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MÜLLER, Friedrich. Discours de la méthode juridique. Paris: PUF, 1996.

Metodologia do direito é distinta da hermenêutica filosófica, pois no direito a reflexão sobre


a interpretação não se dá apenas ao nível dos limites da linguagem, mas incorpora também o 40
método de trabalho dos operadores do direito.
A forma linguística do direito constrange o seu operador, por essa razão o estudo do método
no direito pertence à teoria constitucional. 43

A atividade jurídica é naturalmente política, porém é limitada por normas jurídicas. 48


Para a doutrina tradicional da interpretação, a solução de casos jurídicos se dá mediante
aplicação de um raciocínio dedutivo, na forma de um silogismo. Antes da aplicação da norma
ao caso, interpreta-se o seu conteúdo (uso dos métodos clássicos de Savigny). Descobre-se a
norma aplicável ao caso e, em seguida, aplica-se a norma ao caso que já está pronto e sobre o 53
qual não é necessário fazer qualquer operação. [Como se não houvessem ill-problems no
direito]
Busca pela vontade da norma; espírito da norma; intenção do legislador. 53
Não há oposição entre realidade e norma. No processo de concretização, os fatos são
(com)formativos da norma. Toda norma remete a elementos factuais que codeterminam sua 64-
concretização. 65

Os direitos fundamentais são fortemente determinados por tais elementos. Esses elementos
não são extra-normativos, mas codeterminam a norma (74). Estes dados compõem o 66
esquema normativo.
É necessário desenvolver uma metodologia da concretização constitucional “[...] mais atenta
à realidade [...]”. 88

A redução do alcance objetivo dos direitos fundamentais atenta contra esses direitos, ainda
que feita a pretexto de acarretar benefício à coletividade. 95

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