mais
econômicas para originar suas chamadas.

Referências

Anatel

Normas 20/96, 21/96, 23/98 e 03/98.

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