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Livro 4 - ADMINISTRAÇÃO FINACEIRA

1 ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
O sucesso de uma empresa pode ser avaliado pelos resultados financeiros que proporcionam aos seus
sócios, investidores e ao próprio negócio. Essa avaliação necessita de alguns indicadores, como o balanço
contábil, por exemplo.
A administração financeira de uma empresa é a área que cuida dos recursos financeiros como
recebimentos, pagamentos, fluxo do dinheiro, entre outros. O seu papel é criar condições para que a
empresa obtenha recursos financeiros necessários às suas operações.
Podemos destacar algumas atribuições que fazem parte dessa administração:

 Obter recursos financeiros: Pode ser feita por vários meios como buscar recursos no mercado de
capitais, financiamento externo, renegociar condições de pagamentos com fornecedores, empréstimos
bancários, aporte de capital por meio de novos sócios, entre outros.
 Utilizar os recursos financeiros: As operações do dia a dia exigem que se tenha disponível os valores
dos custos e despesas provenientes da compra de matérias-primas, aquisição de maquinários,
pagamentos de salários e tributos, entre outros.
 Aplicação dos recursos financeiros excedentes: Trata-se dos lucros obtidos
pela empresa que podem ser investidos no mercado de capitais, investimento em novos
projetos, compra de imóveis, entre outros.

Rentabilidade e Liquidez
A administração financeira tem entre seus objetivos, alcançar altos índices de rentabilidade e
liquidez. Rentabilidade pode ser conceituada como o melhor retorno possível de um investimento. Ela é
alcançada na medida em que o negócio da empresa proporciona a maximização dos retornos dos
investimentos feitos pelos proprietários ou acionistas.
Já liquidez, pode ser conceituada como uma rápida conversão dos recursos em moeda.
Apesar de representarem o ideal para uma empresa, esses dois objetivos dificilmente podem ser
alcançados simultaneamente, pois a rentabilidade máxima poderá comprometer a liquidez, uma vez que
os retornos estão submetidos a diferentes períodos de tempo ou podem se estender no tempo, impedindo
sua conversão rápida em moeda.
Mas isso não significa que uma administração financeira não possa criar condições de equilíbrio para que
não se tenha o máximo da rentabilidade ou da liquidez. Para isso é preciso trabalhar os dois pólos de
forma que um não prejudique o outro.

2 CAPITAL
Capital é o investimento realizado pelos proprietários ou acionistas para a criação e operação de uma
empresa.
Esse capital pode ter duas origens:
Capital próprio – É o capital pertencente aos sócios ou acionistas. Capital de terceiros – É o capital
correspondente às exigibilidades da empresa, como empréstimos bancários, financiamentos, debêntures
e ações preferenciais.
De acordo com a sua utilização, podemos classificar o capital de duas outras formas: o capital fixo e o
capital de giro.
Capital Fixo
Trata-se do capital constituído pelos ativos imobilizados. Ativos imobilizados, os investimentos realizados
a longo prazo, que são estáveis e com pouca alteração ao longo do tempo. É a aplicação de recursos em
bens instrumentais como edifícios, veículos, equipamentos, máquinas, entre outros.
Capital de Giro
Trata-se do capital constituído de ativos circulantes. Ativos circulantes podem ser entendidos como os
investimentos mais líquidos da empresa, os bens e direitos que podem ser revertidos em dinheiro em curto
prazo. Este capital está relacionado às vendas que são realizadas diariamente e costumam sofrer uma
série de oscilações.
O capital de giro é administrado no curto prazo, normalmente de doze meses. Sua administração envolve,
além dos ativos circulantes, também os passivos circulantes.
Ativo Circulante: Representa o conjunto de bens e créditos que circulam no curto prazo e constituem um
patrimônio da empresa.
Dentre estes ativos podemos destacar:

 Caixa
 Títulos negociáveis
 Duplicatas a receber
 Estoques

Passivo Circulante: Representa o total de dívidas e obrigações de uma empresa, que devem ser sanados
em curto prazo.
Dentre estes passivos, podemos destacar:

 Duplicatas a pagar
 Títulos a pagar
 Despesas provisionadas a pagar (salários, encargos sociais, juros entre outros)

A administração do capital de giro deve cuidar para que haja um equilíbrio entre ativos e passivos de modo
a garantir um nível aceitável de capital circulante líquido.
Risco e Retorno
Quando o empreendedor, acionistas ou investidores investem capital em um negócio, esperam um
retorno, ao mesmo tempo em que assumem o risco que o negócio pode proporcionar.
Retorno financeiro não significa apenas ganhos para garantir investimentos e gerar lucros. Pode também
significar perdas, já que os investimentos estão sujeitos a um período de tempo em que podem trazer
resultados positivos ou negativos.
O retorno é calculado por meio da soma dos pagamentos periódicos (dividendos ou juros) e da valorização
de capital ativo (retorno total).
Os riscos são caracterizados pelo grau de incerteza que está associado ao resultado de um investimento.
Destacamos dois tipos de risco:
Risco Econômico: É o risco que está presente no desenvolvimento do negócio. É resultado de uma série
de variáveis que podem afetar o negócio como incertezas sobre o ramo de atividade, sobre a conjuntura
econômica do país, demanda do mercado, tipo de operação, sazonalidades, tipo de produto ou serviço,
entre outros.
Risco Financeiro: O risco financeiro está relacionado à variabilidade do retorno para os proprietários,
acionistas ou investidores, uma vez que se houver endividamento da empresa, os recursos serão dirigidos
para a quitação dessas dívidas e não para remuneração dos acionistas.
A principal preocupação do administrador ao cuidar das finanças de uma empresa é aumentar o lucro e
reduzir os custos. Para isso, deve buscar métodos adequados, por exemplo:
O lucro pode ser aumentado por:

 Aumento nas receitas;


 Redução dos custos por meio de maior eficiência e produtividade;
 Investimentos em produtos ou serviços mais rentáveis que produzam maiores receitas;

O custo deve ser reduzido de duas maneiras:

 Pagando-se menos pelos itens ou serviços utilizados;


 Administrando-se os recursos com maior eficiência para evitar desperdícios, perdas ou
atrasos.

3 FLUXO DE CAIXA
Fluxo de caixa é uma ferramenta gerencial que controla e administra todas as movimentações financeiras
de caixa recebido e gasto por uma empresa durante um determinado período de tempo definido. Ele é
formado pelas informações ou serviços, despesas diárias, saldos de aplicações, e todas as outras
movimentações financeiras que fazem parte do cotidiano de uma empresa.
As informações presentes no fluxo de caixa auxiliam o profissional a lidar com situações limites como
taxa de juros elevadas, redução repentina do faturamento, riscos de empréstimos bancários e outros
problemas que costumam cercar as empresas, principalmente aquelas que estão começando a crescer.
O fluxo de caixa permite:

 Analisar o comportamento das vendas de produtos e serviços e se elas serão suficientes para cobrir
os custos e despesas futuras já identificadas no planejamento.
 Conhecer exatamente os momentos ideais para reposição de estoque ou materiais de consumo,
considerando os prazos de pagamento de fornecedores e as respectivas disponibilidades.
 Avaliar a possibilidade de realização de promoções e queimas de estoques. No mesmo sentido,
permite verificar a possibilidade de reduzir efetivamente os preços ou aumentá-los diante de eventual
necessidade.
 Analisar a possibilidade de negociar novos prazos de pagamentos com clientes ou fornecedores.
 Analisar a possibilidade de comprar à vista dos fornecedores, para aproveitar alguma promoção ou
simplesmente utilizar o poder de barganha.
 Avaliar os riscos e as vantagens de adquirir um empréstimo para melhorar o capital de giro.
 Tomar decisões sobre as possíveis sobras ou faltas de caixa que poderão ser visualizadas com
antecedência no próprio fluxo.

O mecanismo do fluxo de caixa é muito simples e fácil de compreender, no entanto, só terá utilidade se
os dados que o compõe forem atualizados e analisados constantemente e se o analista confiar nas
informações que estão ali presentes.
Em alguns casos, o fluxo de caixa será negativo. Isso significa que a empresa está gastando mais
do que a receita consegue produzir. Quando isso ocorrer, o administrador deverá analisar as
causas desse gasto excessivo, buscando analisar as seguintes causas:
 Prazos de pagamentos. Geralmente esse é um erro que passa
despercebido por muitos profissionais. Os prazos e parcelamentos oferecidos aos clientes são
maiores do que os prazos recebidos pelos fornecedores.

 O valor das parcelas das compras realizadas em datas sazonais como Dia das Mães e Natal são mais
altos que o saldo de caixa disponível.
 A compra de estoque é superior ao seu giro dentro da empresa, ou seja, compra mais estoque do que
consegue vender. Retiradas de pró-labore pelos sócios, são maiores que a possibilidade de
pagamento da empresa.
 Crescimento dos juros bancários em razão de operações financeiras mal realizadas.

Modelo de fluxo de caixa:


A planilha é dividida em dois grandes blocos de “entrada” e “saída”, com as seguintes linhas:
Saldo inicial: é o valor disponível no início do período, correspondendo ao dinheiro que se encontra em
caixa, disponível para saque.
Bloco “Entrada”: neste bloco se concentram as mais diversas categorias de entrada de dinheiro em caixa
ao longo do período a ser planejado. Portanto, farão parte deste bloco, as linhas referentes a vendas à
vista, recebimentos por cheques pré-datados que se tornem disponíveis ao longo do período, créditos de
contas a receber, entre outros.
Total entradas: é a soma de todo o bloco “entrada”, correspondendo ao novos valores que foram
recebidos. Note que não faz parte do bloco, o saldo inicial, uma vez que ele já se encontrava disponível
na empresa.
Bloco “Saídas”: da mesma forma que no bloco “entrada” se concentram as categorias de entrada de
dinheiro em caixa, neste bloco, se concentram as diversas categorias de saída de dinheiro para
pagamentos de dívidas. Portanto, farão parte desse bloco, contas como energia, telefone, manutenção de
veículo, equipamentos, material de escritório, aluguel, condomínio, impostos, entre outros. Importante
destacar nesse bloco, a coluna pró-labore, que no caso de um fluxo de caixa individual, corresponde ao
dinheiro do empreendimento que é retirado para uso pessoal do empreendedor, como se fosse o seu
salário.
Total Saídas: é a soma de todo o bloco “saída”, corresponde basicamente ao dinheiro que saiu do caixa
ao longo do período.
Saldo operacional: é a diferença entre o total de entradas e o total de saídas. Trata-se do movimento
referente ao período, sem contar com a linha do saldo inicial, que é o dinheiro que já estava em caixa.
Saldo final: é a soma do Saldo Inicial com o Saldo Operacional, considerando os respectivos sinais, caso
um deles ou os dois sejam negativos. De forma mais simples, podemos considerar que é o dinheiro que
já estava em caixa, mais o valor das movimentações durante o período que também foram para o caixa.

4 GESTÃO DE CONTAS A RECEBER


A gestão de contas a receber deve ser feita de modo a minimizar o investimento e ao mesmo tempo,
manter um nível adequado de serviço aos clientes. Três aspectos são fundamentais para uma boa gestão
das contas a receber: política de crédito, condições e política de cobrança.
Política de Crédito
As políticas de créditos definem as bases para a empresa conceder crédito aos seus clientes e o valor
máximo desse crédito, determinando quais padrões serão oferecidos no atendimento dos clientes. Esses
padrões definem alguns critérios como classificação dos créditos, prazos médios para pagamentos,
índices financeiros, entre outros.
A política de crédito depende de algumas variáveis que podem facilitar ou dificultar os padrões de
crédito. Essas variáveis são:
Volume de vendas: Quando estes padrões de crédito sofrem alterações, também afetam o volume de
vendas, ou seja, o volume de vendas pode aumentar se houver uma facilitação do acesso dos clientes
aos produtos ou serviços ou diminuir se estes acessos forem dificultados, reduzindo o risco de
inadimplência dos clientes.
Período médio de cobrança: A manutenção de contas a receber em carteira representa um custo
para a empresa. Assim, quanto maior o volume de duplicatas a receber, maior será o custo em mantê-
las.
Seguindo a mesma idéia anterior, se facilitar os padrões de crédito, aumenta o número de duplicatas e
consequentemente o custo de sua manutenção. Já se dificultar ocorrerá a diminuição no número de
duplicatas e sua consequente redução de custos.
Perda com devedores incobráveis: quando ocorre a facilidade nos padrões de crédito, o risco de
surgirem devedores com contas incobráveis aumenta e o inverso ocorre quando se dificulta este acesso.
Com os padrões de crédito definidos, a empresa deve avaliar os clientes que os solicitam e o valor que
poderá ser liberado. Esta análise depende de uma série de informações pessoais, como referencias
bancárias e comerciais, demonstrações financeiras e o histórico do cliente em relação a compras
anteriores.
Condições de Crédito
Estas condições estão diretamente relacionadas com as condições de pagamento exigidas dos
clientes. Desta forma, costumam especificar:

 Desconto para pagamento antecipado ou pagamento à vista;


 Período dentro do qual o cliente pode pagar com desconto financeiro;
 Período de crédito, ou seja, o prazo para o pagamento;

Estas condições podem afetar a lucratividade da empresa, uma vez que quanto maiores forem os
descontos e prazos concedidos, menor será a lucratividade do negócio.
Políticas de Cobrança
Políticas de cobrança representam os procedimentos adotados pela empresa para receber os pagamentos
nas datas de vencimentos. Para conseguir reduzir o nível de devedores duvidosos ou incobráveis é
necessário aumentar os gastos com a cobrança. Com isso, caso não haja a redução de clientes
devedores, esse investimento torna-se apenas um gasto a mais e sem retorno para a empresa.

5 GESTÃO DE ESTOQUE
A gestão de estoque é um processo que busca garantir a máxima disponibilidade de produtos com o
menor nível de estoque possível.
Existem três tipos de estoques:

 Estoque de matérias primas: é o estoque constituído por produtos comprados diretamente de


fornecedores que servem como insumos para a fabricação dos produtos ou serviços oferecidos pela
empresa.

O nível de estoque depende de fatores como a freqüência de utilização, tempo em que permanecerão
estocados, características físicas do estoque e investimento financeiro exigido.
Existem empresas que adotam o sistema just in time, que significa que trabalham com uma produção
ajustada para não permitir sobras de produtos. Assim, os fornecedores entregam as matérias primas que
serão usadas, diretamente nos pontos de produção.

 Estoque de produtos em fabricação: também conhecido como produto semi-acabado, é formado


por itens que estão sendo utilizados no processo produtivo. São produtos parcialmente acabados e
que se encontram estocados ao longo de alguma seção que compõem o processo produtivo da
empresa.
 Estoque de produtos acabados: são produtos que passaram por todo o processo de produção, mas
ainda não foram vendidos ou entregues aos clientes.
Os produtos vendidos por encomenda produzem baixos níveis de estoque por serem produzidos no
volume negociado com o cliente. Já em empresas que produzem em lotes ou em produção contínua, os
produtos acabam ficando em estoques antes de serem vendidos.
O volume de produtos a ser estocado é determinado por uma
previsão de vendas, pelo processo produtivo e pelo investimento. Para avaliar o investimento
necessário, é preciso adotar algumas técnicas que possam calcular o estoque médio.
As técnicas mais utilizadas na gestão financeira de estoque são a Curva ABC e o Modelo do Lote
Econômico de Estoque.

 Curva ABC

É um sistema de controle de estoques que separa os estoques em três grupos conforme o grau de
importância dos produtos, o que proporciona um controle mais econômico e efetivo de cada grupo.
Veja na tabela a seguir os parâmetros de classificação da Curva ABC utilizados para definir os
itens em estoque bem como seus valores financeiros:

Classe A: É a classe composta pelos itens de maior valor financeiro e menor quantidade estocada. São
os principais itens da empresa que merecem atenção total do administrador, pois são materiais com maior
valor devido à sua importância econômica. Estima-se que 20% dos itens estocados correspondam por
80% do valor investido.
Classe B: É a classe de itens que permanece no meio termo, ou seja, não
são tão preciosos como a Classe A, mas ainda assim, merecem uma atenção do administrador.
Estima-se que 30% dos itens estocados correspondam a 15% do valor investido.
Classe C: É a classe de itens formada por uma imensa quantidade de itens de pequeno valor,
representando pouquíssimo investimento. Não deixam de ser importantes, uma vez que sua falta pode
inviabilizar a continuidade do processo, no entanto, o seu impacto econômico no negócio ou no mercado,
não é dramático. Estima-se que 50% dos itens estocados correspondam a 5% do valor investido.

 Lote Econômico de Estoque

É uma técnica que permite determinar qual a quantidade ideal de estoque para cada item. Significa a
quantidade de um item que, quando comprado regularmente, minimiza os custos de compras e
armazenagem.
Os custos de estocagem podem ser divididos em três grupos:

 Custos de emissão de pedidos – São os custos fixos para efetuar e receber um pedido. É calculado
pela soma de todos os custos (pessoal, aluguel, processamento, etc) dividido pelo número de pedidos
realizados em cada período mensal ou anual.
 Custos de manutenção de estoque – São os custos variáveis decorrentes da manutenção de um item
em estoque durante determinado tempo.
 Custos totais – Representam a soma dos custos de pedir e manter estoques.
Em função dessas três variáveis, é possível estimar o lote econômico de estoque, ou seja, o nível de
estocagem que apresenta o menor custo possível.

DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

Para realizar um planejamento com eficiência, a administração financeira precisa acompanhar e

avaliar os resultados das operações da empresa sob o ponto de vista da liquidez, rentabilidade e

eficiência operacional. Também é importante apresentar ao mercado os resultados financeiros,

para que conheçam a saúde financeira do negócio e possam tomar decisões quanto a aplicações

e investimentos.
A administração financeira apresentará demonstrativos que permitam dois tipos de análises:

 Análise interna: este tipo de análise é para uso da própria empresa e servirá de base para tomadas de
decisões em todas as áreas do negócio.
 Análise externa: É a análise realizada por investidores e demais interessados que realizam negócios
com a empresa e precisam, através dessa análise, avaliar a situação geral do negócio, bem como sua
liquidez, rentabilidade e endividamento.

Entre esses interessados podemos destacar: bancos ou instituições financeiras, investidores que
pretendam adquirir ações da empresa ou tornarem-
se sócios caso a empresa não seja S.A. e até mesmo.
concorrentes, com o objetivo de comparar seus negócios com os demais de mesmo ramo de atuação.
As demonstrações financeiras permitem analisar comparativamente o exercício atual com exercícios
anteriores, proporcionando uma visão comparativa da situação financeira da empresa, bem como dos
resultados por ela alcançados.
Estas demonstrações podem ser classificadas de duas formas:
Demonstrações Financeiras Primárias – Como exemplo temos o Balanço Patrimonial e a
Demonstração dos Resultados do Exercício (DRE)
Demonstrações Financeiras Secundárias – Como exemplo temos a Demonstração das Origens e
Aplicações de Recursos (DOAR).
Balanço Patrimonial
O Balanço Patrimonial pode ser considerado o principal tipo de demonstração financeira de uma empresa.
Reflete com clareza os dados, uma vez que é composto pelo patrimônio da empresa (bens, direitos e
obrigações) e sua situação em um determinado período.
O Balanço é composto por dois grandes grupos, separados em duas colunas, onde, na coluna do lado
esquerdo encontra-se o ATIVO (bens e direitos pertencentes à empresa) e do lado direito, o PASSIVO
(obrigações com credores e terceiros) e a representação do PATRIMÔNIO LÍQUIDO (mede a riqueza da
empresa).
Um balanço patrimonial possui as seguintes contas e subcontas:
Ativo Circulante – É o item que apresenta maior liquidez, pois trata dos bens e direitos que podem ser
transformados em dinheiro a curto prazo.
Ativo Realizável a Longo Prazo – É um item que tem menor liquidez que o Circulante. Este grupo de
contas composto pelos direitos que serão recebidos após o período de 12 meses.
Ativo Permanente – Este grupo compreende os bens fixos e dificilmente serão vendidos. Assim possuem
pouquíssima liquidez.Passivo Circulante – São as obrigações que se renovam constantemente.
É o grupo de contas composto pelas obrigações a curto prazo, como salários, empréstimos,
tributos, entre outros.
Passivo Exigível a Longo Prazo – Neste caso, as obrigações possuem vencimento após os 12 meses.
Patrimônio Líquido – De forma mais simples, podemos considerar como sendo a diferença entre o valor
dos ativos e dos passivos. Também representa o investimento dos sócios no negócio.
Demonstração de Resultado do Exercício (DRE)
A Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) é um demonstrativo financeiro que apresenta
o resultado que a empresa obteve no final do exercício social. O objetivo é demonstrar como o resultado
do exercício foi obtido. Deve ser ordenado de tal forma que permita uma avaliação gerencial, como a
análise de custos, despesas e projeções de
ganhos, quanto para uma avaliação fiscal que permita visualizar rapidamente os impostos
devidos e recolhidos durante o exercício.
A DRE apresenta os resultados, sejam eles lucros ou prejuízos, das operações realizadas num
determinado exercício e os fatores (despesas e receitas) que provocaram esse resultado.
Ao lançar todas estas despesas e receitas no demonstrativo, este deverá seguir um determinado
padrão que hoje, apresenta-se na forma vertical ou dedutível, como veremos a seguir:
RECEITA BRUTA (de vendas / serviços)
(-) Deduções, descontos concedidos, devoluções
(-) Impostos sobre vendas
RECEITA LÍQUIDA
(-)Custo dos produtos vendidos
LUCRO BRUTO
(-) DESPESAS OPERACIONAIS: De vendas,
Administrativas
Financeiras
Outras Despesas Operacionais
(+) Outras Receitas Operacionais
LUCRO OPERACIONAL
(-) Despesas Não Operacionais
(+) Receitas Não Operacionais
(±) Resultado da Correção Monetária
LUCRO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA (LAIR)
(-) Provisão Para Imposto de Renda
LUCRO DEPOIS DO IMPOSTO DE RENDA
(-) Contribuições
(-) Participações
LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO LUCRO POR AÇÃO
Ao final de todas as contas, apresenta-se o lucro líquido que representa o resultado do exercício.
Ao dividir o lucro líquido pela receita e multiplicando por 100, chegaremos à “margem de lucro sobre
vendas”, que mede quanto à empresa lucrou para cada cem reais faturados.
Depois do lucro líquido, temos ainda o lucro líquido por ação que constitui informação importante para a
direção da empresa e para futuros acionistas, pois representa o ganho para cada ação ordinária emitida.
Demonstração de Origens e Aplicação de Recursos
A Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos (DOAR) é uma análise do fluxo de fundo que
permite analisar as origens e aplicações históricas dos recursos da empresa.
Ela procura explicar a variação do Capital Circulante Líquido ocorrida de um ano para o outro, o
que permite melhorar as condições de planejamento de necessidades futuras de recursos de
médio e longo prazos. Além disso, a DOAR pode ser utilizada também para:

 Identificar as fontes de recursos responsáveis por alterações no capital de giro.


 Completar a informação sobre a posição financeira e resultados das operações dentro de um
mesmo período.
 Orientar os profissionais que a utilizam para tomada de decisão de ordem econômica e financeira.

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