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XXIV SNPTEE CB/GPC/17

SEMINÁRIO NACIONAL DE PRODUÇÃO E


TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

22 a 25 de outubro de 2017
Curitiba - PR

GRUPO - GPC
Grupo de Estudo de Proteção, Medição, Controle e Automação em Sistemas de Potência - GPC

LOCALIZAÇÃO DE FALTAS COM CONEXÃO PARA O TERRA BASEADA NA TEORIA DAS


ONDAS VIAJANTES: UMA NOVA ABORDAGEM DE DOIS TERMINAIS INDEPENDENTE DE AJUSTES
E DA SINCRONIZAÇÃO DE DADOS

Felipe V. Lopes(*) Kleber M. Silva


UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA (UnB) UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA (UnB)

RESUMO

Nos últimos anos, a localização de faltas baseada na teoria das ondas viajantes (OVs) usando dados de dois
terminais se consolidou no setor elétrico. Entretanto, sua dependência da sincronização de dados e a necessidade
de ajustes são fontes de erro que ainda podem comprometer o processo de localização de faltas. Portanto,
apresenta-se neste trabalho um algoritmo de dois terminais baseado na teoria das OVs para localização de faltas
com conexão para o terra que é independente de ajustes e da sincronização de dados. Da avaliação do algoritmo
proposto, comprova-se que o mesmo é simples, preciso e confiável.

PALAVRAS-CHAVE

Curtos-circuitos, dados não-sincronizados, linhas de transmissão, localização de faltas, ondas viajantes.

1.0 - INTRODUÇÃO

As funções empregadas na localização de faltas em sistemas de transmissão têm sido cruciais para as redes
elétricas modernas. De fato, após a ocorrência de curtos-circuitos, ao estimar o local do defeito, reduz-se o tempo
de busca pelo ponto da linha a ser reparado, acelerando o processo de recomposição do sistema [1].

Na literatura, encontram-se vários métodos de localização de faltas, dentre os quais, por questões de simplicidade
e custo, os baseados na análise de fasores fundamentais são os mais utilizados [1]. Porém, com o avanço da
tecnologia, o uso de taxas de amostragem elevadas, conversores analógico-digital de alta resolução e de sistemas
para sincronização de dados se tornou uma realidade nas redes elétricas modernas, viabilizando procedimentos de
localização de faltas mais sofisticados, a exemplo dos fundamentados na teoria das OVs [2],[3].

Em relação aos métodos clássicos de localização de faltas que realizam a análise de OVs, sabe-se que o de um
terminal é independente do sincronismo de dados, mas requer como ajuste a velocidade de propagação das OVs,
a qual é calculada a partir dos parâmetros da linha monitorada [1]. Além disso, o método depende da detecção de
ondas refletidas no ponto de falta, procedimento este tipicamente reportado como de difícil realização [1],[2].
Adicionalmente, embora o método clássico de dois terminais requeira apenas a detecção das primeiras ondas
incidentes nos terminais da linha, esta abordagem depende da sincronização de dados e de dois ajustes, a saber:
velocidade de propagação das OVs e comprimento da linha [1]. Em versões do algoritmo clássico de dois terminais
que calculam a localização da falta em termos percentuais do comprimento dos condutores, ainda assim necessita-
se de um ajuste: o tempo de trânsito da linha [3], o qual pode ser medido durante o comissionamento do sistema de
localização de faltas ou calculado a partir do comprimento da linha e da velocidade de propagação das OVs.

Motivados pelos problemas supracitados, apresenta-se neste trabalho um algoritmo de dois terminais para
localização de faltas com conexão para o terra, tipo este que figura como um dos mais comuns em sistemas de
transmissão [1]. O novo algoritmo, avaliado preliminarmente em [4], não requer ajustes, não depende da
sincronização de dados e realiza apenas a detecção de OVs incidentes dos modos aéreo e terra.

(*) Campus Universitário Darcy Ribeiro, Bloco SG-11, Laboratório LAPSE – CEP 70.910-900 Brasília, DF, Brasil
Tel: (+55 61) 3107-1039 – Email: felipevlopes@unb.br
2

Para avaliar o algoritmo proposto, em uma primeira etapa, simulações de faltas em um sistema de 500 kV/60 Hz
foram realizadas no Alternative Transients Program (ATP). Usando os registros simulados, foram comparados os
desempenhos do algoritmo proposto e de outras técnicas de um e dois terminais baseadas na teoria de OVs
reportadas na literatura, considerando a influência de imprecisões nos parâmetros elétricos da linha, bem como no
sincronismo de dados. Por fim, em uma segunda etapa, casos reais reportados na literatura de faltas ocorridas em
linhas de transmissão da China foram avaliados. Dos resultados obtidos, atesta-se que a o algoritmo proposto é
confiável e preciso, bem como vantajoso nos quesitos simplicidade e robustez.

2.0 - BREVE REVISÃO DE MÉTODOS DE LOCALIZAÇÃO DE FALTAS BASEADOS NA TEORIA DAS OVS

Com o intuito de facilitar o entendimento das vantagens do algoritmo proposto que será apresentado
posteriormente, uma breve revisão de técnicas de localização de faltas baseadas na teoria das OVs é apresentada
nesta seção. Para tanto, utiliza-se o diagrama de reflexões ilustrado na Figura 1, onde L é o comprimento da linha,
d é a distância da falta em relação à Barra L, v é a velocidade de propagação das OVs, tL e tR são os instantes em
que as primeiras OVs incidentes atingem as barras L e R, respectivamente, tLr e tRr são os instantes em que as OVs
refletidas no ponto de falta incidem nas barras L e R, respectivamente, tLt e tRt são os instantes nos quais as frentes
de onda refratadas no ponto de falta atingem as barras L e R, respectivamente, e tLadj e tRadj são os instantes em
que as OVs refletidas em barras adjacentes atingem os terminais L e R da linha monitorada, respectivamente.

L
d L- d
Barra L Barra R
Ponto de falta

Rede Rede
Elétrica Elétrica
t v v
tR
t Ladj adj
tR
t Lr t Rt
t Lt t Rr

FIGURA 1 – Diagrama de reflexões para uma linha monitorada em dois terminais com barras adjacentes.

Adotando a Barra L como referência, a distância d é calculada pelo algoritmo clássico de um terminal usando [1]:
(𝑡𝐿𝑟 − 𝑡𝐿 )𝑣 (1)
𝑑1𝑐𝑙𝑎𝑠𝑠 = .
2
Adicionalmente, assumindo que as medições tomadas dos terminais local e remoto se encontram sincronizadas, a
localização da falta pode ser também estimada pelo método clássico de dois terminais usando [1]:
𝐿 − (𝑡𝑅 − 𝑡𝐿 )𝑣 (2)
𝑑2𝑐𝑙𝑎𝑠𝑠 = .
2
Avaliando (1) e (2), percebe-se que os métodos clássicos de um e dois terminais apresentam diferentes vantagens
e desvantagens. Por exemplo, (1) não requer a sincronização de dados e nem o conhecimento do comprimento da
linha L, mas depende da detecção de OVs refletidas no ponto de falta, procedimento este que tem sido reportado
por décadas como de difícil realização [1],[2]. De fato, o instante tLr pode ser facilmente confundido com os
instantes tLadj e tLt relacionados com a incidência de OVs refletidas em barras adjacentes e refratadas no ponto de
falta, respectivamente. O mesmo problema pode ser verificado ao assumir o terminal R como referência, visto que
o instante tRr pode ser facilmente confundido com os instantes tRadj e tRt. Por outro lado, (2) não depende da
detecção de ondas refletidas, mas requer a sincronização de dados, característica esta que limita a aplicação de tal
formulação em sistemas desprovidos de uma referência de tempo comum. Além disso, ambas as formulações
usam como ajuste a velocidade de propagação das OVs, a qual é tradicionalmente calculada usando 𝑣 = 1/√𝑙𝑐,
sendo 𝑙 e 𝑐 a indutância e capacitância por unidade de comprimento de sequência positiva da linha,
respectivamente. Dessa forma, pode-se concluir que (1) e (2) dependem dos parâmetros da linha de transmissão
monitorada, os quais, por sua vez, podem apresentar imprecisões [1].

Na literatura, têm sido reportadas soluções alternativas para: (i) eliminação da velocidade de propagação das OVs
das formulações empregadas na localização de faltas; (ii) eliminação da necessidade de uma referência de tempo
comum quando utilizadas medições de mais de um terminal. Em [5], o método clássico de dois terminais é
adaptado para aplicações em tempo real, eliminando a necessidade do uso do Global Positioning System (GPS)
para sincronização de dados. Porém, nesta aplicação, a velocidade de propagação ainda é utilizada como ajuste.
Em [6], propõe-se uma formulação para localização de faltas que não depende da velocidade de propagação das
OVs. Entretanto, no algoritmo, a detecção de OVs refletidas e a sincronização de dados são necessárias.
3

Em [7], apresenta-se um método de um terminal para localização de faltas com conexão para o terra. Basicamente,
nesta abordagem, parte-se do pressuposto que durante faltas com conexão para o terra existirão OVs dos modos
aéreo e terra se propagando com diferentes velocidades, conforme ilustrado no diagrama de reflexões apresentado
na Figura 2, onde tL0, tL1, tR0 e tL1 são os instantes de incidência das OVs dos modos aéreo e terra nas barras local
e remota (barras L e R, respectivamente), e v1 e v0 são as velocidades de propagação das OVs dos modos aéreo e
terra, respectivamente.

L
d L- d
Barra R
Ponto de falta

Rede Rede
Elétrica v1 Elétrica
v1
t L1 v0 tR1
v0
t L0 tR0
Propagação das OVs de modo aéreo
Propagação das OVs de modo terra

FIGURA 2 – Diagrama de reflexões para uma falta com conexão para o terra.

Sabendo que v1 > v0 [7], as OVs dos modos aéreo e terra incidem nos terminais monitorados em instantes
diferentes. Assim, a detecção das OVs de modo terra pode substituir a detecção de ondas refletidas no ponto de
falta requerida pelo método clássico de um terminal, facilitando o processo de localização de faltas com conexão
para o terra. Portanto, tomando a Barra L como referência e assumindo que as frentes de onda dos modos aéreo e
terra são detectadas corretamente, propõe-se em [7] que a distância d seja calculada usando:
(𝑡𝐿0 − 𝑡𝐿1 )𝑣0 𝑣1
𝑑1𝑡𝑒𝑟𝑟𝑎 = . (3)
𝑣1 − 𝑣0
Avaliando a aplicação de (3) em um procedimento de localização de faltas, percebe-se que a equação não
depende da sincronização de dados e nem do conhecimento do comprimento da linha L, o que já é vantajoso do
ponto de vista prático. No entanto, verifica-se que (3) depende das velocidades de propagação dos modos aéreo e
terra, as quais são tradicionalmente calculadas usando 𝑣1 = 1/√𝑙1 𝑐1 e 𝑣0 = 1/√𝑙0 𝑐0 , respectivamente, sendo 𝑙1
e 𝑐1 a indutância e capacitância por unidade de comprimento de sequência positiva da linha, respectivamente, e 𝑙0
e 𝑐0 a indutância e capacitância por unidade de comprimento de sequência zero da linha, respectivamente. Dessa
forma, pode-se concluir que (3) também depende dos parâmetros da linha de transmissão monitorada, assim como
(1) e (2), o que torna o algoritmo reportado em [7] susceptível a erros em situações nas quais os parâmetros
elétricos da linha não são precisos [1].

3.0 - ALGORITMO PROPOSTO

Assim como o método reportado em [7], o algoritmo proposto é desenvolvido partindo do pressuposto que, na
ocorrência de uma falta com conexão para o terra, existirão OVs dos modos aéreo e terra se propagando na linha
de transmissão monitorada com diferentes velocidades de propagação. Basicamente, a motivação para o
desenvolvimento do algoritmo proposto consistiu no interesse de se obter uma formulação matemática baseada na
teoria das OVs que não dependa da sincronização de dados e nem dos parâmetros da linha monitorada.

A equação (3) apresentada anteriormente representa uma forma alternativa para cálculo da distância d em relação
à Barra L. A estratégia utilizada no algoritmo proposto se baseia na utilização de informações provenientes também
da Barra R, para fins de eliminação das velocidades de propagação do novo equacionamento. Assim, adotando a
Barra R como referência e assumindo que os instantes de incidência das OVs dos modos aéreo e terra são
identificados corretamente, (3) pode ser adaptada para calcular a distância L-d, resultando em:
(𝑡𝑅0 − 𝑡𝑅1 )𝑣0 𝑣1
𝐿−𝑑 = . (4)
𝑣1 − 𝑣0
Avaliando (3) e (4), percebe-se que a soma de ambas expressões resulta em uma equação para cálculo do
comprimento L da linha monitorada em função das velocidades de propagação dos modos aéreo e terra e dos
instantes tL0, tL1, tR0 e tR1, conforme demonstrado a seguir:
[(𝑡𝐿0 − 𝑡𝐿1 ) + (𝑡𝑅0 − 𝑡𝑅1 )]𝑣0 𝑣1
𝐿̃ = 𝑑 + (𝐿 − 𝑑) = , (5)
𝑣1 − 𝑣0
onde 𝐿̃ é o comprimento da linha estimado.
4

Portanto, sabendo que a distância d da falta em relação à Barra L pode ser calculada em ‘pu’ usando
𝑑𝑝𝑟𝑜𝑝(𝑝𝑢) = 𝑑/𝐿̃, a formulação proposta para localização de faltas é obtida dividindo (3) por (5), resultando em:
(𝑡𝐿0 − 𝑡𝐿1 )
𝑑𝑝𝑟𝑜𝑝(𝑝𝑢) = . (6)
(𝑡𝐿0 − 𝑡𝐿1 ) + (𝑡𝑅0 − 𝑡𝑅1 )

Ao analisar (6), percebe-se que: (i) a detecção de ondas refletidas não é necessária, o que torna a aplicação do
algoritmo proposto simples, aumentando sua confiabilidade e robustez; (ii) uma vez que os instantes de incidência
das frentes de onda nos terminais local e remoto não são relacionados entre si, elimina-se a necessidade de uma
referência de tempo comum, ou seja, a sincronização de dados não é necessária; (iii) as velocidades de
propagação das OVs e o comprimento da linha não são variáveis de entrada do algoritmo, tornando a formulação
proposta independente de ajustes, bem como imune a incertezas nos parâmetros da linha. Cabe ressaltar que em
situações nas quais a localização da falta dada em quilômetros venha a ser necessária, o comprimento L da linha
passaria a ser o único ajuste utilizado no algoritmo, sendo utilizada a expressão 𝑑𝑝𝑟𝑜𝑝(𝑘𝑚) = 𝑑𝑝𝑟𝑜𝑝(𝑝𝑢) 𝐿. Nessas
situações, o comprimento L pode ser estimado com boa precisão durante o comissionamento do sistema
localizador de faltas, a partir de procedimentos de energização da linha monitorada, conforme reportado em [8].

Além das vantagens supracitadas, é importante frisar que, por não depender da detecção de ondas refletidas, o
algoritmo proposto também é independente da configuração do sistema em torno da linha monitorada. De fato,
para a aplicação de (6), não importam os valores assumidos pelos coeficientes de reflexão e refração nos terminais
da linha, o que torna o algoritmo proposto generalista em termos de topologia do sistema monitorado.

4.0 - AVALIAÇÃO DO ALGORITMO PROPOSTO

Para avaliar o algoritmo proposto, registros oscilográficos reais e simulados foram considerados. Em ambos os
casos, a frequência de amostragem utilizada/simulada foi de 1 MHz. Como o objetivo do presente trabalho não é
avaliar técnicas de detecção de transitórios, mas sim, demonstrar as potencialidades da formulação proposta para
localização de faltas, os transformadores para instrumentos foram intencionalmente modelados como ideais,
evitando a influência destes no processo de detecção dos instantes de incidência das OVs de interesse.

No algoritmo proposto, apenas OVs de corrente dos modos aéreo e terra obtidas por meio da transformada modal
de Karrenbauer são analisadas [9]. De fato, o uso de sinais de corrente em aplicações baseadas na teoria das OVs
tem predominado nos sistemas que operam em regime de corrente alternada, visto que os transformadores de
corrente (TCs) possuem respostas em frequência reconhecidamente melhores do que as dos transformadores de
potencial capacitivos (TPCs), os quais são tipicamente empregados na medição de tensões em sistemas com
tensão nominal acima de 138 kV [1]. Para extrair as altas frequências dos sinais de corrente monitorados, utilizou-
se o filtro differentiator-smoother reportado em [2],[3], o qual tem sido empregado com sucesso em aplicações reais
de proteção e localização de faltas baseadas na teoria das OVs. Novamente, ressalta-se que o objetivo desse
trabalho não é avaliar técnicas de detecção de OVs, de modo que outras abordagens disponíveis na literatura
poderiam ter sido empregadas na detecção das frentes de onda de interesse, a exemplo das baseadas na
transformada wavelet discreta [10] e na transformada de Park [11].

4.1 Avaliação de Registros Simulados

No total, 306 registros oscilográficos foram gerados por meio da simulação de faltas com conexão para o terra
usando o ATP. Para tanto, foram aplicadas faltas francas dos tipos AT e ABT no sistema de 500 kV/60 Hz ilustrado
na Figura 3, cujos parâmetros foram tomados de um sistema real Brasileiro. Deve-se destacar que quatro linhas
adjacentes com diferentes comprimentos foram incluídas para tornar as simulações mais adversas no que diz
respeito à influência de OVs refletidas em outros pontos do sistema diferentes dos terminais da linha monitorada.

Detector Detector
de OV de OV

Ladj1 L Ponto de falta R Radj1


1,0/0o pu 0,95/-20o pu
ZL,S1 20 km TC TC 15 km Z R,S1
60 Hz 60 Hz
d ZR1,S1 = 0,692 + j6,010 Ω
ZL1,S1 = 0,692 + j6,010 Ω
ZL0,S1 = 8,354 + j30,476 Ω ZR0,S1 = 8,354 + j30,476 Ω
Z 1 = 0,0346+j0,3005 Ω/km
o
Ladj2 Radj2
0,95/-20 pu 1,0/0 o pu
ZL,S2 50 km 35 km Z R,S2
60 Hz 60 Hz
ZL1,S2 = 0,692 + j6,010 Ω ZR1,S2 = 0,692 + j6,010 Ω
ZL0,S2 = 8,354 + j30,476 Ω ZR0,S2 = 8,354 + j30,476 Ω

FIGURA 3 – Sistema elétrico de potência modelado para geração de registros oscilográficos simulados.
5

Para tornar as simulações mais realísticas, foram modelados filtros anti-aliasing de segunda ordem do tipo
Butterworth com frequência de corte em 400 kHz, ou seja, menor que a metade da frequência de amostragem
adotada de 1 MHz, conforme previsto no teorema de Nyquist [9].

A distância das faltas simuladas em relação à Barra L foi variada de 10% a 90% do comprimento da linha, com
passos de 5%. Em todos os casos, foram simulados curtos-circuitos iniciando no pico da tensão no ponto de falta,
situação esta considerada comum em sistemas de transmissão [1]. Nas simulações realizadas, considerou-se que
o comprimento da linha é conhecido sem erros, viabilizando o cálculo das estimativas da distância de falta em
quilômetros. Assim, em cada cenário avaliado, as estimativas obtidas usando o método clássico de dois terminais
(𝑑2𝑐𝑙𝑎𝑠𝑠 ), o método alternativo de um terminal para faltas com conexão para o terra ( 𝑑1𝑡𝑒𝑟𝑟𝑎 ) e o algoritmo proposto
(𝑑𝑝𝑟𝑜𝑝 ) são avaliados.

Ao assumir que os parâmetros de sequência positiva e zero da linha são conhecidos sem erros e que os
dispositivos localizadores de faltas nos terminais local e remoto estão perfeitamente sincronizados, todos os
algoritmos avaliados demonstraram ser precisos, resultando em erros absolutos nas localizações estimadas que
não excederam a ordem de 40 m. Assim, com o objetivo de comparar o desempenho dos algoritmos em situações
mais adversas, foram considerados quatro cenários:
 Cenário 1) erros de ±10% apenas nos parâmetros de sequência positiva da linha em relação aos valores
reais e dados sincronizados;
 Cenário 2) erros de ±10% apenas nos parâmetros de sequência zero da linha em relação aos valores
reais e dados sincronizados;
 Cenário 3) erros de sincronismo entre as medições local e remota de ±100 μs e parâmetros de sequência
positiva e zero da linha conhecidos sem erros;
 Cenário 4) Erros de ±10% nos parâmetros de sequência positiva e zero da linha em relação aos valores
reais e erros de sincronismo entre as medições local e remota de ±100 μs.

Os resultados obtidos para os quatro cenários supracitados são apresentados na Figura 4 em forma de diagramas
de dispersão, nos quais os erros absolutos das estimativas 𝑑2𝑐𝑙𝑎𝑠𝑠 e 𝑑1𝑡𝑒𝑟𝑟𝑎 (representados no eixo X dos gráficos)
são relacionados com os erros absolutos verificados na estimativa 𝑑𝑝𝑟𝑜𝑝 (representados no eixo Y dos gráficos).
Com o objetivo de facilitar a identificação dos casos nos quais o algoritmo proposto apresentou desempenho
melhor do que as duas outras abordagens avaliadas, os diagramas de dispersão foram divididos em duas partes,
sendo a região azul inferior à direita relacionada aos casos em que 𝑑𝑝𝑟𝑜𝑝 apresentou uma melhor precisão (erros
menores) e a região branca superior à esquerda relacionada aos casos em que 𝑑𝑝𝑟𝑜𝑝 apresentou uma pior
precisão (erros maiores).
(km)

(km)

30 d2class d1terra r 30 d2class d1terra r


pio pio
prop

prop

d prop r d prop r
l ho lho
Erro Absoluto d

Erro Absoluto d

20 me 20 d2class não é me
d prop afetada d pro p

10 10

0 0
5 10 15 20 25 30 35 0 5 10 15 20 25 30 35
Erro Absoluto d ed (km) Erro Absoluto d ed (km)
2class 1terra 2class 1terra

(a) (b)
(km)

(km)

15 30
d2class d1terra r d2class d1terra r
pi o pio
prop

prop

10 d prop or 20 d prop r
elh l ho
Erro Absoluto d

Erro Absoluto d

d1terra não é m me
d prop d pr op
afetada
5 10

0 0
0 5 10 15 0 5 10 15 20 25 30
Erro Absoluto d ed (km) Erro Absoluto d ed (km)
2class 1terra 2class 1terra

(c) (d)
FIGURA 4 – Diagramas de dispersão dos erros absolutos das estimativas d2class e d1terra em relação à estimativa
dprop, considerando: (a) Cenário 1: Erros nos parâmetros de sequência positiva de ±10% em relação aos valores
reais; (b) Cenário 2: Erros nos parâmetros de sequência zero de ±10% em relação aos valores reais; (c) Cenário 3:
Erros de sincronização das medições nos dois terminais da linha igual a ±100 μs; (d) Cenário 4: Erros nos
parâmetros de sequência positiva e zero de ±10% em relação aos valores reais e erros de sincronização das
medições nos dois terminais da linha igual a ±100 μs.
6

Analisando a Figura 4(a), nota-se que erros nos parâmetros de sequência positiva da linha monitorada
comprometem completamente as estimativas 𝑑2𝑐𝑙𝑎𝑠𝑠 e 𝑑1𝑡𝑒𝑟𝑟𝑎 . De fato, ambas estimativas dependem da
velocidade de propagação das OVs do modo aéreo, a qual, por sua vez, é calculada usando os parâmetros de
sequência positiva da linha. Neste cenário, os erros em 𝑑𝑝𝑟𝑜𝑝 não excederam a ordem de 40 m, enquanto que
𝑑2𝑐𝑙𝑎𝑠𝑠 e 𝑑1𝑡𝑒𝑟𝑟𝑎 apresentaram erros da ordem de 10 km e 35 km, respectivamente.

Ao avaliar a Figura 4(b), percebe-se que erros nos parâmetros de sequência zero da linha não afetam a estimativa
𝑑2𝑐𝑙𝑎𝑠𝑠 . Tal comportamento já era esperado, visto que 𝑑2𝑐𝑙𝑎𝑠𝑠 não depende da velocidade de propagação das OVs
do modo terra. Porém, neste cenário, 𝑑1𝑡𝑒𝑟𝑟𝑎 divergiu, apresentando erros da ordem de 33 km. Adicionalmente, a
estimativa 𝑑𝑝𝑟𝑜𝑝 apresentou precisão semelhante à de 𝑑2𝑐𝑙𝑎𝑠𝑠 , sendo, portanto, mais precisa que 𝑑1𝑡𝑒𝑟𝑟𝑎 .

Da análise da Figura 4(c), observa-se que a estimativa 𝑑1𝑡𝑒𝑟𝑟𝑎 não é afetada, pois não depende da sincronização
de dados. No entanto, 𝑑2𝑐𝑙𝑎𝑠𝑠 diverge, conforme esperado, apresentando erros da ordem de 15 km. Como
consequência, neste cenário, 𝑑𝑝𝑟𝑜𝑝 e 𝑑1𝑡𝑒𝑟𝑟𝑎 apresentaram precisão semelhante ao caso ideal (erros menores que
40 m), sendo ambas estimativas mais precisas do que 𝑑2𝑐𝑙𝑎𝑠𝑠 .

Por fim, avaliando a Figura 4(d) referente ao cenário 4, nota-se que todos os pontos do diagrama de dispersão
recaíram na região azul, demonstrando que o algoritmo proposto foi mais preciso do que o método clássico de dois
terminais e o método alternativo de um terminal avaliado. Da figura, percebe-se que, assim como nos cenários
anteriores, os erros em 𝑑𝑝𝑟𝑜𝑝 não excederam a ordem de 40 m, enquanto que 𝑑2𝑐𝑙𝑎𝑠𝑠 e 𝑑1𝑡𝑒𝑟𝑟𝑎 apresentaram
erros absolutos da ordem de 20 km e 25 km, respectivamente.

4.2 Avaliação de Registros Reais

Para avaliar o algoritmo proposto em uma situação real, analisam-se nesta subseção dois registros oscilográficos
reais reportados em [12], provenientes de localizadores de faltas baseados na teoria das OVs instalados em uma
linha de 220 kV/50 Hz, 93,11 km de extensão, que se encontra em operação na China. Os referidos dispositivos
usam uma frequência de amostragem de 1 MHz e os registros salvos contêm apenas as versões filtradas dos
sinais de corrente obtidas por meio de um banco de filtros passa-altas. Os dois registros avaliados foram
disponibilizados pelos autores de [12], os quais trabalham em parceria com os autores do presente trabalho.

Na Figura 5, apresentam-se os registros oscilográficos decorrentes de uma falta ABT, cuja distância em relação ao
terminal de referência (terminal local) foi de 18,82 km, segundo o relatório das equipes de manutenção da linha.
30 3
OV modo terra (A)

OV modo terra (A)

20 2
Limiar+
Limiar+
10 1
0 0
Limiar-
-10 -1 Limiar-
tL0= 3253 μs -2 tR0= 3260 μs
tL0 - tL1=3253 - 3250 = 3 μs tR0 - tR1=3260 - 3248 = 12 μs
10 4
OV modo aéreo (A)
OV modo aéreo (A)

Limiar+
5 2 Limiar+
0
Limiar- 0
-5 Limiar-
-10 -2
tL1= 3250 μs tR1= 3248 μs
-15 -4
3230 3240 3250 3260 3270 3280 3290 3300 3230 3240 3250 3260 3270 3280 3290 3300
Tempo (m s) Tempo (ms)
(a) (b)
FIGURA 5 – Registro oscilográfico da falta ABT localizada a 18,82 km do terminal de referência:
(a) Componentes modais no terminal local; (b) Componentes modais no terminal remoto.

Conforme ilustrado na Figura 5, foram considerados limiares fixos para detecção dos instantes tL0, tL1, tR0 e tR1.
Esses limiares foram ajustados como sendo um percentual do valor máximo assumido pelos sinais filtrados (neste
trabalho 45% do valor máximo dos sinais modais filtrados), conforme proposto em [13]. Na figura, os instantes de
detecção das OVs de interesse são indicados, resultando na seguinte localização estimada:
(𝑡𝐿0 − 𝑡𝐿1 ) 3𝜇
𝑑𝑝𝑟𝑜𝑝(𝑘𝑚) = 𝑑𝑝𝑟𝑜𝑝(𝑝𝑢) 𝐿 = 𝐿= 93,11 = 18,62 km . (7)
(𝑡𝐿0 − 𝑡𝐿1 ) + (𝑡𝑅0 − 𝑡𝑅1 ) 3 𝜇 + 12 𝜇

A partir da localização estimada dprop, o erro absoluto εabs pode ser calculado usando: εabs = |dreal – dprop|, onde dreal
é a localização real da falta. Portanto, sendo dreal = 18,82 km, no caso avaliado, εabs = |18,82 – 18,62| = 200 m, ou
seja, um erro menor do que um vão de linha típico (≈ 300 m [14]), comprovando a precisão do algoritmo proposto.
7

Na Figura 6, apresentam-se os registros oscilográficos decorrentes da outra falta ABT avaliada, cuja distância em
relação ao terminal de referência (terminal local) reportada pelas equipes de manutenção foi de 51,31 km.
Novamente, limiares fixos foram empregados para detecção dos instantes tL0, tL1, tR0 e tR1, cujos ajustes foram os
mesmos empregados no caso anterior.
15 3
tL0 = 2783 μs tR0 = 2808 μs
OV modo terra (A)

OV modo terra (A)


10 2
Limiar+ Limiar+
5 1
0 0
-5 Limiar- -1 Limiar-

-10
tL0 - tL1=2783 - 2772 = 11 μs
tR0 - tR1=2808 - 2799 = 9 μs
10 20
Limiar+
OV modo aéreo (A)

OV modo aéreo (A)


0 10 Limiar+

-10 Limiar- 0

-20 -10 Limiar-


tL1 = 2772 μs tR1 = 2799 μs
-30 -20
2740 2750 2760 2770 2780 2790 2800 2810 2820 2830 2840 2760 2770 2780 2790 2800 2810 2820 2830 2840 2850 2860
Tempo (m s) Tempo (ms)
(a) (b)
FIGURA 6 – Registro oscilográfico da falta ABT localizada a 51,31 km do terminal de referência:
(a) Componentes modais no terminal local; (b) Componentes modais no terminal remoto.

Considerando os instantes de detecção das OVs de interesse indicados na Figura 6, a localização estimada é
calculada usando:
(𝑡𝐿0 − 𝑡𝐿1 ) 11 𝜇
𝑑𝑝𝑟𝑜𝑝(𝑘𝑚) = 𝑑𝑝𝑟𝑜𝑝(𝑝𝑢) 𝐿 = 𝐿= 93,11 = 51,21 km . (8)
(𝑡𝐿0 − 𝑡𝐿1 ) + (𝑡𝑅0 − 𝑡𝑅1 ) 11 𝜇 + 9 𝜇
Para este segundo caso, sendo dreal = 51,31 km e dprop = 51,21 km, o erro absoluto da localização estimada é dado
por εabs = |51,31 – 51,21| = 100 m. Assim como no caso anterior, o erro absoluto verificado foi menor do que um vão
de linha típico (≈ 300 m [14]), atestando novamente a precisão do algoritmo proposto.

4.3 Comentários Adicionais

Avaliando os resultados obtidos, conclui-se que o algoritmo proposto é preciso, simples e confiável. De fato, da
análise dos registros simulados, constatou-se que o algoritmo proposto é vantajoso em situações nas quais existem
incertezas nos parâmetros da linha e quando os dispositivos localizadores nos terminais local e remoto não estão
sincronizados. No total, 306 simulações foram avaliadas e em todas o algoritmo proposto resultou em um
desempenho igual ou melhor do que o da abordagem clássica de dois terminais e do método alternativo de um
terminal reportado em [7]. Da mesma forma, ao avaliar registros oscilográficos reais, erros absolutos da ordem de
apenas 200 m foram verificados, comprovando a eficiência do algoritmo proposto. Entretanto, faz-se oportuno
comentar alguns aspectos relacionados à implementação do algoritmo que garantirão o seu bom desempenho:
 Assim como os demais algoritmos de localização baseados na teoria das OVs, elevadas frequências de
amostragem devem ser empregadas. Atualmente, dispositivos que operam com frequências de
amostragem da ordem de 1 a 5 MHz já são encontrados no mercado [3],[15], taxas estas que são
consideradas suficientes para a aplicação do método proposto;
 Deve-se atentar para a definição dos limiares utilizados na detecção dos instantes tL0, tL1, tR0 e tR1. Estes
limiares devem ser refinados o suficiente para distinguir ruídos elétricos e transitórios de pré-falta dos
transitórios induzidos no instante de incidência do curto-circuito. Embora os registros simulados
reproduzam situações de curto-circuito com um bom nível de fidelidade, a problemática supracitada é mais
evidente em registros reais. Assim, embora neste trabalho uma abordagem simplificada para cálculo de
limiares fixos tenha sido empregada, indica-se o uso de técnicas auto-adaptativas que viabilizem uma
detecção precisa das OVs, sem requerer ajustes, a exemplo dos métodos reportados em [10] e [11].
 Conforme mencionado anteriormente, para calcular as estimativas da distância da falta em quilômetros, o
comprimento da linha passa a ser um ajuste necessário para o algoritmo proposto. Neste caso, indica-se o
cálculo do comprimento L durante o comissionamento do esquema de localização de faltas ao invés do
uso de valores disponíveis na documentação das linhas de transmissão. Assim, ao estimar o comprimento
da linha, os comprimentos dos condutores que interligam os TCs até os dispositivos localizadores também
são incluídos no cálculo, tornando as localizações estimadas do ponto de falta mais precisas [8];
 Uma vantagem do algoritmo proposto é a possibilidade deste ser aplicado off-line, ou seja, sem requerer a
transmissão de dados de um terminal para o outro durante o curto-circuito. Ainda assim, destaca-se que
sua implementação em tempo real seria simples, bastando transmitir via canal de comunicação do
terminal remoto para o local o período 𝑡𝑅0 − 𝑡𝑅1 . Nesta aplicação, a compensação da latência do canal de
comunicação não é necessária, o que simplifica sobremaneira o uso do algoritmo proposto.
8

5.0 - CONCLUSÃO

Neste trabalho, apresentou-se um algoritmo de dois terminais baseado na teoria das OVs para localização de
faltas com conexão para o terra. Como vantagens do algoritmo proposto em relação a outras abordagens
reportadas na literatura, destacam-se: (i) a detecção de ondas refletidas no ponto de falta não é necessário, o que
torna o algoritmo imune à presença de linhas curtas adjacentes à linha monitorada; (ii) o algoritmo requer a análise
de medições em cada terminal da linha monitorada separadamente, sendo, portanto, independente da
sincronização de dados; (iii) a formulação proposta para localização de faltas não utiliza a velocidade de
propagação das OVs como uma variável de entrada, de modo que o algoritmo não requer ajustes.

Para avaliar o desempenho do algoritmo proposto, 306 simulações computacionais de faltas em um sistema
elétrico de potência de 500 kV/60 Hz foram avaliadas. Em todos os casos, a abordagem apresentada resultou em
um desempenho similar ou melhor do que o da técnica clássica de dois terminais e de um método alternativo de
um terminal que não requer a detecção de ondas refletidas no ponto de falta. Além disso, para validar o algoritmo
proposto, foram também avaliados dois registros oscilográficos reais provenientes de dispositivos localizadores de
faltas instalados em uma linha de 220 kV/50 Hz em operação na China. Em ambos os casos, o erro absoluto não
excedeu 200 m, comprovando a precisão da formulação proposta para localização de faltas. Portanto, conclui-se
que o algoritmo proposto é útil para as concessionárias de energia elétrica, visto que faltas com conexão para o
terra são as mais comuns em sistemas de transmissão. Além disso, em decorrência de sua simplicidade, pode-se
dizer que o algoritmo proposto é generalista, podendo ser aplicado em sistemas desprovidos de uma referência de
tempo comum ou até mesmo quando os parâmetros da linha monitorada não se encontram disponíveis.

6.0 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

[1] SAHA, M. M.; IZYKOWSKI, J.; ROSOLOWSKI, E. Fault Location on Power Networks. London: Ed. Springer,
2010. (Power Systems). ISBN 978-1-84882-885-8.
[2] SCHWEITZER, E.; GUZMÁN, A.; MYNAM, M.; SKENDZIC, V.; KASZTENNY, B.; MARX, S., “Locating Faults by
the Traveling Waves They Launch,” 67th Annual Conf. for Protective Relay Engineers, TX, pp. 95-110., Oct. 2014.
[3] SCHWEITZER, E.; KASZTENNY, B.; MYNAM, M. “Performance of Time-Domain Line Protection Elements on
Real-World Faults,” 3rd Annual PAC World Americas Conference, North Carolina, Sep. 2016.
[4] LOPES, F. V., “Settings-Free Traveling Wave-Based Earth Fault Location Using Unsynchronized Two-Terminal
Data,” IEEE Transactions on Power Delivery, vol. 31, no. 5, pp. 2296-2298, Oct. 2016.
[5] LOPES, F. V.; SILVA, K. M.; COSTA, F. B.; NEVES, W. L. A.; FERNANDES Jr., D., “Real-Time Traveling Wave-
Based Fault Location Using Two-Terminal Unsynchronized Data,” IEEE Transactions on Power Delivery, vol. 30,
no. 3, pp. 1067–1076, Jun. 2015.
[6] GILANY, M.; IBRAHIM, D.; ELDIN, E., “Traveling Wave-Based Fault Location Scheme for Multiend-Aged
Underground Cable System,” IEEE Transactions on Power Delivery, vol. 22, no. 1, pp. 82–89, Jan. 2007.
[7] LIU, Y.; SHENG, G.; HE, Z.; JIANG, X., “A Traveling Wave Fault Location Method for Earth Faults Based on
Mode Propagation Delays of Multi-Measuring Points,” Przeglad Elektrotech, vol. 88, no. 3a, pp. 254–258, 2012.
[8] KASZTENNY, B.; GUZMÁN, A.; FISCHER, N.; MYNAM, M.; TAYLOR, D., “Practical Setting Consideration for
Protective Relays That Use Incremental Quantities and Traveling Waves,” 43rd Annual Western Protective Relay
Conference, Washington, Oct. 2016.
[9] PHADKE, A. G.; THORP, J. S. Computer Relaying for Power Systems, 2nd ed. New York, USA: John Wiley &
Sons Inc., 2009.
[10] COSTA, F. B.; SOUZA, B.; BRITO, N., “Real-Time Detection of Fault-Induced Transients in Transmission
Lines,” IET Electronic Letters, vol. 46, no. 11, May 2010.
[11] LOPES, F. V.; FERNANDES Jr., D.; NEVES, W. L. A., “A Traveling-Wave Detection Method Based on Park’s
Transformation for Fault Locators,” IEEE Transactions on Power Delivery, vol. 28, no. 3, pp. 1626–1634, Jul. 2013.
[12] ZHANG, G.; SHU, H.; LIAO, Y. “Automated Double-Ended Traveling Wave Record Correlation for Transmission
Line Disturbance Analysis,” Electric Power Systems Research, vol. 136, pp. 242-250, Jul. 2016.
[13] SANTOSO, S.; POWERS, E. J.; GRADY, W. M., “Power Quality Disturbance Data Compression Using Wavelet
Transform Methods,” IEEE Transactions on Power Delivery, vol. 12, no. 3, pp. 1250-1257, Jul. 1997.
[14] LEE, H.; MOUSA, A. M.; “GPS Travelling Wave Fault Locator Systems: Investigation Into the Anomalous
Measurements Related to Lightning Strikes,” IEEE Transactions on Power Delivery, vol. 11, no. 3, pp. 1214-1223,
Jul. 1996.
[15] ZIMATH, S. L.; RAMOS, M. A. F.; FILHO, J. E. S. “Comparison of impedance and travelling wave fault location
using real faults,” IEEE PES Transmission and Distribution Conference and Exposition, 2010.
9

7.0 - DADOS BIOGRÁFICOS

Felipe V. Lopes nasceu em Campina Grande, 1985. Recebeu os títulos de B.Sc., M.Sc. e
D.Sc. no domínio da Engenharia Elétrica pela Universidade Federal de Campina Grande
(UFCG) em 2009, 2011 e 2014, respectivamente. Atualmente é Professor Adjunto no
Departamento de Engenharia Elétrica da Universidade de Brasília (UnB). Tem atuado em
pesquisas relacionadas às áreas de transitórios eletromagnéticos, proteção de sistemas
elétricos e localização de faltas.

Kleber M. Silva nasceu em João Pessoa, 1980. Recebeu os títulos de B.Sc., M.Sc. e D.Sc.
no domínio da Engenharia Elétrica pela Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)
em 2004, 2005 e 2009, respectivamente. Em 2007, foi professor Visitante da Universidade
Federal da Paraíba (UEPB). De 2008 a 2009 foi professor efetivo do Instituto Federal da
Paraíba (IFPB). Em 2009, esteve em cooperação técnica com o Instituto Federal de Brasília
(IFB). Atualmente é Professor Adjunto no Departamento de Engenharia Elétrica da
Universidade de Brasília (UnB). Tem atuado nas áreas de proteção de sistemas elétricos de
potência e transitórios eletromagnéticos.

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