Você está na página 1de 38

FACULDADE ANHANGUERA DE GUARULHOS

DAVID SILVA DINIZ

INSTALAÇÕES DE DISPOSITIVOS DE SEGURANÇA EM


PRENSAS EXCÊNTRICAS CONFORME A NORMA
REGULAMENTADORA Nº12

Guarulhos
2017
DAVID SILVA DINIZ

INSTALAÇÕES DE DISPOSITIVOS DE SEGURANÇA EM


PRENSAS EXCÊNTRICAS CONFORME A NORMA
REGULAMENTADORA N°12

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


à Faculdade Anhanguera de Guarulhos, como
requisito parcial para a obtenção do título de
graduado em Engenharia Elétrica.

Orientador: Fabiana Silva.

Guarulhos
2017
DAVID SILVA DINIZ

INSTALAÇÕES DE DISPOSITIVOS DE SEGURANÇA EM PRENSAS


EXCÊNTRICAS CONFORME A NORMA REGULAMENTADORA N°12

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


à Faculdade Anhanguera de Guarulhos, como
requisito parcial para a obtenção do título de
graduado em Engenharia Elétrica.

BANCA EXAMINADORA

Professor Especialista André Albuquerque

Professor Especialista Eduardo Bonamini

Professor Especialista Eduardo dos Santos


D’Elia

Guarulhos, 04 de Dezembro de 2017


Dedico este trabalho...

Para Paula de França Diniz uma mulher


fantástica que sempre me ajudou nas
horas difíceis.
DINIZ, David Silva. Instalações de Dispositivos de Segurança em Prensas
Excêntricas Conforme a Norma Regulamentadora Nº12. 2017. 35 FOLHAS.
Trabalho de Conclusão de Curso de Engenharia Elétrica – Faculdade Anhanguera
de Guarulhos, Guarulhos, 2017.

RESUMO

Esta monografia trata de informações relacionadas a dispositivos eletroeletrônicos


de segurança que são aplicados a máquinas do tipo prensas excêntricas com freio
embreagem conforme está prescrita em uma norma de segurança do ministério do
trabalho dedicado aos componentes de um setor fabril. Por existir uma dificuldade na
aquisição de informações relacionadas ao tema e por ser de extrema importância na
prevenção de acidentes com operadores e problemas financeiros de organizações o
tema foi escolhido, logo o intuito é de poder auxiliar na tomada de decisão e do que
se pode melhorar para evitar tais problemas. Sua estrutura é composta de
argumentos e dissertações em um formato de uma revisão literária com referências
de normas, estudos e programas de prevenção de riscos, teses, manuais e
dicionário, tratando do tema de segurança, dispositivos e funcionamento da máquina
em questão. Com as informações aqui presentes é possível que a prensa em
questão migre de uma situação de elevado risco para uma condição de operação
mais segura, a fim reduzir os problemas relacionados à saúde e propiciar melhoria
na condição de trabalho.

Palavras-chave: Prensa; Excêntrica; Embreagem; Máquina; Segurança.


DINIZ, David Silva. Safety facilities in Eccentric Presses in accordance with
Regulatory Standard Nº12. 2017. 35 SHEETS. Final Project of Electrical
Engineering - Anhanguera College of Guarulhos, Guarulhos, 2017.

ABSTRACT

This monograph deals with information related to electrical and electronic safety
devices that are applied to clutch brake type eccentric presses as prescribed by a
labor ministry safety standard dedicated to the components of a manufacturing
sector. Because there is a difficulty in acquiring information related to the topic and
because it is of extreme importance in the prevention of accidents with operators and
financial problems of organizations, the theme was chosen, so the intention is to be
able to assist in decision making and what can be improved to avoid such problems.
Its structure is composed of arguments and dissertations in a format of a literary
revision with references of norms, studies and programs of prevention of risks,
theses, manuals and dictionary, dealing with the subject of security, devices and
operation of the machine in question. With the information presented here, it is
possible that the press in question migrates from a high risk situation to a safer
operating condition in order to reduce health problems and provide an improvement
in the working condition.

Key-words: Press; Eccentric; Clutch; Machine; Security.


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Desenho esquemático da estrutura da PMEFE.......................................10


Figura 2 – Motor Trifásico de Indução.......................................................................11
Figura 3 – Volante.....................................................................................................11
Figura 4 – Conjunto Freio Embreagem.....................................................................12
Figura 5 – Martelo......................................................................................................12
Figura 6 – Linha de produtos para automação WEG................................................13
Figura 7 – Válvula pneumática de segurança...........................................................16
Figura 8 – Chave de segurança................................................................................17
Figura 9 – Botoeira tipo cogumelo.............................................................................17
Figura 10 – Comando Bimanual................................................................................18
Figura 11 – Relé de Segurança.................................................................................19
Figura 12 – Cortina de Luz........................................................................................19
Figura 13 – Controlador Lógico Programável............................................................22
Figura 14 – Enclausuramento por Proteções móveis ...............................................24
Figura 15 – Interior do painel de comando................................................................25
Figura 16 – Diagrama de ligação...............................................................................25
Figura 17 – Exemplo de fluxo seqüencial .................................................................26
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas


CLP Controlador Lógico Programável
NBR Norma Brasileira
NR12 Norma Regulamentadora Numero 12
PMEFE Prensa Mecânica Excêntrica com Freio Embreagem
SENAI Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
VAC Tensão Alternada
VDC Tensão Contínua
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO...................................................................................................7
1 FUNDAMENTOS E CONSTRUÇÃO DE UMA PRENSA MECÂNICA
EXCÊNTRICA COM FREIO EMBREAGEM................................................................9
1.1 MOTOR.................................................................................................10
1.2 VOLANTE.............................................................................................11
1.3 CONJUNTO FREIO EMBREAGEM......................................................12
1.4 MARTELO.............................................................................................12
1.5 COMPOSIÇÃO ELÉTRICA...................................................................13
2 DISPOSITIVOS DE SEGURANÇA APLICADOS AO
ESTUDO.....................................................................................................................15
2.1 VÁLVULA DE SEGURANÇA ...............................................................15
2.2 CHAVE DE SEGURANÇA ...................................................................16
2.3 DISPOSITIVO DE PARADA DE EMERGÊNCIA .................................17
2.4 COMANDO BIMANUAL .......................................................................18
2.5 CORTINA DE LUZ................................................................................19
3 APLICAÇÃO DOS DISPOSITIVOS DE SEGURANÇA NA MÁQUINA
EM SEU CIRCUITO DE COMANDO.........................................................................21
3.1 COMANDOS ELÉTROELETRÔNICOS DE SEGURANÇA..................21
3.2 CONTROLADOR LÓGICO PROGRAMÁVEL......................................21
3.3 METODOLOGIA DO FUNCIONAMENTO............................................22
3.4 ADEQUAÇÃO PROPOSTA..................................................................23

CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................28

REFERÊNCIAS...............................................................................................30

ANEXOS..........................................................................................................32
ANEXO A - Fragmentos do Anexo VIII da NR12 pertinentes ao estudo.........33
7

INTRODUÇÃO

De acordo com a Norma Regulamentadora numero 12, NR12, toda máquina e


equipamento que trabalha de forma repetitiva e que não tenha proteção adequada
oferece risco ao operador, esta por sua vez deve ter dispositivos apropriados de
segurança. Em seu discorrer, este trabalho demonstra princípios técnicos e lógicos,
a serem adotadas na segurança de máquinas do tipo prensas excêntricas com
acionamento do tipo freio embreagem, sendo aplicado o uso de dispositivos e
componentes eletroeletrônicos usados na partida, acionamento e parada da
máquina e seus equipamentos, a fim de garantir os objetivos de segurança
estabelecidos e atender as especificações da NR12 que rege medidas a serem
executadas de maneira organizada e correta ao uso de equipamentos
eletroeletrônicos para melhoria na segurança, saúde, integridade física e bem estar
dos trabalhadores durante sua jornada de trabalho.
O uso de máquinas inseguras está ligado diretamente com acidentes de
trabalho que não só causam distúrbios a saúde e integridade física do trabalhador
que a utiliza, mas também aos empreendedores e administradores de empresas
acarreta transtornos consideráveis perante a comunidade onde está inserida,
fiscalização e diretrizes vigentes daquele local e também diminuição do valor de sua
organização. Tal problema pode acarretar em até o fechamento de uma empresa
dependendo das proporções que o problema tome. A alternativa ideal para que se
possam manter os equipamentos modernos, confiáveis e produtivos é a adesão e
aquisição de dispositivos de segurança para realização de uma melhoria nas
máquinas. Á partir do problema apresentado e da melhoria proposta, à prensa em
questão migra de uma situação de elevado risco para uma condição de operação
mais segura, a fim de propiciar redução nas condições inseguras do trabalho e na
redução dos riscos de acidentes.
A utilização de máquinas no setor fabril sempre ofereceu riscos aos
trabalhadores e no caso de prensas excêntricas isso não muda. As prensas
mecânicas de acionamento excêntrico, a partir de um sistema freio embreagem
oferecem riscos de segurança ao operador e outros colaboradores ligados ao
processo direto e indireto de fabricação de peças, que durante a execução dos
trabalhos são obrigadas a acessar áreas de risco das máquinas, sejam no instante
8

de alimentar e retirar as peças, para proceder à limpeza, ou na manutenção, onde


há uma alta incidência de acidentes de trabalho que atingem os membros superiores
dos trabalhadores principalmente dedos e mãos.
Por conviver e ter dificuldade na aquisição de informações sobre o tema, aqui
se faz presente uma obra onde seu intuito é expor de maneira simples e objetiva a
importância da utilização de métodos seguros e suas aplicações em prensas para
que sejam evitado e até mesmo anulado todos os problemas relacionados à saúde e
medidas administrativas que esta máquina pode trazer.
Logo, para que isto aconteça se faz necessário: entender o princípio de
funcionamento de uma prensa excêntrica e seus comandos eletroeletrônicos;
apresentar características e funcionamento dos produtos de segurança elétrica
aplicados ao caso como relês de segurança, comando bimanuais, cortinas de
segurança e outros dispositivos disponíveis para a situação no mercado; Aplicar
corretamente o uso dos dispositivos de segurança na máquina em seu circuito de
comando e seu resultado.
O tipo de pesquisa realizado neste trabalho foi uma Revisão de Literatura, na
qual foi realizada consulta a livros, dissertações e em artigos científicos selecionados
através de busca nas seguintes bases de dados, normas regulamentadoras sendo a
NR12 a de maior importância para esta monografia, Dicionário Aurélio, Apostila
SENAI, Artigos sobre automação de prensas e manual básico de segurança em
máquinas. O período dos artigos pesquisados foram os trabalhos publicados nos
últimos 20 anos. As palavras-chave utilizadas na busca foram: Prensa, Excêntrica,
Embreagem, Máquina e Segurança.
9

1 FUNDAMENTOS E CONSTRUÇÃO DE UMA PRENSA MECÂNICA


EXCÊNTRICA COM FREIO EMBREAGEM

Neste capítulo apresenta-se o conhecimento teórico necessário para o


desenvolvimento de todo trabalho. Um estudo relativo será mostrado, juntamente
com um breve histórico dos componentes.
Como o objetivo dessa monografia é a melhoria na segurança de uma prensa
mecânica excêntrica com freio embreagem PMEFE, é necessário descrever um
pouco sobre esta máquina para um melhor entendimento sobre o seu
funcionamento.
Prensa, é o “Aparelho manual ou mecânico para comprimir uma coisa entre
as suas duas peças principais” (FERREIRA, 2001, p. 553).
Mais a fundo diria que, uma prensa mecânica é uma máquina utilizada para
aplicar uma força especifica sobre materiais, principalmente os metais. As prensas
são usadas para furar, moldar, cortar e formar peças (SERVIÇO NACIONAL DE
APRENDIZAGEM INDUSTRIAL, 2002, p. 23). Nessa máquina, uma ferramenta é
colocada para moldar o material durante o processo de estampagem.
Elas têm uma característica importante no que se refere à segurança. Isto se
deve ao fato de que o disco de embreagem permanece sob pressão durante todo o
tempo de ação do martelo, e quando esta pressão é liberada, o martelo para na
posição.
Existe uma grande variedade de prensas, diversificando-se em relação ao
modelo, tipo, tamanho e capacidade de força ou velocidade. “As prensas mecânicas
excêntricas com freio embreagem, PMEFE, podem ser confeccionadas em ferro ou
aço fundido ou em chapa de aço soldado” (FIERGS, 2006, p. 25). O acionamento
das prensas pode ser feito por botoeiras simples, por acionamento contínuo ou por
comando bi manual.
As PMEFE são de simples operação, suas velocidades são fixas e pré-
estabelecidas, a descida e subida do martelo onde seu movimento é provido de uma
arquitetura mecânica de movimento rotativo que é transformado em linear através de
bielas. A construção e as principais partes de uma PMEFE podem ser observadas
na Figura 1.
10

Figura 1 – Desenho esquemático da estrutura da PMEFE

Fonte: FIERGS (2006, p.25).

Quando acionada, através de um pedal ou comando bimanual, uma ou mais


válvulas pneumáticas recebem o sinal, permitindo a entrada do ar, liberando o freio
e, simultaneamente, acoplando a embreagem, transmitindo o movimento de rotação
ao conjunto eixo bucha excêntrica, transformado em movimento linear pela biela,
realizando o trabalho de descida e subida do martelo. “Uma vez executado o ciclo,
este fluído (ar) é liberado e o martelo para, através do freio que é acionado por
molas, pois estas unidades são normalmente freadas” (FIERGS, 2006, p.24).
Uma PMEFE é composta por várias partes, a seguir serão mencionados os
principais itens e mais comuns presentes em qualquer um dos tipos e modelos de
prensa.

1.1 MOTOR
11

O motor é um dispositivo que tem como principal objetivo a conversão de


energia elétrica em movimento mecânico. Pode apresentar diversas formas e
características, porém, em PMEFE o motor do tipo trifásico de indução mostrado na
Figura 2 é o mais utilizado.

Figura 2 – Motor trifásico de indução.

Fonte: FIERGS (2006, p.40).

Na ponta do eixo do motor vai acoplada uma polia, local onde estão
conectadas as correias que por sua vez são as responsáveis pela transmissão do
movimento mecânico ao volante.

1.2 VOLANTE

O volante representado na Figura 3 utiliza a energia proveniente do motor


para quando necessário for acoplado no conjunto freio embreagem dando
movimento a máquina para a execução da prensagem.

Figura 3 – Volante.

Fonte: SCHIONATO (2007, p.22).


12

Sua posição está na extremidade de um eixo excêntrico, no centro há uma


biela com uma bucha excêntrica, responsável pela transformação do movimento
rotativo em movimento linear do martelo.

1.3 CONJUNTO FREIO EMBREAGEM

O conjunto freio embreagem que é mostrado na Figura 4 “é utilizado para


transmitir o movimento do volante para o eixo excêntrico” (NASCIMENTO, 2017).

Figura 4 – Conjunto freio embreagem.

Fonte: FIERGS (2006, p.27).

Ele também é o responsável pela parada do sincronismo do martelo em


qualquer posição da trajetória de movimento de estampagem.

1.4 MARTELO

A Figura 5 ilustra o martelo, meio conhecido como prensador, ele é a parte


móvel desta estrutura que executa por fim o objetivo da máquina, que é prensar.

Figura 5 – Martelo.

Fonte: FIERGS (2006, p.16).


13

No martelo é fixado uma das partes da ferramenta de formação de peças, a


outra parte da ferramenta é fixada na base da máquina, mais conhecida como mesa.
Agora sabendo da construção de PMEFE, fica mais fácil de entender que o
percurso do martelo é provido de uma arquitetura mecânica, onde o seu movimento
de rotação é transformado em linear por meio de um processo onde a biela é
acoplada a um eixo excêntrico interligado em sua extremidade a um conjunto freio
embreagem, que quando necessário capta e transmite o movimento do volante que
tem como fonte a energia proveniente do motor.

1.5 COMPOSIÇAO ELÉTRICA

A composição elétrica da máquina dispõe de um painel com componentes


eletroeletrônicos que tem por objetivo a automatização da prensa. Neste painel
podem-se encontrar bornes, contatores, relés, disjuntores, blocos de contatos,
botões sinaleiros e chaves de contatos. A Figura 6 ilustra a linha de produtos de
automação de uma grande organização.

Figura 6 – Linha de produtos para automação WEG.

Fonte: VANGUARDA COMERCIAL (2017).

O painel elétrico de uma prensa tem sua ligação em energia elétrica trifásica
nas tensões de operação 220/380 ou 440 volts, porém o diagrama de comando de
acordo com normas sempre será ou em 24VDC ou 220VAC. Para recepção da
14

entrada de energia elétrica utilizam-se bornes, que são componentes para interface
de componentes internos com componentes externos do painel. O primeiro
dispositivo a receber a energia será uma chave seccionadora que fará o papel de
obstrução ou não da passagem de corrente elétrica. Seguindo o processo de
energização do sistema vêm os disjuntores que são os responsáveis pela proteção
do comando.
Para funcionamento da máquina liga-se uma chave liga/desliga comando
onde um sinaleiro demonstra esta ação, liga-se depois a lubrificação e o motor da
máquina. Quando há uma confirmação elétrica de que o sistema está operante
através de uma lógica elétrica, se torna o possível o acionamento para a ação de
prensagem da máquina, para que isto ocorra pressiona-se um botão que sua função
é enviar um sinal elétrico a uma eletrovalvula pneumática que quando atuada
interrompe a passagem de ar do freio liberando o movimento da máquina, ao mesmo
tempo em que o freio é interrompido é liberada a passagem de ar para a embreagem
que por sua vez conecta todo o sistema mecânico e faz com que exista trabalho na
máquina movimentando o martelo. Se soltar o botão a máquina volta à posição de
repouso não importando a posição do martelo, pois neste momento é liberada a
passagem de ar ao freio. Se for pressionado o botão de emergência durante o ciclo
também há a parada do movimento. Este tipo de acionamento é chamado de ajuste.
Existem outros dois tipos de acionamentos em prensas, o contínuo em que a
máquina executa o movimento até que haja uma ordem de interrupção ou maneira
simples/singelo onde a máquina executa apenas um ciclo completo do movimento.
15

2 DISPOSITIVOS DE SEGURANÇA APLICADOS AO ESTUDO

Segundo a ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (NBR NM


272:2002 Segurança de Máquinas, 2002), as máquinas e os equipamentos com
acionamento repetitivo deverão receber proteção adequada. Porém esta norma trata
apenas de proteções físicas fixas ou móveis e enclausuramentos. Já na NBR NM -
273:2002, que rege os princípios para projeto e seleção de dispositivos de
intertravamento associados a proteções, dita a área a ser abordada no tema que são
os dispositivos inerentes ao estudo.
A NORMA REGULAMENTADORA DO MINISTÉRIO DO TRABALHO E
EMPREGO (NR12 - Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos, 2010)
em seu Anexo VIII rege as instruções de segurança ao interesse desta revisão
literária sendo ela a principal fonte de pesquisa aqui descrita logo se faz necessária
sua menção. Os itens relacionados com o tema deste trabalho estão expostos no
ANEXO A ao final desta monografia para consulta.
Sendo assim com auxilio da NR12 e ajuda de catálogos e arquivos de duas
grandes fornecedoras de dispositivos de segurança (ROSS e SCHMERSAL), a
seguir estão relacionados alguns dispositivos escolhidos para esta monografia.

2.1 VÁLVULA DE SEGURANÇA

“As prensas mecânicas excêntricas com freio ou embreagem pneumático,


devem ser comandados por válvula de segurança específica com fluxo cruzado,
monitoramento dinâmico e livre de pressão residual” (NORMA
REGULAMENTADORA DO MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO. NR12.
2010, p. 53). A Válvula Pneumática de Segurança mostrada na Figura 7 é um
dispositivo eletromecânico composto por bobinas que podem ser de várias tensões
de operações com ou sem a bobina de reset do sistema onde em um bloco com
pistões direcionam a passagem do ar bloqueando ou não o fluxo do trabalho.
16

Figura 7 – Válvula pneumática de segurança.

Fonte: ROSS (2017).

A confiabilidade da precisão de interrupção do ciclo de curso do martelo


depende da válvula de segurança. Ela deve ser livre de resíduos de pressão,
evitando uma nova descida involuntária do martelo (repique), garantindo ainda em
qualquer tempo a parada da descida do martelo através de uma rápida liberação do
ar e o acoplamento do freio (FIERGS, 2006, p.29). Para isso, o diagrama de
transmissão de ar comprimido dos circuitos pneumáticos das prensas
obrigatoriamente precisa garantir a eficiência das válvulas de segurança, possuindo
purgadores que eliminam o líquido da linha ou sistema de secagem do ar com o
mesmo propósito, e por fim um sistema de lubrificação automático com óleo próprio
para esta finalidade.

2.2 CHAVE DE SEGURANÇA

Chave de segurança, Figura 8, é um componente usado e associado a uma


proteção física, que interrompe o funcionamento e mantém a máquina desligada
enquanto a proteção móvel ou porta estiver aberta. Deve ser instalado utilizando-se
o princípio de interrupção do circuito de comando.
17

Figura 8 – Chave de segurança.

Fonte: SCHMERSAL (2017).

Seu funcionamento se dá por contato físico entre a lingüeta e o corpo da


chave, como um fim de curso de segurança. Do ponto de vista elétrico basicamente
é um contato normalmente fechado (NF) e deve ser instalado de modo a assegurar a
interrupção do circuito de comando elétrico.

2.3 DISPOSITIVO DE PARADA DE EMERGÊNCIA

Geralmente são encontrados nas máquinas na forma de botões do tipo


cogumelo e na cor vermelha conforme a Figura 9.

Figura 9 – Botoeira tipo cogumelo.

Fonte: SCHMERSAL (2017).

São colocados em local visível sempre ao alcance do operador na máquina


ou próximo dela, e que, quando acionados, tem a finalidade de parar o movimento
da máquina, desabilitando seu comando. Devem ser monitorados por relê ou CLP de
segurança.
18

2.4 COMANDO BIMANUAL

O Comando bimanual, Figura 10, na verdade não é apenas um componente e


sim um conjunto de dispositivos que tem a função de controle para o operador, que
ao acionar através de dois botões, permitindo que o acionamento só seja
concretizado apenas quando houver o acionamento simultâneo entre eles, um
circuito eletrônico de segurança com canal duplo que garanta a simultaneidade do
acionamento e envie o sinal de confirmação do acionamento ao conjunto
eletroeletrônico, “os comandos bi-manuais devem ser ergonômicos e robustos para
não serem afetados por vibrações durante a operação da máquina” (CERNA, 2013,
p. 27).

Figura 10 – Comando Bimanual.

Fonte: SCHMERSAL (2017).

O comando bimanual existe para obrigar o operador a manter suas mãos em


local seguro durante o ciclo evitando-se assim possíveis acidentes. A caixa usada
para abrigar este comando tem como principal função dificultar a manipulação do
sistema de acionamento.
Além da caixa de comando bimanual é necessário também um controle de
simultaneidade de segurança de 0,5s, que opere com canal duplo (NBR14152),
tenha auto-teste a cada ciclo da máquina e que obrigue o operador a manter as
mãos juntas à botoeira durante toda a fase crítica do ciclo. “Os sinais elétricos
devem ser gerados por chaves de segurança com duplo canal e ruptura positiva,
monitoradas por interface de segurança classificada como categoria 4” (NORMA
REGULAMENTADORA DO MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO. NR12.
19

2010, p. 55). Este componente é chamado de Relé de Segurança ou Simultaneidade


que é apresentado na Figura 11.

Figura 11 – Relé de Segurança.

Fonte: SCHMERSAL (2017).

Além das funções já atribuídas o rele de segurança deve ainda prevenir e


preservar o operador e sistema contra possíveis falhas nos blocos de contato e
instalações dos botões de acionamento e emergência.

2.5 CORTINA DE LUZ

Cortina de luz ou barreira de segurança, Figura 12, é um conjunto de


basicamente 5 itens, dois cabos de ligação, um rele de segurança que atua como
sistema de controle, um transmissor e um receptor.

Figura 12 – Cortina de Luz.

Fonte: SCHMERSAL (2017).


20

O campo de atuação dos sensores é formado por múltiplos transmissores e


receptores de fachos laser individual. Para cada conjunto de transmissores e
receptores ativados, caso o receptor não receba o feixe luminoso de infravermelho
do transmissor, é gerado um sinal de falha, neste caso a cortina de luz deverá
bloquear o comando da máquina. Ela deve ser adequadamente selecionada de
acordo com a altura de proteção e a resolução, e posicionada a uma distância
segura da zona de risco, devendo ainda ser certificada como categoria 4 e
monitorada por relês ou CLP de segurança.
21

3 APLICAÇÃO DOS DISPOSITIVOS DE SEGURANÇA NA MÁQUINA EM SEU


CIRCUITO DE COMANDO

Um sistema de segurança é composto por proteções mecânicas, com a


utilização de dispositivos de segurança com bloqueio de acesso, intertravamento e
monitoração das proteções mecânicas. Todos destinados a evitar que o trabalhador
entre em contato com as áreas de riscos das máquinas e proporcionando um
acionamento seguro e em caso de emergência leve a máquina a uma parada de
emergência controlada.

3.1 COMANDOS ELÉTROELETRÔNICOS DE SEGURANÇA

O emprego em conjunto de proteções fixas, proteções móveis e suas chaves


de segurança, as cortinas de luz, os comandos bi-manuais, os dispositivos de
parada de emergência e válvula de segurança, possibilitam atingir os níveis de
segurança requisitados nas máquinas e equipamentos (SCHNEIDER, 2011, p. 38).
Além da utilização dos dispositivos informados, deve-se atentar para o cumprimento
das características do sistema, como de: redundância, autoteste e diversidade na
escolha de componentes diferentes. Logo pode-se dizer que tais dispositivos devem
ser todos ligados a uma central de inteligência de comandos elétricos de segurança,
ou seja, Controlador lógico programável (CLP) e/ou relés de segurança,
classificados como tipo ou categoria 4 de proteção.

3.2 CONTROLADOR LÓGICO PROGRAMÁVEL

Mais conhecido como CLP, Figura 13, controlador lógico programável “é um


dispositivo de automação industrial que controla máquinas e processos através de
lógica digital programada” (PUPO, 2002, p.17) em outras palavras é um sistema
computadorizado eletrônico destinado a controlar e checar, de modo redundante, os
sinais elétricos de comando de uma máquina, inibindo seu funcionamento no
eventual aparecimento de falhas.
22

Figura 13 – Controlador lógico programável.

Fonte: SCHIONATO (2007, p. 9).

Conforme o item 4.10 da NBR 13930 a programação do sistema de comando


no software instalado deverá garantir a sua eficácia, de forma a diminuir ao mínimo a
possibilidade de erros oriundos de falha humana em seu projeto, tendo ainda de
possuir um sistema de verificação de conformidade, a fim de evitar o
comprometimento de qualquer função referente à segurança, bem como não permitir
mudanças do software básico pelo usuário (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE
NORMAS TÉCNICAS, 2008).

3.3 METODOLOGIA DO FUNCIONAMENTO

O comando de partida ou acionamento das máquinas deve possuir


dispositivos que impeçam seu funcionamento automático ao serem energizadas.
Devem atender aos seguintes requisitos de segurança: estar sob
monitoramento automático por interface de segurança (relé de segurança); o sinal de
saída deve terminar quando houver desacionamento de qualquer dos dispositivos de
atuação de comando; possuir dispositivos que exijam uma atuação intencional a fim
de minimizar a probabilidade de comando acidental e por fim, os dispositivos devem
ser posicionados a uma distância segura da zona de perigo, levando em
23

consideração o tempo máximo necessário para a paralisação da máquina ou para a


remoção do perigo.
Todos os contatos de acionamento dos relés de segurança devem ficar
ligados em série no comando elétrico do sistema, somente liberando o acionamento
e partida dos contatores quando todos estiverem com a posição de fechado.
A liberação do movimento da máquina se dará pelo pulso do operador em um
dos componentes do circuito, como por exemplo, um comando bimanual. Para a
perfeita funcionalidade do circuito de comando, deve-se observar que todos os
componentes do circuito elétrico devem estar na condição fechada, dando assim o
sinal de confirmação que o sistema de segurança esta OK (em condição de
segurança), liberando a partida e ou movimento da máquina.
Existem dois tipos de parada total da máquina, ou até mesmo nem
possibilidade de ligação da mesma, a primeira sendo para o caso da parada de
emergência, onde se tem a parada total de máquina, mediante as situações de
acionamento de um botão de emergência, acionamento da cortina de luz, ou pela
remoção de uma proteção móvel atuando a chave de segurança, ou a segunda,
para o caso da parada comum como um final de ciclo.

3.4 ADEQUAÇÃO PROPOSTA

“A transformação de prensas e similares deve seguir critérios rigorosos e


avaliar todos os elementos existentes na máquina, quanto sua vida útil e viabilidade
técnica” (FIERGS, 2006, p.93).
O primeiro passo a ser tomado diante a missão de proteger o operador dos
riscos iminentes de acidentes em uma prensa é determinar a relação dos
componentes necessários obrigatórios. Não existe até o momento um padrão para
instalação das proteções, mas como mencionado nos itens da norma NR12 existe
princípios a serem considerados, logo esta monografia citará o básico para uma boa
segurança. A relação é composta por: um jogo de cortina de luz (cabos, relé de
segurança, transmissor e receptor); um comando bimanual já contendo um botão de
emergência fixado ao mesmo e um relé de segurança para supervisão; três botões
de emergência (sendo fixados no painel, parte frontal e traseira da maquina), pois,
“As prensas e similares devem possuir dispositivos de parada de emergência que
24

garantam a parada segura do movimento da máquina ou equipamento.” (NORMA


REGULAMENTADORA DO MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO. NR12.
2010, p. 54); uma válvula de segurança; um CLP; e por fim três chaves de
segurança para confirmação de enclausuramento estável da máquina.
O segundo passo é composto por aplicar a melhoria proposta na máquina já
existente e que tinha seu principio de funcionamento já definido anteriormente no
capítulo um desta revisão literária.
Será feita primeiramente as fixações necessárias e substituições pertinentes.
Com todo o sistema desligado (fluxo de ar e energia elétrica) troca-se a válvula de
acionamento pneumático pela válvula de segurança. “Havendo possibilidade de
acesso a zonas de perigo não supervisionadas pelas cortinas, devem existir
proteções fixas ou móveis dotadas de intertravamento” (NORMA
REGULAMENTADORA DO MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO. NR12.
2010, p. 52) logo devem-se fixar as chaves de segurança conforme a Figura 14.

Figura 14 – Enclausuramento por proteções móveis.

Fonte: FIERGS (2006, p.72).

A fixação deve ser feita nas laterais e parte traseira da máquina de maneira
eficiente tal que em qualquer circunstância o mínimo de remoção da parte móvel
seja suficiente para bloqueio a operação. Agora fixa-se também os botões de
emergência nos locais anteriormente já indicados. A cortina de luz é posicionada
frontalmente a máquina de modo que a qualquer tentativa de acesso a zona de
prensagem seja o suficiente para interrupção do ciclo. Por fim posiciona-se o
controle de comando de bimanual a uma distância segura da máquina e o restante
25

dos componentes como CLP e relés de segurança são posicionados no interior do


painel de comando como nos mostra a Figura 15.
Figura 15 – Interior do painel de comando.

Fonte: FIERGS (2006, p.86).

Agora a etapa que segue exige extrema atenção, pois é neste ponto onde a
modificação proposta está realmente inserida. Todos os novos dispositivos devem
ser interligados ao painel através de bornes para que exista uma interface de
comunicação entre software, dispositivos e periféricos a Figura 16 exemplifica este
processo.

Figura 16 – Diagrama de ligação.

Fonte: FIERGS (2006, p.86).


26

O primeiro dispositivo a receber a energia será uma chave seccionadora que


fará o papel de obstrução ou não da passagem de corrente elétrica. Seguindo o
processo de energização do sistema vêm os disjuntores que são os responsáveis
pela proteção do comando. Para funcionamento da máquina liga-se uma chave
liga/desliga comando um sinaleiro demonstra esta ação. Quando há uma
confirmação elétrica de que o sistema está operante através de uma lógica elétrica,
através do programa é confirmada toda a série da linha de segurança da máquina
que é composta por contatos fechados dos botões de emergência, chaves de
emergência e sinal do relê que supervisiona a operação da cortina de luz. Tudo deve
estar ligado no CLP que será responsável por viabilizar ou não o processo de
funcionamento da máquina (CERNA, 2013, p. 39 à p. 42). Então para dar
continuidade na operação do processo de funcionamento e existindo um sinal de
sistema seguro, há possibilidade de ligar a máquina e seus primeiros dispositivos.
Primeiramente liga-se a lubrificação e depois o motor da máquina.
Agora com o conjunto que possibilita a transmissão de movimento da
máquina acionado se torna o possível o acionamento para a ação de prensagem,
para que isto ocorra pressionam-se os dois botões do conjunto bimanual onde o relé
de supervisão verifica a simultaneidade do processo autorizando então a entrada no
canal do CLP que significa que o processo está operante, logo por sua vez o CLP
envia um sinal duplo parar as bobinas da válvula de segurança que permite então
desde que as condições de ar comprimido estejam favoráveis a passagem de fluido
para que o conjunto freio embreagem atue, “É fundamental o monitoramento do
freio” (NASCIMENTO, 2017). Fica claro com diagrama apresentado na Figura 17.

Figura 17 – Exemplo de fluxo seqüencial.

Fonte: FIERGS (2006, p.32).


27

Quando atuada, a válvula de segurança interrompe a passagem de ar do freio


liberando o movimento da máquina, ao mesmo tempo em que o freio é interrompido
é liberada a passagem de ar para a embreagem que por sua vez conecta todo o
sistema mecânico e faz com que exista trabalho na máquina movimentando o
martelo, visto que em qualquer alteração do fluxo de ar o dever da válvula de
segurança é interromper este ciclo. Se soltar qualquer que seja o botão do bimanual
ou remover qualquer proteção ou invadir a cortina ou apertar algum botão de
emergência, a máquina volta à posição de repouso não importando a posição do
martelo, pois neste momento é liberada a passagem de ar ao freio. Tornando assim
o sistema mais seguro contra possíveis acidentes.
Para finalizar a adequação da máquina, “deve ser providenciada toda a
documentação com os esquemas elétricos e hidráulicos, manuais dos componentes
utilizados, manuais de operação, laudos de conformidade fornecidos por um
especialista” (GOVASKI, 2014, p. 58), para que possa ter um histórico da máquina e
ser feito um estudo para execução de planos de manutenção preventiva.
28

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Atualmente no Brasil muitas metalúrgicas passam por inúmeras dificuldades


sendo dentre elas as elevadas taxas de acidentes, por isso administradores buscam
minimizar este problema partindo para melhoria ou aquisição de equipamentos
seguros. Esta necessidade motivou o desenvolvimento deste trabalho, que de
maneira simples e objetiva, mostrou a importância da utilização de métodos seguros
e suas aplicações em máquinas do tipo prensas mecânicas excêntricas com freio
embreagem para que sejam evitado e até mesmo anulado todos os problemas
relacionados à saúde e medidas administrativas que esta máquina pode trazer.
O objetivo principal de qualquer sistema de segurança é evitar que o
trabalhador entre em contato direto com partes móveis e perigosas de uma máquina
e para atingir este e os demais objetivos propostos, foi através da busca de
conhecimento sobre as diversas Normas aplicáveis e evidenciando no discorrer
desta monografia, o funcionamento comum deste tipo de máquina sem estar de
acordo com a norma NR12, e após reunir material técnico para auxiliar na correta
apresentação e escolha de dispositivos e componentes eletroeletrônicos que
compõem um sistema de segurança. Por fim foi enunciada a metodologia de
aplicação e funcionamento cumprindo a normatização proposta estando em
conformidade com os requisitos de segurança exigidos.
Com as informações aqui presentes há uma migração de uma situação de
elevado risco para uma condição de operação mais segura, sendo que com esta
automação os resultados finais obtidos são satisfatórios, visto que além de trazer
uma melhor segurança de operação e reduzir os problemas relacionados à saúde
propiciando melhoria na condição de trabalho no dia a dia, também trouxe outros
benefícios como uma maior produtividade gerando maior lucro, pois a máquina em si
agora passa maior confiabilidade ao operador, como também trás para os
empreendedores e administradores de empresas uma boa imagem para suas
organizações deixando de acarretar transtornos e problemas com fiscalização e
diretrizes estando de acordo com as leis locais.
Como sugestão para trabalhos futuros, indica-se que sejam elaborados
cronogramas de manutenções preventivas e preditivas dos equipamentos, incluindo
nestes cronogramas também as verificações de funcionamento adequado dos
29

dispositivos de segurança, pois a correta instalação dos dispositivos elétricos de


segurança em uma máquina influência diretamente na sua funcionalidade, tanto na
parte da segurança como de produtividade o que resulta em lucro.
O resultado destas informações colhidas será uma lista com inúmeros itens
que devem ser verificados, pois por falta de uma manutenção adequada e segura
nos mesmos, poderão causar acidentes. Com isso a verificação constante de todos
esses itens e com a atenção devida as máquinas estarão sempre no processo de
melhoria contínua e seus equipamentos instalados estarão em perfeitas condições
se segurança, de acordo com a legislação vigente, mantendo-se sempre moderna e
segura para o trabalho.
30

REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT - NBR 13930:


Prensas mecânicas – Requisitos de Segurança. Rio de Janeiro, 2008.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT - NBR 14152:1998 -


Segurança de máquinas - Dispositivos de comando bimanuais - Aspectos
funcionais e princípios para projeto. Disponivel em: <
https://www.target.com.br/produtos/normas-tecnicas/30271/nbr14152-seguranca-de-
maquinas-dispositivos-de-comando-bimanuais-aspectos-funcionais-e-principios-
para-projeto >. Acesso em: 12 out. 2017

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT – NBR NM 272:2002


Segurança de Máquinas – Proteções – Requisitos gerais para o projeto e
construção de proteções fixas e móveis. Disponível em: <
http://vipelevadores.com.br/arquivos/1445451837.pdf >. Acesso em: 12 out. 2017

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT - NBR NM - 273:2002


- Segurança de máquinas - Dispositivos de intertravamento associados a
proteções - Princípios para projeto e seleção. Disponível em: <
http://vipelevadores.com.br/arquivos/1445452514.pdf >. Acesso em: 12 out. 2017

CERNA, PAULO CESAR FLORES. Retrofitting de uma prensa mecânica


excêntrica de acionamento por engate de chaveta. 2013. 51 f. Trabalho de
Conclusão de Curso (Especialização em Automação Industrial). Departamento
Acadêmico de Eletrônica, Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR.
Curitiba, 2013.

FERREIRA, AURÉLIO BUARQUE DE HOLANDA. Dicionário da Língua


Portuguesa. 4. ed. rev. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001.

FIERGS. Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares. Porto alegre:


Conselho de Relações de Trabalho e Providência Social, Grupo de Gestão do
Ambiente do Trabalho, 2006. 134p.

GOVASKI, ODAIR JOSÉ. Proposta de Adequação de uma Prensa Hidráulica à


NR12. 2014. 63 f. Trabalho de conclusão de curso de engenharia mecânica. FAHOR
Faculdade Horizontina. Horizontina RS, 2014.
31

NASCIMENTO, WAGNER. Proteção em Prensas e Similares. Disponível em: <


http://wagner-nascimento.webnode.com.br/>. Acesso em: 11 nov. 2017.

NORMA REGULAMENTADORA DO MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO.


NR12 - Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos. Disponível em: <
http://trabalho.gov.br/seguranca-e-saude-no-trabalho/normatizacao/normas-
regulamentadoras/norma-regulamentadora-n-12-seguranca-no-trabalho-em-
maquinas-e-equipamentos >. Acesso em: 15 set. 2017.

PUPO, MAURÍCIO. S. Homem-máquina para supervisão de um CLP em controle


de processos. 2002. 113 f. Tese de mestrado, Universidade de São Paulo. São
Carlos, 2002.

ROSS. Segurança em Sistemas Pneumáticos. Disponível em: <


http://www.rockwellautomation.com/resources/downloads/rockwellautomation/bra/pdf
/p07_ross-seguranca-em-sistema-pneumaticos.pdf >. Acesso em: 01 Maio. 2017

SCHIONATO, G. Z. Automação de prensa excêntrica. 2007. 44 f. Trabalho de


conclusão de curso de engenharia elétrica. Universidade de São Francisco.
Campinas, 2007.

SCHMERSAL. Equipamentos e dispositivos de Segurança. Disponível em: <


http://www.schmersal.com.br/produtos/seguranca/ >. Acesso em: 01 Maio. 2017.

SCHNEIDER, ELMO. E. Instalações de Dispositivos de Segurança para


Máquinas Operatrizes. 2011. 47 f. Trabalho de conclusão de curso de Pós
Graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho. Universidade Regional do
Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul. Ijuí, 2011.

SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL. SÃO PAULO.


Fundamentos e metodologia para elaboração do programa de prevenção de
riscos em prensas e similares – PPRPS. São Paulo: SENAI/SP, 2002.

VANGUARDA COMERCIAL. Distribuição e Revenda de Materiais Elétricos.


Disponível em: < http://www.vanguardacoml.com.br/eletrica.php >. Acesso em: 16
set. 2017.
32

ANEXOS
33

ANEXO A

Fragmentos do Anexo VIII da NR12 pertinentes ao estudo.

1. Prensas são máquinas utilizadas na conformação e corte de materiais


diversos, nas quais o movimento do martelo - punção, é proveniente de um sistema
hidráulico ou pneumático - cilindro hidráulico ou pneumático, ou de um sistema
mecânico, em que o movimento rotativo se transforma em linear por meio de sistemas
de bielas, manivelas, conjunto de alavancas ou fusos.

1.1. As prensas são divididas em: a) mecânicas excêntricas de engate por


chaveta ou acoplamento equivalente; b) mecânicas excêntricas com freio ou
embreagem; c) de fricção com acionamento por fuso; d) servoacionadas; e)
hidráulicas; f) pneumáticas; g) hidropneumáticas; e h) outros tipos não relacionados
neste subitem.

2. Sistemas de segurança nas zonas de prensagem.

2.1. Os sistemas de segurança nas zonas de prensagem ou trabalho aceitáveis


são: a) enclausuramento da zona de prensagem, com frestas ou passagens que não
permitem o ingresso dos dedos e mãos nas zonas de perigo, e podem ser constituído
de proteções fixas ou proteções móveis dotadas de intertravamento; b) ferramenta
fechada, que significa o enclausuramento do par de ferramentas, com frestas ou
passagens que não permitem o ingresso dos dedos e mãos nas zonas de perigo; c)
cortina de luz com redundância e autoteste, monitorada por interface de segurança,
adequadamente dimensionada e instalada, conjugada com comando bimanual.

2.1.1. Havendo possibilidade de acesso a zonas de perigo não supervisionadas


pelas cortinas, devem existir proteções fixas ou móveis dotadas de intertravamento.

2.1.2. O número de comandos bimanuais deve corresponder ao número de


operadores na máquina.

2.1.3. Os sistemas de segurança referidos devem ser classificados como


categoria 4, conforme a NBR 14153.

3. Proteção da zona de prensagem ou de trabalho.

3.2. As prensas mecânicas excêntricas com freio e embreagem,


servoacionadas, hidráulicas, pneumáticas, hidropneumáticas e seus respectivos
similares devem adotar os seguintes sistemas de segurança nas zonas de prensagem
ou trabalho: a) enclausuramento com proteções fixas ou proteções móveis dotadas de
intertravamento; ou b) operação somente com ferramentas fechadas; ou c) utilização
de cortina de luz conjugada com comando bimanual.

4. Sistemas hidráulicos e pneumáticos de comando.


34

4.1. As prensas mecânicas excêntricas com freio ou embreagem pneumático,


as prensas pneumáticas e seus respectivos similares, devem ser comandados por
válvula de segurança específica com fluxo cruzado, monitoramento dinâmico e livre
de pressão residual.

4.1.1. A prensa ou similar deve possuir rearme manual, incorporado à válvula


de segurança ou em outro componente do sistema, de modo a impedir acionamento
adicional em caso de falha.

4.1.2. Nos modelos de válvulas com monitoramento dinâmico externo por


pressostato, micro-switches ou sensores de proximidade, o monitoramento deve ser
realizado por interface de segurança.

4.1.3. Somente podem ser utilizados silenciadores de escape que não


apresentem risco de entupimento, ou que tenham passagem livre correspondente ao
diâmetro nominal, de maneira a não interferir no tempo de frenagem.

4.1.4. Quando válvulas de segurança independentes forem utilizadas para o


comando de prensas e similares com freio e embreagem separados, devem ser
interligadas de modo a estabelecer entre si um monitoramento dinâmico, para
assegurar que o freio seja imediatamente aplicado caso a embreagem seja liberada
durante o ciclo, e ainda para impedir que a embreagem seja acoplada caso a válvula
do freio não atue.

4.1.5. Os sistemas de alimentação de ar comprimido para circuitos


pneumáticos de prensas e similares devem garantir a eficácia das válvulas de
segurança, e possuir purgadores ou sistema de secagem do ar e sistema de
lubrificação automática com óleo específico para este fim.

5. Dispositivos de parada de emergência.

5.1. As prensas e similares devem possuir dispositivos de parada de


emergência que garantam a parada segura do movimento da máquina ou
equipamento.

5.2. O sistema de parada de emergência da prensa deve ser preparado para


interligação com os sistemas de parada de emergência de equipamentos periféricos
tais como desbobinadores, endireitadores e alimentadores, de modo que o
acionamento do dispositivo de parada de emergência de qualquer um dos
equipamentos provoque a parada imediata de todos os demais.

5.3. Quando utilizados comandos bimanuais conectáveis por plug ou tomada,


removíveis, que contenham botão de parada de emergência, deve haver também
dispositivo de parada de emergência no painel ou no corpo da máquina.

5.4. Havendo vários comandos bimanuais para o acionamento de uma prensa


ou similar, devem ser ligados de modo a garantir o funcionamento adequado do botão
de parada de emergência de cada um deles, nos termos desta Norma.

6. Monitoramento da posição do martelo.


35

6.1. Nas prensas mecânicas excêntricas com freio ou embreagem e similares,


com zona de prensagem não enclausurada, ou cujas ferramentas não sejam
fechadas, a posição do martelo deve ser monitorada por sinais elétricos produzidos
por equipamento acoplado mecanicamente ao eixo da máquina.

6.1.1. O monitoramento da posição do martelo, compreendido por ponto morto


inferior - PMI, ponto morto superior - PMS e escorregamento máximo admissível,
deve incluir dispositivos para assegurar que, se o escorregamento da frenagem
ultrapassar o máximo admissível especificado pela norma ABNT NBR 13930, uma
ação de parada seja imediatamente iniciada e não possa ser possível o início de um
novo ciclo.

6.1.2. Os sinais elétricos devem ser gerados por chaves de segurança com
duplo canal e ruptura positiva, monitoradas por interface de segurança classificada
como categoria 4 conforme a norma ABNT NBR 14153.

6.1.3. Quando for utilizada interface de segurança programável que tenha


blocos de programação dedicados à função de controle e supervisão do PMS, PMI e
escorregamento, a exigência de duplo canal fica dispensada.

9. Proteção das transmissões de força

9.1 As transmissões de força, como volantes, polias, correias e engrenagens


devem ser protegidas.

9.1.1. Nas prensas excêntricas mecânicas deve haver proteção fixa das bielas
e das pontas de seus eixos que resistam aos esforços de solicitação em caso de
ruptura.

9.1.2. O volante vertical e horizontal da prensas de fricção com acionamento


por fuso devem ser protegidos, de modo que não sejam arremessados em caso de
ruptura do fuso. (NORMA REGULAMENTADORA DO MINISTÉRIO DO TRABALHO
E EMPREGO. NR12. 2010, p. 52 à p. 57)

Você também pode gostar