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Instrutor de Treinamentos da
NR 35
Curso de Formação de Instrutor de Treinamento NR 35 Trabalho em Alturas
Demonstrar de forma clara e abrangente como o aluno deve transmitir todos os dispositivos
normativos que regem o assunto sobre o trabalho em altura, capacitando-o em um instrutor do qual
alcançara a Proficiência mencionada na NR 35 e se aprimorará a formar pessoas a trabalharem com
segurança, sabedoria e com os devidos cuidados neste ramo de atuação.
Objetivo
Proporcionar ao Profissional da área a se qualificar e se formar como instrutor de treinamentos
voltado única e exclusivamente para o Trabalho em Alturas, conforme determinação da NR 35 do
Ministério do Trabalho.
Publico alvo
Destinado a profissionais Técnicos, Tecnólogos, Engenheiros de Segurança do Trabalho, para se
habilitarem como Instrutores de Treinamentos Obrigatórios conforme as determinações da NR 35;
O curso de instrutor de treinamento para trabalho em altura não serve para qualificar
instrutores, mas para garantir de forma legal e fiscal a aquisição da proficiência, cuidado,
pois o que temos é uma máfia de curso de instrutores que não se preocupam em cumprir os
requisitos legais e normativos.
Proficiência é:
1 – Conhecimento progressivo;
2 – Habilidade dinâmica e,
3 – Experiência contínua comprovada.
COMO SE COMPROVA A PROFICIÊNCIA:
Existem várias formas de comprovar a proficiência, essas formas variam muito
dependendo do fiscal, empresa ou autoridade que a exige.
http://nwn-downloads.com/wp-content/uploads/2015/06/Nota-
Informativa_Proefici%C3%83%C2%AAncia.pdf
2 – Habilidade dinâmica;
Tudo que você aprende em sala de aula, precisa colocar em prática, somente a prática leva a
perfeição, o que você não pratica logo se esquecerá do que foi aprendido e a forma correta de fazer,
por isso é importante, estar sempre praticando, de uma forma ou de outra, não pode parar, pois
senão seria uma proficiência estática, parada, se a chamamos de dinâmica, cada próxima vez tem
que ser melhor que a vez anterior.
S
B
NR 35 PROFICIÊNCIA V
Para se tornar um bom instrutor você deverá aprender bem de como passar seus
conhecimentos aos seus alunos, ou seja, você deverá ter a sua didática bem
determinada e isso você vai aprender com as técnicas que veremos logo mais e principalmente com
a prática, veja:
Didática é um ramo da ciência pedagógica que tem como objetivo ensinar métodos e técnicas que
possibilitam a aprendizagem do aluno por parte do professor ou instrutor;
Deve ser clara, focada e objetiva, não pode haver desvios do conteúdo;
Os elementos da didática são:
• O Instrutor (Professor);
• O Aluno (Aprendiz);
• A Disciplina (Matéria ou conteúdo);
• O Contexto da aprendizagem;
• As estratégias metodológicas;
Doméstico;
Urbano;
Industrial;
Construção;
Esportivo;
Natural;
Marítimo;
Aéreo.
ESTES CAMPOS ENVOLVEM AS MAIS VARIADAS NORMAS E LEGISLAÇÕES
VIGENTES, VEJAM:
Eletricidade;
Máquinas e equipamentos;
Caldeiras, silos e vasos de pressão;
Montanhas e paredões rochosos;
Navegação de alto nível;
Helicópteros, aviões e monomotor;
Competições esportivas;
Prédios e áreas construídas;
Casas e residências;
Calor, frio, vibração e outras;
Gases tóxicos, poluentes e outros;
Incêndio e catástrofes;
Desabamentos.
A pergunta é:
Você está preparado para assumir uma responsabilidade desse contexto e ainda liberar pessoas para
que possam executar atividades nestes ambientes e situações perigosas?
Ufa!
Quanta coisa vimos até aqui...
Na aula de amanhã vamos aprender muito mais, mas ainda temos algumas coisas que aprender
nesta aula de hoje, veja:
Se tiver que tirar os pés do chão, deverá haver medidas que impossibilitem a queda do trabalhador e
garanta sua segurança e proteção durante as atividades;
Todo trabalho em altura será planejado, organizado e executado por trabalhador CAPACITADO e
AUTORIZADO;
Considera-se TRABALHADOR AUTORIZADO para trabalho em altura aquele que capacitado e cujo
estado de saúde foi avaliado, considerado apto para executar esta atividade e que possua anuência
formal da empresa regular;
O trabalhador em altura deve ser avaliado quanto aos fatores psicossociais e submetido a exames
médicos voltados as patologias que poderão originar MAL SÚBITO E QUEDA DE ALTURA;
Os exames e a sistemática de avaliação do estado de saúde dos trabalhadores são partes integrantes
do PCMSO da empresa, devendo estar nele consignados levando em conta também o PPRA;
O empregador deve garantir que a avaliação da saúde seja feita periodicamente considerando cada
tipo de risco inerente e envolvidos em cada situação.
Mal Súbito:
Perda da Estabilidade Hemodinâmica e/ou Neurológica
QUADRO CLÍNICO:
Síncope, Desmaios, Hipoglicemia, Vertigens, Tremores, Convulsão, Perda da Visão, Falta de ar,
Sudorese, Náuseas e Vômitos, Forte Crise de Ansiedade, Alteração do nível de Consciência ou Pânico,
Quadro Infeccioso.
CAUSAS:
Diabetes Mellitus, Alcoolismo, Drogas Ilícitas, Medicamentos, Tabagismo, Arritmias Cardíacas,
Estenose Aórtica, Arterial Coronariana, Carotídea, Epilepsias, Tumores, Fadiga, Estressores Psíquicos,
Doença Mental descompensada.
AVALIAÇÃO CLÍNICA:
Exames Complementares
Hemograma;
Glicose / Hemoglobina Glicada;
Lipidograma Completo;
ECG;
EEG;
Provas Função Hepática;
Acuidade Visual;
Acuidade Auditiva;
Uréia – Creatina – Clearance Creatinina;
Protoparasitológico;
Eco – Holter – Doppler Carótida e Vertebrais.
Ficar pendurado pelo cinto de segurança gera a suspensão inerte, quando a parte inferior do cinto de
segurança, que se prende às pernas, impede a circulação do sangue e este se acumula nelas. Se
estas não se movem, o sangue fica lá e o coração não consegue bombear o sangue para a cabeça
provocando a intolerância ortostática que se caracteriza por atordoamento, tremor, fadiga, dor de
cabeça, fraqueza e desmaios.
Suspensão prolongada causada por sistemas de detecção de quedas pode causar a intolerância
ortostática que, por sua vez, pode resultar em perda de consciência seguida por morte em menos de
30 minutos.
Aspectos Físicos
É recomendado que o profissional envolvido com atividades em altura pratique atividades físicas
regularmente. Seja praticando corrida ou caminhada, esportes como futebol, natação, escalada, etc,
ou frequentando academia.
Realizar alongamentos antes de executar qualquer serviço pode ajudar a musculatura e o corpo a se
preparar melhor.
Não faça uso de drogas e álcool, é preciso que o trabalhador tenha todos os sentidos funcionamento
muito bem na hora de trabalhar.
Os exames clínicos periódicos devem estar em dia, como eletrocardiograma, eletroencefalograma,
labirintite e outros.
Aspectos Psicológicos
É recomendado que todos os trabalhadores realizem um exame psicológico completo, para
temperamento, distúrbios de comportamento, acrofobia (medo excessivo de altura), dentre outros. O
trabalhador precisa estar bem preparado psicologicamente para atividades em altura em prol da sua
segurança e de toda equipe.
Aspectos Técnicos
Através de treinamentos específicos e palestras o profissional pode aprimorar ainda mais suas
habilidades se tornando assim mais capacitado. É recomendado que o profissional já certificado
realize o curso de reciclagem antes do período de 18 meses.
SISTEMAS DE IDENTIFICAÇÃO DO TRABALHADOR:
A Técnica de Acesso Por Cordas, também conhecida como Alpinismo Industrial ou Escalada
Industrial, já usada no mundo a pelo menos 20 anos, principalmente Europa e Estados Unidos, vem
crescendo dentro da indústria no Brasil e conquistando sucesso por proporcionar segurança, redução
de tempo e menor custo dos serviços.
Com a evolução das práticas e procedimentos dando cada vez mais ênfase ao tema segurança, as
indústrias do Petróleo, Química e Petroquímica, tem se ancorado nas técnicas de acesso face aos
custos atuais, e da necessidade de garantia total da inspeção e manutenção dos equipamentos, onde
muitas vezes a forma geométrica deste é um fator que dificulta a execução das tarefas.
Trabalho eventual é aquele que ocorre eventualmente, talvez uma ou no máximo duas vezes por
semana, não mais que isso, lembrando-se, por semana e não por dia, as vezes passa-se uma
semana ou duas sem realiza-lo novamente, não existe uma necessidade fixa de realização do
trabalho de risco que exponha a vida do trabalho a possibilidades de quedas.
Quando falamos que o trabalho é rotineiro, trata-se da frequência em que ele é realizado, ou seja,
pelo menos uma vez por dia durante toda semana laboral, desta forma por ser um trabalho mais
seriamente perigoso, é necessário traçar um procedimento padrão a ser cumprido com rigorosidade
evitando assim que o trabalhador se exponha aos riscos inerentes a atividade.
PPRA – deve apresentar na descrição das atividades por funções, os setores onde atuam e as
funções que executam as atividades em alturas, através deste programa elabora-se os quatro
próximos abaixo;
PCMSO – deve apresentar no campo dos exames os riscos aos quais estão expostos;
PGR – deve apresentar um estudo completo das atividades em alturas, os riscos e as medidas de
controle e segurança que cada risco exige para que seja controlado;
ASO – deve ser bem realista, rigorosa e clara em cada exame realizado, principalmente os
complementares, constando no campo especifico a aptidão do trabalhador para realizar atividades
em alturas com a assinatura legível ou rubrica mais carimbo do médico examinador e do
coordenador do programa;
MFO – o mapa de funções operacionais é uma forma de reduzir a emissão de papeis nos setores,
pois aponta as funções que estão capacitadas e autorizadas para realizarem atividades em alturas
nas empresas, é interessante que o mapa conste a foto, nome, setor, data de autorização e
expiração da mesma, interessante que haja placas informativas e orientativa para que não se
esqueçam de utilizarem os EPIs;
FIE – Ficha de Inspeção periódicas de EPI são realizadas para verificar se os equipamentos estão
adequadas e funcionando de maneira segura e salubre.
APR – é indispensável antes de se iniciar qualquer atividade em alturas, pois é através dela que será
emitida a permissão de trabalho em altura ou especial;
ART – é complementar a analise de risco, porém, é especifica para a tarefa a ser realizada, se
houverem três tarefas, serão necessariamente três análises de risco da tarefa;
PTA ou PET – permissão trabalho em alturas ou permissão especial de trabalho deve estar no local
onde o trabalho é realizado preferencialmente nas mãos do supervisor ou acompanhante, é
necessário ter sempre uma pessoa acompanhado preparada para quaisquer situações de
emergências que venham surgir;
O.S – ordem de serviço deverá ser emitida para a função já no treinamento de integração e
informando as regras preciosas de ouro conforme a politica da empresa e incluindo as considerações
e requisitos para atividades especiais como alturas, espaço confinado, entre outras;
FAS – a ficha de avaliação de saúde é necessária antes de assinar a permissão
especial ou permissão de trabalho em alturas, pois nela constará o que se foi
avaliado e a anamnese atual do trabalhador, após preenche-la é necessário a
assinatura legível do trabalhador confirmando as informações por ele passadas, é
interessante constar na ficha a pressão arterial, pulsação e outras informações;
e-Social – O Decreto nº 8373/2014 instituiu o Sistema de Escrituração Digital das Obrigações
Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas (eSocial). Por meio desse sistema, os empregadores passarão
a comunicar ao Governo, de forma unificada, as informações relativas aos trabalhadores, como
vínculos, contribuições previdenciárias, folha de pagamento, comunicações de acidente de trabalho,
aviso prévio, escriturações fiscais e informações sobre o FGTS.
POP – Procedimento Operacional Padrão:
Os Procedimentos Operacionais Padronizados para atividades rotineiras de trabalho em altura devem
conter, no mínimo:
1. As diretrizes e requisitos da tarefa;
2. As orientações e determinações gerenciais;
3. O detalhamento da Tarefa (Passo a Passo);
4. As medidas de controle dos riscos característicos a rotina de trabalho;
5. As condições impeditivas;
6. Os equipamentos de Proteção Individual e Coletivos necessários;
7. As competências e responsabilidades de cada integrante;
8. A Análise Risco e Inspeção Prévia de Segurança;
9. Orientações quanto a emergências e eventos adversos.
Você sabia que quase praticamente todos os itens e parágrafos de acesso por corda e proteção
contra quedas apontados na NR 35 são fundamentados e embasados em ABNT – NBRs e Normas
Europeias?
Veja abaixo:
Você sabia que além das NBRs – Normas Brasileiras Regulamentadoras e EN – Norma Européia,
existem ainda outras variadas normas e legislações com embasamentos legais e requisitos mínimos
para garantir a segurança nas atividades em alturas? Mas lembre-se: Todas as normas que você
conhecer, apresenta apenas requisitos mínimos de segurança, porém, não posso deixar de fazer o
que no mínimo é exigido, mas, fazer melhor que o exigido, isso sim posso, devo, quero e vou!
Combinado? Vamos colocar em ação?
Os requisitos de segurança do trabalho em altura estão descritos na NR 35. Já a NBR
16.489 é um código de prática, “mostrando opções de trabalho e maior
detalhamento sobre o que a NR35 exige, ou seja, a NR 35 diz o que o empregador
deve fazer e é mandatório seguir, já a NBR 16.489 explicita qual o caminho para que
o trabalhador fique em segurança ao trabalhar em altura, porém, não sendo seu cumprimento
obrigatório, e sim uma boa prática”.
A NBR 16.489 ainda é um projeto de norma que esteve em consulta pública, num processo formal
para que entre em vigor (é o momento em que o documento possa ser autenticado em grande
escala pelos usuários da futura norma). Para quem é da área de treinamento e entende como deve
ser o planejamento da segurança em altura, o ideal é entender tanto o papel de uma norma
regulamentadora (obrigatória) como o da norma brasileira, da Associação Brasileira de Normas
Técnicas. Órgão normativo, como a ABNT, em princípio, é de participação voluntária. Já órgão
regulador, como Ministério do Trabalho, faz a lei que deve ser cumprida sob o risco de se incorrer
em seu descumprimento.
Não custa lembrar: as principais causas para que acidentes com trabalho em altura aconteçam
estão em não usar equipamentos de proteção contra quedas. “Estamos cansados de ver atividades
em altura serem executadas sem nenhum tipo de proteção. Não utilizar o sistema de proteção de
forma correta, com usuários mal treinados, que estão apenas vestidos com os EPI´s, mas não os
utilizando de forma correta. Não saber informar quando condenar o equipamento, pois os usuários
não são treinados sobre a forma correta de inspeção do sistema de proteção. Treinamentos
inadequados ou falhos, além da falta de conscientização dos riscos para os usuários. Ancoragem no
local errado, já que muitas vezes o usuário não sabe onde ancorar e acaba conectando o
equipamento em locais não apropriados e sem a resistência mínima necessária. A falta de um bom
programa de proteção contra quedas e a ausência de um planejamento da atividade a ser realizada é
com certeza a principal causa dos acidentes com queda”.
Segundo as análises de especialistas, o setor de proteção contra quedas é regulado por vários órgãos
normativos que fornecem regras para tudo, desde a resistência mínima talabartes até a utilização de
absorvedores de energia resistentes. O que não é muito entendido é a diferença entre órgãos
normativos e órgãos reguladores. “Na América do Norte, os órgãos normativos que têm as maiores
influências na proteção contra quedas são a ANSI (American National Standards Institute) e a CSA
(Canadian Standards Association). No Brasil, a Associação Brasileira de Normas Técnicas ABNT
escreve as normas técnicas nacionais (NBR’s). Tais organizações, nacionais e internacionais, são de
participação voluntária e determinam normas para a fabricação de equipamentos”.
Para um equipamento de proteção individual em altura ter o selo do INMETRO, deve passar por uma
série de testes para ver se está de acordo com as exigências previamente estabelecidas. Porém, se
alguma modificação importante for feita no projeto, o equipamento deverá ser novamente submetido
aos mesmos níveis de testes para assegurar que ainda estão dentro dos padrões estabelecidos.
“Uma NBR passa a ter força de lei quando está especificada ou citada por um órgão do governo.
Podemos usar como exemplo, a RAC EPI Contra Quedas Portaria 388 de 24 de julho de 2012 do
Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (INMETRO), que estabelece os critérios
para Avaliação de Conformidade dos EPI’s para proteção contra quedas com diferença de nível”.
LEGISLAÇÃO TRABALHISTA:
Dolo
Caracteriza-se pela vontade livre e consciente de querer praticar uma conduta descrita em uma
norma penal incriminadora.
Culpa
Responsabilidade dada à pessoa por um ato que provocou prejuízo, material, moral ou espiritual a si
mesma ou a outrem, onde não existe a intenção deliberada de se praticar tal ato.
Negligência:
É a omissão voluntária de providências ou cuidados. Demora no prevenir um dano.
EXEMPLO: Fábrica suja / mal iluminada / mal ventilada, que proporcione condições de uma situação
ou ambiente inseguro.
Imprudência
Forma de culpa que consiste na falta de observância de medidas de precaução E segurança, de
consequências previsíveis, que se faziam necessárias no momento para evitar um mal ou infração da
lei.
EXEMPLO: Operário que retira a proteção da máquina com o intuito de aumentar a produção.
BREVE COMENTÁRIO: Essa atitude responsabiliza a chefia do trabalhador por esta constituir um elo
de ligação (preposto) trabalhador/empresa. É crime a conivência ou omissão.
Imperícia
Falta de aptidão especial, habilidade, experiência, no exercício de determinada função, arte ou ofício
EXEMPLO: Submeter trabalhador não habilitado a substituir – em caráter eventual – trabalhador
titular na função.
BREVE COMENTÁRIO: Substituir operador de empilhadeira apto para a função por motorista comum,
sofrendo este último grave acidente por falta de preparo específico.
CUIDADOS COM A TERCEIRIZAÇÃO:
Outro ponto forte a ser considerado por esta NR é a prevenção (evitar que o trabalhador possa
sofrer uma queda) antes da retenção (reter uma queda minimizando sua distância e consequência);
Diante do exposto, falaremos sobre sistema de proteção, ativos e passivos, veja:
Anexo I – o anexo I versa sobre as atividades de acesso por cordas, que é complementado pelas
Normas Técnicas NBR 15475 e NBR 15595.
Anexo II – o anexo II versa sobre os sistemas de proteção contra quedas, incluindo os dispositivos
de ancoragem enquadrados nas NBR 16325-1 e NBR 16325-2 - DOU de 22/09/2016 (nº 183, Seção
1, pág. 56).
NRs gerais – a NR 35 tem suas aplicações em quase todas as demais NRs do MTE, principalmente
nas NRs 10, 18 e 33.
Outros fatores como o número de trabalhadores expostos ao risco, tempo de exposição e prevenção
de queda com sistema de restrição de movimentação com o uso de EPI somado a retenção de
quedas com sistema de redes, podem auxiliar para indicação do método mais adequado a ser
utilizado.
O Trabalho eventual em alturas sem proteção contra quedas é entre os fatores causais o que mais
aparece e registrado em acidentes com morte;
Atividade base – é a atividade real executada pelo trabalhador, envolvendo ambiente e condições
ambientais de trabalho, recursos e ferramentas que o trabalhador necessita para realização de suas
atividades dia a dia no local de trabalho, exemplo:
1. Primeiramente conheça o cliente, entenda o que, porque, para que e para quando ele precisa;
2. Para conhecer o cliente, visite-o, não acreditem em tudo que ouve ou ver, check os fatos;
3. O que ele precisa, talvez o curso de NR 35 para seus eletricistas trabalharem em alturas
(lembre o conceito atividade base e complementar, se os trabalhadores executarão atividades
em alturas envolvendo eletricidade, é indispensável você exigir da empresa antes o certificado
de NR 10 de todos os participantes e quando o curso for reciclagem, exija o certificado do
curso básico);
4. Porque a empresa precisa deste curso, é urgente, programável, entender o porque é evitar se
expor a uma situação bem constrangedora e as vezes irreparável, talvez a empresa sofreu
fiscalização e os fiscais a notificaram em 15 (quinze) dias deverá corrigir o problema, então
meu amigo, cuidado, a fiscalização está em cima, pode sobrar problema para você, se a
empresa fosse idônea, não teria esperado a fiscalização exigir, faria por si mesmo, ou também
além da fiscalização, pode ser um novo contrato milionário da empresa e você ainda cobra
R$ 1.99, francamente hein.
5. Para que, para atender um contrato, para responder a fiscalização, para aperfeiçoar os
funcionários, para recicla-los, para substituir o certificado anterior de uma empresa que o e-
Social rejeitou;
6. Para quando, ontem, porque tanta pressa, vamos investigar, vamos analisar...
E a carga horária: deve ser de acordo com o que é exigido pela empresa, lembrando que 8 (oito)
horas é a carga horária mínima, porem, quanto maior o risco e a frequência de trabalho, maior
deverá ser também a carga horária do curso e consequentemente o valor a ser cobrado, um valor
ideal para o curso de alturas básico hoje no mercado é de R$ 150,00 por pessoa, o máximo que se
deve baixar para um desconto é para R$ 120,00, abaixo deste valor, levantará suspeitas, há no
mercado hoje pessoas vendendo o curso por R$ 50,00 a 70,00 reais, totalmente inadequado e até
mesmo realizando o curso em apenas meio expediente, imagina o aprendizados dos trabalhadores.
A PERMISSÃO DE TRABALHO EM ALTURA, DEVE:
Equipes de Emergência:
Disponibilizar equipes próprias, externas ou compostas pelos próprios trabalhadores que executam o
trabalho em altura para respostas em caso de emergências;
Assegurar que a equipe possua os recursos necessários para as respostas a emergências;
Previsão das ações de respostas no Plano de Emergências da empresa;
Capacitação da equipe responsável pela execução das medidas de resgate e primeiros socorros, que
deve possuir aptidão física e mental compatível com as atividades a desempenhar;
E se a empresa onde trabalho não dispuser de uma equipe resgate, o que devo fazer, ou,
o que deve ser feito?
Não confie no SAMU, BOMBEIROS, eles não são DEUS, confie em Deus mas faça sua parte e trabalhe
com SEGURANÇA.
2,00
Acidentes – O Inimigo da Segurança
1,80 O Trabalho eventual em alturas sem proteção contra quedas é entre os fatores causais o
que mais aparece e registrado em acidentes com morte;
A constatação é do SIRENA (Sistema de Referência em Análise de Prevenção de Acidentes
de Trabalho), administrado pela Inspeção de Trabalho do Brasil;
Para diminuir o número de acidentes, mortes e sequelas a Norma Regulamentadora de Nº
35 especifica as medidas de segurança para o trabalho em alturas.
1,00 Considera-se trabalho em altura toda atividade executada acima de 2,00 m (dois metros)
do nível inferior, onde haja risco de queda, porém, a maioria das empresa determinam
trabalho em alturas a partir de 1.80 m (um metro e oitenta) acima do solo;
Complementa-se com outras Normas Técnicas oficiais estabelecidas por Órgãos
competentes e, na ausência ou na sua omissão dessas, com as normas internacionais
aplicáveis como a ISO, ABNT, NBR's, OHSAS, etc...
Sistema de Proteção contra queda para deslocamento com talabarte:
Exemplos de ancoragens utilizadas por escaladores que exigem equalização: chapeleta, pino e píton.
Fita de Ancoragem:
É um dispositivo que permite criar pontos de ancoragem da corda de segurança, veja exemplos
abaixo:
Mosquetão e malha rápida:
É um dispositivo de segurança de alta resistência com capacidade de suportar forças de no mínimo
22kn;
Sua principal função é de proporcionar elos de ligação entre outras partes fixas ou móveis. Tem
capacidade de funcionar como uma polia com atrito;
Deve-se destinar total atenção ao uso e a manutenção do mosquetão para que ele proporcione todo
o seu potencial de resistência.
E essa resistência tem a capacidade de variar com o sentido de tração, sendo mais resistente pelas
extremidades do que pelas laterais.
Jamais deverá sofrer torções, por isso o cuidado em instalá-lo corretamente.
Descensor Grigri
Descensor Stop
Este equipamento não opera com
cordas de diâmetro alto, sua principal
característica consiste em possuir uma
trava automática. O Descensor Stop
pode facilitar o trabalho em atividades
de altura e resgates onde a corda é o meio acesso, devido a
característica de ser auto-blocante. Com ele, pequenas subidas podem
ser realizadas em conjunto com o trava-queda.
Ascensores
Blocantes
Travam a corda em um sentido e liberam no outro. Funcionam de modo a esmagar a
corda e alguns deles possuem pequenas garras.
Pedal
O pedal é utilizado para descanso em trabalhos suspensos e também
para ascensão em cordas.
Polias
Aplicadas em trabalhos em atividades de altura, resgates e também na área
esportiva, as polias também podem ser usadas em sistema de
desmultiplicação de forças para içar cargas.
Assento de Suspensão
Este equipamento é indicado para
trabalhadores que realizam serviços em altura
de longa duração, oferecendo um maior
conforto e dificultando a ação da síndrome de
suspensão inerte. É obrigatório o uso do cinto de segurança tipo
paraquedista em conjunto com o assento de suspensão. Pode ser
usado na pintura de prédios, limpeza de fachadas, entre outras
atividades em altura.
RESGATE POR ROLDANAS
Este equipamento é indicado para trabalhadores que realizam serviços em altura de
longa duração, oferecendo um maior conforto e dificultando a ação da síndrome de
suspensão inerte. É obrigatório o uso do cinto de segurança tipo paraquedista em
conjunto com o assento de suspensão. Pode ser usado na pintura
de prédios, limpeza de fachadas, entre outras atividades em altura.
Nó Prussik:
• Bloqueia nos dois sentidos, o mais conhecido mas o menos prático, por ser difícil de soltar e
tende a deslizar em cordas molhadas.
• Pode ser feito com duas ou mais voltas em torno da corda principal, deve se tomar o cuidado
de deixar o nó que emenda o cordelete, para fora do blocante.
NÓS BÁSICOS PARA TRABALHO EM ALTURAS:
• Os nós possuem uma aplicação milenar na história da humanidade, quando os
primitivos utilizavam fibras naturais para confecção de artefatos, evoluindo assim até
o uso em técnicas elaboradas como as navais e as de montanha. No caso de técnicas
verticais os nós podem ser utilizados para unir as cordas, para as ancoragens, amarrar
solteiras, dentre outras aplicações;
• A escolha de um nó deve passar por uma análise criteriosa sobre o uso. Fatores como força
de blocagem, facilidade de fazer e desfazer o nó e perdas de resistência, etc. devem ser
levadas em consideração na hora da escolha;
• O Nós também são necessários, para dar segurança e conforto e até mesmo a substituição de
equipamentos nos sistemas. São imprescindíveis nos salvamentos. Muitas vezes, uma vida
pode depender de um nó "bem feito". Por isso mesmo: não se dá nó! Faz-se um nó !
• Existe um nó certo para cada finalidade. Em tese, nós profissionais, não precisamos saber em
minúcias qual o melhor nó para esta ou aquela finalidade. Mas, precisamos saber qual o nó
que não serve para o que queremos fazer.
• Assim, devemos conhecê-los. Selecionamos os nós mais eficientes e versáteis para o dia-a-dia
de quem lida com esse tipo de atividade. Vamos conhecer alguns termos usados, nós, sua
função, e para que é usado.
Nó de Quadrado Nó de Sirga
Nós e Amarras
Um tipo de trabalho que ainda causa dor de cabeça para a execução segura é o uso de escadas
portáteis de abrir, principalmente. Esse tipo de equipamento é utilizado em muitas atividades
como troca de lâmpadas, manutenção em câmeras de filmagem, sistemas de som, alarme, etc.
Algumas obrigações para esse equipamento estão previstas na NR-18 como a estabilidade do
piso, sapatas para não escorregar, altura máxima, limitadores de abertura, material
construtivo, etc. Tudo isso ajuda até um certo ponto. Ajuda por exemplo os profissionais de
segurança e auditores a verificarem se está conforme ou não, se pode usar ou não. Mas, nossa
legislação e nossas normas técnicas não ajudam muito a proporem medidas seguras para a
execução do trabalho. Por isso é necessário recorrer à pessoas com maior experiência na área,
empresas especializadas, estudo de acidentes já ocorridos, cursos de capacitação e o que mais
puder ajudar para a execução do serviço.
A primeira coisa que me faz pensar em como solucionar ou melhorar essa questão é o
PLANEJAMENTO DA TAREFA que inclusive, faz parte da NR-35 como item obrigatório. Somos
acostumados na execução de tarefas sem muito planejamento ou com planejamento pela
metade. E assim acabamos atropelando etapas importantes para prevenir acidentes de
trabalho. Pensando então em uma etapa fundamental, que é a do planejamento, tentarei
deixar algumas ideias que possam contribuir para futuros trabalhos.
Se o trabalho necessitar de escadas portáteis a primeira ação que devemos ter em mente é
perguntar: Será que realmente é necessário utilizar esse tipo de artificio? Existem soluções
mais seguras e possíveis?
Por exemplo: A escada de mão pode ser substituída por andaime, por plataforma de trabalho
aéreo ou em último caso por escadas do tipo plataforma. Algumas decisões como essas
requerem custos diferentes, mas o quanto custa um acidente de trabalho?
Se realmente o uso da escada de abrir for necessário, então deverá o planejamento continuar para
que soluções seguras sejam implantadas para o uso do equipamento.
- Existe ponto de ancoragem próximo ao local onde será usada a escada? Isso ajudará na criação de
um sistema de proteção contra quedas?
Além, é claro, das condições da escada, do nivelamento do piso, etc. Acho que a ancoragem é um
ponto importantíssimo a ser considerado. Um ponto de ancoragem seguro será o início para a
montagem de uma linha de vida provisória por exemplo. Poderá ser o ponto para a conexão direta
de um talabarte ou de uma fita de ancoragem.
O PONTO DE ANCORAGEM pode ser definitivo já instalado na estrutura como uma
chapeleta e Parabolts ou pode ser uma estrutura da edificação, segura e confiável
onde é possível a instalação de uma linha de vida, uma fita de ancoragem ou outro
dispositivo que sirva para montar um sistema de proteção contra queda.
De acordo com nossa legislação os pontos de ancoragem devem ser selecionados por um profissional
legalmente habilitado e isso gera muitos conflitos de entendimento.
Trabalhar em escadas e tendo ao lado uma linha de vida com corda e um trava-quedas ligado ao
cinturão é uma solução que trará maior segurança ao usuário, desde que respeitado todos os
parâmetros como fator de queda, inspeção dos equipamentos, treinamento dos trabalhadores, etc.
Outra solução é poder prender o talabarte em uma estrutura segura, independente da escada e
acima da cabeça do usuário.
Essas soluções servirão se os pontos de ancoragem forem próximos da escada.
Lembrando que, se o usuário ficar muito longe do ponto de ancoragem e sofrer uma
queda, haverá muito deslocamento devido ao pêndulo e o trabalhador poderá se
machucar ao bater contra estruturas no caminho.
Se existem pontos de ancoragem distantes do local onde está a escada, mas que sejam seguros, é
possível por exemplo montar uma linha de vida provisória horizontal acima da escada e nessa linha
poderá o trabalhador conectar seu talabarte.
Sempre que propomos soluções como essas, escutamos do outro lado: “ahh, mas e a pessoa que irá
montar o sistema terá que se expor ao risco de cair” ou “se for uma linha horizontal até que o
trabalhador se prenda ,estará exposto ao risco de cair”. Sim de fato a exposição existe, porém o
risco deve ser trabalhado a fim de ser eliminado ou reduzido. Quando um profissional sobe para
montar um sistema de proteção contra queda, certamente ele usará procedimentos e equipamentos
que o protejam e, além disso, estará totalmente focado naquela atividade e em mais nenhuma outra.
É possível montar sistemas de proteção contra queda do próprio solo com o uso de uma vara
telescópica para montar a linha de vida. Se o PLANEJAMENTO pensar nisso, tudo sairá mais fácil.
No caso da escalada até chegar na linha horizontal acima da escada, é importante
pensar que até se prender, o trabalhador estará focado apenas em sua subida e na
forma segura de faze-la.
Sempre com três pontos de contato na estrutura, etc. O risco da queda aumentará
quando o trabalhador estiver executando suas atividades de manutenção, geralmente, e focado em
sua atividade começará a se esquecer de que está acima do nível do solo. Nesses momentos é que o
sistema de proteção contra queda é mais importante do que tudo.
A última solução que algumas empresas adotam é trabalhar em dupla, ou seja, um trabalhador
segura a escada e o outro sobe. Nesse caso o trabalhador não está preso a nenhum tipo de sistema
de proteção contra quedas. A segurança está focada apenas na estabilidade da escada e na
concentração de quem está acima do solo e do outro que segura a escada. Essa é uma prática com
risco elevado, mas algumas vezes funciona. É lógico que de acordo com o tipo de atividade, essa
solução não vede ser admitida de forma alguma. Por exemplo, um trabalhador que subirá
carregando alguma peça, terá que tirar as mãos da escada, ficará apoiado apenas nos pés e ainda
em posição de olhar para cima para prender, pintar, lixar algo acima de sua cabeça. Uma situação
dessas eleva demais o risco e entra em situação de risco grave e iminente de queda.
Até na hora de segurar a escada, se a atividade for aprovada, ainda é possível analisar os riscos e
planejar a melhor forma de fazer. Sendo assim, é mais seguro então segurar e apoiar a escada na
lateral do que de frente para com quem está subindo.
Sabemos que a cada dia, a cada trabalho sempre existe um novo desafio e temos a obrigação de
pensar na melhor e mais segura forma de fazer.
As melhores e as mais seguras soluções só ocorrerão se o planejamento for
detalhado e bem realizado. Se a parte de planejar tiver falhas, haverá reflexos na
execução do trabalho. O planejamento envolve análise de risco da tarefa, análise de
risco do local da tarefa, análise de risco dos equipamentos que serão utilizados,
análise de risco de trabalhos simultâneos que possam ocorrer nas proximidades. O planejamento
envolve procedimentos de trabalho, permissões de trabalho, capacitação dos profissionais, exames
médicos, supervisão do trabalho, isolamento de área e envolvimento de equipe multidisciplinar onde
profissional de áreas distintas possam opinar e chegarem às melhores soluções.
Procure por ajuda, pergunte para pessoas que já fizeram trabalhos semelhantes, troque e-mails,
troque mensagens, peça ajuda pelo rádio, telefone, entrem em fóruns de discussão, sites, blogs,
enfim não seja orgulhoso. Sempre encontrará bons profissionais que estarão dispostos a ajudar.
Estamos em aprendizado continuo, nunca pense que você chegou ao final ou que já sabe de tudo!
Escadas são um equipamento simples e prático utilizado por todos os profissionais da construção e
outros que atuam direta ou indiretamente em alturas, os riscos que elas
apresentam aos trabalhadores estão diretamente relacionados a serem
mal construídas, mal conservadas ou mal utilizadas, velhas e
desgastadas, usuário mal treinado, falta de equilíbrio, locais inseguros
para escadas, desta forma podem apresentar um perigo extremamente
muito sério.
Corrediça
Simples Dupla
Articulada
De cordas Plataforma
Plana - Telhados
ESCADAS DE MÃO OU ABRIR DEVEM:
Dica do Ivan:
Inspecione sempre as escadas, ponto a ponto antes de subir e também antes de descer
novamente;
Elabore um plano de inspeção parcial e geral para cada escada junto a uma ficha de controle de
inspeção e registre data, horário, o que, porque e por quem foi inspecionado a escada.
CESTA AÉREA:
NBR 16092
Os trabalhadores que exercem atividades ou tarefas utilizando cestos aéreos já contam com normas
segurança definidas. As especificações técnicas para o funcionamento de equipamentos de
locomoção para estes trabalhadores estão na Portaria SIT nº 293, publicada no Diário Oficial da
União (DOU) de 09/12/2011, que insere o anexo XII na Norma Regulamentadora nº 12, sobre
Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos.
O anexo XII da NR12 dispõe da utilização de Cestas Aéreas, Cestos Acoplados e Cestos Suspensos
como equipamentos para execução de trabalho em altura - onde não se pode ser utilizado outro
meio de acesso, tais como plataformas de trabalho em altura (PTA), muito empregadas em
construção de grandes obras como hidrelétricas; geradores eólicos, torres de linhas de transmissão
de energia, estaleiros e atividades no sistema elétrico de potência.
“O Anexo veio dar luz ao entendimento dos requisitos para estes equipamentos, preenchendo uma
lacuna normativa existente e que vinha causando dúvidas tanto por parte dos empregadores quanto
pela fiscalização”, destaca o coordenador-geral de Fiscalização e Projetos do Departamento de
Segurança e Trabalho, do Ministério do Trabalho e Emprego, Luiz Carlos Lumbreras Rocha.
As cestas aéreas são equipamentos já regulamentados por Norma Técnica da ABNT, tendo seus
requisitos de segurança ampliados neste anexo. São equipamentos veiculares destinados à elevação
de pessoas para a execução de trabalho em altura, de braço móvel, articulado, telescópico ou misto,
com caçamba ou plataforma, com ou sem isolamento elétrico, podendo (desde que projetado para
este fim) também elevar material por meio de guincho e de lança complementar.
Cesta Aérea
• As cestas aéreas são fabricadas em material PVC revestidas com fibra de vidro e são
normalmente utilizadas em equipamentos elevatórios como gruas e Munck, podem ser fixas
ou móveis;
• Quando móveis geralmente são acopladas em caminhões com equipamento Munck
normalmente acopladas a gruas, Munck ou plataformas elevatórias;
• Existem modelos para uso individual e uso duplo;
• São mais recomendadas em questões de segurança para atividades envolvendo eletricidade
(linha viva) por possuir características isolantes e devido a melhor condição de conforto e
segurança em relação as escadas e andaimes;
• Os movimentos geralmente são comandados normalmente na própria cesta sendo o
profissional treinado para utilizar os comandos com segurança e ciência dos eventuais riscos;
• Tanto as hastes de levantamento como a cesta devem sofrer ensaios de isolamento elétrico
periódico e possuir relatório das avaliações;
• Neste equipamento o trabalhador deve amarrar-se a cesta aérea através de talabarte e
cinturão tipo paraquedista utilizando os equipamentos de segurança;
• Quanto aos cuidados na movimentação e parada do veículo, o trabalhador deve se atentar aos
seguintes itens abaixo:
1. Manter o piso limpo;
2. Atentar para a subida e descida da cesta aérea apoiando-se no suporte;
3. Jamais balançar desnecessariamente ou pular no cesto.
TRABALHOS COM ANDAIMES:
NBR 6494
Os andaimes apesar de virem sendo usados há mais de 5000 anos, no Brasil ainda
causam a morte de milhares de trabalhadores todos os anos e entre as causas destas mortes
destaco a falta de normas técnicas de fabricação destes produtos no Brasil.
No Brasil temos para uso de andaimes as normas regulamentadoras – NRs ( NR-18 e outras) de
segurança do Ministério do Trabalho e Emprego – MTE e da Associação Brasileira de Normas
Técnicas – ABNT a NBR- 6494/90 – Segurança nos andaimes.
Entretanto, apesar delas fazerem algumas exigências sobre fabricação não são especificas para tal.
Na Europa, 22 países se reuniram em um comitê técnico e elaboraram em 2003 normas técnicas que
especificam os requisitos para os fabricantes de andaimes, as avaliações e as certificações de
conformidade.
A aplicação destas normas resultou nos andaimes inteligentes, atualmente oferecidos por fabricantes
da Europa, bastante seguros.
O projeto estrutural e avaliação são elaborados pelo fabricante do andaime de acordo com as
normas técnicas das demais áreas de engenharia envolvidas na sua confecção, mas tem que levar
em consideração os requisitos desta norma no seu produto.
Estas normas estabelecem os padrões para andaimes de fachada feitos de componentes pré-
fabricados e de equipamentos de trabalho temporário.
O uso de normas técnicas torna a oferta de produtos e serviços competitivos, seguros, eficientes,
eficazes para as empresas como para os consumidores.
Seguir uma norma técnica implica em atender as especificações que foram analisadas e ensaiadas
por especialistas. Isto significa menos gasto de tempo e dinheiro com produtos que não tenham a
qualidade e desempenho desejáveis.
Enfim, estar em conformidade com as normas pode poupar tempo, esforço e despesas, lhe dando a
tranquilidade de estar de acordo com suas responsabilidades legais.
Os sistemas de andaimes são por ela classificados por seis critérios, a saber: 1- carga de serviço, 2-
plataformas e seus suportes (com ou sem carga de queda), 3- largura do sistema, 4- altura da
plataforma, 5- revestimentos e 6- método de acesso vertical.
Os sistemas de andaimes de fachada são limitados nestas normas pelo uso de aço, de ligas de
alumínio e de madeira de qualidade. Ela define o conjunto de padrões das configurações do sistema
sob os quais o projeto estrutural é conduzido.
Estas normas europeias não especificam os requisitos para proteções e não dão informações a
respeito da montagem, uso, desmontagem ou manutenção dos andaimes que são fornecidas pelos
fabricantes.
Na parte 2 da EN – 12810-2:2003 está definido as regras para análise e projeto estrutural destes
sistemas de andaimes através de cálculo e de testes. Os requisitos básicos estão dados na norma
ENV 1993-1-1:1992, Eurocode 3 –Part 1 : Design of steel structures – Section 1.
No projeto estrutural ela apresenta os estágios do projeto estrutural para sistemas de andaimes
modulares e de quadro e somente para andaimes de quadro; modelos para análise estrutural, testes
das configurações e dispositivos de conexão e demais testes que permitem a validação do modelo
estrutural escolhido como podemos ver alguns nesta apostila.
Os pisos de trabalho dos andaimes devem ter forração completa com material antiderrapante, ser
nivelado e fixado de modo seguro e resistente.
Os andaimes devem dispor de sistema guarda corpo e rodapé inclusive nas cabeceiras em todo o
perímetro, exceto na face de trabalho.
É proibido sobre o piso de trabalho em andaimes a utilização de escadas ou outros meios para se
atingirem lugares mais altos.
Não é permitido o trabalho em andaimes apoiados sobre cavaletes que possuam a altura superior a
2,00 m e largura inferior a 0,90 m;
É Proibido o trabalho em andaimes que na periferia da edificação sem que haja proteção adequada
fixada a estrutura da mesma;
É proibido o deslocamento das estruturas dos andaimes com trabalhadores sobre os mesmos;
Os andaimes cujos pisos de trabalho estejam situados a mais de 1,50 m de altura devem ser
providos de escadas ou rampas;
Além dos riscos durante a utilização dos andaimes a sua montagem e desmontagem também
apresentam grandes e perigosos riscos;
Montagem
DICAS DE SEGURANÇA – MONTAGEM E DESMONTAGEM DE ANDAIMES
Andaimes Móveis:
Como o seu próprio nome indica, os andaimes móveis são estruturas apoiadas sobre
rodas, que se podem mover facilmente. Geralmente, este tipo de andaime é metálico
e fácil de montar. Os andaimes móveis são usados sobretudo em trabalhos de
acabamento e de instalação. Dev ido à sua instabilidade, estas estruturas móveis
apenas devem ser usadas em localizações planas.
• Deve ser providos de travas para evitar deslocamentos acidentais;
• Somente poderão ser utilizados em superfícies plantas e sem deformidades.
Referências normativas:
As normas relacionadas a seguir contêm disposições que, ao serem citadas neste texto, constituem
prescrições para esta Norma. As edições indicadas estavam em vigor no momento desta publicação.
Como toda norma está sujeita a revisão, recomenda-se àqueles que realizam acordos com base
nesta que verifiquem a conveniência de se usarem as edições mais recentes das normas citadas a
seguir. A ABNT possui a informação das normas em vigor em um dado momento.
Definições:
Deslocamento vertical: Distância vertical percorrida pela cadeira suspensa, com aplicação da
massa de ensaio, até a sua imobilidade;
Talabarte ou corda: Dispositivo, regulável ou não, para sustentar o trabalhador e limitar a sua
queda (NBR 11370);
Massa de ensaio: Cilindro metálico com massa de (100 ± 1) kg e olhal central, conforme figura 1.
REQUISITOS:
Projeto e ergonomia: A cadeira suspensa deve oferecer proteção adequada, a fim de impedir riscos e
transtornos nas condições de uso. Ela deve oferecer facilidade de posicionamento e ser tão leve
quanto possível, sem prejudicar a resistência e a eficiência do equipamento;
Materiais e construção;
O dispositivo de movimentação vertical, manual ou motorizado deve possuir no mínimo duas travas
de segurança;
O assento deve ter no mínimo 500 mm de comprimento e 250 mm de largura, e possuir os requisitos
mínimos de conforto;
A conexão da cadeira suspensa com o cabo deve estar no mínimo 500 mm acima do
plano do assento.
A cadeira suspensa deve resistir a uma força de 7 kN, aplicada entre sua conexão
com o cabo e o centro do plano do assento, sem deformar ou romper soldas;
Todos os componentes da cadeira suspensa devem ser isentos de rebarbas ou quinas vivas;
O cabo de sustentação da cadeira suspensa deve ter carga de ruptura de no mínimo 15 kN para aço
e 20 kN para fibra sintética e, no caso de cadeira motorizada, deve ser de aço com diâmetro de no
mínimo 8 mm;
O dispositivo de movimentação vertical pode ser instalado junto ou distante do assento e, sendo
motorizado, deve obedecer às NBR 5410, NBR 6146 e NBR 8149;
O sistema de fixação do cinturão de segurança à cadeira suspensa deve estar a no mínimo 300 mm
acima do plano do assento;
A conexão do cabo da cadeira suspensa ao ponto de ancoragem deve ser feita com o uso de cabo
independente, corrente, mosquetão ou manilha, isto é, não se deve usar o próprio cabo da cadeira
para amarração;
O cabo de sustentação da cadeira suspensa deve ser protegido das quinas vivas e saliências;
Carga de ruptura do cabo de sustentação da cadeira suspensa. No ensaio descrito em 5.2, a máxima
força aplicada no cabo de sustentação da cadeira suspensa deve ser de 15 kN para cabo de aço e 20
kN para cabo de fibra sintética;
Estrutura da cadeira suspensa. No ensaio descrito em 5.3, a máxima força aplicada na estrutura da
cadeira suspensa deve ser de 7 kN;
Resistência à corrosão. As partes metálicas sujeitas à corrosão devem ser zincadas, com espessura
mínima de 25 µm ou pintadas com fundo antiferruginoso;
MÉTODOS DE ENSAIO:
Carga de ruptura do cabo de sustentação da cadeira suspensa Para a execução deste ensaio, deve-
se proceder da maneira descrita a seguir:
Instalar a amostra do cabo a ser submetido ao ensaio, de acordo com o esquema da figura 2.
ANCORAGEM:
NBR 14751
1. ponto de ancoragem;
2. instrumento de medição de força (dinamômetro);
3. conexão entre o dinamômetro e a linha de ancoragem flexível;
4. linha de ancoragem flexível;
5. força aplicada (P);
5.2.2 Aplicar a força P progressivamente, de forma que o valor máximo seja obtido em 2 min e
mantido neste valor durante 3 min;
5.2.3 A máxima força aplicada deve ser de 15 kN para cabo de aço e 20 kN para cabo de fibra
sintética;
5.2.4 Rejeitar o lote se a amostra retirada deste lote não satisfizer os requisitos deste ensaio;
Para a execução deste ensaio, deve-se proceder da maneira descrita em 5.3.1 a 5.3.5.
PONTO DE ANCORAGEM
NBR 14751
1. ponto de ancoragem;
2. instrumento de medição de força (dinamômetro);
3. conexão entre o dinamômetro e a cadeira suspensa;
4. cadeira suspensa;
5. conexão entre a cadeira suspensa e a máquina de tração;
6. força aplicada (P);
5.3.3 Aplicar a força P progressivamente, de forma que o valor máximo seja obtido em 2 min e
mantido neste valor durante 3 min;
5.3.5 Rejeitar o lote se a amostra retirada deste lote não satisfizer os requisitos descritos em 4.2.4;
5.4 Desempenho dinâmico das travas de segurança. Cada uma das travas de segurança deve ser
ensaiada isoladamente, isto é, desativando-se as outras travas ou dispositivos que impeçam seu bom
funcionamento.
Para execução deste ensaio, deve-se proceder da maneira descrita a seguir.
5.4.1 Instalar a cadeira suspensa com seu cabo de sustentação de acordo com o
esquema da figura 4.
TRAVA QUEDAS
NBR 14751
1. ponto de ancoragem;
2. cabo de sustentação da cadeira suspensa;
3. grampo;
4. cadeira suspensa;
5. conexão entre o centro do plano do assento a massa de ensaio;
6. massa de ensaio de 100 kg;
7. deslocamento vertical (H);
5.4.3 Fixar no cabo de sustentação, junto à conexão com a cadeira suspensa, um grampo para
referência de medição do deslocamento vertical H;
5.4.4 Aplicar, por meio de um dispositivo de soltura rápida, uma massa de ensaio de 100 kg no
centro do plano do assento da cadeira suspensa;
5.4.7 Rejeitar o lote se a amostra retirada deste lote não satisfizer os requisitos deste ensaio;
5.4.8 Após a realização dos ensaios (estático e dinâmico), os equipamentos devem ser revisados;
6 Marcação:
A cadeira suspensa por cabo deve ser marcada de forma indelével com:
7 Instrução de uso:
A cadeira suspensa:
É formada por um assento de aço, que está preso a um cabo também de aço ou fibra sintética
(corda de poliamida). Segundo a NR, a cadeira suspensa apenas pode ser usada quando não é
possível instalar outros tipos de andaimes. A cadeira suspensa é utilizada em trabalhos como pintura
e limpeza.
Seu sistema de fixação deve ser independente do cabo guia e do trava-quedas, pois é obrigatório o
uso de cinto de segurança e trava-quedas;
Dispositivo de subida e descida com dupla trava de segurança;
Trabalho em Alturas em Torres:
NBR 6123
Içamento de telhas
Única forma de andar com segurança em telhado do tipo plano inclinado (uma água,
duas águas ou shed). Em telhados abaulados (em arco) só pode ser usada no sentido transversal das
telhas. Indicada para telhas de fibrocimento, alumínio, cerâmica ou vidro.
Fabricada em duralumínio antiderrapante, substitui com segurança e durabilidade as perigosas
tábuas. Colocada sobre telhas onduladas de fibrocimento, apoia-se perfeitamente sobre três ondas.
Possibilita melhor distribuição da carga do que as tábuas que só se apoiam sobre duas ondas e ficam
instáveis quando pisadas nas bordas. Cada unidade tem comprimento de 250 cm, largura de 42 cm,
peso de 13 kg (sem degraus) ou 15 kg (com degraus). A escada de telhado Gulin é colocada
diretamente sobre as telhas e unida, sem auxilio de ferramentas, por ferrolhos com trava de
segurança. Pode, também, ser usada no sentido transversal das telhas (montada sempre próxima às
terças). Em locais com inclinação superior a 25 graus é necessário ter degraus. Com ela, movimenta-
se até a 50 graus de inclinação.
Sistemas de Ancoragens – A vida e a segurança começam aqui:
FATOR DE SEGURANÇA= 15
100 X 15 = 1.500 Kg
Ou seja, 1.500 kg (por ponto, individual) ou 2.200 kg (por ponto, até duas pessoas) é a carga
mínima de ruptura que qualquer ancoragem deve possuir. Partindo do conceito que uma corrente é
tão forte quanto o elo mais fraco, não adianta você possuir equipamentos que atendam normas
exigentes se o PA não for tão resistente; dificilmente vamos ter em mãos um Dinamômetro
(equipamento utilizado em testes para aferir carga de ruptura de equipamentos como cordas, etc)
para avaliar se o PA é robusto ou não, portanto a experiência, as técnicas empregadas e o bom
senso devem fazer parte do perfil do profissional que irá montar as ancoragens, seja de um simples
rapel ou de uma operação de salvamento.
ser robusto e resistente (geralmente parte estrutural em alvenaria, metal, madeira, árvores
sadias ou pontos criados pelo homem, chumbados em rocha ou concreto);
ser fixo e imóvel (não faz sentido se ancorar em um ponto que possa se movimentar); no
caso da utilização de veículos, cuidados adicionais devem ser tomados tais como: calçar no
mínimo duas rodas, manter freio estacionário acionado, deixar marcha contrária à direção
da carga acionada, condutor deve entregar a chave para outra pessoa (geralmente o
comandante da emergência) e escolher pontos estruturais (rodas, chassi, engates e
longarinas);
ser envolvido com proteções para cantos-vivos (evitando desgaste prematuro ou danos
irreparáveis nas cordas e fitas);
estar alinhado com a direção da carga, evitando o efeito pêndulo caso ocorra queda;
ser avaliado e inspecionado por pessoa experiente;
ser isolado, evitando o transito de pessoas não envolvidas com os
trabalhos. Os alpinistas industriais chamam isso de “Zona de Exclusão”. Alguém
deverá ficar de vigia permanentemente, pois tudo o que acontecer ao redor do PA
pode influenciar de maneira direta ou indireta sua segurança (ex: vazamento de
vapores corrosivos nas proximidades, funcionamento de equipamentos que emanam caloria ou
projetam materiais particulados, trânsito de pessoas, quedas de rocha, etc).
Ancoragem Estrutural: Como o nome sugere, são os mais robustos e resistentes e devem ser
nossa principal opção quando disponíveis. Eles formam estruturas dimensionadas para suportar
grandes cargas, como vigas e colunas de telhados, construções pré-montadas, etc. É conhecido
também como Ponto Bomba (alusão ao termo “à prova de bomba”).
Ancoragem Natural: Rochas grandes, maciças, sem fissuras ou trincas ou ainda árvores grandes e
sadias, localizadas em solo firme e estável. A base do tronco
deve ser preferencialmente o ponto escolhido por ser o mais
resistente. CUIDADO! Nem sempre a árvore que parece
sadia está sadia… pode estar oca por dentro devido a ação
de doenças, cupins, brocas, etc.
Como pode ver, vigas, colunas, rochas grandes e estáveis, árvores grandes e sadias entre outros,
podem nos servir como excelentes pontos de ancoragem. Para esses casos basta instalar cada corda
através de fita ou um nó próprio diretamente na ancoragem (sempre usar proteção para cantos
vivos). O PA não exige backup, mas as cordas sim.
Damos esse nome a uma ancoragem adicional que entrará em função de forma automática caso a
ancoragem principal falhe, qualquer que seja o motivo. É EXTREMAMENTE IMPORTANTE QUALQUER
SISTEMA DE ANCORAGEM SEGURO (S.A.S) POSSUIR REDUNDÂNCIA, OU SEJA, UM PONTO
ADICIONAL (BACKUP) CASO O PRINCIPAL FALHE. Por mais bem avaliado que seja o PA, fatores
externos (muitas vezes imprevisíveis) podem afetar a segurança, portanto garanta sempre “uma
segunda chance” montando um SAS.
ATENÇÃO:
Em um resgate real, após a análise sistemática de vários fatores (gravidade dos ferimentos da
vítima, logística, local de difícil acesso, etc…) a corda de segurança pode ser eliminada, o que
resultará em um resgate mais rápido. Porém, tenha em mente que caso ela falhe, não haverá
segunda chance…
Se o ponto de ancoragem (PA) for estrutural (PB ex: vigas e colunas em concreto ou aço), então não
faz sentido você fazer backup da ancoragem, pois é improvável que ela falhe ainda que seja uma
operação de resgate em altura, com grandes forças envolvidas. Nesse caso o interesse maior serão
as cordas e fitas de ancoragem, que deverão ser duplas (linha principal e linha de segurança ou
backup). A linha principal é a que sustenta o socorrista, sendo controlada por um freio,
preferencialmente de bloqueio automático; a linha de segurança entrará em uso caso a principal
falhe, estando ancorada ao socorrista através de um trava quedas ou outro freio automático (nesse
caso controlado pela equipe de apoio). Esse é o padrão que considero o mais seguro, utilizado por
alpinistas industriais e equipes de resgate técnico.
rapel com corda principal e corda de segurança
Exemplo: capotamento de veículo em ribanceira com inclinação de 70º. Não existe ponto de
ancoragem estrutural, apenas árvores de médio porte. E agora? Ferrou? Não, não, não. Deveremos
redundar além das cordas, os pontos de ancoragem pois quem inspecionou os PA´s entendeu que
não são confiáveis caso sejam utilizados isoladamente. Portanto pelo menos duas árvores deverão
ser utilizadas, através de uma das seguintes técnicas: Ancoragem Equalizada, Auto-Equalizadas ou
em Série.
Ancoragem Equalizada: é quando a corda está ancorada à dois PA´s ao mesmo tempo, tendo o peso
da carga dividido por igual entre eles. Desvantagem: a corda deverá estar alinhada perfeitamente
para que ocorra essa divisão por igual; caso o eixo mude um pouco a direita ou à esquerda, um dos
pontos ficará sobrecarregado e outro ficará sem carga. Na ilustração utilizamos o Nó Orelha de
Coelho.
Para efeitos didáticos essa ilustração mostra apenas a corda principal. A corda
de segurança poderá ser instalada utilizando os mesmos critérios e pontos de
ancoragem;
O ângulo formado pela equalização deve ser o menor possível, do contrário haverá sobrecarga
nos pontos e não a divisão como esperado, conforme abaixo:
Ancoragem Auto-Equalizadas: como o próprio nome diz, funcionará como acima, porém a divisão
da carga entre os pontos de ancoragem ocorrerá de forma automática. É o mais recomendado, pois
funciona independente da mudança do eixo de tração da corda. Note que é utilizado o mesmo nó,
porém ao invés das alças serem instaladas diretamente aos pontos de ancoragem, passamos
unicamente uma das alças (a maior) e utilizamos a menor com um mosquetão para backup e auto-
equalização.
Ancoragem em Série: O ponto de ancoragem principal pode estar acima ou abaixo do backup,
porém é obrigatório ambos estarem alinhados entre si para evitar o efeito pêndulo caso ocorra falha
no ponto principal aumentando
drasticamente o fator de queda. É
evidente que o backup deverá ser mais
resistente que o ponto principal, pois se
este falhar o backup deverá suportar o
peso da carga e o pequeno fator de
queda resultante. Na ilustração da
esquerda o ponto principal é o inferior e
o backup está acima; na direita o
principal está acima e o backup está
abaixo, utilizando um nó Borboleta (nó
indicado para esse caso, pois não
encavala quando tracionado em
direções opostas).
Uma questão importante: e se as vítimas estiverem mais à direita ou à esquerda do
sentido de descida, poderá haver dificuldade em acessá-las. Para resolver esse
pequeno contra-tempo você precisará utilizar um Desvio.
A principal função de um Desvio é deixar a corda alinhada com o sentido de descida quando o SAS
(sistema de ancoragem seguro) está em outro ponto, ou ainda desviar a corda de enroscos ou
cantos-vivos.
Lembre-se que quanto menor for o ângulo formado no desvio mais carga será transferida para ele;
quanto maior for esse ângulo, menos carga. O ideal é que se forme ângulo de 120º ou maior,
conforme ilustração acima.
Muito bem! Vamos acrescentar mais um item na ocorrência utilizada como exemplo: considerando
que a ribanceira possui risco de queda, todos os socorristas que trabalharem próximo de sua borda
deverão estar ancorados em uma linha de vida. Observe a ilustração abaixo:
São três socorristas para a mesma linha de vida. Caso um deles caia, os demais serão puxados
devido ao deslocamento da corda para baixo. Problema? Sim. Mas temos a solução! O
Fracionamento!
Fracionamento é quando uma corda já ancorada em um SAS necessita ser “re-ancorada” para
individualizar partes para cada pessoa, aliviar o peso da corda quando o vão livre é muito alto ou
ainda para evitar que tenha contato com cantos-vivos. É uma técnica muito utilizada por equipes de
alpinismo industrial, resgate técnico e espeleologia. Veja como ficaria a linha de vida correta:
Para fazer os fracionamentos utilizamos o Nó Borboleta, pois não encavala quando tracionado em
direções opostas; o Nó Oito Duplo funcionaria
também, porém perderia a simetria pois iria
torcer se submetido a cargas em direções
opostas. Perceba a diferença: cada socorrista
utiliza uma parte da linha de vida de forma
individual, e, caso sofra queda, não irá
interferir nos demais. Em espeleologia o uso
está mais associado à necessidade de livrar a
corda de cantos vivos e também permitir que
mais de um espeleólogo possa descer na
mesma corda, evitando a sobrecarga no SAS
principal:
( http://doisdezindustrial.blogspot.com.br/2015/09/entenda-nbr-16325.html )
Caros amigos e futuros instrutores, entender o que é e como funciona o Fator de Queda (FQ) é tão
importante para o universo da verticalidade quanto a combustão é para um mecânico; tudo o que
realizarmos em altura deverá ter uma avaliação
sistemática dos fatores de queda e do que será
feito para manter um nível de segurança aceitável,
ou seja, FATOR DE QUEDA ZERO (condição ideal),
FATOR DE QUEDA 1 (condição aceitável) e FATOR
DE QUEDA 2 (condição extrema que deve ser
evitada). Daremos mais ênfase para esse tema
tendo em vista o foco desse artigo, porém uma
boa avaliação de riscos deve considerar vários
aspectos.
Fator de queda 1
FQ = DQ/CT = 2/1=2 =
resultado, Fator de Queda 2
Agora vamos ver qual a força de impacto é gerada por uma queda. Vou tentar dar uma explicação
simples, até porque sou péssimo em exatas… então… tenha paciência!
Quando um corpo sobe ele acumula energia potencial; essa energia se desprenderá transformando-
se em energia cinética quando o corpo estiver em movimento (no caso, a queda), movido pela força
da gravidade. Isso é mostrado pela seguinte fórmula: Epg = m.g.h, onde:
m = massa, dada em quilograma (para nosso exemplo utilizaremos o peso médio de um adulto, 80
kg)
g = aceleração da gravidade, dada em m/s² (o valor padrão ao nível do mar é 9,81 m/s², mas
arredondaremos para 10, facilitando o cálculo)
Obs: outras variáveis são levadas em conta, mas para facilitar a compreensão, deixamos a fórmula
“curta e grossa”.
Para o FQ 1 teremos:
80.10.1 = 800 kg – Achou muito? Sabe de nada inocente! Você vai no FQ 2!
Para o FQ 2 teremos:
80.10.2 = 1600 kg – Provavelmente haverão lesões graves (trauma) e possível hemorragia
interna.
Mas existe uma luz no fim do túnel! Utilizar absorvedores de impacto ou cordas
dinâmicas!
Talabarte duplo com absorvedor de impacto e corda dinâmica
As normas que versam sobre trabalhados em altura deixam claro a obrigatoriedade do uso dos
absorvedores de impacto (também chamados de SDE – Sistema Dissipador de Energia) quando
existir o risco de queda fator 1 ou mais. Os absorvedores de impacto começam a romper suas
costuras com aproximadamente 300 kg. O uso de equipamentos com absorvedor de impacto requer
uma avaliação da Zona Livre de Queda (ZLQ) para seu correto funcionamento.
Use e abuse dos absorvedores de impacto e das cordas dinâmicas; lembrando que esse tipo de
cordas também podem ser utilizadas em trabalhos em altura (auto-seguros, linhas de vida…) e em
resgate (progressão em torres e telhados, escalada…) servindo como acessório adicional para
minimizar os amargos efeitos que uma queda mal avaliada pode produzir.
Para encerrar gostaria que visitasse um excelente artigo que facilita ainda mais o entendimento
sobre o Fator de Queda, de um colega que respeito muito, o Luiz Spinelli, notável instrutor de
técnicas verticais: http://www.spinelli.blog.br/informativo_spinelli_6.pdf
Se você já utilizou nós bloqueadores – tais como o Prussik ou Marchard – e achou os resultados
surpreendentes, saiba que os bloqueadores mecânicos podem facilitar ainda mais sua vida, nos
trabalhos em altura e grande parte de missões de resgate e salvamento. É evidente que os nós têm
algumas aplicações nas quais atendem melhor que os bloqueadores mecânicos e vice-versa,
portanto, caberá a você conhecer bem cada equipamento e técnica, para tomar decisões com
chances mínimas de erro.
Trata-se de um equipamento utilizado de forma mais ampla em trabalhos em altura e em acesso por
cordas, tendo em vista sua vasta aplicação em ambientes industriais. É um equipamento de Proteção
Contra Quedas, ou seja, deve ser utilizado individualmente, ancorado ao olhal peitoral ou dorsal de
um cinto paraquedista completo (ou cadeirinha classe 3, conforme norma NFPA). É aceito seu uso no
olhal abdominal (cintura), somente se o cinto ou cadeirinha não possuir peitoral, pois no caso de
uma queda importante, é quase certeza que o trabalhador ficará de cabeça para baixo em posição
pós-queda. É também uma boa opção como Captura de Progresso em sistemas de vantagem
mecânica.
Os trava quedas dinâmicos recebem esse nome pois se deslocam de forma automática tanto subindo
quanto descendo, independente da ação do usuário. Efetuam o bloqueio da corda automaticamente
caso a velocidade de descida aumente muito rápido (ou uma
queda). Um bom exemplo é o trava quedas ASAP Lock da
Petzl, indicado para usuários técnicos, ou seja, que tenham
treinamento específico em manobras de acesso por cordas.
Ele efetua o bloqueio caso a velocidade de descida supere 2
metros/segundo. Para desbloquear, basta aliviar o peso e
movimentá-lo para cima.
ASAP Lock da Petzl – exemplo de Trava quedas Dinâmico para uso técnico.
Os trava quedas retráteis (também dinâmicos), oferecem uma facilidade ainda
maior, pois funcionam automaticamente independe de qualquer ação do usuário,
sendo recomendado para trabalhos mais simples como carregamento de caminhões,
deslocamento em linhas de vida flexíveis, escadas em caixas de água e silos,
entradas em espaços confinados (como sistema de backup), etc.
Como funciona: um cabo de aço ou fita integra um mecanismo semelhante ao cinto de segurança
automotivo: se for puxado lentamente é liberado, retornando automaticamente para a câmara; se
houver tração brusca trava imediatamente, sendo liberado quando a carga é aliviada.
Existem casos em que outros equipamentos de proteção contra quedas são melhor opção (talabarte
duplo por exemplo), outros em que o trava quedas é a “bola da vez” e ainda trabalhos onde ambos
são necessários (alpinismo industrial, progressão em telhados industriais com linhas de vida, etc).
Treine sempre e conheça as aplicações corretas e limitações de uso, pois cada modelo possui
particularidades que serão conhecidas e entendidas somente com um bom treinamento e leitura do
manual do fabricante.
As linhas de vida móveis, são kits formulados para profissionais que já detém algum
conhecimento de trabalho em altura, e podem utilizar este sistema para criar meios de ancoragem
provisórios, fixados a pontos de ancoragem certificados, ou pontos de ancoragem naturais como
pilares, colunas, vigas ou outros componentes estruturais de construções.
O kit é fornecido com 15m, 20m ou 30m de corda semi-estática para trabalho em altura, dois laços
de ancoragem em cabo de aço com proteção, três mosquetões para conexão da corda as ancoragens
e conexão do trabalhador à linha de vida, um descensor blocante que pode ser utilizado para
tensionamento da corda para formação da linha de vida, ou como descensor comum para uma
pessoa, e até como meio de simples resgate operado por uma segunda pessoa quando tensionado
em uma linha de vida. Tudo isso dentro de uma bolsa de lona impermeável de alta resistência.
Acompanha o sistema, um manual do usuário de onze páginas com diversas possibilidades de
utilização do sistema assim como suas limitações de uso.
O sistema de linha de vida móvel é indicado para executar trabalhos em telhados, pontes rolantes,
marquises, plataformas, pontes, construções, entre outros;
A linha de vida temporária pode ser tensionada através de um descensor auto-blocante (este item
pode não acompanhar o kit dependendo do modelo da PrevQ Flex escolhido). O equipamento facilita
operações de resgate. Basta acionar a alavanca do descensor para baixar a vítima;
O kit está disponível com 15 metros, 20 metros e 30 metros. Outras medidas, sob consulta;
Notas Técnicas divulgadas pelo Ministério do Trabalho e Emprego:
Agradecimentos:
Resgate Vertical;
Acesso Vertical;
Planeta Vertical;
Salvamento Brasil;
Liga Rapel;
Task Brasil;
UBRAC – União Brasileira de Resgate e Acesso em Cordas;
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas;
Potência Soluções em Ancoragens;
RM Equipamentos de Proteção Contra Quedas.