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"[...] Foram escritas no período de maio a junho de 1861, em Manaus, as poesias mais
profundamente sentidas com que Gonçalves Dias exprimiu a sua crise romântica. Esses dois
meses devem ser considerados entre os mais pungentes de sua existência. O sentimento do
exílio, que desde cedo o dominou, agravou-se na Amazônia com a memória do bem perdido na
pessoa de Ana Amélia. E quem sabe se não poderíamos explicar o seu total desapego à vida,
de que deixou registro no seu Diário da viagem ao rio Negro, como ressonância da crise que
então sofreu?
Em duas poesias dessa fase - 'Oh! Que acordar!' e 'Se muito sofri já, não mo perguntes' - deu
forma lírica ao seu cansaço da vida, que só a morte poderia curar. Na primeira, ao considerar o
que significava a renúncia de seu grande amor, o poeta derrama o pranto nestes versos:
Viver, penar!...
Tema perdê-la!
[...]"
(Josué Montello, na Introdução)