Você está na página 1de 5

2.

3 Métodos de segurança

Muitos fatores influenciam na qualificação e quantificação da segurança


em estruturas, tais como a variabilidade das ações e das resistências dos
materiais utilizados, a importância da estrutura, imprecisões geométricas,
imprecisões e incertezas dos métodos de cálculo, incertezas na execução etc.
Nos problemas de fundações, há sempre incertezas, seja nos métodos de
cálculo, seja nos valores de parâmetros do solo que são introduzidos nesses
cálculos, seja nas cargas a suportar. Consequentemente, há a necessidade de
introdução de coeficientes de segurança (também chamados fatores de
segurança) que levam em conta essas incertezas. (Velloso; Lopes, 2010, p. 16)
A introdução dos coeficientes de segurança pode ser feita através de dois
métodos: o método clássico e o método dos estados limites.
No método clássico, denominado de Método de Valores Admissíveis,
todas as incertezas são incluídas em um único coeficiente de segurança, que é
o coeficiente ou fator de segurança global.
Já no método dos estados limites ou Método de Valores de Projeto, as
incertezas são tratadas nos cálculos com coeficientes de ponderação chamados
coeficientes de segurança parciais.
A norma de Projeto e execução de fundações, ABNT NBR 6122-2010,
define:
(...)
3.41
método de valores admissíveis
método em que as cargas ou tensões de ruptura são divididas por um
fator de segurança global

𝑹𝒖𝒍𝒕
𝑹𝒂𝒅𝒎 ≤ 𝒆 𝑹𝒂𝒅𝒎 ≥ 𝑨𝒌
𝑭𝑺𝒈

onde:

Radm é a tensão admissível de sapatas e tubulões e carga admissível


de estacas;
Rult representa as cargas ou tensões de ruptura (últimas);
Ak representa as ações características;
FSg é o fator de segurança global
3.42
método de valores de projeto
método em que as cargas ou tensões de ruptura são divididas pelo
coeficiente de minoração das resistências e as ações são multiplicadas
por fatores de majoração
𝑹𝒖𝒍𝒕
𝑹𝒅 ≤ , 𝑨 𝒅 = 𝑨𝒌 . 𝒇 𝒆 𝑹𝒅 ≥ 𝑨𝒅
𝒎

onde:

Rd é a tensão resistente de projeto para sapatas ou tubulões ou carga


resistente de projeto para estacas;
Ad representa as ações em valores de projeto
m coeficiente de ponderação das resistências
f coeficiente de ponderação das ações

A filosofia da solicitação admissível, prática dos geotécnicos projetistas


de fundações, tem como princípio garantir que as solicitações nas fundações (Si)
não sejam superiores à solicitação admissível (Sa) - tensão admissível em
fundações diretas e carga admissível em estacas.
Si  As (1)
A solicitação admissível é a relação entre o valor médio da resistência e
o fator de segurança global (FS).
𝑅𝑚𝑒𝑑
𝑆𝑎 = (2)
𝐹𝑆
Para o valor de FS, Velloso; Lopes (2010, p. 18), apresenta a tabela Tab.
2.1 recomendada por Terzaghi (1967), conforme Meyerhof (1977), a tabela Tab.
2.2 com valores sugeridos por Vesic (1970) e a tabela Tab. 2.3 com os valores
de fatores de segurança da Norma NBR 6122-2010.

Fonte: Velloso; Lopes (2010)


Fonte: Velloso; Lopes (2010)

Fonte: Velloso; Lopes (2010)

O fator de segurança global mínimo para a verificação de flutuação,


considerando todas as combinações desfavoráveis (elevação do lençol freático),
tanto nos esforços atuantes quanto nos resistentes deve ser de FS = 1,1.
De amplo conhecimento dos engenheiros de estrutura, a filosofia dos
valores de cálculo é definida pela majoração do valor característica da
solicitação (Sk) e a minoração da resistência característica (Rk), através de

fatores de ponderação (f e m ).

Sd  Rd (3)
Com:
𝑆𝑑 = 𝑆𝑘 . 𝛾𝑓 (4)
e:
𝑅𝑘
𝑅𝑑 =
𝛾𝑚 (5)
Deve-se observar que para a fixação dos fatores de ponderação f e m,

quanto maior as incertezas na obtenção dos valores característicos, maior o seu


coeficiente de segurança. Desta forma, sugere Hansen (1965, apud VELLOSO,
2010, p. 21) os seguintes valores de coeficientes de segurança parciais:

Coeficiente de majoração de cargas permanentes (per) :

1,0

Coeficiente de majoração de cargas para empuxo de água (emp) :

1,0

Coeficiente de majoração de cargas acidentais (var) :

1,5

Coeficiente de minoração das resistências para projetos de fundações:

atrito (’,a ser aplicado à tg’) : 1,2

resistência / coesão não drenada (SU) : 2,0

A norma NBR 6122-2010 (Projeto e execução de fundações) estabelece


os fatores de segurança parciais para verificação da segurança na compressão,
de tração e de deslizamento para fundações superficiais (rasa ou direta), no
seu item 6.2.1.1 e para as fundações profundas no item 6.2.1.2.
Velloso; Lopes (2010, p. 22), apresenta a tabela Tab. 2.4, relacionando os
coeficientes de minoração da resistência para as fundações superficial e
profunda sob compressão.

Fonte: Velloso; Lopes (2010)


A tabela a seguir fornece os coeficientes de ponderação parciais da
Norma NBR 6122-2010.

Tabela 2.5 e 2.6: Tabelas de segurança parciais

Fonte: NBR 6122-2010

A Norma NBR 6122-2010 apresenta no item 6.3 Efeito do vento, os


critérios a serem adotados para a verificação das solicitações devido ao efeito
das ações do vento.

Tabela 2.7: Valores característicos e de projeto para ação do vento

Fonte: NBR 6122-2010

Fonte: https://www.iesp.edu.br/sistema/uploads/arquivos/repositorio-arquivos/engenharia-
tecnologia-e-inovacao-20180625193955.pdf

CAPÍTULO 8 Estudo de Caso De uma Fundação Tipo Radier para um Edifício de Quatro
Pavimentos, em Alvenaria Estrutural, Assente em de Solos de Baixa Resistência .......... 111

Você também pode gostar