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Cabedelo – PB
Setembro de 2012
FICHA DE IDENTIFICAÇÃO:
Estagiária
Empresa
BANCA EXAMINADORA
_________________________________________
Profª.Dra. Valéria Camboim Góes (Orientadora)
IFPB – Campus Cabedelo
_____________________________________________
Profª. MSc. Cristine Helena Limeira Pimentel
IFPB – Campus Cabedelo
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Profª.Dra. Ane Josana Dantas Fernandes
IFPB – Campus Cabedelo
Cabedelo - PB
Agosto de 2012
AGRADECIMENTOS
Primeiramente a DEUS.
Aos meus pais Albani de Lima Gomes e Wanda Maria Alves Gomes e à minha irmã Katarina
Alves Gomes.
A todos os meus amigos de curso que me apoiaram, em especial Claudjane Félix e Nilma
Karla Rafael, por terem sido companheiras fiéis em toda a caminhada.
Ao professor Jorge Tadeu Nogueira Nunes (in memoriam) que me incentivou e vibrou com as
minhas conquistas.
SUMÁRIO
1. APRESENTAÇÃO DA EMPRESA 01
2. INTRODUÇÃO 03
3.6.Educação Ambiental 22
4. CONCLUSÕES E SUGESTÕES 24
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 25
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1. APRESENTAÇÃO DA EMPRESA
A empresa LAFARGE BRASIL S.A. – Unidade Caaporã – CPR (Figura 01) e surgiu
de uma transição da VOTORANTIM (CIPASA) em junho de 2010. A empresa está localizada
na Fazenda Catolé em Caaporã – PB, um parque industrial que dista 65 km de João Pessoa -
PB e 90 km de Recife - PE, ocupando uma área de 743 ha.
Em 2011, a LAFARGE BRASIL S.A. foi classificada entre as top 10 no ranking das
500 companhias avaliadas pelo “Carbon Disclosure Project”, em reconhecimento às suas
estratégias e ações contra o aquecimento global.
Essa indústria transforma minérios não metálicos, como o calcário, que é a principal
matéria-prima utilizada. Está localizada numa área onde o calcário atinge 60 m de
profundidade abaixo do nível do mar, com uma extensão de aproximadamente 6 km. A
LAFARGE BRASIL S.A. funciona diariamente produzindo cimento Portland dos tipos:
CPII-E (cimento composto com adição de escória), CPII-Z (cimento composto com adição de
pozolana e resistente a sulfato), CP-IV (cimento pozolânico utilizado para construções
marítimas e fluviais) e argamassa dos tipos: ACI, ACII, ACIII, múltiplo uso, colante interior,
colante exterior, vedação, contra-piso e chapisco. A exploração da jazida (mina),
considerando que a cada dez anos duplique a produção atual, está prevista para 150 anos.
2. INTRODUÇÃO
Este trabalho tem como principal objetivo descrever o controle ambiental em uma
fábrica de cimento, por ser considerado um empreendimento altamente poluidor em emissões
atmosféricas e visto que o crescimento econômico sustentável não pode ocorrer sem
progresso social, preservação ambiental e respeito às comunidades locais.
Moagem do cru;
Por meio da moagem, as matérias-primas (argila, calcário e minério de ferro) são
misturadas para produção de um pó fino conhecido como cru, que é pré-aquecido na torre de
ciclones e, em seguida, introduzido em um forno rotativo. O material é aquecido a uma
temperatura de 1.500º C (por uma chama de 2.000º C), antes de ser subitamente resfriado por
rajadas de ar. Assim é produzido o clínquer, o material básico necessário para a produção de
todos os tipos de cimento. O clínquer Portland é definido pela NBR 11578/91 como produto
constituído em sua maior parte por silicatos de cálcio com propriedades hidráulicas.
Moagem do cimento
É onde acontece a mistura do clínquer com outros materiais minerais como: gesso,
pozolona e escória silicosa. Uma pequena quantidade de gesso (3 a 5%) é adicionada ao
clínquer para regular como o cimento endurecerá (tempo de pega). A mistura é então
finamente moída para se obter o "cimento puro". As proporcionalidades dessas adições podem
ser de recursos naturais ou subprodutos industriais que dão ao cimento propriedades
específicas de redução da impermeabilidade, resistência a sulfatos e ambientes agressivos,
melhor desempenho e acabamento.
Expedição
O cimento é armazenado em silos antes de ser enviado a granel ou em sacos para os
pontos de comércio.
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O gerenciamento de resíduos na fábrica vai desde a sua geração até a forma como
serão destinados. Para conseguir gerenciar de forma correta foi implantada a coleta seletiva e
o projeto de OAL (organização, arrumação e limpeza). Dessa forma, foram dispostos em toda
área, de acordo com sua necessidade, os tambores de 200 L e dumpsters com as cores
referentes ao resíduo (Figura 03) e os coletores de 20 L (Figura 04) nas salas administrativas.
Como apoio ao gerenciamento dos resíduos são utilizados o trator da coleta seletiva e o
poliguindaste.
Um relatório é elaborado mensalmente com fotos dos coletores, dos resíduos que estão
nos coletores, comentários e percentual de atendimentos em cada setor, sendo a avaliação
realizada da seguinte forma:
x = Quantidade de coletores não atendidos =100 – percentual não atendido =percentual atendido
Quantidade de coletores da área
Meta
95 %
Depois que é passado este gráfico com o resultado de atendimento à coleta seletiva, os
responsáveis das áreas passam esta informação para os seus subordinados; e é nesse gráfico
também que é acompanhado a evolução de cada setor.
A maior parte dos resíduos gerados são aqueles que não podem ser reciclados, sendo
os mesmos encaminhados para a torre de ciclone para realização do co-processamento (Figura
06), servindo como fonte de combustão. Mas existem regras para realizar essa atividade,
sendo esse serviço designado a uma empresa terceirizada contratada, que disponibiliza
pessoas responsáveis para fazer esta atividade e depois passar a quantidade de resíduos que
foram destruídos no forno de clínquer durante o dia.
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A outra parte do resíduo gerado que pode ser reciclado é transportada para Baia
(Figura 07), projetada na fábrica para organizar todos os resíduos, sendo eles: madeira
(palets), sucata metálica e ferrosa, plástico, borracha, papel, lâmpadas, vidro e óleo. O
motorista que transporta esses resíduos entrega mensalmente as planilhas de geração dos
resíduos por setor.
As empresas, ONGs e instituições que compram ou solicitam uma doação dos resíduos
recicláveis, são avaliadas a partir dos requisitos de licenciamento ambiental e depois é exigida
outra documentação para o cadastro da empresa no sistema, que é então liberada para retirar o
resíduo, informando a quantidade de resíduo retirada.
Drenagem dos
Efluentes contaminado Sentido de
com coque Drenagem pluvial Drenagem
Tanque de acúmulo
É também chamado de receptor (Figura 09) e tem a função de acumular todo efluente
que vem da área de contribuição. As suas dimensões físicas são: 11,00 m de comprimento;
9,85 m de largura; 3,184 m de profundidade total, 2,984 m de altura útil, 160,12m³ de volume
de água nas canaletas e 483,43m³ de capacidade de armazenamento.
Processo de chicana
Acontece no momento em que o efluente passa por todo o processo químico nas linhas
das bombas que captam a água. Após passar pelas injeções do produto químico, o efluente
junto com o produto químico passam por um tempo de residência onde a tubulação é dividida
por flanges. Depois é levado para o tanque de chicana (Figura 12) que tem a mesma função
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Tanque de decantação
Depois que o efluente passa pelo processo de chicana tem uma tubulação
abaixo do tanque que transporta para o tanque de decantação (Figuras 13 e 14). Nele,
as partículas sólidas do efluente em contato com os produtos químicos, ganham
densidade e decantam para o fundo do tanque. Sua forma já foi desenvolvida para que
este processo seja mais rápido e eficaz. Ele tem um formato de um cone e no meio tem
módulos tubulares (Figura 15) tem como princípio básico a redução do empuxo
causado sobre a partícula sólida floculada ou a ser sedimentada, que fica submersa na
água em processo de algutinação e assim fica mais densa que seu meio e chegar a
decantar.
Controles Operacionais
Por meio da Calha Parshall (Figura 16) é possível controlar o volume de água tratada
que sai do tanque de decantação.
Tanque de secagem
O leito de secagem foi desenvolvido visto que o material que fica no fundo do tanque
de decantação não está totalmente sólido e sim, semissólido, por isso a importância desses
tanques de secagem (Figura 17). Após este material semissólido ser liberado para canaleta que
vai dar acesso aos tanques, ele passa por vários processos filtrantes, importantíssimos, porque
a quantidade de água que for filtrada vai se misturar com a água que irá sair tratada do tanque
de decantação. Para certificar-se da qualidade da água resultante do tratamento, foi projetada
uma caixa de sedimentáveis e instalado um medidor de pH (Figura 18).
Existem dois tanques de secagem, conhecidos também como leito filtrante, com as
seguintes dimensões: 8,0 m de comprimento; 8,0 m de largura; 0,40 m de altura da lâmina de
lodo e 25,6 m³ de volume de descarte dos sólidos.
1ª camada de tijolos recozidos; 2ª camada de areia grossa; 3ª camada brita de 0,07 mm; 4ª
camada brita de 1,5 mm e a 5ª camada brita de 3,5 mm.
Existe um tubo de drenagem de 200 mm que está localizado no meio do tanque e tem
uma inclinação de 1% abaixo das cinco camadas do processo filtrante.
O descarte dos sólidos é feito no verão, pois é necessário que estejam secos. Após ser
retirado do leito de secagem retorna para o pátio de coque.
As análises são realizadas mensalmente para a água coletada em nove pontos de saída
de efluentes da fábrica. Os parâmetros analisados são: pH, temperatura e materiais
sedimentáveis, sendo esses analisados em laboratório interno e tomando por referência os
parâmetros do Art. 16 da Resolução CONAMA Nº 430/11, onde os VMP (valores máximos
permitidos) são:
§ 4º O disposto no § 3º não se aplica aos casos em que o empreendedor comprove que não
dispunha de condições de saber da existência de uma ou mais substâncias nos efluentes
gerados pelos empreendimentos ou atividades.
a) pH: entre 5 e 9;
b) temperatura: inferior a 40º C, sendo que a variação de temperatura do corpo receptor não
deverá exceder a 3º C na zona de mistura;
As análises são realizadas semestralmente para os nove pontos efluentes, que são os
mesmos que são analisados internamente, os três poços e a torneira do refeitório. Já a água
para consumo humano é coletada mensalmente por uma empresa contratada LAAPA
(Laboratório de Análise Ambientais e Produtos Alimentícios). As análises são realizadas com
base no que é exigido pela Resolução CONAMA Nº 430/11, para efluentes, e pela da
Portaria Nº 2.914/11 do Ministério da Saúde, para controle da potabilidade da água para o
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consumo humano. Os relatórios são avaliados pelo Engenheiro de Meio Ambiente e pelo
Médico da fábrica.
Figura 19 – Eletrofiltro.
(Fonte: http://www.deltaducon.com.br/produtos/_filtroseletrostaticos.html, 2012)
Alguns equipamentos da fábrica possuem filtro de manga (Figura 20) que são os:
moinhos de combustível, moinhos de cimento, secador de areia e resfriador de clínquer. O
monitoramento é feito visualmente nas chaminés dos mesmos, pois dependendo do processo e
também do estado destes equipamentos pode ocorrer um mau funcionamento dos filtros,
exigindo-se sua troca.
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Figura 21 – HI-VOL
Fonte: Arquivo Pessoal – 10/05/2012
Peso inicial do filtro – Peso final do filtro = Peso líquido do material particulado.
Caso esteja no período de chuva, o filtro após amostragem é levado para o dessecador,
onde passa 24 h para retirar toda a umidade presente no filtro.
De posse do peso líquido do material particulado que foi calculado, este é introduzido
no programa disponibilizado pela ENERGÉTICA, empresa que fabrica o HI-VOL, este
programa fornece as médias por hora na carta gráfica que chega ao resultado em µg/m³.
A educação ambiental sempre foi realizada de uma forma bem dinâmica por meio de
palestras e campanhas educativas de conscientização e divulgação da política de ecologia
industrial e de assuntos referentes ao meio ambiente para os empregados e terceirizados.
Por um mês foi possível fazer o DDS (Diálogo Diário de Segurança e Meio Ambiente)
nos setores, para explicar a importância sobre a coleta seletiva e também para divulgar sobre o
plano de emergência de meio ambiente.
Como a meta da LAFARGE BRASIL S.A. é ser reconhecida como uma empresa
sustentável, ela oferece oportunidades aos funcionários envolvidos diretamente com a
temática ambiental. Dessa forma, durante o estágio foi possível participar de reunião sobre
mineração ministrada por assessores do Governo do Estado da Paraíba e da Ação Global, em
Caaporã – PB, que apóia estudos que possibilitam a criação de métodos construtivos
sustentáveis.
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4. CONCLUSÃO E SUGESTÕES
Uma das atividades mais difíceis no estágio em uma empresa de grande porte foi
proceder ao licenciamento ambiental em virtude de ser uma atividade das mais importantes
que envolvem vários condicionantes ambientais e não depende somente do setor de Meio
Ambiente para atendê-las.
Uma das problemáticas que impacta muito com o setor de meio ambiente é a coleta
seletiva que muitas vezes não é respeitada, principalmente em meses que tem uma
manutenção geral na fábrica necessitando-se que haja uma rotatividade maior de funcionários
e para controlar esses problemas durante este período é muito difícil. O outro ponto negativo
verificado em inspeções in loco foi o desperdício de água por causa das tubulações que
estavam corroídas, sendo que depois da inspeção muitas áreas sanaram esse problema.
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS