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Anie Casagrande PDF
Anie Casagrande PDF
Florianópolis
2005
1
Florianópolis
2005
2
À
Paula e Arthur,
inúmeras horas foram tomadas de vocês.
3
Agradecimento Especial
AGRADECIMENTOS
RESUMO
ABSTRACT
The present research had as its main goal the description of the demographical and
neuropsychological characteristics, as well as the cognitive profile of a sample of students
from the first grade presenting Attention Deficit Hyperactive Disorder (ADHD), identified by
parents and teachers. The outline of the study has been characterized by a transversal cut,
present in the sample of the 17 students already, identified by teachers with probable
diagnosis of ADHD according to the diagnostical criteria of DSM IV-R and Conners
Questionnaire. A traditional neurological exam has been made and the motor persistence of
Evolutionary Neurological Exame (ENE), according to Lefèvre (1972). Children presenting
ADHD for DSM IV-R have been included in the analysis with normal neurological exam and
altered motor persistence. The parents or responsibles have signed a term of informed
consent. The data collected has been processed by the use of EPI INFO 6.04 Program. A
descriptive analysis of the data with percentual frequence, central tendeny measures,
dispersion and Fischer Exact test has been made. ADHD has been diagnosed in the 17
students. Fifteen (88,2%) boys and two (11,7%) girls with the average age of seven years and
three months. 12,5% have presented combined ADHD, 42,9 innatentive ADHD and 40,0%
hyperactive. Most of children come from low income family. It existed concordance between
lack of limits and ADHD. The parents have observed greater number of criteria for inattention
and the teachers for hyperativity. In the crossing of altered answers of the items from Conners
Questionnaire there has been a variation of agreement. We concluded that children in this
study have had neuropsychological and cognitive alterations besides presenting criteria from
the Manual of Diagnosis and Statistics of Mental disorders. The agreement for the criteria of
DSM IV-R and ADHD between parents and teachers has been partial.
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE QUADROS
LISTA DE TABELAS
LISTA DE ANEXOS
ANEXO B - Carta aos professores: seleção dos alunos com provável diagnóstico TDAH . 58
SUMÁRIO
RESUMO ............................................................................................................................ 05
ABSTRACT ........................................................................................................................ 06
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 14
2 OBJETIVOS ................................................................................................................... 26
3 METODOLOGIA ........................................................................................................... 27
3.1 Modelo geral de investigação ........................................................................................ 27
3.2 Amostra .......................................................................................................................... 27
3.3 Critérios de inclusão ...................................................................................................... 28
3.4 Critérios de exclusão ...................................................................................................... 28
3.5 Variáveis em estudo ....................................................................................................... 28
3.6 Estratégia ...................................................................................................................... 29
3.6.1 Equipe de pesquisa ...................................................................................................... 29
3.6.2 Coleta de dados ........................................................................................................... 29
3.6.3 Processamento dos dados ............................................................................................ 30
3.6.4 Análise estatística ....................................................................................................... 30
3.6.5 Aspectos éticos ........................................................................................................... 31
4 RESULTADOS ............................................................................................................... 32
4.1 Características demográficas da amostra ....................................................................... 32
4.2 Diagnóstico do TDAH ................................................................................................... 33
4.2.1 Análise da concordância entre pais e professores ....................................................... 33
4.2.2 Análise da identificação dos transtornos .................................................................... 34
4.3 Questionário de Conners ................................................................................................ 35
13
5 DISCUSSÃO ................................................................................................................... 42
5.1 Dados demográficos ...................................................................................................... 42
5.2 Dados dos testes utilizados para o diagnóstico do TDAH ............................................. 43
5.2.1 Questionário de Conners ............................................................................................. 43
5.2.2 Exame neurológico ..................................................................................................... 44
5.2.3 Testes psicométricos e o uso do desenho da Figura Humana .................................... 45
5.2.4 Fatores associados com diagnóstico de TDAH .......................................................... 47
5.3 Ambiente familiar .......................................................................................................... 48
6 CONCLUSÕES................................................................................................................ 50
REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 51
ANEXOS ............................................................................................................................. 56
14
1 INTRODUÇÃO
Dessa forma, entendemos que se faz necessário, neste momento, uma reflexão
sobre a questão para, posteriormente, realizar um aprofundamento, pois se constata uma
grande quantidade de indivíduos, principalmente do sexo masculino, com estas dificuldades e
que, com urgência, necessitam de apoio especializado, pois há possibilidade do
comprometimento da qualidade de vida de tais crianças. Estudos demonstram que podem
aparecer problemas tais como repetência escolar, abandono dos estudos, depressão, distúrbio
do comportamento, problemas vocacionais, relacionamento, abuso de drogas (GOLDSTEIN,
2003), ou seja, podem resultar em sérios problemas pessoais, sociais e acadêmicos; e que
podem ser evitados, desde que procedimentos e atitudes adequadas sejam tomados
(HOLMES, 2001).
Transtornos hipercinéticos
1
DSM IV-R – Manual Diagnóstico e Estatístico das Doenças Mentais
17
Segundo o DSM IV-R (2003) a duração da sintomatologia tem que ter, pelo
menos, no mínimo 6 meses e se instalam definitivamente antes dos 7 anos (Tabela 1).
Desatenção:
b) com freqüência tem dificuldade para manter a atenção em tarefas ou atividades lúdicas
d) com freqüência não segue instruções e não termina seus deveres escolares, tarefas
domésticas ou deveres profissionais (não devido a comportamento de oposição ou
incapacidade de compreender instruções)
f) com freqüência evita, demonstra ojeriza ou reluta em envolver-se em tarefas que exijam
esforço mental constante (como tarefas escolares ou deveres de casa)
g) com freqüência perde coisas necessárias para tarefas ou atividades (p.ex., brinquedos,
tarefas escolares, lápis, livros ou outros materiais)
Hiperatividade
b) freqüentemente abandona sua cadeira na sala de aula ou outras situações nas quais se
espera que permaneça sentado
e) está freqüentemente “a mil” ou muitas vezes age como se estivesse “a todo vapor”
Impulsividade
Crianças com TDAH na escola cometem muitos erros por desatenção, não
estudam o suficiente, pois não conseguem ficar sentados por muito tempo, mas não têm
dificuldades de compreensão e, quando se esforçam ou conseguem controlar os sintomas, têm
um desempenho normal. Na esfera emocional, as queixas mais freqüentes são: baixa auto-
estima, labilidade (oscilações de humor), sensação de fracasso e instabilidade no
relacionamento com os colegas (MATTOS, 2002).
Este mesmo autor destaca condições que são mais apontadas na discussão das
causas do TDAH: genética, lesões e disfunções cerebrais, disfunções neuroquímicas, doenças
metabólicas ou degenerativas do sistema nervoso e fatores emocionais. Adverte, no entanto,
que em todos esses fatores há discussões de teorias que confirmam ou rejeitam estas
condições.
Rohde (apud FICHTNER, 1997) apresenta o TDAH como sendo uma síndrome
heterogênea, sendo assim, a etiologia é multifatorial podendo ser determinada por fatores
genético-familiares, adversidades biológicas e psicossociais.
Este fator age no cérebro da criança desde a etapa pré-natal, produzindo perda de
células cerebrais que, dependendo da intensidade e da idade, acarretará danos
irreversíveis. A desnutrição precoce afeta permanentemente o crescimento do
cérebro, enquanto que a mais tardia pode determinar um crescimento impróprio
passível de recuperação. (GUARDIOLA, 1994)
21
COMPROMETIMENTO CEREBRAL
Com relação aos fatores endógenos salienta-se o fator genético como causa
etiológica (SWANSON ET ALII, 2001).
Considerando que o TDAH pode ocorrer por alterações funcionais, o que parece
estar alterado é o funcionamento de um sistema de substâncias químicas chamadas de
neurotransmissores que passam informações entre diversas partes do cérebro (BENCZIK,
2000).
A atitude do pai e da mãe em relação ao filho com TDAH, tem sido diferente. A
mãe é quem agüenta a pressão da interação com o filho hiperativo, o pai interage menos e
gasta mais tempo com ele em atividades agradáveis e não nas atividades rotineiras. É
possível, inclusive encontrar crianças hiperativas que respondam melhor com o pai do que
com a mãe. As mães, geralmente, estão mais próximas dos filhos, dispensam mais cuidados e
atenção, não tem uma resposta dentro do esperado, são advertidas sobre o problema e sentem
que a relação com o filho é difícil, de pouca afetividade e muitas vezes vem acompanhada de
raiva e dúvida.
Como com qualquer problema, certas informações e idéias que os pais têm são
errôneas e podem intensificar progressivamente, e não solucionar os problemas.
Quando começam a reconhecer que o filho hiperativo é diferente, os pais tendem a
formular uma ou outra idéia. Ou se consideram a si mesmos normais e ao filho como
mau ou problemático, ou consideram o filho normal e a si mesmos como pais
ineptos ou inadequados. Ambos os extremos podem ser igualmente prejudiciais e
retardar a orientação eficaz do seu filho hiperativo. O primeiro leva a raiva e
indignação. O segundo leva a culpa e, possivelmente a uma permissividade
excessiva. (GOLDSTEIN, 1994)
importante, serem tolerantes, pacientes, entender que buscar informações é necessário, serem
compreensivos, acreditar que o filho é capaz de realizar alguma coisa sentindo-se bem, e
acima de tudo, reconhecer e declarar o sentimento de amor e ternura para com o filho.
Uma relação amistosa entre escola e família permitirá reunir maiores condições
para superar as dificuldades da criança com esse transtorno. Os pais sendo conscientizados da
importância do tratamento e dos procedimentos utilizados somam forças, resultando na
possibilidade de criar estratégias para ajudar seus filhos. Esta orientação traz aos pais, uma
sensação de alívio, pois, muitos deles, sentem-se desorientados, fragilizados e, alguns, com
grande sentimento de culpa, pois acreditam que o filho tem esse comportamento por terem
sido muito permissivos ou porque o casal tem dificuldade no relacionamento ou por
conseqüência de alguma situação difícil vivida pela família (BENCZIK, 2000; CYPEL, 2003;
ROHDE, 1999).
Ter limites é uma construção gradual que se processa desde a gestação com as
atitudes dos pais, mas que no decorrer do desenvolvimento evolui à medida que a criança tem
oportunidades de ter responsabilidades como guardar os brinquedos, colocar o lixo no lixo,
manter hábitos de higiene, falar a verdade.
A criança tem satisfação quando percebe que pode fazer algumas coisas,
desenvolve a confiança e sente-se encorajada para novas atitudes.
Assim, entendemos que o indivíduo que não obedece às normas, que exige que
todas as suas vontades sejam satisfeitas, que muitas vezes tem comportamento semelhante a
uma pessoa com transtorno de atenção/hiperatividade tem preocupado principalmente os
educadores, pois os pais tomam providências após muitas solicitações realizadas pela escola.
É difícil aos pais buscar ajuda por iniciativa própria, pois percebem a dificuldade que têm no
manejo com o filho e sabem que a mesma pode estar relacionada provavelmente com a sua
maneira de lidar com o filho.
2 OBJETIVOS
3 METODOLOGIA
Neste estudo, não será abordada a questão dos professores quanto à maneira de
lidar com esse transtorno.
3.2 Amostra
3.6 Estratégia
Os dados foram coletados através dos protocolos para pais (anexo E) e professores
(anexo D). As crianças foram avaliadas no seu ambiente escolar e no ambiente de trabalho da
pesquisadora (Clínica de Psicologia e Pediatria), trazidas pelos pais. Os pais e professores
responderam ao questionário construído a partir do Manual Diagnóstico e Estatístico de
Transtornos Mentais (DSM IV-R 2003) da Escala de Avaliação do Comportamento Infantil
para o Professor: EACI – P (BRITO, 1999 e CONNERS, 1969) onde foram utilizados alguns
itens do Questionário de Conners. Esses itens estão descritos nos critérios do anexo D e do
anexo E, numerados de 18 a 22.
diagnóstica do TDAH.
Foi realizada a análise descritiva dos dados com freqüência percentuais, medidas
de tendência central e de dispersão. O Teste Exato de Fisher (CALLEGARI-JACQUES,
2003) foi utilizado para avaliar a significância das associações entre variáveis categóricas.
Para estabelecer a associação entre a presença de falta de limites e alteração nos testes e a
ocorrência do TDAH foi apresentado Odds Ratio (OR), com seu devido intervalo de 95% de
confiança (WASSERTHEIL-SMOLLER, 1995). O nível de significância assumido foi de 5%.
31
Existiu também a preocupação com o local durante a coleta dos dados. Uma das
escolas disponibilizou uma sala adequada para o levantamento dos dados e os alunos da outra
escola foram avaliados numa Clínica de Psicologia sem qualquer ônus para os participantes.
Foi assegurado aos pais o sigilo dos dados, e estes receberão o retorno dos
resultados e se necessário serão orientados quanto ao encaminhamento dos diferentes
tratamentos propostos.
4 RESULTADOS
Freqüência Percentual
Variáveis * (Média) * (Desvio-Padrão)
Sexo
Masculino 15 88
Feminino 2 12
Instituição de ensino
Municipal 14 82
Particular 3 18
A partir dos dados analisados percebeu-se que os critérios observados tanto pelos
pais como pelos professores são diferentes. Assim, a criança tem um comportamento na
escola, diferente daquele do ambiente familiar (Tabela 3).
34
Identificação
Pais Professores Total Concordância Percentua
Diagnóstico (identificados) l
TDAH 1 4 5 8 1 12,5
TDAH 2 6 4 7 3 42,9
TDAH 3 3 4 5 2 40,0
Total 17 17 - 8 47,1
* Nenhum critério suficiente para o diagnóstico de TDAH
Identificação
Pais* Professores* Total
Diagnóstico (identificados)
TDAH 1 4(50) 5(63) 8(47)
Total 17 17 -
Identificação
Pais Professores Total Concordância %
Questões (identificados)
Teme não ser aceito pelos
colegas (Questão 18)
Sim 7 4 9 2 22,2
Não 10 13 16 7 43,8
Dificuldade em seguir
instruções (Questão 20)
Sim 9 9 13 5 38,5
Não 8 8 12 4 33,3
Provoca confusões
(Questão 21)
Sim 5 7 10 2 20,0
Não 12 10 15 7 46,7
Dificuldade em
compreender normas e
regras sociais (Questão 22)
Sim 8 11 14 5 35,7
Não 9 6 12 3 25,0
No cruzamento dos dados, entre pais e professores, dos itens acima, é possível
observar que, dos 17 indivíduos participantes da amostra, há uma variação no percentual de
concordância, em cada item. Na questão 19: Perturba outras crianças, pais e professores
concordam em 50%.
Os pais identificaram, em maior proporção, crianças que temem não serem aceitas
pelos colegas (Questão 18 do anexo E, Tabela 6). As demais questões foram identificadas
pelos professores em maior proporção, como esperado, por serem observados no ambiente
37
escolar.
Identificação
Pais Professores Total
Questões (identificados)
Teme não ser aceito pelos colegas 7(78) 4(22) 9(53)
(Questão 18)
A falta de limites foi incluída apenas no questionário para os pais (anexo E), nos
itens do Ambiente Familiar, uma vez que este aspecto está intimamente relacionado à família
e ao modo pelo qual se é criado (CLOUD e TOWNSEND, 2001). Os pais ao planejarem
estabelecer limites estarão adquirindo condições de manter coerência e estabilidade em suas
atitudes com relação a criança com o TDAH (CYPEL, 2003).
38
Freqüência %
Itens (n = 16)*
Moram com a família outras pessoas 10 63
A falta de limites foi caracterizada como 4 ou mais respostas positivas nos itens
dentre os oito que constituíram esta avaliação.
Não
31%
Sim
69%
TDAH Total P*
Falta de Limites Sim Não
Sim 10 1 11
Não 5 0 5 1.000
Total 15 1 16
Diante dos dados obtidos nos subtestes da Escala WISC e na Persistência Motora
do Exame Neurológico Evolutivo constatou-se que, neste, apenas um indivíduo obteve um
percentual acima do esperado, enquanto que nos subtestes Números, Completar Figuras e
Código o percentual acima da média foi variável (Tabela 9).
Freqüência %
Itens (n = 17)
Números 5 29
Completar Figuras 6 35
Código 3 18
Persistência Motora 1 6
40
TDAH OR P*
Sim Não
Números
Abaixo da Média 11 1
Na média ou acima 4 1 2,75 (0,03;235,09) 0,514
Completar figuras
Abaixo da Média 10 1
Na média ou acima 5 1 2,00 (0,02;172,43) 1.000
Código
Abaixo da Média 13 1
Na média ou acima 2 1 6,50 (0,06;548,16) 0,333
Persistência Motora
Abaixo da Média 15 1 -
Na média ou acima 0 1 0,118
* Teste Exato de Fisher utilizado para comparação de proporções
A compreensão desta associação pode ser assim entendida: dos 12 que estavam
abaixo da média para os Números, 11 (92%) tinham o transtorno; dos 11 que estavam abaixo
da média para Completar Figuras, 10 (91%) apresentavam o transtorno; dos 14 que estavam
abaixo da média para o Código, 13 (93%) apresentavam o transtorno e dos 16 que estavam
abaixo da média para a Persistência Motora, 15(94%) apresentavam o transtorno.
criança em relação ao seu grupo etário”. In icialmente, as crianças desenham o que sabem e
não o que vêem, ou seja, quando elas desenham algo, a reprodução terá muito pouco ou
nenhuma semelhança ao modelo, mesmo que o objeto desenhado esteja diante delas. Com o
desenvolvimento, a criança tentará mais e mais representar os objetos como se vê, surgindo
gradualmente os conceitos de tamanho, proporção, posição relativa das partes, relação
espacial. Uma criança maior apresenta especificações ou detalhamento das propriedades que
envolvem o conceito de corpo humano (WECHSLER, 1996).
42
5 DISCUSSÃO
A escola pública participante desta pesquisa está localizada num bairro operário
onde seus alunos pertencem às famílias de baixa renda, crianças oriundas de famílias com este
perfil tendem a ter um percentual maior para o TDAH (GUARDIOLA, 1994; GOLDSTEIN,
43
Lefèvre (1975), aplicando o WISC em uma série de 120 crianças com DCM,
encontrou resultados mais baixos nos subtestes Código e Números/Dígitos.
O uso do subteste Completar Figuras, por permitir que a criança deixe conduzir
por detalhes superficiais, é significativo para verificar a atenção.
No subteste Código (Forma B), a criança copia símbolos simples que são
pareados com números. Esse pareamento exige da criança atenção para a execução da
atividade.
O desenho da criança exprime algo mais que sua inteligência ou seu nível de
desenvolvimento mental: uma espécie de projeção de sua própria existência de si própria e
dos outros (BOUTONIER apud CORMAN, 1979).
A criança ao desenhar a Figura Humana, desenha-os não como os vê, mas como o
concebe, ou, exatamente, tais como concebe a si própria (CORMAN, 1979).
O teste da Figura Humana, como observou Koppitz (1976), supõe que a criança
mostre tanto uma estrutura básica como certo estilo que é peculiar dessa criança. O estilo do
desenho reflete suas atitudes e preocupações que são mais importantes para si no momento.
2
Termo utilizado pelo DSM IV-R (2002, p. 354)
47
Nesta pesquisa, foi possível observar esses indicadores (anexo H), nas crianças,
que de acordo com o questionário para os pais (anexo E), apresentam falta de limites. No
entanto, o estudo precisa ser ampliado para que se possa construir dados mais fidedignos.
Embora que em nossa pesquisa, não tenha sido realizada a abordagem estatística
do nível sócio econômico, foi possível constatar que o maior número de crianças participantes
da mesma vive numa família de baixa renda.
Na escola, conhecer como é uma criança com TDAH, para saber como lidar com
ela, é fundamental. O professor desempenha um papel importante na experiência com
escolares com TDAH. É preciso diferenciar incapacidade de desobediência quando se tem em
classe criança com TDAH. Considera-se que o ambiente escolar contribui significativamente
para o desenvolvimento do potencial desses escolares (BENCZIK, 2000; GOTAH, 2001).
6 CONCLUSÕES
5) Em relação à falta de limites, foi possível constatar que 90% das crianças
também apresentavam o transtorno;
REFERÊNCIAS
BARBETTA, P.A. Estatística Aplicada às Ciências Sociais. Florianópolis: Ed. UFSC, 2001.
BUCHALLA, Anna Paula. Ritalina, usos e abusos. Revista Veja. São Paulo, ano 37, nº 43, p.
68 - 70. 27/10/2004.
52
CLOUD, H. e TOWNSEND, J. Limites: quando dizer sim, quando dizer não, assumindo o
controle da sua vida. São Paulo: Vida, 2001.
CONNERS, K.C. A teacher ratinh scale for use in drug studies children. American
Journal de Medicina, 1958. (tese)
______. A teacher rating scale for use in drug studies with children. American Journal
Psychiatry, 126: 884-888, 1969.
______. Compreensão, avaliação e atuação: uma visão geral sobre o transtorno de déficit de
atenção/hiperatividade. In: III CONFERÊNCIA INTERNACIONAL SOBRE
TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO/HIPERATIVIDADE. Anais... Curitiba (PR),
2003.
HOLMES, D. Psicologia dos Transtornos Mentais. 2. ed. Porto Alegre: Artes Médicas;
1997.
54
LEFÈVRE, A. B., DIAMENT, A. & CYPEL, S. Neurologia Infantil. 2. ed. São Paulo:
Atheneu, 1989.
TIBA, I. Disciplina: O Limite na Medida Certa. São Paulo: Editora Gente, 1996.
VIEIRA, S. Metodologia científica para área da saúde. Rio de Janeiro: Campus 2001.
WECHSLER, D. WISC III: Escala de Inteligência Wechsler para crianças – Manual. 3. ed.
Adaptação e Padronização Brasileira. 1. ed. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2002.
ANEXOS
57
ANEXO A
Atenciosamente,
ANEXO B
A pesquisa para a qual você está sendo convidado (a) a participar tem
como tema “A Relaç ão entre o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade e a Falta de
Limites”, sendo uma exigência do Mestrado em Educação e Cultura da UDESC para a
obtenção do título de Mestre. A mesma está sendo orientada pela Dra. Ana Guardiola –
Neurologista Infantil.
Nossa pesquisa será realizada com a 1ª série de duas escolas: uma privada
e outra pública municipal onde gostaríamos que você selecionasse dentre seus alunos aqueles
com o provável diagnóstico deste distúrbio comum em crianças, no qual ela apresenta alguns
dos sintomas relacionados abaixo, e que podem prejudicar seu rendimento escolar.
• Não pára com as mãos e os pés?
• Tem dificuldades em permanecer sentado?
• Facilmente se distrai com qualquer coisa?
• Tem dificuldade em aguardar a sua vez em jogos ou em situações de grupo?
• Responde perguntas antes que a pergunta termine?
• Interrompe ou se mete em assuntos dos outros?
• Tem dificuldades em seguir instruções? Antes de terminar um trabalho já passa
para outro?
• Tem dificuldades em manter a atenção em tarefas ou jogos que não lhe
interessam?
• Corre ou escala em demasia?
• Está “sempre a mil”?
• Tem dificuldades em brincar silenciosamente?
• Fala “pelos cotovelos”?
• Tem dificuldades de prestar atenção a detalhes?
• Parece que não escuta quando lhe dirigem a palavra?
• Perde seus pertences freqüentemente?
• Tem dificuldades de organizar tarefas?
59
NOME TURMA
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
ANEXO C
Seu filho (a) foi selecionado para participar de uma pesquisa sobre o
Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade. O Transtorno de Déficit de Atenção com
Hiperatividade (TDAH) é um problema bastante comum e se caracteriza por dificuldade em
manter a atenção, inquietude acentuada e impulsividade. Se não tratado, em muitos casos, o
transtorno acompanha o indivíduo na vida adulta.
Isso traz problemas para quem tem o transtorno? Sim. O TDAH na
infância muitas vezes se associa a dificuldades na escola e no relacionamento com demais
crianças, pais e professores. Embora com alguma freqüência essas crianças sejam inteligentes
e criativas, podem apresentar notas baixas no colégio ou então desempenho muito inferior ao
esperado para seu nível de inteligência. Elas têm dificuldades para manter atenção em
atividades muito longas, repetitivas ou que não lhes sejam interessantes (como estudar e fazer
tarefas de casa).
Qual a importância dessa pesquisa para qual meu (minha) filho (a) foi
selecionado (a)? Nossa intenção em realizar essa pesquisa com alunos selecionados que
apresentem sintomas de desatenção ou hiperatividade de acordo com a observação dos
professores de 1ª série da escola é detectar (não confirmar) se ele tem esse distúrbio ou não
através de questionário respondido pelos pais e professores sobre o comportamento da
criança.
O interesse em ter a participação de seu filho (a) nesta pesquisa é em
poder contribuir com este estudo com pais e professores que hoje freqüentemente se deparam
com sintomas deste transtorno ou outro associado. Assim, será possível esclarecer e orientar
após a conclusão da pesquisa e parte obrigatória do Mestrado em Educação e Cultura da
Universidade da Estado de Santa Catarina – UDESC e tendo como orientadora a Dra. Ana
Guardiola, Doutora e Livre-Docente em Neurologia Infantil.
Sua participação nesta pesquisa é totalmente voluntária, sendo mantida a
confidencialidade, privacidade e anonimato às informações coletadas, sem qualquer ônus para
os pais. A coleta será realizada nas dependências da escola e/ou no consultório da
pesquisadora em dia e horários a serem combinados com os professores e/ou pais.
61
__________________________________________
ANEXO D
I – Identificação
01 – Nome da criança:
02 – Escola: 1. Particular 2. Pública Municipal
03 – Sexo: 1. Masculino 2. Feminino
04 – Data de Nascimento:____/_____/_____
05– Professora:
06 – Turma:
07 – A criança apresenta dificuldades auditiva ou visual: 1. Sim 2. Não
08 – Data do preenchimento:____/____/_____
II – Comportamentos Observados
CRITÉRIOS SIM NÃO
01.Deixa de prestar atenção ou comete erros por descuido em
atividades escolares
02.Dificuldades para manter a atenção
03.Parece não escutar quando lhe dirigem a palavra
04.Não segue instruções e não termina seus deveres
05.Dificuldade para organizar tarefas e atividades
06.Evita atividades que exija esforço mental
07.Perde coisas necessárias para as tarefas
08.Se distrai facilmente
09.Esquece de atividades diárias
10.Agita mãos e pés ou se remexe na cadeira
11.Abandona sua cadeira durante as atividades
12.Corre, escala
13.Dificuldade em brincar silenciosamente
14.Fala muito
15.Dá respostas precipitadas sem ter sido completada a perguntas
16. Dificuldade em aguardar a vez
17.Interrompe ou se mete em assuntos dos outros
18.Teme não ser aceito pelos colegas
19.Perturba outras crianças
20.Dificuldade de aprendizado
21.Provoca confusões
22.Dificuldade em compreender normas e regras sociais
*Modificado do DSM IV-R (2003), Benczik (2000), Brito (1999)
63
ANEXO E
I – Identificação
01 – Nome da criança:
02 – Escola: 1. Particular 2. Pública Municipal
03 – Sexo: 1. Masculino 2. Feminino
04 – Data de Nascimento: ____/____/_____
05 – A criança apresenta dificuldades auditiva ou visual: 1.Sim Qual:_____________________________
2.Não
06 – Faz uso diário de medicamento: 1.Sim 2.Não Nome do Medicamento:______________________
07 – Pai mora na mesma casa: 1. Sim 2. Não 3. Falecido
08 – Nível de instrução do Pai: 1. Universitário 1. Completo 2. Incompleto
2. Ensino Médio 1. Completo 2. Incompleto
3. Ensino Fundamental 1. Completo 2.Incompleto
4. Nunca freqüentou a escola
09 – Pai: 1. Biológico 2.Adotivo 3. Falecido 4. Desconhecido
10 – Mãe mora na mesma casa: 1. Sim 2. Não 3. Falecida
11 – Nível de instrução da mãe: 1 .Universitário 1.Completo 2.Incompleto
2. Ensino Médio 1. Completo 2. Incompleto
3. Ensino Fundamental 1. Completo 2. Incompleto
4. Nunca freqüentou escola
12 – Mãe: 1. Biológica 2. Adotiva 3. Falecida
13 – Telefones para contato:_______________________________________
14 – Data do preenchimento:______/_____/______
64
II – Comportamentos observados
ANEXO F
TRÊS SUBTESTES DA ESCALA DE WISC
Números – Este subteste mede o processo da atenção e de memória imediata. É
aplicado separadamente o teste números na ordem direta, e números na ordem inversa. A
seguir é transcrita a seqüência da ordem direta e da inversa. O máximo de números
reproduzidos corretamente em cada teste são somados para dar o valor total.
Direta
3 –8 –6
6 –1 –2 3
3 –4 –1 –7
6 –1 –5 –8 4
8 –4 –2 –3 –9
5 –2 –1 –8 –6 5
3 –8 –9 –1 –7 –4
7 –9 –6 –4 –8 –3 6
5 –1 –7 –4 –2 –3 –8
9 –8 –5 –2 –1 –6 –3 7
1 –6 –4 –5 –9 –7 –6 –3
2 –9 –7 –6 –3 –1 –5 –4 8
5 –3 –8 –7 –1 –2 –4 –6 –9
4 –2 –6 –9 –1 –7 –8 –3 –5 9
Inversa
2 –5
6 –3 2
5 –7 –4
2 –5 –9 3
7 –2 –9 –6
8 –4 –9 –3 4
4 –1 –3 –5 –7
9 –7 –8 –5 –2 5
1 –6 –5 –2 –9 –8
3 –6 –7 –1 –9 –4 6
8 –5 –9 –2 –3 –4 –2
4 –5 –7 –9 –2 –8 –1 7
6 –9 –1 –6 –3 –2 –5 –8
3 –1 –7 –9 –5 –4 –8 –2 8
D + I=
66
Completar Figuras – Este subteste mede atenção, concentração e memória visual. Consta de
vinte cartões com figuras incompletas.
Completar Figuras
FIGURAS PONTOS
1. Pente
2. Mesa
3. Raposa
4. Menina
5. Gato
6. Porta
7. Mão
8. Carta
9. Tesoura
10. Casaco
11. Peixe
12. Parafuso
13. Mosca
14. Galo
15. Perfil
16. Termômetro
17. Chapéu
18. Guarda – Chuva
19. Vaca
20. Casa
SOMA
67
Código – Este subteste mede acuidade visual, coordenação motora e rapidez. Será usado o
código B para crianças maiores de sete anos. Consta de um modelo com uma série de
quadrados divididos; na parte de cima há um número e na de baixo uma marca diferente; a
criança tem que colocar no lugar vazio a marca que está faltando.
A seguir, transcreve-se o material apresentado.
Cada acerto vale um ponto.
1 2 3 4 5 6 7 8 9
EXEMPLO
2 1 4 6 3 5 2 1 3 4 2 1 3 1 5 2 1 4 2 6 3 1 2 5 1
3 1 5 4 2 7 4 6 9 2 5 8 4 7 6 1 8 7 5 4 8 6 9 4 3
1 8 2 9 7 6 2 5 4 7 3 6 8 5 9 4 1 6 8 9 3 7 5 1 4
9 1 5 8 7 6 9 7 8 2 4 8 3 5 6 7 1 9 4 3 6 2 7 9 3
ANEXO G
ANEXO H