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Silvestre Lopes da Nobrega

Engenharia Civil
 Objetivo da Disciplina:

◦ Aprender os princípios básicos da Mecânica dos Fluidos e da Transferência


de Calor;
◦ Analisar as distribuições de pressão em fluidos em repouso;
◦ Analisar as distribuições de força em corpos e superfícies submersas;
◦ Estudar o escoamento ideal e real no interior de dutos;
◦ Analisar as maneiras através das quais o calor é transmitido.
 Conteúdo Programático

◦ PROPRIEDADES DOS FLUÍDOS E DEFINIÇÕES.

◦ ESTÁTICA DOS FLUIDOS.

◦ CINEMÁTICA DOS FLUIDOS: MÉTODOS DE DESCRIÇÃO DO MOVIMENTO, EQUAÇÃO DA


CONTINUIDADE, MOVIMENTO COM POTENCIAL DE VELOCIDADE.

◦ DINÂMICA DOS FLUIDOS PERFEITOS: EQUAÇÃO DE EULER, EQUAÇÃO GERAL DA


HIDRODINÂMICA, TEOREMA DAS QUANTIDADES DE MOVIMENTO.

◦ DINÂMICA DOS FLUIDOS REAIS: REGIME LAMINAR, REGIME TURBULENTO, TEOREMA DE


BERNOULLI ADAPTADO AOS FLUIDOS REAIS, TEOREMA DAS QUANTIDADES DE
MOVIMENTO APLICADO AOS FLUIDOS REAIS.

◦ BASES MODERNAS DA DINÂMICA DOS FLUIDOS: ANÁLISE DIMENSIONAL, SEMELHANÇA


MECÂNICA.
 Conteúdo Programático

◦ MECANISMOS DE TRANSMISSÃO DE CALOR.


◦ CONDUTIVIDADE TÉRMICA.
◦ CONDUÇÃO DE CALOR EM UMA DIMENSÃO. TRANSMISSÃO DE CALOR POR
EFEITO COMBINADO DE CONDUÇÃO E CONVECÇÃO.
◦ TRANSMISSÃO DE CALOR POR RADIAÇÃO.
◦ ISOLANTES TÉRMICOS.
 Bibliografia

◦ Gilles, Ranald V., Mecânica dos Fluidos e Hidráulica, Editora McGraw-Hill


do Brasil Ltda, São Paulo, 1999.
◦ Fox & McDonald , Introdução à Mecânica dos Fluidos. 5a Edição, Livros
Técnicos e Científicos Editora SA, Rio de Janeiro, 2001
◦ Streeter, Victor L., Mecânica dos Fluidos, Editora McGraw-Hill, São Paulo.
◦ Bastos, Francisco A A, Problemas de Mecânica dos Fluidos, Editora
Guanabara, Rio de Janeiro.
 Bibliografia

◦ Vennard, Jonh K., Steet, Robert L., Elementos de Mecânica dos Fluidos, 5a
Edição, Editora Guanabara Dois AS, Rio de Janeiro.
◦ Shames, I H, Mecânica dos Fluidos – Análise dos escoamentos, 2 volumes,
Editora McGraw-Hill do Brasil Ltda, 1973.
◦ Kern, Donald Q., Processos de Transmissão de Calor, Editora Guanabara,
Rio de Janeiro.
◦ Sisson/ Pitts, Fenômenos de Transporte, Editora Guanabara, Rio de
Janeiro.
◦ Thomas, Fundamentos de Transmissão de Calor, Editora Guanabara, Rio
de Janeiro.
 Avaliação

◦ Nota 1 - Avaliação de Grau 1 (GI) – Peso 0,7 e Trabalhos – Peso 0,3


◦ Nota 2 - Avaliação de Grau II (GII) – Peso 0,7 e Trabalhos – Peso 0,3
◦ Nota 3- Avaliação de Grau 3 (GIII) – Peso 0,7 e Trabalhos – Peso 0,3

 Obs: Trabalhos são: pesquisas, listas de exercícios, seminários, experimentos, etc.


 1. Introdução a Mecânica dos Fluidos

◦ 1.1. Definição: é a ciência que estuda o comportamento físico dos fluidos


e as leis que regem tal comportamento. Estudo do comportamento dos
fluidos em repouso (Fluidoestática) e em movimento (Fluidodinâmica).

◦ 1.2. Aplicação: Máquinas de fluxo (bombas, ventiladores, compressores e


turbinas), aeronaves, automóveis, submarinos, sistemas de aquecimento e
ventilação de residências, edifícios comerciais, sistemas de tubulações,
corpos flutuantes, medicina, etc.
 1. Introdução a Mecânica dos Fluidos

O processo de transporte é caracterizado pela tendência ao equilíbrio,


que é uma condição onde não ocorre nenhuma variação. Os fatos
comuns a todos processos de transporte são:

✓ A Força Motriz O movimento no sentido do equilíbrio é causado por uma


diferença de potencial

✓ O Transporte Alguma quantidade física é transferida

✓ O Meio A massa e a geometria do material onde as variações ocorrem afetam a


velocidade e a direção do processo
 1. Introdução a Mecânica dos Fluidos

Como exemplos podemos citar:

• Os raios solares aquecem a superfície externa de uma parede e o processo


de transferência de calor faz com que energia seja transferida através da
parede, tendendo a um estado de equilíbrio onde a superfície interna será
tão quente quanto à externa.
 1. Introdução a Mecânica dos Fluidos
Como exemplos podemos citar:

• Quando um fluido está entre duas placas paralelas e uma delas se


movimenta, o processo de transferência de quantidade de movimento faz
com que as camadas de fluido adjacentes à placa se movimentem com
velocidade próxima à da placa, tendendo a um estado de equilíbrio onde a
velocidade do fluido varia de V na superfície da placa em movimente até 0 na
superfície da placa estacionária.
 1. Introdução a Mecânica dos Fluidos

Como exemplos podemos citar:

• Uma gota de corante é colocada em recipiente com água e o processo de


transferência de massa faz com que o corante se difunda através da água,
atingindo um estado de equilíbrio, facilmente detectado visualmente.
 2. Definição de um Fluido

◦ 2.1. Introdução: É uma sustância que se deforma continuamente sob a


aplicação de uma tensão de cisalhamento (força tangencial), não importa sua
intensidade (figura 1). Os fluidos compreendem as fases líquida e gasosa (ou
de vapor) das formas físicas nas quais a matéria existe.

Figura 1 – Elemento Fluido sob a Ação de Esforço Tangencial Constante.


 2. Definição de um Fluido

 O fluido e o estado sólido: Ao ser aplicada uma força tangencial F (fig.2a) sobre um
sólido fixado entre as duas placas, o bloco sofre uma deformação e se estabiliza no
novo formato. No regime elástico do material, ao cessar a aplicação da força, o sólido
retorna à forma original. Repetindo a experiência para um fluido, ele se deformará
continuamente, enquanto existir uma força tangencial atuando sobre ele (fig.2b).
 2. Definição de um Fluido

 2.2. Princípio da Aderência: “Os pontos de um fluido em contato com uma


superfície sólida possuem a mesma velocidade dos pontos desta com os
quais estão em contato; não há deslizamento naquelas fronteiras”. (fig.3)

Figura 3 – O Perfil de Velocidade Linear no Líquido entre Placas Paralelas Infinitas.


 2. Definição de um Fluido

 2.3. Classes dos fluidos: líquidos e gases. Os líquidos possuem moléculas


com maiores forças coesivas, apresentando a capacidade de permanecer em
um recipiente aberto, formando uma superfície livre sob a ação de um
campo gravitacional. Já os gases possuem moléculas mais espaçadas, com
forças coesivas desprezíveis. Por este motivo, os gases se deformam
volumetricamente até encontrarem uma parede de confinamento, não
apresentando, portanto, superfície livre.
 3. Métodos de análise

 3.1. Sistema: Quantidade de massa fixa e identificável; as fronteiras do


sistema separam-no do ambiente à volta; não há transferência de massa
através das mesmas, calor e trabalho poderão cruzar as fronteiras, conforme
mostrado na fig. 4 .

Figura 4 – Conjunto Pistão-Cilindro.


 3. Métodos de análise

 3.2. Volume de controle: volume do espaço através do qual o fluido escoa


(arbitrário), a fronteira geométrica é chamada superfície de controle,
conforme mostrado na fig. 5.

 Figura 5 – Escoamento de um Fluido Através de um Tubo.


 4. Dimensões e unidades

 4.1. Introdução
 Dimensões: são grandezas mensuráveis (quantidades físicas: podem ser
primárias (básicas) e secundárias (derivadas)).

 Unidades: são nomes arbitrários dados às dimensões.

 4.2. Sistemas de Dimensões

 Lei da Homogeneidade dimensional: “Todos os termos de uma expressão


matemática, que, traduz um fenômeno físico, devem possuir a mesma
dimensão”.
 4. Dimensões e unidades

 4.3. Sistema de Unidades


 Pode-se trabalhar com diferentes unidades para as grandezas (massa,
comprimento, etc.). Países diferentes podem utilizar sistemas de unidades
diferentes. Em 1960, instituiu-se o Sistema Internacional (SI), como uma
tentativa de padronização. Foram definidas 7 grandezas básicas (massa,
comprimento, tempo, temperatura, corrente elétrica, quantidade de matéria
e intensidade luminosa) e padronizadas as suas unidades.
 Exemplos:

 1. Um fluido escoa por uma tubulação com uma velocidade média de 9000
polegadas por hora (9,00x103 in/h). Obtenha a velocidade média do
escoamento em unidades do SI.

 2. Um tanque está sendo abastecido com uma vazão de 40 galões por


minuto (∀ = 40 gal/min). Obtenha a vazão média do escoamento em
unidades do SI.
 5. Propriedades físicas dos fluidos

 5.1. Peso especifico: (γ)


É o peso do fluido contido em uma unidade de volume.

sendo: γ: Peso específico [F/L3]


W: Peso da substância [F]
V:Volume do fluido [L3]

Unidades: (N/m3; kgf / m3; lbf / ft3)

DIM: [F / L3]
 5. Propriedades físicas dos fluidos

5.2. Volume específico: (ν)


Inverso da massa específica.

Sendo: υ: Volume específico [L3/M]


ρ: Massa específica ou densidade absoluta [M/L3]

Unidades: (m3 / kg; cm3 / g; ft3 / slug; ft3 / lbm)


DIM: [L3 / M]
 5. Propriedades físicas dos fluidos

5.3. Densidade relativa: (δ, d ou SG)


Razão entre a massa específica de uma substância e a massa específica de
uma substância de referência. Para líquidos, o fluido de referência é a água
e, para os gases, o ar. Quando se trabalha com densidades relativas de
sólidos, é comum que a substância de referência seja a água.

Sendo:
δ: Densidade relativa [adimensional]
ρ: Massa específica ou densidade absoluta [M/L3]
ρref.: Massa específica ou densidade absoluta da substância de referência [M/L3]

 DIM: [1]
 5. Propriedades físicas dos fluidos

5.5. Módulo da Elasticidade Volumétrico: (β)


Razão entre uma variação de pressão e a correspondente variação de volume
por unidade de volume.

β: Módulo de elasticidade volumétrico


ΔP: Variação de pressão [F/L2]
Δ∀: Variação de Volume [L3 ]
∀:Volume [L3 ]
Obs: O sinal negativo indica que um aumento de pressão corresponde a uma
redução de volume.
Unidades: (N/m2; kgf / m2 ; lbf / ft2)
DIM: [F / L2]
 5. Propriedades físicas dos fluidos

5.5.1. Condições isotérmicas: T = constante


P.V. = constante P1V1 = P2V2

5.5.2. Condições adiabáticas:


P.Vk = constante
 5. Propriedades físicas dos fluidos

5.6. Coeficiente de Compressibilidade: (C)


Inverso do módulo de elasticidade volumétrico.
 6. Campo de velocidade
Entre as propriedades do escoamento, destaca-se o campo de velocidade.
Seja o volume de fluido ∀ mostrado na Fig. 6.

Figura 6 – Determinação do Campo de Velocidades em um Ponto.

A velocidade instantânea do fluido no ponto C é igual à velocidade instantânea


do volume infinitesimal δ∀ que passa pelo ponto C no instante de tempo em
questão.
 6. Campo de velocidade

O vetor velocidade, , pode ser expresso em termos de suas três


componentes escalares. Chamando estas componentes nas direções
x, y e z de, respectivamente, u, v e w, o campo de velocidades pode
ser escrito como:
 7. Regime permanente e transiente

7.1. Regime Permanente: As propriedades do fluido, em cada ponto do


escoamento, não variam com o tempo. A definição matemática do
movimento permanente é:

7.2. Regime Transiente: As propriedades do fluido variam com o


tempo.

7.3. Campo Uniforme de Escoamento: Escoamento no qual o módulo e


o sentido do vetor velocidade são constantes, ou seja,
independentes de todas as coordenadas espaciais, através de toda a
extensão do campo.
 7. Regime permanente e transiente

Movimento – Permanente ou (Q1=Q2)


não permanente (variado) (Q1≠Q2)

Permanente – Uniforme ou (Q1=Q2; A1=A2 e V1=V2)


não uniforme (Q1=Q2; A1≠A2 e V1≠V2)

Não Uniforme – acelerado ou


retardado
 8. Escoamentos uni, bi, tridimensional.

Os escoamentos podem ser classificados em uni-, bi- e


tridimensionais de acordo com o número de coordenadas
necessárias para se definir seu campo de velocidades.

Linhas e Tubos de Corrente:

Em um fluido em movimento, consideram-se linhas de corrente as


linhas orientadas segundo a velocidade de escoamento e que gozam
da propriedade de não serem atravessadas por partículas do fluido.

Os tubos de correntes são formados pelas linhas de corrente.


Linhas e Tubos de Corrente:

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