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O CONCEITO DE PRINCIPIO DA NAO-CUMULATIVIDADE - ICMS: RE 200.168; RE 195.894; ADIN n°. 2325-0; ADIN n°, 1851-4, NAO-CUMULATIVIDADE. O que construimos em vinte anos? Misabel Abreu Machado Derzi Professora dos Cursos de Graduagaoe Pés+Graduagzio da Faculdade de Direito da UFMG. ee Tina? a8 ‘Faculdades Milton Campos. Direito Tributario — ‘ABRADT, membro da nay Prddldcmte da Associagao Bra ‘Relatora da Comissio Permanente d ago ¢ Revisto da Legislagiio Tributaria do Municipio de Belo Horizonte. 1. INTRODUCAO: AS GRANDES DECISOES. O principio da ndo-cumulatividade no ICMS ou no IPI nfo é previsto de forma programitica na Constituigo, mas nela esté disciplinado, de forma ampla, operacional ¢ descritivamente. A lei complementar, ao contrério do que ocorria em Constituigdes anteriores, segundo o art. 155, §2°, ine. XII, “’ regime de compensagdo do imposto”. Em tomo dessa questio, nfo obstante, ¢ que se limita-se a “disciplinar 0 destacam as decisdes comentadas, a seguir. © Conceito de Principio da Néo-Curuletividade -ICMS: RE 200.168; RE 195.894; ADIN n. 2325-0; ADIN n.2 1851-4. Ndo-Cumulatividade. © que construlmos em vinte anos? Misabel Abreu Machado Derzi 1.1. O principio da ndo-cumulatividade, em seu micleo conceitnal minimo. No RE 200.168 (DJ 22.11.96), sendo Relator 0 Ministro ILMAR GALVAO, em que 0 contribuinte pleiteava o direito 20 creditamento do ICMS incidente sobre a aquisicao de energia elétrica consumida em seu estabelecimento comercial, a !* Turma do STF entendeu que o legislador complementar somente teria a obrigagao de garantir 0 crédito de ICMS nas aquisigdes de energia elétrica para 0 processo industrial, onde ela poderia ser considerada como “insumo”, na acepgiio que Ihe dé o sistema do crédito fisico E que a energia lero ROS "estabeledinieitosy cc erciais, pode ser _utilizada, indistintamentg it na linha de aa © indusratiaedo, offtpara uso © consumo do esiabeleiorto em geral (por exc ie promogto de vendas, contabilidade da possibilidede do uso misto, ¢ ye 8 Bijeseritérios de geréncia'’&),administracao, ivaeacid do mesmo estabelecimento, etc,);,Fm face ito, para 2011, do exercicio do direito a compensagio dos etéditosrelatvos aos bens de uso e consumo do estabelecimento, a Corte Suprema entenden de deixar a aquisig’o da energia elétrica, nos estabelecimentos comerciais, a critério do legislador complementar, Disse aqui o Supremo Tribunal Federal que o Texto Constitucional estaria a garantir apenas 0 crédito fisico (matéria-prima, produto intermediario e material de islagaio telativos aos bens do ativo fixo e aos bens de uso e consumo, dependeriam da embalagem), como_nticleo intangivel a le; ial. Outros créditos. con! regulamentagdo em Ici complementar. Além desse, outros julgados podem ser citados no mesmo sentido (RE 195.894 DJ 16.02.2001). ‘OBSERVATORIO DA WURISDIGNO CONSTITUCIONAL. Brasilia: IOP, ano 2, cub 7008” SN TOSEASET © Concelto de Principio da No-Cumulatividede -ICMS: RE 200.168; RE 195.894; ADIN n. 2325-0; ADIN n.3 1851-4. NSo-Cumulatividade, O que construimos em vinte anos? Misabel Abreu Machado Derzl © posicionamento acima referido foi corroborado pelo Plenério da Corte Suprema (possibilidade de adogo do crédito fisico, restritivamente, pela legislagdo infraconstitucional - ADIN 2325-0 - julgamento no dia 23 de setembro de 2004)'. Nao "0 voto do Ministro ILMAR GALVAO, na ADIN 2325-0, que abriu a dissidéncia, contra posicdo firme de ampla vis8o, mas minoritaria, do Ministro MARCO AURELIO 6 0 seguinte ‘A Constituicdo de 88, a0 institvir, no art.156,§2°, |, 0 principio de n&o ~ cumulatividade f8-l0 mandando* compenser 0 que for devido em cada operagéo relative a circulagae dé mercadorias ou prostagées de servi¢os com 0 montante cobrados nas anteriores pelo mesmo ou outro Estado ou pela Distrito Federal” ) De outra parte, néo hd como se ter por incompativel com 0 principio da nac- cumulatividade @ norma intredustasisislaliiésmarLC.n* 102/2000, nos ines. 11 @ 1V do art.33 da LC 87/96,.g¢lé qual a entrada de energia eletri¢aige, receblmento de servigos de comunicaga#s, salvo as hipoteses pranistas, respectivamentézings alineas a, b ec @.2 0b, gbimente dardo direito ao ceédita a plntir do 1°. 01.2003. NaGonformidade das razées aciina ¢xpostas, as, 2 nova lel complementaliveio atterar, pi esse modo, legitimamente, o ee ie compensacéo do tributo, que nap restou fixado, de maneira inequivoca, no ia eisa ‘do § 2° do art.155 da CF, demandando reguiamentacéo por tei complementar, na forma prevista no art.146 da Carta, para observéncia uniforme pelos Estados, posto tratar-se de tributo que, conquanto de competéncia ostadual, tem nitido caréter nacional. Nada impede, pois, que, uma vez tixado um critério, venha ele a ser alterado para fim de ajuste & realidade, como aconteceu, sem prejulzo, dbvio, do respeito a0 direite adquirido a apropriagéo dos créditos em referéncia, nas hipoteses apreciadas, na conformidade do disposto na legislacs0 anterior, até 0 inicio da vigéncia do novel diploma complementar. ‘Meu voto, portanto, com a vénia do eminente Relator, indefere a medida cautelar.” E 0 voto do Ministro CARLOS VELLOSO: “A Constituigdo Federal estabelece, no art.155 § 2°, 1, que 0 ICMS * sera néo ~ cumulative, compensando-se 0 que for devido em cada operacao relative @ circulagéo de mercadoria ou prestagéo de servicos com o montane cobrado nas anteriores pelo mesmo ou outro Estado ou pelo Distrito Federal. “Estabeleceu, mais, a Constituigéo . no ert.155 , § 2°, XIi, c, que cabe @ lei complementar “disciplinar 6 regime de compensacao do imposto", vale dizer, do CMS. © principio da na0-cumulatividade compreende o seguinte, na ligéo de Balesiro: “em cada opera¢ao nova, 0 imposto atinge apenas a diferenca entre o seu valor e 0 da ‘GBSFRVATORIO DA JURISDICKO CONSTITUCIONAL. Brasia: IGP, ano 2, cutibro 2008. GN TOEEASEA

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