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CONTROLE METROLÓGICO DE PRODUTOS E PROCESSOS

Aula 01 – Medição com Paquímetros e Micrômetros


1. Objetivo
Capacitar o acadêmico no emprego da técnica de medição com uso de paquímetros e micrômetros, pela interpretação das escalas
e através da execução correta das leituras e variações existentes no processo de medição.

2. Introdução Teórica
2.1. Paquímetro

“O Paquímetro é o resultado da associação de: uma escala, como padrão de comprimento; dois bicos de medição, como meios de
transporte do mensurando, sendo um ligado à escala e outro ao cursor; um nônio como interpolador para a indicação entre traços.”
Na figura ao lado tem-se um paquímetro universal (com bicos para medições internas e lingueta).
Os paquímetros distinguem-se pela faixa de indicação,
pelo nônio, pelas dimensões e forma dos bicos. Em geral os
paquímetros são construídos para faixa de indicação 120 ...
2000mm; o comprimento dos bicos de 35 a 200 mm
correspondentemente. Para casos especiais é possível adquirir
paquímetros de bicos compridos.
O material empregado na construção de paquímetros é
usualmente o aço com coeficiente de dilatação linear α= 11,5
μm/m.K, de forma que o mesmo tenha comportamento térmico
equivalente à maioria das peças.
As superfícies dos bicos situadas frente a frente
destinam-se às medições externas. Para medições internas, os
extremos dos bicos são rebaixados, com superfícies externas
cilíndricas. Ao se usar estas superfícies de medição, deve-se
adicionar à indicação a espessura dos ressaltos dos bicos que é,
geralmente, um valor arredondado (10 ou 20 mm). Importante é
realizar a calibração desta distância periodicamente a fim de
determinar o seu valor efetivo e fazer a correção do erro durante
o processo de medição.
Nos paquímetros universais os bicos para medições internas são prolongados para cima e apresenta a forma de gumes, o que
permite medir dimensões menores do que aquele valor arredondado. Paquímetros pequenos podem ter, na parte traseira, uma lingueta
que se move junto com o cursor e serve para medir profundidades.
Nas medições externas recomenda-se colocar a peça a ser medida o mais perto possível da escala, de modo a minimizar os
erros de não obediência do princípio de Abbé. Nas medições internas, antes de fixar o cursor, deve-se afrouxar a pressão de medição.
Em geral, na medição com paquímetro, deve-se evitar um aperto forte dos bicos sobre a peça (evitar a força de medição excessiva).
Além disso, deve-se evitar, ao máximo possível, movimento relativo entre os bicos e peça, já que isto provoca desgaste dos bicos, e
assim a geração de erros de medição com o paquímetro. Sob hipótese alguma, deve-se medir uma peça em movimento (por exemplo:
no torno).
A leitura do nônio deve ser realizada com o paquímetro perpendicular à vista do operador para evitar o "erro de paralaxe".
Entretanto, a maioria das pessoas possui maior acuidade visual com uma das vistas, o que provoca um erro associado ao processo de
leitura. Por isso, recomenda-se fazer a leitura com uma só das vistas, apesar das dificuldades em encontrar-se a posição certa.
A incerteza de medição de um paquímetro depende:
- dos erros da divisão da escala principal;
- dos erros da divisão do nônio;
- da retilinidade dos bicos de medição;
- da perpendicularidade dos bicos de medição em relação à haste e paralelismo entre si;
- dos erros da guia do cursor.

Faculdade Anhanguera de Piracicaba (Prof. Carlos Moreira)


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2.2. Micrômetro

Jean Louis requereu, pela primeira vez, a patente de um micrômetro. O instrumento em questão possibilitava a leitura simples de
centésimos de milímetros. Com o aperfeiçoamento dos micrômetros ficou possível à leitura mais exata e rigorosa das medidas em
relação aos paquímetros.
O funcionamento do micrômetro é semelhante ao sistema porca e parafuso. Ou seja, uma porca fixa e um parafuso móvel, dando
um giro completo no parafuso haverá o deslocamento do mesmo igual a um passo do parafuso. Com a divisão da cabeça do parafuso
temos a possibilidade de medir frações menores que um passo.

 O arco é de aço especial ou fundido, tratado termicamente para


eliminar as tensões internas.
 O isolante térmico, fixado ao arco, evita sua dilatação porque
isola a transmissão de calor das mãos para o instrumento.
 O fuso micrométrico é de aço especial temperado e retificado para
garantir exatidão do passo da rosca.
 As faces de medição tocam a peça a ser medida e, para isso,
apresentam-se rigorosamente planos e paralelos. Podem ser de
metal duro, de alta resistência ao desgaste.
 A porca de ajuste permite o ajuste da folga do fuso micrométrico,
quando isso é necessário.
 O tambor é onde se localiza a escala centesimal. Ele gira ligado
ao fuso micrométrico. Ou seja, a cada volta, seu deslocamento é
igual ao passo do fuso micrométrico.
 A catraca ou fricção assegura uma pressão de medição constante.
 A trava permite imobilizar o fuso numa medida predeterminada.

Um micrômetro se destaca pela capacidade, resolução e aplicação. Normalmente é de 25mm ou 1” a capacidade de medição
dos micrômetros, com o arco variando de 25 em 25mm ou 1 em 1”. A resolução pode ser de 0,01mm; 0,001mm; 0,001” ou 0,0001”.
Na leitura de um micrômetro.
1º - efetuamos a leitura dos milímetros inteiros na escala da bainha.
2º - efetuamos a leitura dos meios milímetros, também na escala da bainha.
3º - efetuamos a leitura dos centésimos de milímetros na escala do tambor.
4º - no caso de micrômetros com resolução de 0,001mm efetuamos a leitura dos milésimos com o auxílio do nônio da bainha,
verificando qual dos traços do nônio coincide com o traço do tambor. A leitura final será a soma dessas quatro leituras parciais.

Micrômetro interno tipo paquímetro - serve para medidas acima de 5mm e, a partir daí, varia de 25 em 25mm. O lado da
catraca e tambor tem funcionamento do lado inverso do micrômetro externos

3. Procedimento Experimental
 Anote as características dos equipamentos de medição utilizados (fabricante, capacidade, resolução, unidade de
medida e incerteza de medição).
 Adotar a característica do furo central do flange como critica com tolerância de ± 0,1mm(Todos do grupo devem
dimensionar esta característica 3 vezes de forma aleatória)
 Adotar a característica da espessura do flange como critica com tolerância de ± 0,03mm(Todos do grupo devem
dimensionar esta característica 3 vezes de forma aleatória)
 Com base no valor médio atribuído para o grupo na característica do furo e da espessura da flange, calcule a zona de
aceitação e rejeição deste produto em caso de fabricação.

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Peça a ser medida - PEÇA 01

4. Dados Experimentais

Turma: Grupo ( )A ( )B Data: / /


Alunos: RA

Identificação do Fabricante Capacidade Resolução Unidade Medida


Equipamento

Medição do Furo - Paquímetro


Aluno: A Aluno: B Aluno: C Aluno: D Aluno: E Aluno: F
1 1 1 1 1 1
2 2 2 2 2 2
3 3 3 3 3 3

Medição da Espessura - Micrômetro


Aluno: A Aluno: B Aluno: C Aluno: D Aluno: E Aluno: F
1 1 1 1 1 1
2 2 2 2 2 2
3 3 3 3 3 3

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5. Questões

1. Com base nas medições realizadas responda:

a. O que se observou com base nas medições realizadas entre os diferentes acadêmicos.

b. O que é possível concluir com bases nas medições considerando o método utilizado.

2. Realize um comparativo das vantagens na medição com uso de paquímetros e dos micrômetros?

3. Comente sobre a resolução, a fonte de erros e a leitura dos paquímetros e dos micrômetros?

4. Cite quais são os possíveis erros de medição com o paquímetro e com o micômetro? (mínimo 3 erros)

5. Considerando o paquímetro utilizado, podemos medir um furo de diâmetro 15,0 ± 0,005 mm?
Justifique?

6. Explique o quê é amplitude de medição considerando as amostras verificadas em repetibilidade e


reprodutibilidade.

6. Relatório

Descrever um relatório completo para entrega no dia da PROVA P1, contendo:

 Capa com nome e RA dos integrantes do grupo.


 Introdução teórica sobre paquímetros, micrômetros e conceitos do R&R.
 Comparativo entre a incerteza de medição do equipamento e a incerteza calculada por meio da
tolerância do produto.
 Tabela com as medidas (médias e amplitudes entre os acadêmicos)
 Gráfico ilustrando as variações das médias e amplitudes
 Cálculos de incerteza de medição e zonas de aceitação e rejeição.
 Questionário
 Conclusão

Observação: Para treinar mais um pouco (Baixar Simuladores):


http://www.stefanelli.eng.br/
 Paquímetros 0,05 e 0,02 mm
 Micrômetros 0,01 e 0,001 mm

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Dados adicionais dos Equipamentos Digimess - Utilizados em nosso laboratório.


Atenção à exatidão e aos cálculos de incerteza de medição na escolha do equipamento.

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