"Joana (...) n�o era formosa, mas extremamente sedutora.
As mulheres por�m n�o
precisam de ser bonitas para serem amadas at� � idolatria. Basta-lhes que possuam o quid magn�tico que chama o pirilampo para a pirilampa atrav�s do escuro incomensur�vel. Era mediana de corpo, enxuta de carnes, dentes muito brancos e regulares, olhos pretos de que se n�o via o fundo, e um sorriso brando, destes que, sem jamais se descomporem, variam de suavidade como os dos felinos que reflectem nas pupilas os cambiantes da luz. Da cinta era fina e, no andar, um tudo-nada flexuoso, punha um dengue t�o involunt�rio que se quedava em requebro natural, promissor de temperamento. Pertencia em suma � classe de mulheres que, a come�ar pelo corpo e a acabar pela alma, se tornam amantes perfeitas. Lian�as com elas jamais se rompem. Quem as ama, ama-as at� � morte. Quando desaparecem, deixam inextingu�vel braseiro." p. 37 da edi��o do C�rculo de Leitores, 1979