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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADÊMICO DO AGRESTE


NÚCLEO DE TECNOLOGIA
GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL
Estrutura de contenção
Entende-se por obras de contenção todas aquelas estruturas que, uma vez
implantadas numa encosta ou talude, oferecem resistência à movimentação
deste ou à sua ruptura, ou ainda reforçando parte do maciço (WOLLE, 1972).

Pode-se ainda dizer que uma obra de contenção é feita pela introdução de
uma estrutura ou de elementos estruturais compostos que apresentam rigidez
distinta daquela do terreno que conterá (RANZINI, S.M.T. e NEGRO JR., A., 1998).
Estrutura de contenção
Estas estruturas podem ser divididas em três grupos distintos (WOLLE, 1972):

✓Obras de contenção passiva: são aquelas introduzidas no talude visando oferecer


reação contra tendências de movimentação do mesmo, ex.: muros de arrimo em
geral, cortinas cravadas, etc.;
✓Obras de contenção ativa: são aquelas que introduzem compressão no terreno
visando aumentar sua resistência por atrito além de oferecer reações à
tendência de movimentação do talude, ex.: cortinas atirantadas, tirantes isolados,
etc.
✓Obras de reforço do terreno: são construções em que um ou mais elementos são
introduzidos no solo com a finalidade de aumentar sua resistência para que
possa suportar as tensões geradas por um desnível abrupto (ex.: “Terra
Armada”, solo grampeado, “Jet-Grouting”, etc.).
Muro de Arrimo
Gravidade: Estruturas que se opõem aos empuxos horizontais somente
pelo peso próprio.
Flexão: São estruturas reforçadas, mais esbeltas, que se opõem aos
empuxos horizontais pelo peso próprio junto com o peso das terras que
é compactado sobre a laje.
Misto: Misto entre os tipos 1 e 2, são idealizados para combater os
empuxos horizontais com seu peso próprio, contendo pequena parcela
de reforço (concreto armado). Ou seja, funcionam parcialmente à flexão
e parcialmente pelo peso próprio, utilizando parte do terrapleno como
peso para atingir uma condição global de equilíbrio.
Elementos constituintes do muro

Figura 1: Terminologia
Fatores da escolha do muro
✓condições da fundação
✓tipo de solo do aterro
✓disponibilidade de espaço e acessos
✓sobrecarga
✓altura do muro
✓custo dos materiais disponíveis
✓qualificação da mão-de-obra
Muros de pedra
Muro de pedras arrumadas manualmente, a resistência do muro resulta unicamente
do embricamento dos blocos de pedras;
Aplicação: contenção de taludes de pequena altura, entre 1,5 m e 2,0 m;
Vantagens: simplicidade de construção e a dispensa de dispositivos de drenagem,
pois o material do muro é drenante, o custo reduzido, especialmente quando os
blocos de pedras são disponíveis no local;
Desvantagens: A estabilidade interna do muro requer que os blocos tenham
dimensões aproximadamente regulares, o que causa um valor menor do atrito entre
as pedras;
Cuidados: A base do muro deve ter largura mínima de 0,5 a 1,0m e deve ser
apoiada em uma cota inferior à da superfície do terreno, de modo a reduzir o risco
de ruptura por deslizamento no contato muro-fundação.
Figura 2: Muros de alvenaria de pedra
Fonte: Gerscovich (2010), Prefeitura do Cabo (2010)
Muros de alvenaria de pedra argamassada
Os vazios são preenchidos com argamassa de cimento e areia.
✓As blocos utilizados podem ter dimensões variadas.
✓A argamassa provoca uma maior rigidez no muro, porém elimina a sua capacidade
drenante.
Aplicação: contenção de taludes de até 3 m.
Vantagens: facilidade de construção.
Cuidados: É necessário implementar os dispositivos de drenagem, tais como dreno
de areia ou geossintético no tardoz e tubos barbacãs para alívio de poro-pressões na
estrutura.
Figura 3: Muros de alvenaria de pedra

Fonte: Diprotec geossintéticos (2018)


Muros de concreto ciclópico ou concreto gravidade

O muro de concreto ciclópico é uma estrutura construída mediante o


preenchimento de uma fôrma com concreto e blocos de rocha de dimensões
variadas.
A sessão transversal é usualmente trapezoidal, com largura da base da ordem
de 50% da altura do muro.
A mão-de-obra para sua execução exige alguma qualificação devido à
utilização de formas.
O concreto ciclópico deve ser constituído por 70% de concreto estrutural e
30% de rochas graníticas de grande dimensão (matacões).
A especificação do muro com faces inclinadas ou em degraus pode causar
uma economia significativa de material.
Muros de concreto ciclópico ou concreto gravidade
Aplicação: recomendável para contenção de taludes com altura máxima na faixa de
4 a 5 m.
Cuidados:
✓A pedra rachão deve ser limpa e isenta de impurezas de forma a não prejudicar a
sua aderência ao concreto.
✓Devido à impermeabilidade deste muro, é imprescindível a execução de um
sistema adequado de drenagem.
✓Alternativamente, pode-se realizar a drenagem na face posterior (tardoz) do
muro através de uma manta de material geossintético (tipo geotêxtil). Neste
caso, a água é recolhida através de tubos de drenagem adequadamente
posicionados.
Em taludes altos, é aconselhável o uso de contrafortes na estrutura do muro,
aumentando sua resistência, sem demandar maiores volumes de concreto
Figura 4: Muros de concreto ciclópico (ou concreto gravidade)

Fonte: Gerscovich (2010), Diprotec geossintéticos (2018)


Figura 5: Muro de concreto ciclópico com contraforte em
Maceió-AL Fonte: Santana (2006)
Muros de gabião
Os muros de gabiões são constituídos por gaiolas metálicas preenchidas com
pedras arrumadas manualmente e construídas com fios de aço galvanizado em
malha hexagonal com dupla torção.
As principais características dos muros de gabiões são a flexibilidade, que
permite que a estrutura se acomode a recalques diferenciais e a
permeabilidade.
As dimensões usuais:
✓Comprimento de 2m e seção transversal quadrada com 1m de aresta.
✓ No caso de muros de grande altura, gabiões mais baixos (altura = 0,5m),
que apresentam maior rigidez e resistência, devem ser posicionados nas
camadas inferiores, onde as tensões de compressão são mais significativas.
✓Para muros muito longos gabiões com comprimento de até 4m podem ser
utilizados para agilizar a construção.
Sub-divididos em células por
diafragmas cuja função é reforçar a
estrutura.
Figura 6: Gaiola metálica
Fonte: LAN CONSULTORIA GEOTECNIA E FUNDAÇÕES
Figura 7: Muros de Gabião

Fonte: Diprotec Geossintéticos (2018), Gerscovich (2010)


Muros de gabião
Cuidados:
✓Regularização e nivelamento do terreno de fundação, boa arrumação das
pedras e colocação de elemento de transição entre os gabiões e o material a
ser contido.
✓Requerem instalação de filtro vertical na face interna do muro, a
menos que o material de preenchimento atue como filtro, impedindo o
carreamento da fração fina do retroaterro.
✓Recomenda-se, ainda, a instalação de uma camada drenante na base
para proteção da fundação contra eventuais processos erosivos.
Muros em fogueira (“crib wall”)
“Crib Walls” são estruturas formadas por elementos pré-moldados de concreto
armado, madeira ou aço, que são montados no local, em forma de “fogueiras”
justapostas e interligadas longitudinalmente.
O espaço interno é preenchido com material granular graúdo.
São estruturas capazes de se acomodarem a recalques das fundações e funcionam
como muros de gravidade.
São usados em taludes cortados ou aterros, geralmente em obras rodoviárias.
Figura 8: Muro Crib wall

Fonte: Gerscovich (2010), Diprotec Geossintéticos (2018)


Muros de concreto articulado
O sistema de contenção de encostas com blocos de concreto articulados
utiliza o princípio básico de encaixe lateral sem o uso de argamassa para
a montagem do muro, formando um revestimento ecológico;
Ideal para uso em muros com altura e ângulo variado, podendo se
acoplar escadaria, integrada ao muro de arrimo.
O acabamento superior do muro, junto à última camada de blocos,
geralmente não necessita de nenhum tratamento especial, podendo-se
preencher os dois vazios da última camada com terra vegetal e plantar
vegetação. Caso não, os vazios frontais podem ser preenchidos com
brita ou concreto magro.
Figura 9: Muro de bloco de concreto articulado
Fonte: Alheiros et al, (2003)
Muros de sacos de solo-cimento
Os muros são constituídos por camadas formadas por sacos de poliéster ou
similares, preenchidos por uma mistura cimento-solo da ordem de 1:10 a 1:15
(em volume).
A sua utilização é recomendável para alturas máximas na faixa de 4 a 5 m.
Aplicação: geralmente utilizado para obturação das erosões muros de
contenção, proteção superficial de taludes e de margens de cursos d’água,
principalmente em obras emergenciais localizadas em áreas urbanas.
Vantagens: facilidade e rapidez de execução, grande flexibilidade e baixo
custo.
Um muro de arrimo de solo-cimento com altura entre 2 e 5 metros tem custo
da ordem de 60% do custo de um muro de igual altura executado em concreto
armado (Marangon, 1992).
Muros de sacos de solo-cimento
O posicionamento dos sacos de uma camada é propositalmente
desencontrado em relação à camada imediatamente inferior, de modo a
garantir um maior intertravamento e, em consequência, uma maior
densidade do muro.
As faces externas do muro podem receber uma proteção superficial de
argamassa de concreto magro, para prevenir contra a ação erosiva de
ventos e águas superficiais.
Figura 10 Muro de contenção com sacos de solo-cimento

Fonte: Gerscovich (2010), Diprotec Geossintéticos (2018)


Muros de solo-pneus
Os muros de pneus são construídos a partir do lançamento de camadas
horizontais de pneus, amarrados entre si com corda ou arame e preenchidos
com solo compactado.
Apresentam com vantagens o reuso de pneus descartados e a flexibilidade.
A utilização de pneus usados em obras geotécnicas apresenta-se como uma
solução que combina a elevada resistência mecânica do material com o baixo
custo, comparativamente aos materiais convencionais.
Sendo um muro de peso, os muros de solo-pneus estão limitados a alturas
inferiores a 5m.
A disponibilidade de espaço para a construção de uma base com largura da
ordem de 40 a 60% da altura do muro.
Muros de solo-pneus
Cuidados:
✓Estrutura flexível e, portanto, as deformações horizontais e verticais podem ser
superiores às usuais em muros de peso de alvenaria ou concreto.
✓Assim sendo, não se recomenda a construção de muros de solo-pneus para
contenção de terrenos que sirvam de suporte a obras civis pouco deformáveis, tais
como estruturas de fundações ou ferrovias.
✓A face externa do muro de pneus deve ser revestida, para evitar não só o
carreamento ou erosão do solo de enchimento dos pneus, como também o
vandalismo ou a possibilidade de incêndios.
✓O revestimento da face do muro deverá ser suficientemente resistente e flexível,
ter boa aparência e ser de fácil construção. As principais opções de revestimento
do muro são alvenaria em blocos de concreto, concreto projetado sobre tela
metálica, placas pré-moldadas ou vegetação.
Figura 11: Muro de solo pneus

Fonte: Gerscovich (2010)


Figura 12: Etapas de construção do muro solo pneus
Fonte: Sieira (2001)
Muros de flexão seção “L”
Usualmente executados em concreto armado, com ou sem contrafortes e com
ou sem tirantes. Podem empregar vigas de enrijecimento, no caso de maiores
alturas.
✓Geralmente são aplicados em aterros ou reaterro, pois necessitam de peso
extra.
✓O muro de flexão conta com uma laje de fundo e outra vertical.
✓São estruturas mais esbeltas com seção transversal em forma de “L” que
resistem aos empuxos por flexão.
✓A laje da base apresenta, em geral, largura entre 50 e 70% da altura do
muro.
✓Tornam-se antieconômicos para alturas acima de 5 a 7 metros.
Figura 13: Muro de flexão

Fonte: Gerscovich (2010)


Figura 14: Muro de concreto armado

Fonte: Diprotec Geossintéticos (2018)


Figura 15: Muro de concreto armado com seções especiais

Fonte: Moliterno (1980)


Muros de flexão com contrafortes
Para muros com alturas superiores a cerca de 5 m, é conveniente a
utilização de contrafortes (ou nervuras), para aumentar a estabilidade
contra o tombamento.
Tratando-se de laje de base interna, ou seja, sob o retroaterro, os
contrafortes devem ser adequadamente armados para resistir a
esforços de tração.
No caso de laje externa ao retroaterro, os contrafortes trabalham à
compressão. Esta configuração é menos usual, pois acarreta perda de
espaço útil a jusante da estrutura de contenção. Os contrafortes são em
geral espaçados de cerca de 70% da altura do muro.
Figura 16: Muro com contraforte
Fonte: Gerscovich (2010)
Figura 17: Muro com contraforte do lado do solo
Fonte: Moliterno (1980)
Figura 18: Muro com contraforte do lado externo
Fonte: Moliterno (1980)
Figura 19: Muro com
contraforte do lado externo

Fonte: CM Engenharia 2016


Figura 20: Muro com contraforte do lado externo Fonte: REDAV Projeto de engenharia 2016
Figura 21: Muro com contraforte sobre estacas
Fonte: Moliterno (1980)
Muros de flexão ancorados na base
Muros de flexão podem também ser ancorados na base com tirantes ou
chumbadores (rocha) para melhorar sua condição de estabilidade.
Esta solução de projeto pode ser aplicada quando na fundação do muro
ocorre material competente (rocha sã ou alterada) e quando há limitação
de espaço disponível para que a base do muro apresente as dimensões
necessárias para a estabilidade.
Figura 22: Muro de concreto ancorado na base e muro atirantado
Fonte: Gerscovich (2010), Moliterno (1980)
Sistemas híbridos
São obras que utilizam mais de um tipo de solução. Exemplos deste tipo são os solos reforçados com
geotêxteis com face em blocos pré-fabricados, muros de gabiões ou de solo-pneu com solo reforçado,
etc.

Figura 23: Muro de solo reforçado com faceamento em Figura 24: Muro de gabiões com solo reforçado e muro
pneus. tipo fogueira
Fonte: STRAUSS et al, (2000), Catálogo da Maccaferri).
Figura 25: Gabiões ancorados
Fonte: Vallum Engenharia, 2010
Investigação
Para a elaboração de um projeto de contenção:
✓ precisa-se identificar as camadas do subsolo que porventura possam
vir a participar dos estudos de estabilidade,
✓assim como determinar suas características geológicas e geotécnicas.

Segundo Junior (2014) é fundamental que sejam realizados ensaios nos


solos a serem retidos pelas estruturas de arrimo, para que se possa rever
o comportamento destes elementos a fim de projetar da melhor
maneira, avaliando-se todos os possíveis tipos de carregamento que
possam ocorrer.
Investigação
✓Métodos de reconhecimento/levantamento (topográfico, geológico,
geotécnico, etc.)
✓Sondagens com ensaios e amostragem (SPT, rotativa etc.);
✓Ensaios de campo (Piezocone-CPTU, Ensaios dilatometricos-DMT,
pressiômetro, palheta, permeabilidade, etc.);
✓Ensaios de laboratório (caracterização, compressibilidade,
permeabilidade e resistência);
✓Procedimentos de amostragem (deformada e indeformada).
Investigação
SPT A medida de índices de resistência à
penetração, obtenção de amostras,
determinação do nível d'água e execução
de vários ensaios in situ.

Amostras Indeformadas Determinar características do solo “in


situ”: – os índices físicos, – o coeficiente
de permeabilidade, – os parâmetros de
compressibilidade, – os parâmetros de
resistência ao cisalhamento.

Caracterização Obtenção de parâmetros índice que


identificam não só a natureza do solo,
bem como podem ser correlacionados
com as suas propriedades mecânicas.

Condutividade Hidráulica Capacidade de drenagem do solo.


Cisalhamento direto Coeficiente de atrito, coesão.
Sobrecargas atuantes
Sobrecargas distribuídas, pontuais e dinâmicas

Figura 26: Sobrecargas


DIMENSIONAMENTO
Justino (2009) esquematiza os elementos de um projeto e dimensionamento
de muro de arrimo em seis tópicos:

1) Informações gerais iniciais;


2) Investigação Geotécnica do Subsolo;
3) Pré-Dimensionamento;
4) Cálculo das pressões geradas pelo solo e sobrecargas;
5) Análise a estabilidade – Cálculo do FS:
•Tombamento;
•Deslizamento;
•Ruptura do Terreno da Fundação;
•Ruptura Global;
6) Seleção do sistema de drenagem.
DIMENSIONAMENTO
1) Informações gerais iniciais:

Principais aspectos analisados incialmente em um talude:

a. Topografia local;
b. Espaço físico disponível;
c. Recomendações estéticas e de execução;
d. Condições Ambientais.
DIMENSIONAMENTO
2) Investigação Geotécnica do Subsolo:

As condições de investigação subsolo são estabelecidas considerando os


seguintes aspectos:

a. Seleção do tipo de fundação:


Superficial;
Profunda;
Mista.

b. Estudos de recalques:
Totais; e
Diferenciais.
DIMENSIONAMENTO
2) Investigação Geotécnica do Subsolo:

As condições de investigação subsolo são estabelecidas considerando os


seguintes aspectos:

c. Determinação de capacidade de carga da fundação:


Método de Meyerhof;
Métodos Semi-empíricos;
Métodos Estatísticos.
d. Análise da ruptura do talude (GeoSlope, Slide, Geo5):
DIMENSIONAMENTO
3) Pré-Dimensionamento:

Critérios de pré-dimensionamento para muros de arrimo de seção Retangular.

Fonte: Moliterno, 1980.


DIMENSIONAMENTO
3) Pré-Dimensionamento:
Critérios de pré-dimensionamento para muros de arrimo de seção Trapezoidal.

Fonte: Moliterno, 1980.

Fonte: Moliterno, 1980.


DIMENSIONAMENTO
3) Pré-Dimensionamento:
DIMENSIONAMENTO
4) Cálculo das pressões geradas pelo solo e sobrecargas:

a. Geradas pelo solo;


b. Geradas pelas sobrecargas atuantes;
DIMENSIONAMENTO
5) Análise a estabilidade – Cálculo do FS :

➢ Empuxo:
DIMENSIONAMENTO
5) Análise a estabilidade – Cálculo do FS :

➢ Coeficiente de Empuxo:
Nesta metodologia restringiu-se a utilizar o dimensionamento apenas pelo método de Rankine, cujas as
equações para empuxo passivo e ativo estão dispostas abaixo:

𝝓
𝑲𝒂 = 𝒕𝒈²(𝟒𝟓° − ) (Equação 1)
𝟐

𝝓
𝑲𝒑 = 𝒕𝒈²(𝟒𝟓° + ) (Equação 2)
𝟐

Onde:

𝐾𝑎 → 𝐶𝑜𝑒𝑓𝑖𝑐𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝑒𝑚𝑝𝑢𝑥𝑜 𝑎𝑡𝑖𝑣𝑜;

𝜙 → Â𝑛𝑔𝑢𝑙𝑜 𝑑𝑒 𝑎𝑡𝑟𝑖𝑡𝑜 𝑑𝑜 𝑠𝑜𝑙𝑜

𝐾𝑝 → 𝐶𝑜𝑒𝑓𝑖𝑐𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝑒𝑚𝑝𝑢𝑥𝑜 𝑝𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜


DIMENSIONAMENTO
5) Análise a estabilidade – Cálculo do FS :

➢ Diagramas de Empuxo:
(SOLO NÃO COESIVO)

Empuxo Passivo Empuxo Empuxo Ativo: Empuxo Ativo: Empuxo Ativo:


Ativo: Carga camada de camada de solo NA (γagua)
distribuída solo úmido saturado (γsub)
(q) (γsec)
DIMENSIONAMENTO
5) Análise a estabilidade – Cálculo do FS :

➢ Equações de Empuxo:

𝛾𝑠 ∗ ℎ
𝐸𝑝 = 𝐾𝑝 ∗
2

𝐸𝑞 = (𝐾𝑎 ∗ 𝐻 ∗ 𝑞)

𝐻 𝛾𝑠𝑒𝑐𝑜 𝐻
𝐸𝑠𝑜𝑙𝑜, 𝑢𝑚𝑖𝑑𝑜 = 𝐾𝑎 ∗ ( ) ∗ + (𝐾𝑎 ∗ ( ) ∗ 𝛾𝑠𝑒𝑐𝑜)
2 2 2

𝐻 𝛾𝑠𝑢𝑏
𝐸𝑠𝑜𝑙𝑜, 𝑠𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎𝑑𝑜 = 𝐾𝑎 ∗ ∗
2 2

𝐻
𝐸á𝑔𝑢𝑎 = ∗ 𝛾𝑎𝑔𝑢𝑎
4
DIMENSIONAMENTO
5) Análise a estabilidade – Cálculo do FS :
❑ DESLIZAMENTO:

∑𝑭𝒓
𝑭𝑺𝒅𝒆𝒔 =
∑𝑭𝒂

Onde:

FSdes= Fator de segurança ao deslizamento;

∑𝐹𝑟 = Somatório dos esforços resistentes na estrutura;

∑𝐹𝑎 = Somatório dos esforços atuantes na estrutura;


DIMENSIONAMENTO
5) Análise a estabilidade – Cálculo do FS :
❑ DESLIZAMENTO:

Para o cálculo da segurança ao deslizamento primeiro são calculadas as forças resistivas. A


força resistente é calculada pela seguinte expressão:
𝐅𝐫 = 𝑭𝒂𝒕 + 𝐄𝐩

𝑭𝒂𝒕 = 𝑪. 𝑩 + ∑𝑭𝒗. 𝒕𝒈𝜹

Fat = Força de atrito entre base do muro e o solo


∑Fv=𝑃𝑚𝑢𝑟𝑜
B = Base do muro (m);

C = Coesão do solo da fundação;

𝜙 𝜙
𝛿 = â𝑛𝑔𝑢𝑙𝑜 𝑠𝑜𝑙𝑜/𝑚𝑢𝑟𝑜 ;( ≤ 𝛿 ≤2∗ 3 )
3
DIMENSIONAMENTO
5) Análise a estabilidade – Cálculo do FS :
❑ DESLIZAMENTO:

0
𝐶. 𝐵 + Pm. 𝑡𝑔𝛿 + 𝐸𝑝
𝐹𝑆 𝑑𝑒𝑠 =
𝐸𝑞 + 𝐸𝑠𝑜𝑙𝑜, 𝑠𝑒𝑐𝑜 + 𝐸𝑠𝑜𝑙𝑜, 𝑠𝑎𝑡 + (𝐸𝑎𝑔𝑢𝑎)
DIMENSIONAMENTO
5) Análise a estabilidade – Cálculo do FS :
❑ Tombamento:

∑𝑴𝒓
𝑭𝑺𝒕 =
∑𝑴𝒂

Onde:

FSt= Fator de segurança ao Tombamento;

∑𝑀𝑟 = Somatório dos momentos resistentes na estrutura;

∑𝑀𝑎 = Somatório dos momentos atuantes na estrutura;


DIMENSIONAMENTO
5) Análise a estabilidade – Cálculo do FS :
❑ TOMBAMENTO:

𝑋𝑐
𝑪 4


𝑃𝑚𝑢𝑟𝑜 ∗ 𝑋𝑐 + 𝐸𝑝 ∗
𝐹𝑆 𝑡𝑜𝑚𝑏 = 3
𝐻 𝐻 𝐻 𝐻
𝐸𝑞 ∗ + 𝐸𝑠𝑜𝑙𝑜, 𝑠𝑒𝑐1 ∗ 5 ∗ + (𝐸𝑠𝑜𝑙𝑜, 𝑠𝑒𝑐2 ∗ (𝐻/4 + 𝐸𝑠𝑜𝑙𝑜, 𝑠𝑎𝑡 ∗ ( ቁ + (𝐸𝑎𝑔𝑢𝑎 ∗ ( )ቇ
2 6 6 6
DIMENSIONAMENTO
5) Análise a estabilidade – Cálculo do FS :
❑ RUPTURA DO TERRENO DA FUNDAÇÃO:

σ𝒎𝒂𝒙
𝑭𝑺𝒄𝒂𝒑 =
𝒒𝑟𝑢𝑝

Onde:

FScap= Fator de segurança para a capacidade de carga de


fundação;

σ𝒎𝒂𝒙 = capacidade de carga da fundação;

𝒒𝑟𝑢𝑝 = 𝐸𝑠𝑓𝑜𝑟ç𝑜 𝑡𝑟𝑎𝑛𝑠𝑚𝑖𝑡𝑖𝑑𝑜 𝑝𝑒𝑙𝑎 𝑓𝑢𝑛𝑑𝑎çã𝑜;


DIMENSIONAMENTO
5) Análise a estabilidade – Cálculo do FS :
❑ RUPTURA DO TERRENO DA FUNDAÇÃO:

Para o cálculo da segurança à capacidade máxima de carga é muito utilizada a expressão formulada
por Terzaghi (1943), a qual leva em comiseração os fatores de capacidade de carga Nq, Nϕ e Nγ:

𝛄∗𝑩∗𝐍𝛄
𝛔𝐦𝐚𝐱 = 𝐂 ∗ 𝐍𝛟 + 𝛄 ∗ 𝑫 ∗ 𝐍𝐪 + 𝟐

Onde:

C = Coesão do solo da fundação;


γ = peso específico do solo;
D = embutimento da fundação;
B = largura da base da fundação;
DIMENSIONAMENTO
5) Análise a estabilidade – Cálculo do FS :
❑ RUPTURA DO TERRENO DA FUNDAÇÃO:

A partir da análise do diagrama é possível obter a equação para tensão gerada pelo muro no solo:

Mr − Ma
𝑢= ;
Fv

𝑒 = 𝐵 Τ2 − 𝑢;

Fv 𝑒
qrup = ∗ 1±6∗
𝐵 𝐵

Onde:

u = ponto de ação do esforço vertical do muro (centroide);


e = distância entre o centroide e a metade do muro;
DIMENSIONAMENTO
5) Análise a estabilidade – Cálculo do FS :
❑ RUPTURA DO TERRENO DA FUNDAÇÃO:
DIMENSIONAMENTO
5) Análise a estabilidade – Cálculo do FS :
❑ RUPTURA DO TERRENO DA FUNDAÇÃO:

𝜸 ∗ 𝑩 ∗ 𝑵𝜸
(𝑪 ∗ 𝑵𝝓 + 𝜸 ∗ 𝑫 ∗ 𝑵𝒒 + )
𝑭𝑺𝒄𝒂𝒑 = 𝟐
𝑭𝒗 𝒆
(𝑩 ∗ 𝟏+𝟔∗𝑩 )
DIMENSIONAMENTO
5) Análise a estabilidade – Cálculo do FS :
❑ Ruptura Global:
DIMENSIONAMENTO
5) Análise a estabilidade – Cálculo do FS :
❑ FS Admissíveis de Projeto:

VERIFICAÇÃO Critério Limite


𝑭𝑺𝒅𝒆𝒔 > 1,5
𝑭𝑺𝒕𝒐𝒎𝒃 > 1,5 (Solos arenosos) > 2,0 (Solos argilosos)
𝑭𝑺𝒄𝒂𝒑 > 1,5
𝑭𝑺𝒈𝒍𝒐𝒃𝒂𝒍 > 1,3 (Obras provisórias) > 1,5 (Obras permanentes)

Fonte: Gerscovich, 2010.


DIMENSIONAMENTO
6) Seleção do sistema de drenagem:
DIMENSIONAMENTO
6) Seleção do sistema de drenagem:
❑ Seção Transversal:
DIMENSIONAMENTO
6) Seleção do sistema de drenagem:
❑ Seção Longitudinal:
DIMENSIONAMENTO
6) Seleção do sistema de drenagem:
❑ DISPOSITIVOS:
ESTUDO DE CASO 1:
PROPOSTAS DE ESTABILIZAÇÃO NA UR -2 (IBURA) – SANTANA (2006):
❑ Caracterização do Problema:
ESTUDO DE CASO 1:
PROPOSTAS DE ESTABILIZAÇÃO NA UR -2 (IBURA) – SANTANA (2006):
❑ Soluções Adotadas:

o Muro de Pedra rachão;

o Muro de Solo-cimento ensacado;

o Muro de Gabiões;

o Solo reforçado com geotêxteis.


ESTUDO DE CASO 1:
PROPOSTAS DE ESTABILIZAÇÃO NA UR -2 (IBURA) – SANTANA (2006):
❑ Soluções Adotadas:

o Muro de Pedra rachão:

Pré-dimensionamento:

o L = 20,0 m;

o HÚTIL = 5,0 m;

o HBASE = 0,5 m;

o HTOTAL = HÚTIL+ HBASE = 5,5 m;

o b0 =0,14× HÚTIL = 0,14× 5,0 = 0,7 m;

o b = b0 + HÚTIL/3 = 0,7 + 5,0/3 ≈ 2,5 m.


ESTUDO DE CASO 1:
PROPOSTAS DE ESTABILIZAÇÃO NA UR -2 (IBURA) – SANTANA (2006):
❑ Soluções Adotadas:

o Muro de Solo-cimento ensacado :

Pré-dimensionamento:

o L = 20,0 m;

o HÚtil = 5,0 m;

o HBase = 0,5 m;

o HTotal = HÚtil+ HBase = 5,5 m;

o b = 0,4×HÚtil = 0,4× 5,0 = 2,0 m;


ESTUDO DE CASO 1:
PROPOSTAS DE ESTABILIZAÇÃO NA UR -2 (IBURA) – SANTANA (2006):
❑ Soluções Adotadas:

o Muro de Gabiões :

Pré-dimensionamento:

o L = 20,0 m;

o HÚTIL = 5,0 m;

o HBASE = 0,5 m;

o HTOTAL = HÚTIL+ HBASE = 5,5 m;

o b0 =0,14× HÚTIL = 0,14× 5,0 = 0,7 m;

o b = b0 + HÚTIL/3 = 0,7 + 5,0/3 ≈ 2,5 m.


ESTUDO DE CASO 1:
PROPOSTAS DE ESTABILIZAÇÃO NA UR -2 (IBURA) – SANTANA (2006):
❑ AVALIAÇÃO COMPARATIVA DO CUSTO:

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