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Programa de Pós Graduação em Engenharia Civil, PGECIV, UERJ, Faculdade de Engenharia –
FEN/UERJ,
luizbiondi@terra.com.br
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1. GEOTECNIA
Figura 3. Distribuição de Tensões com a
A compreensão do comportamento Profundidade.
de praticamente todas as obras
geotécnicas exige o conhecimento das Os itens subseqüentes apresentam as
tensões atuantes no maciço de solo. soluções analíticas e gráficas usadas na
Estas tensões podem ser decorrentes determinação dos acréscimos das tensões
do peso próprio, ou de um carregamento induzidas decorrentes de carregamentos
aplicado na superfície do terreno. triangulares e trapezoidais abordados
As tensões verticais decorrentes do nessa investigação.
peso próprio são determinadas a partir do
2.1.1. CARREGAMENTO TRIANGULAR
peso das camadas de solo sobrejacentes ao
ponto analisado (4).
Poulos e Davis (1974) apresentam a
solução analítica para a determinação dos
σ v = ∑ γ i .z i (4)
acréscimos de tensão vertical (∆σV)
decorrentes de um carregamento
Onde: γi e zi são, respectivamente, o peso triangular aplicado na superfície:
específico do solo e a espessura da
∆q ⎡ z R1R2 ⎤
⎢(α1 + α2 ) + (α1 − α2 ) − ln 2 ⎥ +
x
camada i. ∆σV =
As primeiras experiências realizadas π⎣ b b Ro ⎦
em Mecânica dos Solos mostraram que ao 1
p.z ⎛ 2 R 1R 2 ⎞ 2
se aplicar uma carga na superfície do + ⎜⎜ ln + (α1 − α 2 ) 2 ⎟⎟ (5)
terreno, numa área bem definida, os π.b ⎝ 2
Ro ⎠
acréscimos de tensão em certa
profundidade não se limitam à projeção da Onde: ∆q, α1, α2, x, b, z, R0, R1 e R2 são
área carregada. parâmetros que representam o
Nas laterais da área carregada carregamento aplicado na superfície, e as
também ocorrem aumentos de tensão, que inclinações e distâncias em relação ao
se somam às tensões decorrentes do peso carregamento, como indicado na Figura 4.
próprio.
Como a somatória dos acréscimos
das tensões verticais, nos planos
horizontais, em qualquer profundidade, é
sempre constante, os acréscimos das
tensões imediatamente abaixo da área
carregada diminuem à medida que a
profundidade aumenta, porque a área
atingida aumenta com a profundidade,
Souza Pinto (2002). Figura 4. Carregamento triangular simétrico.
Na Figura 3 está representada a Com base na Teoria da Elasticidade
variação dos acréscimos de tensão vertical (5), foi desenvolvido o ábaco apresentado
ao longo da linha vertical, passando pelo na Figura 5, onde se determina,
∆σ v = ∆q I (6)
( ) ( )
2.2. ALGORITMO LEVENBERG- n
V w = ∑ ei w
2
MARQUARDT
i =1 (13)
Em nossa aplicação usaremos o Então o gradiente e o hessiano
algoritmo Levenberg-Marquardt (LM) O podem ser expressos como funções do
método de LM utiliza treinamento em lote jacobiano J (derivadas parciais) do índice
e consiste em um aperfeiçoamento do de desempenho V, como:
método Gauss-Newton, que é uma
variante do método de Newton. ( )
∇V w = J T w e w ( )( )( ) (14)
O método de Newton usa a
informação da derivada parcial de
segunda ordem do índice de desempenho ( ) ( )( ) ( )
∇V w = J T w J w + S w (15)
utilizado para corrigir os pesos. Isso
permite que além da informação do Onde:
( ) ( ) ( )
N
gradiente, seja usada informação sobre a
curvatura da superfície do erro, Roweis, S. S w = ∑ ei w ∇ 2ei w
i =1 (16)
(2003).
O método de Newton pode ser A avaliação do hessiano pode ser
usado para resolver a equação: extremamente complexa. Para contornar
esse problema, foram propostos métodos
( )
∇V w = 0 (9)
que utilizam aproximações, denotados
Quasi-Newton, dentre os quais se situam o
Expandindo o gradiente de V em Método de Gauss-Newton e Levenberg-
uma série de Taylor em torno dos pesos Marquardt.
w0, obtemos: No método de Gauss-Newton
() ( ) ( )T
∇V w = ∇V w0 + w − w0 ∇2 V w0 ( )+... (10) ()
assume-se S w ≈ 0 , então a regra de
Desprezando os termos de ordem atualização de Newton passa a ser:
superior a dois e resolvendo a Equação
(10) em relação a ∇ w obtemos a regra de [ ( ) ( )]
∆w = − JT w J w
−1
( )( )
JT w e w (17)
atualização de w , dada pela Equação (11)
O problema deste método consiste
ou de forma mais geral, representada pela
ENGEVISTA, v. 9, n. 1, p. 22-34, junho 2007 27
T
[ ( ) ( )]
no fato de que a matriz H = J x J x ,
3) Avaliação do erro, propagando os
padrões na rede:
pode não ter inversa. Para contornar essa
situação, Levenberg, Hagan M. (1994)
Se o erro aumentou desfaça a
propôs somar a parcela µI a essa matriz,
onde µ é um escalar e I é a matriz atualização de w e diminua µ;
identidade, resultando na seguinte regra Senão valide a atualização w e
de atualização Hagan M. (1994): incremente µ;
Se convergir encerre;
[ ( ) ( ) ] J (w )e(w )
∆ w = − J T w J w + µI
−1 T
(18)
Senão volte para 2.
[ ( )( ) ]
A matriz J w J w + µI sempre
T
J (w)e(w)
(19)
T
Figura 8. Modelo da RNA Carregamentos Infinitos
Triangulares.
É fundamental que o cálculo da A curva de treinamento da rede
T
( )
matriz J w seja realizado de forma
relativa ao carregamento triangular é
apresentada na Figura 9, mostrando a
eficiente. Essa matriz é formada pelo convergência para uma tolerância de erro
cálculo dos gradientes, para cada padrão no treinamento, de 10-4 em cerca de 30
de treinamento apresentado à rede. épocas.
Hagan M. (1994) propôs uma No caso do carregamento
modificação no algoritmo de retro trapezoidal o modelo que apresentou o
propagação que permite utilizar esse melhor desempenho foi a arquitetura com
algoritmo para calcular o Jacobiano. duas camadas ocultas. A primeira camada
O método LM pode ser sintetizado oculta com 10 neurônios, a segunda com
da seguinte forma: 45 neurônios e a saída com 1 neurônio
artificial, representando o Coeficiente de
1) Atribuição inicial de pesos; Influência, Figura 10.
2) Cálculo da atualização dos pesos
de acordo com a Equação (19);
ENGEVISTA, v. 9, n. 1, p. 22-34, junho 2007 28
TREINAMENTO DA REDE CARREGAMENTO TRIANGULAR
0
10
Training
-1
10
-2
10
ERRO QUADRÁTICO
-3
10
-4
10
-5
10
0 5 10 15 20 25 30 35
ÉPOCAS
-1
10
-2
10
O
CI
T
Á
R -3
D 10
A
U
Q
O
R -4
R 10
E
-5
10
-6
10
0 200 400 600 800 1000 1200 1400
ÉPOCAS
COEFICIENTE DE INFLUÊNCIA
CARREGAMENTO TRIANGULAR
0,9
0,8
0,7
0,6
DE INFLUÊNCIA
COEFICIENTE
0,5
0,4
0,3
0,2
0,1
0
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37
TESTES REALIZADOS
ÁBACO RNA
2
ERRO %
0
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37
-2
-4
-6
TESTES REALIZADOS
ERRO
Figura 13. Erro percentual dos resultados da RNA para Carregamentos Infinitos Triangulares.
COEFICIENTE DE INFLUÊNCIA
CARREGAMENTO TRAPEZOIDAL
0,6
0,5
COEFICIENTE DE
0,4
INFLUÊNCIA
0,3
0,2
0,1
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37
TESTES REALIZADOS
ÁBACO RNA
1
ERRO %
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37
-1
-2
-3
-4
TESTES REALIZADOS
ERRO
Figura 15. Erro percentual dos resultados da RNA para Carregamentos Infinitos Trapezoidais.