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A Confissão Belga

O​ primeiro dos padrões doutrinários das Igrejas Reformadas é a Confissão de Fé.

É chamado normalmente de Confissão Belga, pois é originário da região sul dos Países Baixos, conhecida
hoje como Bélgica. O seu principal autor, Guido de Brès, um prega- dor das Igrejas Reformadas dos Países
Baixos, foi martirizado por causa da Fé no ano de 1567. Durante o Século XVI as igrejas desse país
estavam sujeitas às mais terríveis perseguições por parte do governo católico-romano. De Brès preparou
essa confissão no ano de 1561 para protestar contra essa cruel opressão e provar aos seus perseguidores
que os adeptos da Fé Reformada não eram rebeldes, como haviam sido acusados, mas cidadãos dentro da
lei que professavam a autêntica doutrina cristã, segundo as Sagradas Escrituras. No ano seguinte, um seu
exemplar foi enviado ao rei Felipe II juntamente com uma petição em que os signatários declaravam estar
prontos a obedecer o governo em todas as coisas legítimas, mas que estavam prontos “a oferecer as suas
costas aos chicotes, suas línguas às facas, suas bocas às mordaças e o seu corpo inteiro às chamas” ao
invés de negarem as verdades expressas nessa Confissão.
Embora não haja logrado o propósito imediato de assegurar a libertação da perseguição, e o próprio de
Brès tenha caído com um dos milhares que selaram a fé com as próprias vidas, o seu trabalho tem
perdurado e continuará a resistir por séculos.

Ao compor a Confissão, o seu autor valeu-se, numa certa medida, da Confissão das Igrejas Reformadas da
França, escrita principalmente por João Calvino e publicada dois anos antes. Contudo, a obra de de Brès
não é uma mera revisão do trabalho de Calvino, mas uma composição independente. Ela foi imediata e
alegremente recebida pelas igrejas dos Países Baixos e adotada pelos Sínodos Nacionais convocados nas
últimas três décadas do Século XVI. Depois de uma criteriosa revisão, não de conteúdo mas textual, o
grande Sínodo de Dort de 1618/1619 a adotou como um dos padrões doutrinários da Igreja Reforma- da, à
qual se requer a subscrição de todos os seus oficiais eclesiásticos. É amplamente reconhecida a sua
excelência como uma das melhores declarações simbólicas da fé reformada.

A CONFISSÃO BELGA Contendo a síntese da doutrina de Deus e da salvação eterna do homem.

ARTIGO 1

Só existe um Deus

Todos nós cremos com o coração, e confessamos com a boca,1 que só existe um Deus,2 que é um Ser
espiritual e simples;3 Ele é eterno,4 incompreensível,5 invisível,6 imutável,7 infinito,8 onipotente,9
perfeitamente sábio,10 justo,11 bom12 e a fonte transbordante de todo o bem.13

1. Rm 10.10; 2. Dt 6.4; 1Co 8.4; 1Tm 2.5; 3. Jo 4.24; 4. Sl 90.2; 5. Rm 11.33; 6. Cl 1.15; 1Tm 6.16; 7. Tg
1.15; 8. 1Rs 8.27; Jr 23.24; 9. Gn 17.1; Mt 19.26; Ap 1.8; 10. Rm 16.27; 11. Rm 3.25, 26; Rm 9.14; Ap 16.5,
7; 12. Mt 19.17; 13. Tg 1.17.

ARTIGO 2

Como Deus se faz conhecido a nós

Nós o conhecemos por dois meios.

Primeiro: pela criação, preservação e governo do Universo, exposto aos nossos olhos como o mais
magnífico dos livros,1 no qual todas as criaturas grandes e pequenas são como as muitas letras que nos
levam a reconhecer claramente “os atributos in- visíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também
a sua própria divindade”, como nos diz o apóstolo Paulo em Rm 1.20.

Todas essas coisas são suficientes para convencer os homens e torná-los indesculpáveis.
Segundo: Ele se faz conhecer mais clara e plenamente através da Sua Santa e Divina Palavra2 — tanto
quanto para nós é necessário nesta vida — para a Sua glória e nossa salvação.

1. Sl 19.1-4; 2. Sl 19.7, 8; 1Co 1.18-21.

ARTIGO 3

A Palavra de Deus

Confessamos que a Palavra de Deus não foi enviada nem produzida pela “vontade humana; entretanto,
homens santos falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo”, como afirma o apóstolo Pedro (2Pe
1.21). Após isto Deus, em Seu especial cuidado por nós e nossa salvação, ordenou que os profetas e os
apóstolos, Seus servos, registrassem por escrito a Sua Palavra revelada;1 tendo Ele mesmo escrito com os
próprios dedos as duas tábuas da lei.2 É por isso que chamamos esses escritos de Sagradas e Divinas
Escrituras.3

1. Êx 34.27; Sl 102.18; Ap 1.11, 19; 2. Êx 31.18; 3 2Tm 3.16.

ARTIGO 4

Os livros canônicos

Cremos que as Sagradas Escrituras constituem-se de duas partes: o Velho e o Novo Testamentos, que são
canônicos e contra os quais nada se pode pretextar. Esta é a relação dos livros reconhecidos pela igreja de
Deus:

● Os livros do Velho Testamento são: Cinco livros de Moisés: Gênesis, Êxodo, Levítico,
Números e Deuteronômio; Doze livros históricos: Josué, Juízes, Rute, I e II Samuel, I e II Reis,
I e II Crônicas, Esdras, Neemias, Ester; Cinco livros poéticos: Jó, Salmos, Provérbios,
Eclesiastes e Cântico dos Cânticos; Quatro profetas maiores: Isaías, Jeremias (com
Lamentações), Ezequiel e Daniel; Doze profetas menores: Oséias, Joel, Amós, Oba- dias,
Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias.
● Os livros do Novo Testamento são: Quatro evangelhos: Mateus, Marcos, Lucas e João; Os
Atos dos Apóstolos;

As treze cartas do apóstolo Paulo: Romanos, I e II Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses, I e
II Tessalonicenses, I e II Timóteo, Tito e Filemon;
A carta aos Hebreus; As outras sete cartas: Tiago, I e II Pedro, I, II e III João e Judas; E a revelação do
apóstolo João: Apocalipse.

ARTIGO 5

A autoridade das Sagradas Escrituras

Recebemos1 todos esses livros — e eles somente — como sagrados e canônicos para regular,
fundamentar e confirmar a nossa fé.2 Cremos, sem dúvida nenhuma, em tudo o que eles contêm, não tanto
porque a igreja assim os recebe e aprova, mas principalmente porque o Espírito Santo testifica em nossos
co- rações que eles vêm de Deus,3 como eles mesmos provam; pois até os cegos podem perceber que as
coisas preditas neles estão a se cumprir.4

1. 1Ts 2.13; 2. 2Tm 3.16, 17; 3. 1Co 12.3; 1Jo 4.6; 1Jo 5.7; 4. Dt 18.21, 22; 1Rs 22.28; Jr 28.9; Ez 33.33.

ARTIGO 6

A diferença entre os livros canônicos e os livros apócrifos

Distinguimos esses livros sagrados dos apócrifos, que são os seguintes: III e IV Esdras, Tobias, Judite,
Sabedoria, Eclesiástico, Baruc, os acréscimos aos livro de Ester e Daniel (o cântico de Azarias na fornalha,
o cântico dos três jovens na fornalha, a estória de Suzana, Bel e o Dragão), a oração de Manassés e I e II
Macabeus.

A igreja pode ler e tirar deles instrução até onde concordarem com os livros canônicos. Mas não têm
nenhum poder nem autoridade que possam confirmar pelo seu testemunho qualquer artigo da fé ou da
religião cristã; muitos menos podem diminuir a autoridade dos livros sagrados. “Se alguém vem ter
convosco e não traz esta doutrina, não o recebais em casa, nem lhe deis as boas-vindas” (2Jo 1.10).

1. 2Tm 3.16, 17; 1Pe 1.10-12; 2. 1Co 15.2; 1Tm 1.3; 3. Dt 4.2; Pv 30.6; At 26.22; 1Co 4.6; Ap 22:18, 19; 4.
Sl 19.7; Jo 15.15; At 18.28; 20.27; Rm 15.4; 5. Mc 7.7-9; At 4.19; Cl 2.8; 1Jo 2.19; 6. Dt 4.5, 6; Is 8.20; 1Co
3.11; Ef 4.4-6; 2Ts 2.2; 2Tm 3.14, 15.

ARTIGO 7
A suficiência da Sagrada Escritura

Cremos que a Sagrada Escritura contém perfeitamente a vontade de Deus e que ensina suficientemente
tudo aquilo que o homem precisa saber para ser salvo.1 Nela está detalhado e escrito cabalmente o modo
de adoração que Deus requer de nós. Por isso, não é lícito a ninguém, nem mesmo a apóstolos, nada
ensinar que seja diferente daquilo que agora nos ensina a Sagrada Escritura;2 sim, nem que seja “um anjo
vindo do céu”, como afirma o apóstolo Paulo (Gl 1.8). A proibição de acrescentar ou retirar qualquer coisa
da Palavra de Deus (Dt 12.32),3 é evidência que a doutrina nela contida é perfeitíssima e completíssima em
todos os sentidos.4

Não nos é permitido considerar quaisquer escritos de homens, por mais santos que tenham sido, como de
igual valor ao das Escrituras Divinas; nem devemos considerar que costumes, maiorias, antiguidade,
sucessão de tempos e de pessoas, concílios, decretos ou estatutos tenham o mesmo valor da verdade de
Deus, porque a verdade está acima de tudo. Pois todos os homens são em si mesmos mentirosos e “mais
leves que a vaidade” (Sl 62.9).

Por isso, rejeitamos de todo o coração tudo aquilo que discorde dessa regra infalível,6 conforme nos
ensinou o apóstolo: “provai os espíritos se procedem de Deus” (1Jo 4.21), e também: "Se alguém vem ter
convosco e não traz esta doutrina, não o recebais em casa, nem lhe deis as boas-vindas" (2Jo 1.10).

1. 2Tm 3.16, 17; 1Pe 1.10-12; 2. 1Co 15.2; 1Tm 1.3 3. Dt 4.2; Pv 30.6; At 26.22; 1Co 4.6; Ap 22:18, 19; 4.
Sl 19.7; Jo 15.15; At 18.28; 20.27; Rm 15.4; 5. Mc 7.7-9; At 4.19; Cl 2.8; 1Jo 2.19; 6. Dt 4.5, 6; Is 8.20; 1Co
3.11; Ef 4.4-6; 2Ts 2.2; 2Tm 3.14, 15.

ARTIGO 8

Trindade — Deus é um em essência, contudo distinto em três pessoas

De acordo com essa verdade e a Palavra de Deus, cremos em um só Deus,1 uno na essência, em quem
há três pessoas dis- tintas — de modo real, verdadeiro e eterno — conforme os Seus atributos
incomunicáveis: o Pai, o Filho e o Espírito Santo.2 O Pai é a causa, a origem e o princípio de todas as
coisas visíveis e invisíveis.3 O Filho é a Palavra, a sabedoria, e a imagem do Pai.4 O Espírito Santo é a
força e o poder eternos que procedem do Pai e do Filho.5 Deus, contudo, não está divido em três, pois as
Sagradas Escrituras nos ensinam que o Pai, o Filho e o Espírito Santo cada um tem Sua própria pessoa
diferençada por Seus atributos, mas de tal modo que as três pessoas são apenas um único Deus.

É evidente, então, que o Pai não é o Filho e que o Filho não é o Pai; e também que o Espírito Santo não é o
Pai nem, o Filho. Todavia essas pessoas distintas não estão divididas, nem misturadas entre si; pois o Pai
não assumiu a nossa carne e sangue, nem também o Espírito Santo, mas somente o Filho. O Pai jamais
existiu sem Seu Filho6 ou sem Seu Espírito Santo, pois os três, em uma única e mesma essência, são
iguais em eternidade. Não há primeiro nem último, pois todos os três são um em verdade, poder, bondade
e misericórdia.

1. 1Co 8.4-6; 2. Mc 3.16, 17; Mt 28.19; 3. Ef 3.14, 15; 4. Pv 8.22-31; Jo 1.14; 5.17-26; 1Co 1.24; Cl 1.15-20;
Hb 1.3; Ap 19.13; 5. Jo 15.26; 6. Mq 5.2; Jo 1.1, 2.

ARTIGO 9

O testemunho da Escritura sobre a Trindade

Tudo isso sabemos tanto pelo testemunho da Sagrada Escritura1 quanto pelas obras de cada uma das três
Pessoas e especialmente por aquelas que percebemos em nós mesmos. Os testemunhos da Escritura que
nos ensinam a crer na Trindade Santa estão registrados em muitos lugares no Velho Testamento. Não é
necessário citá-los todos, basta selecionar criteriosamente a alguns deles.

No livro de Gênesis 1.27 e 26, Deus diz: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa
semelhança .... Criou Deus, pois, o homem à Sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os
criou”. Assim também em Gênesis 3.22: “Eis que o homem se tornou como um de Nós”. Quando Deus diz:
Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança, evidencia-se que existe mais do que
uma Pessoa Divina; e ao dizer: Criou Deus, demonstra-se que só existe um único Deus. É verdade que não
se diz quantas Pessoas são, mas aquilo que no Velho Testamento parece um tanto obscuro, no Novo
Testamento fica totalmente claro. Pois quando o nosso Senhor foi batizado no rio Jordão, ouviu-se a voz do
Pai que disse: “Este é o meu Filho amado” (Mt 3.17), enquanto o Filho foi visto na água e o Espírito Santo
desceu sobre Ele na forma corpórea de uma pomba.2 Além disso Cristo prescreveu a seguinte fórmula
para o batismo de todos os crentes: “batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo” (Mt
28.19). No Evangelho segundo Lucas o anjo Gabriel assim diz a Maria, mãe do nosso Senhor: “Descerá
sobre ti o Espírito Santo, e o poder do Altíssimo te envolverá com a sua sombra; por isso, também o ente
santo que há de nascer será chamado Filho de Deus” (Lc 1.35). E de modo semelhante: “A graça do
Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam com todos vós” (2Co
13.14). Em todas essas referências somos amplamente ensinados que existem três Pessoas em uma única
essência. Embora tal doutrina ultrapasse o entendimento humano, na vida presente cremos nela
alicerçados na Palavra de Deus, e esperamos gozar de seu pleno conhecimento e fruto no céu porvir.

Temos, acima de tudo, que observar os ofícios e as obras distintos dessas três Pessoas para conosco. O
Pai é chamado nosso Criador por Seu poder; o Filho, nosso Salvador e Redentor por Seu sangue; o
Espírito Santo, nosso Santificador, porque habita em nossos corações. A doutrina da Santa Trindade
sempre tem sido mantida na verdadeira igreja, dos dias apostólicos até o presente, contra os judeus, os
mulçumanos, e contra os falsos cristãos e os hereges como Marcião, Mani, Práxeas, Sabélio, Paulo de
Samósata, Ário, e outros, que foram condenados de modo justo pelos pais ortodoxos. Quanto a essa
doutrina, por- tanto, aceitamos de boa vontade os três credos: o Apostólico, o Niceno, e o Atanasiano; bem
como o que os pais antigos estabeleceram em concordância com estes credos.
1. Jo 14.16; Jo 15.26; At 2.32, 33; Rm 8.9; Gl 4.6; Tt 3.4-6; 1Pe 1.2; 1Jo 4.13, 14; 1Jo 5.1-12; Jd 20,21; Ap
1.4,5; 2. Mt 3:16.

ARTIGO 10

Jesus Cristo: eterno e verdadeiro Deus

Cremos que Jesus Cristo é, segundo a Sua natureza Davi – o Filho Unigênito de Deus,1 gerado desde a
eternidade, não feito nem criado — senão seria uma criatura — mas é da mesma substância e co-eterno
com o Pai, “é o resplendor da glória e a expressão exata do seu Ser” (Hb 1.3) e em tudo igual a Ele.2 Ele é
o Filho de Deus não somente desde que assumiu a nossa natureza, mas desde a eternidade,3 conforme
nos ensina a comparação dos seguintes testemunhos: Moisés afirma que Deus criou o mundo;4 o apóstolo
João diz que tudo foi criado pelo Verbo, ao qual chama Deus.5 A Carta aos Hebreus diz que Deus criou o
mundo por meio do Seu Filho;6 igualmente o apóstolo Paulo afirma que Deus criou todas as coisas por
meio de Jesus Cristo.7 Portanto, conclui-se necessariamente que Àquele a quem chamam de Deus, de
Verbo, de Filho e de Jesus Cristo, existia de fato já no tempo em que todas as coisas foram criadas por Ele.
Por isso é que Ele pôde dizer: “Em verdade, em verdade eu vos digo: antes que Abraão existisse, EU SOU”
(Jo 8.58), e pôde orar: “glorifica-me, ó Pai, contigo mesmo, com a glória que eu tive junto de ti, antes que
houvesse mundo” (Jo 17.5). Logo, Ele é o Deus Verdadeiro e Eterno, o Onipotente a quem invocamos,
adoramos e servimos.

1. Mt 17.5; Jo 1.14, 18; Jo 3.16; Jo 14.1-14; Jo 20.17, 31; Rm 1.4; Gl 4.4; Hb 1.2; 1Jo 5.5, 9-12; 2. Jo 5.18,
23; Jo 10.30; Jo 14.9; Jo 20.28; Rm 9.5; Fp 2.6; Cl 1.15; Tt 2.13; Hb 1.3; Ap 5.13; 3. Jo 8.58; Jo 17.5; Hb
13.8; 4. Gn 1.1; 5. Jo 1.1-3; 6. Hb 1.2; 7. 1Co 8.6; Cl 1:16.

ARTIGO 11

O Espírito Santo: eterno e verdadeiro Deus

Cremos e confessamos também que o Espírito Santo pro- cede do Pai e do Filho desde a eternidade. Ele
não foi feito, nem criado, nem gerado; pode-se afirmar apenas que Ele procede de ambos.1 Ele é, pela
ordem, a Terceira Pessoa da Trindade, de igual substância majestade e glória com o Pai e o Filho,
verdadeiro e eterno Deus, conforme nos ensina as Sagradas Escrituras.2

1. Jo 14.15-26; Jo 15.26; Rm 8.9; 2. Gn 1.2; Mt 28.19; At 5.3, 4; lCo 2.10; 1Cor 3:16; 1Co 6.11; 1Jo 5.7.
ARTIGO 12

A criação de todas as coisas, especialmente dos anjos

Cremos que o Pai criou por Sua Palavra — isto é, por meio de Seu Filho o Verbo — o céu, a terra e todas
as criaturas do nada, quando bem Lhe aprouve,1 e que, a cada uma delas, concedeu o ser, a forma, e a
aparência, e a cada uma a própria função específica para servirem ao seu Criador. Cremos que Ele
também continua a sustentá-las e a governá-las segundo a Sua providência eterna, pelo Seu poder infinito,
para que sirvam ao homem, a fim de que o homem possa servir ao seu Deus.

Ele também criou os anjos bons, para serem Seus mensageiros e servirem a Seus eleitos.2 Da posição de
exaltação em que foram criados por Deus, alguns deles caíram na perdição eterna,3 tendo os demais, pela
graça de Deus, permanecido firmes em seu estado original. Os demônios e os espíritos malignos são tão
corrompidos que são inimigos de Deus e de todo o bem.4 Ficam de espreita como assassinos para, com
todas as suas forças, arruinarem a igreja e a todos os seus membros e para tudo destruírem com os seus
artifícios malignos.5 Por isso, pela própria malignidade deles, estão condenados à perdição eterna e
aguardam a cada dia os seus horríveis tormentos.6

Assim, abominamos e rejeitamos o erro dos Saduceus, que negam a existência de espíritos e de anjos;7 e
também os erros dos Maniqueístas, que dizem que os demônios não foram cria- dos, mas que têm origem
em si mesmos e que não se corromperam, sendo malignos pela própria natureza.

1. Gn 1.1; Gn 2.3; Is 40.26; Jr 32.17; Cl 1.15, 16; lTm 4.3; Hb 11.3; Ap 4.11; 2. Sl 103.20, 21; Mt 4.11; Hb
1.14; 3. Jo 8.44; 2Pe 2.4; Jd 6; 4. Gn 3.1-5; lPe 5.8; 5. Ef 6.12; Ap 12.4, 13-17; Ap 20.7-9; 6. Mt 8.29; Mt
25.41; Ap 20.10; 7. At 23.8.

ARTIGO 13

A Providência de Deus

Cremos que o bom Deus, depois de haver criado todas as coisas, não as abandonou nem as entregou ao
destino ou acaso,1 mas segundo a Sua santa vontade Ele as rege e governa de tal modo que no mundo
nada acontece sem a Sua determinação.2 Deus, contudo, não é o autor nem é culpável dos pecados que
se cometem,3 pois Seu poder e bondade são tão grandes e incompreensíveis que Ele ordena e faz a Sua
obra de modo mais excelente e justíssimo, ainda que os demônios e os ímpios ajam com injustiça.4 E
quanto àquilo que Ele faz que ultrapassa o entendimento humano, não queremos investigar curiosamente
além da nossa capacidade de entender. Mas adoramos com toda humildade e reverência os justos juízos
de Deus, que nos estão ocultos.5 Contentamo-nos em ser discípulos de Cristo, que de- vem aprender
apenas o que Ele nos ensina em Sua Palavra, sem transgredir esses limites.6

Essa doutrina nos traz uma consolação indizível, quando nos ensina que nada nos acontece por acaso,
mas somente pela determinação do nosso gracioso Pai celestial. Ele cuida de nós com zelo paternal,
guardando as Sua criaturas de tal modo que debaixo do Seu poder que nem mesmo um cabelo da nossa
cabeça — pois estão todos contados — ou um pardal cai por terra sem o consentimento do nosso Pai (Mt
10.29, 30). Nisso confia- mos, pois sabemos que Ele reprime o maligno e todos os nossos inimigos para
que não possam nos ferir sem a Sua permissão ou vontade.7

Por isso rejeitamos o detestável erro dos epicureus, que afirmam que Deus não se importa com nada, mas
tudo entrega ao acaso.

1. Jo 5.17; Hb 1.3. 2. Sl 115.3; Pv 16.1, 9, 33; Pv 21.1; Ef 1.11, 12; Tg 4.13-15. 3. Tg 1.13; 1Jo 2.16. 4. Jó
1.21; Is 10.5; Is 45.7; Am 3.6; At 2.23; At 4.27,28. 5. 1Rs 22.19- 23; Rm 1.28; 2Ts 2.11. 6. Dt 29.29; 1Co
4.6. 7. Gn 45.8; Gn 50.20; 2Sm 16.10; Rm 8.28, 38, 39.

ARTIGO 14

A criação e queda do homem e a sua incapacidade de realizar o que seja verdadeiramente bom

Cremos que Deus criou o homem do pó da terra1 e o fez e o formou à Sua imagem e semelhança: bom,
justo e santo.2 A 22 sua vontade ajustava-se à vontade de Deus em tudo. Mas quando o homem estava
naquele estado sublime, ele não o compreendeu nem reconheceu a sua posição excelente, mas acolheu as
palavras do diabo e sujeitou-se por livre vontade ao pecado e, assim, à morte e à maldição.3 Transgrediu o
mandamento de vida que recebera, e por seu pecado apartou-se de Deus, que era a sua vida verdadeira,
corrompendo toda a sua natureza e tornando-se, pois, merecedor da morte física e espiritual.4

Havendo se tornado ímpio e perverso, corrupto em todas as suas práticas, perdeu todos os dons
excelentes5 que havia recebido de Deus. Nada lhe restou disso senão uns poucos vestígios, suficientes
para torná-lo indesculpável.6 Logo, qualquer luz que há em nós transformou-se em trevas,7 como nos
ensina a Escritura: “A luz resplandece nas trevas, e as trevas não prevaleceram contra ela” (Jo 1.5). Aqui o
apóstolo João chama a natureza humana de “trevas”.

Rejeitamos, portanto, todo ensinamento sobre o livre-arbítrio que seja contrário a isso, porque o homem
não passa de escravo do pecado (Jo 8.34) e ninguém “pode receber coisa alguma se do céu não lhe for
dada” (Jo 3.27). Pois, quem é que ousa vangloriar-se de poder por si mesmo fazer algum bem, quando
Cristo afirma que: “Ninguém pode vir a mim se o Pai, que me enviou, não o trouxer” (Jo 6.44)? Quem se
gloriará da sua vontade própria, depois de compreender que “o pendor da carne é inimizade contra Deus”
(Rm 8.7)? Quem pode falar do seu entendimento, quando “o homem natural não aceita as coisas do
Espírito de Deus” (1Co 2.14)? Em resumo, quem é que ousa reivindicar, seja o que for, quando entende
que não somos capazes de pensar alguma coisa, como se partisse de nós mesmos, mas que a nossa
capacidade vem de Deus (2Co 3.5)? Por isso, aquilo que o apóstolo diz deve justamente permanecer certo
e firme: “porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade”
(Fp 2.13). Porque não há entendimento, nem vontade ajustada ao entendimento e à vontade de Deus, se
Cristo não o efetuar em nós, segundo Ele nos ensina: “sem mim nada podeis fazer” (Jo 15.5).

1. Gn 2.7; Gn 3.19; Ec 12.7. 2. Gn 1.26, 27; Ef 4.24; Cl 3.10. 3. Gn 3.16-19; Rm 5.12. 4. Gn 2.17; Ef 2.1; Ef
4.18. 5. Sl 94.11; Rm 3.10; Rm 8.6. 6. Rm 1.20, 21. 7. Ef 5.8.

ARTIGO 15

O pecado original

Cremos que pela desobediência de Adão o pecado original se estendeu a toda a raça humana.1 Esse
pecado é a corrupção de toda a natureza humana2 e um mal hereditário que contamina até mesmo as
criancinhas no ventre de suas mães.3 Como raiz, produz no homem toda a sorte de pecados. É, portanto,
tão vil e enorme diante de Deus que é suficiente para condenar a raça humana.4 Não é eliminado ou
erradicado, nem mesmo pelo batismo, pois o pecado sempre jorra desta corrupção como a água corrente
de uma fonte contaminada.5 Mas apesar de tudo isso o pecado original não é imputado para a condenação
dos filhos de Deus, mas por Sua graça e misericórdia lhes é perdoado.6 Isso não significa que os crentes
podem descansar tranqüilamente em seus pecados, mas que a consciência dessa corrupção mui- tas
vezes pode fazê-los gemer, na ansiosa expectativa de serem libertos do corpo dessa morte.

A esse respeito, repudiamos o erro dos pelagianos que dizem ser esse pecado apenas uma questão de
imitação.

1. Rm 5.12-14, 19. 2. Rm 3.10. 3. Jó 14.4; Sl 51.5; Jo 3.6. 4. Ef 2.3. 5. Rm 7.18, 19. 6. Ef 2.4, 5.

ARTIGO 16

A eleição divina

Cremos que quando toda a descendência de Adão se precipitou na perdição e na ruína pela transgressão
do primeiro homem,1 Deus mostrou-se como realmente é: misericordioso e justo. Misericordioso por
socorrer e salvar desta perdição aos que, em Seu conselho eterno e imutável2 Ele elegeu3 por pura
bondade em Jesus Cristo nosso Senhor,4 sem levar em consideração nenhuma das obras deles.5 Justo
por deixar os outros na queda e na perdição nas quais eles mesmos se precipitaram.

1. Rm 3.12. 2. Jo 6.37, 44; Jo 10.29. Jo 17. 2, 9, 12; Jo 18.9. 3. 1Sm 12.22; Sl 65.4; At 13.48; Rm 9.16; Rm
11.5; Tt 1.1. 4. Jo 15.16, 19; Rm 8.29; Ef 1.4, 5. 5. Ml 1.2, 3; Rm 9.11-13; 2Tm 1.9; Tt 3.4, 5. 6. Rm 9.19-22;
1Pe 2.8.

ARTIGO 17

O socorro do homem caído

Cremos que o nosso Deus gracioso, ao ver que o homem se precipitara na morte física e espiritual e se
fizera completa- mente miserável, em Sua maravilhosa sabedoria e bondade saiu em busca dele quando
fugiu trêmulo da Sua presença.1 Deus o consolou com a promessa de que lhe daria o Seu Filho, nascido
de mulher (Gl 4.4), para esmagar a cabeça da serpente (Gn 3.15) e torná-lo bem-aventurado.2 1. Gn 3.9. 2.
Gn 22.18; Is 7.14; Jo

1.14; Jo 5.46; Jo 7.42; At 13.32, 33; Rm 1.2, 3; Gl 3.16; 2Tm 2.8; Hb 7.14.

ARTIGO 18

A encarnação do Filho de Deus

Confessamos, portanto, que Deus cumpriu a promessa que fizera aos patriarcas pela boca de Seus santos
profetas1 quando, no tempo determinado por Ele,2 enviou Seu próprio Filho unigênito e eterno ao mundo,
que assumiu a forma de servo e nasceu à semelhança de homem (Fp 2.7). Ele verdadeiramente assumiu a
natureza humana verdadeira com todas as suas fraquezas,3 sem pecado.4 Foi concebido no ventre da
bendita virgem Maria pelo poder do Espírito Santo e não pela ação do homem.5 Para que fosse
verdadeiramente homem Ele não apenas assumiu a natureza humana quanto ao corpo, mas também uma
alma humana verdadeira. Pois, assim como o corpo e a alma estavam perdidos, foi necessário que
assumisse os dois para que ambos fossem salvos.

Por isso confessamos (contrários à heresia dos Anabatistas que negam que Cristo assumiu a natureza
carnal da Sua mãe) que Cristo partilhou da carne e do sangue dos filhos (Hb 2.14). Ele é da descendência
de Davi (At 2.30); nascido da descendência de Davi segundo a carne (Rm 1.3); fruto do ventre da virgem
Maria (Lc 1.42); nascido de mulher (Gl 4.4); um renovo de Davi (Jr 33.15); rebento do tronco de Jessé (Is
11.1); procedente da tribo de Judá (Hb 7.14); descendente dos judeus segundo a carne (Rm 9.5); da
semente de Abraão,6 pois o Filho estava ligado à descendência de Abraão. Por isso Ele tinha de ser igual
aos Seus irmãos em todos os aspectos, contudo sem pecado (Hb 2.16, 17; Hb 4.15).

Assim Ele é verdadeiramente o nosso Emanuel, isso é, Deus conosco (Mt 1.23).

1. Gn 26.4; 2Sm 7.12-16; Sl 132.11; Lc 1.55; At 13.23. 2. Gl 4.4. 3. 1Tm 2.5; 1Tm 3.16; Hb 2.14. 4. 2Co
5.21; Hb 7.26; 1Pe 2.22. 5. Mt 1.18; Lc 1.35. 6. Gl 3.16.

ARTIGO 19

As duas naturezas na única pessoa de Cristo

Cremos que, por essa concepção, a pessoa do Filho de Deus está inseparavelmente unida e ligada à
natureza humana,1 de modo que não há dois filhos de Deus, nem duas pessoas, mas duas naturezas
unidas em uma única pessoa. Cada uma delas mantém as sua características distintas: a Sua natureza
Divina permaneceu sempre não-criada, sem começo de dias nem fim de vida (Hb 7.3), preenchendo céu e
terra.2 A Sua natureza humana não perdeu as suas características: tem começo de dias e continua criada;
é finita e conserva todos os atributos de um corpo verdadeiro.3 No entanto, pela Sua ressurreição,
concedeu Ele imortalidade à Sua natureza humana, não havendo modificado a realidade dela,4 pois a
nossa salvação e ressurreição dependem também da realidade do Seu corpo.5

Contudo, essas duas naturezas estão tão intimamente unidas em uma única pessoa que não foram
separadas nem mesmo por Sua morte. Ao morrer, portanto, Ele rendeu nas mãos do Pai um espírito
humano verdadeiro que se apartou do Seu corpo.6 Entretanto a Sua divindade permaneceu sempre unida à
Sua natureza humana, até mesmo quando Ele jazia na sepultura.7 A natureza divina sempre esteve
presente nEle, exatamente como quando era uma criancinha, embora por algum tempo não se tivesse
manifestado.

Por isso confessamos que Ele é verdadeiro Deus e verdadeiro homem: verdadeiro Deus a fim de vencer a
morte pelo Seu poder; e verdadeiro homem a fim de morrer por nós segundo as fraquezas da Sua carne.

1. Jo 1.14; Jo 10.30; Rm 9.5; Fp 2.6,7. 2. Mt 28.20. 3. 1Tm 2.5. 4. Mt 26.11; Lc 24.39; Jo 20.25; At 1.3,11;
At 3.21; Hb 2.9. 5. 1Co 15.21; Fp 3.21. 6. Mt 27.50. 7 Rm 1.4.

ARTIGO 20
A justiça e misericórdia de Deus em Cristo

Cremos que Deus, que é perfeitamente misericordioso e justo, enviou o Seu Filho para assumir a mesma
natureza em que se cometera a desobediência,1 para fazer satisfação nessa mesma natureza e suportar o
castigo do pecado através de Seu sofri- mento e morte mui amargos.2 Deus, assim, manifestou a Sua
justiça contra o Seu Filho quando colocou sobre Ele as nossas iniqüidades3 e sobre nós, que éramos
culpados e merecedores da condenação eterna, derramou a Sua bondade e misericórdia. Por amor
perfeitíssimo Ele entregou o Seu Filho para morrer por nós e o ressuscitou para a nossa justificação,4 a fim
de que por Ele possamos obter imortalidade e vida eternal.

1. Rm 8.3. 2. Hb 2.14. 3. Rm 3.25, 26; Rm 8.32. 4. Rm 4.25.

ARTIGO 21

A satisfação de Cristo, nosso Sumo Sacerdote

Cremos que Jesus Cristo foi confirmado por juramento para ser Sumo Sacerdote para sempre, segundo a
ordem de Melquisedeque.1 Ele se apresentou em nosso lugar diante de Seu Pai, aplacando-Lhe a ira e
satisfazendo-O totalmente2 pela oferta de Si mesmo sobre o madeiro da cruz, onde verteu o Seu precioso
sangue para a purificação dos nossos pecados,3 conforme predisseram os profetas.4 Pois está escrito: “O
castigo que nos traz a paz estava sobre Ele, e pelas Suas pisaduras fomos sarados”;5

“Como cordeiro foi levado ao matadouro”; “Foi contado com os transgressores” (Is 53.5, 7, 12)6 e
condenado como um criminoso por Pôncio Pilatos, que no entanto havia antes declarado a Sua inocência.7
Ele restituiu o que não havia roubado (Sl 69.4). Ele morreu como o justo pelos injustos (1Pe 3.18).8 Ele
sofreu no corpo e na alma, sentindo o castigo terrível causado pelos nossos pecados, e o “Seu suor se
tornou como gotas de sangue caindo sobre a terra” (Lc 22.44). Finalmente Ele exclamou: “Deus meu, Deus
meu, por que me desamparaste?” (Mt 27.46). Tudo isso Ele suportou para o perdão dos nossos pecados.

Por essa causa dizemos, exatamente como Paulo, que nada sabemos “senão a Jesus Cristo e este
crucificado” (1Co 2.2). Consideramos “tudo como perda, por causa da sublimidade do conhecimento de
Cristo Jesus” nosso Senhor (Fp 3.8). Nas suas feridas encontramos consolação e não temos necessidade
de buscar ou de inventar qualquer outro meio de reconciliação com Deus senão esse único sacrifício,
ofertado uma única vez, através do qual os que crêem foram aperfeiçoados para sempre (Hb 10.14).10 Por
isso o anjo de Deus O chamou de Jesus, isto é, Salvador, “porque ele salvará o Seu povo dos pecados
deles” (Mt 1.21).11

1. Sl 110.4; Hb 7.15-17. 2. Rm 4.25; Rm 5.8, 9; Rm 8.32; Gl 3.13; Cl 2.14; Hb 2.9, 17; Hb 9.11-15. 3. At
2.23; Fp 2.8; 1Tm 1.15; Hb 9.22; 1Pe 1.18, 19; 1Jo 1.7; Ap 7.14. 4. Lc 24.25-27; Rm 3.21; 1Co 15.3. 5. 1Pe
2.24. 6. Mc 15.28. 7. Jo 18.38. 8. Rm 5.6. 9. Sl 22.15. 10. Hb 7.26-28; Hb 9.24-28. 11. Lc 1.31; At 4.12.
ARTIGO 22

A nossa justificação pela fé em Cristo

Cremos que para podermos obter o verdadeiro conheci- mento desse grande mistério, o Espírito Santo
acende em nossos corações uma fé verdadeira.1 Fé que abraça Jesus Cristo com todos os Seus méritos,
que se apropria dEle e nada busca além dEle mesmo.2 Pois das duas, uma: ou em Jesus Cristo não há
tudo de que precisamos para a nossa salvação, ou tudo se acha nEle e então aquele que possui Jesus
Cristo pela fé, tem plena salvação.3 É, portanto, uma terrível blasfêmia afirmar que Cristo não é suficiente,
mas que se faz necessário algo além dEle pois resultaria assim que Cristo é apenas um meio Salvador.

Por isso, dizemos exata e corretamente como Paulo que somos justificados pela fé, independentemente
das obras da lei (Rm 3.28).4 Contudo, não entendemos isto, estritamente falando, com se a própria fé nos
justificasse,5 pois ela é apenas o instru- mento com que abraçamos Cristo, justiça nossa. Ele nos imputa
todos os Seus méritos e todas as obras santas que tem feito por nós e em nosso lugar.6 Assim, pois, Jesus
Cristo é a nossa justiça e a fé é o instrumento que nos mantém com Ele na comunhão de todos os Seus
benefícios. Quando estes se tornaram nossos, são mais do que suficientes para nos absolver dos nossos
pecados.

1. Jo 16.14; 1Co 2.12; Ef 1.17, 18. 2. Jo 14.6; At 4.12; Gl 2.21. 3. Sl 32.1; Mt 1.21; Lc 1.77; At 13.38, 39; Rm
8.1. 4. Rm 3.19-4.8; Rm 10.4-11; Gl 2.16; Fp 3.9; Tt 3.5. 5. 1Co 4.7. 6. Jr 23.6; Mt 20.28; Rm 8.33; 1Co
1.30, 31; 2Co 5.21; 1Jo 4.10.

ARTIGO 23

A nossa justiça diante de Deus

Cremos que a nossa bem-aventurança fundamenta-se no perdão dos nossos pecados por causa de Jesus
Cristo, e que nisso consiste a nossa justiça diante de Deus,1 segundo nos ensinam Davi e Paulo. Eles
declaram que é “bem-aventurado o homem a quem Deus atribui justiça, independentemente de obras” (Rm
4.6; Sl 32.1). O apóstolo também diz que somos “justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a
redenção que há em Cristo Jesus” (Rm 3.24).2

Portanto sempre nos apegamos a esse fundamento firme. Damos toda a glória a Deus,3 humilhamo-nos
diante dEle e reconhecemos aquilo que realmente somos. Nada temos que rei- vindicar por causa de nós
mesmos nem por mérito nosso,4 mas dependemos e descansamos somente na obediência de Jesus Cristo
crucificado.5 Esta obediência é nossa quando cremos nEle.6
Ela é o suficiente para cobrir todas as nossas iniqüidades e, nos conceder a ousadia de nos aproximarmos
de Deus, livrando as nossas consciências de temor, terror e assombro, de modo a não seguirmos o
exemplo do nosso primeiro pai, Adão, que trêmulo tentou se esconder e se cobrir de folhas de figueira.7
Certamente que seríamos consumidos se tivéssemos que aparecer diante de Deus confiados em nós
mesmos (por pouco que fosse), ou em qualquer outra criatura (ai de nós!).8 Por isso todos devem dizer
com Davi: ó SENHOR, “não entres em juízo com o teu servo, porque à tua vista não há justo nenhum
vivente” (Sl 143.2).

1. 1Jo 2.1. 2. 2Co 5.18, 19; Ef 2.8; 1Tm 2.6. 3. Sl 115.1; Ap 7.10-12. 4. 1Co 4.4; Tg 2.10. 5. At 4.12; Hb
10.20. 6. Rm 4.23-25. 7. Gn 3.7; Sf 3.11; Hb 4.16; 1Jo 4.17-19. 8. Lc 16.15; Fp 3.4-9.

ARTIGO 24

A nossa santificação e as boas obras

Cremos que esta fé verdadeira operada no homem pelo ouvir da Palavra de Deus e pelo agir do Espírito
Santo,1 regenera-o e torna-o um novo homem;2 faz com que viva uma vida nova e o liberta da escravidão
do pecado.3 Por isso não é verdade que essa fé justificadora o torna indiferente para viver uma vida santa
e boa.4 Ao contrário, sem ela ninguém jamais poderia fazer nada por amor a Deus,5 mas somente por
amor a si mesmo ou por medo da condenação. É, portanto, impossível que essa fé santa seja inoperante
no homem, porque não falamos de uma fé vã, mas da que a Escritura chama de “a fé que atua pelo amor”
(Gl 5.6). Esta fé leva o homem a exercitar- se às obras que Deus ordenou em Sua Palavra. As boas obras,
que procedem da boa raiz da fé, são boas e aceitáveis à vista de Deus, porque são todas santificadas pela
Sua graça. Apesar disso elas não cooperam para a nossa justificação, porque é pela fé em Cristo que
somos justificados, antes mesmo de fazermos quaisquer boas obras.6 De outro modo essas obras não
pode- riam ser boas, assim como o fruto da árvore não pode ser bom, se a árvore não for boa.7

Por isso que praticamos boas obras, não para termos mérito; pois, que mérito podemos ter? Antes, somos
devedores a Deus pelas boas obras que praticamos,8 e não Ele a nós, “por- que Deus é quem efetua em
vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade” (Fp 2.13). Tenhamos sempre em mente o
que está escrito: “Assim também vós, depois de haverdes feito quanto vos foi ordenado, dizei: Somos
servos inúteis, porque fizemos apenas o que devíamos fazer” (Lc 17.10). Contudo, não negamos que Deus
recompensa as boas obras,9 mas é pela Sua graça que Ele coroa os Seus dons.

Além disso, embora pratiquemos boas obras não baseamos nelas a nossa salvação. Pois nada podemos
fazer, por mínimo que seja, que não o contaminemos com a nossa carne e que não seja digno de
punição.10 Ainda que pudéssemos apresentar uma única boa obra, a mera lembrança de um único pecado
bastaria para Deus a rejeitar.11 Assim, estaríamos sempre em dúvida, lançados de uma lado para o outro
sem certeza alguma e com as nossas pobres consciências sempre atormentadas se não confiássemos no
mérito do sofrimento e da morte do nosso Salvador.12

1. At 16.14; Rm 10.17; 1Co 12.3. 2. Ez 36.26, 27; Jo 1.12, 13; Jo 3.5; Ef 2.4-6; Tt 3.5; 1Pe 1.23. 3. Jo 5.24;
Jo 8.36; Rm 6.4-6; 1Jo 3.9. 4. Gl 5.22; Tt 2.12. 5. Jo 15.5; Rm 14.23; 1Tm 1.5; Hb 11.4, 6. 6. Rm 4.5. 7. Mt
7.17. 8. 1Co 1.30, 31. 1Co 4.7; Ef 2.10. 9. Rm 2.6, 7; 1Co 3.14; 2Jo .8; Ap 2.23. 10. Rm 7.21. 11. Tg 2.10.
12. Hc 2.4; Mt 11.28; Rm 10.11.

ARTIGO 25

Cristo, o cumprimento da lei

Cremos que as cerimônias e os símbolos da lei terminaram com a vinda de Cristo, e que todas as sombras
foram cumpridas,1 de modo que o uso delas deve ser abolido entre os cristãos. Contudo, a verdade e a
substância delas permanecem para nós em Jesus Cristo, em quem foram cumpridas.2

No entanto ainda usamos os testemunhos tirados da Lei e dos Profetas, para nos confirmar nas doutrinas
do Evangelho e para ordenarmos a nossa vida com toda honradez, conforme a vontade de Deus e para a
Sua glória.3

1. Mt 27.51; Rm 10.4; Hb 9.9, 10. 2. Mt 5.7; Gl 3.24; Cl 2.17. 3. Rm 13.8-10; Rm 15.4; 2 Pe 1.19; 2Pe 3.2.

ARTIGO 26

A intercessão de Cristo

Cremos que não temos acesso a Deus senão pelo único Mediador e Advogado, Jesus Cristo, o Justo.2
Com esse propósito Ele se tornou homem, unindo as duas naturezas, Divina e humana, para que nós
homens não sejamos impedidos mas tenhamos acesso à Majestade Divina.3 Mas, este Mediador que o Pai
constituiu entre Ele e nós, não nos deve amedrontar por Sua grandeza, a ponto de fazer-nos procurar um
outro, conforme a nossa imaginação. Pois não há ninguém, nem no céu, nem na terra, entre as criaturas,
que nos ame mais que Jesus Cristo.4

“Pois Ele, subsistindo em forma de Deus, ... a Si mesmo se esvaziou tornando-se em semelhança de
homem, e assumindo a forma de servo” por nós” (Fp 2.6, 7), e em todas as coisas tornou- se semelhante a
Seus irmãos (Hb 2.17). Contudo, se fôssemos procurar um outro intercessor, acaso encontraríamos algum
que nos amasse mais do que Aquele que entregou a Sua vida por nós, mesmo quando éramos Seus
inimigos (Rm 5.8, 10)? Se tivéssemos que procurar alguém que tivesse autoridade e poder, quem os teria
mais do que Ele, que está assentado à direita do Pai e que tem toda a autoridade no céu e na terra (Mt
28.18)? E quem será ouvido antes do que o próprio bem-amado Filho de Deus?6

Foi, portanto, a total falta de confiança que introduziu o costume de desonrar os santos, em vez de
honrá-los, ao fazer o que eles mesmos jamais fizeram nem exigiram. Pelo contrário, como registram os
seus escritos, sempre rejeitaram tal honra, como era seu dever7. Aqui não se deve alegar que não somos
dignos, pois não apresentamos as nossas orações em razão de nossa própria dignidade, mas somente
pela excelência e a dignidade de Jesus Cristo,8 cuja justiça é a nossa, mediante a fé.9

Por isso, pelo bom motivo de extrair de nós esse medo tolo, ou antes essa falta de confiança, o autor de
Hebreus nos diz que convinha a Jesus Cristo que “em todas as coisas, se tornasse semelhante aos irmãos,
para ser misericordioso e fiel Sumo Sacerdote nas coisas referentes a Deus e para fazer propiciação pelos
pecados do povo. Pois, naquilo que Ele mesmo sofreu, tendo sido tentado, é poderoso para socorrer os
que são tentados” (Hb 2.17, 18). E depois, para nos encorajar mais ainda a procurá-lO, ele nos diz: “Tendo,
pois, a Jesus, o Filho de Deus, como grande sumo sacerdote que penetrou os céus, conserve- mos firmes
a nossa confissão. Porque não temos sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas
fraquezas; antes, foi ele tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado.
Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e
acharmos graça para socorro em ocasião oportuna” (Hb 4.14-16).10 A mesma carta diz: “Tendo, pois,
irmãos, intrepidez para entrar no Santo dos Santos, pelo sangue de Jesus .... aproximemo-nos, com sincero
coração, em plena certeza de fé etc.” (Hb 10.19, 22). Cristo,

“no entanto, porque continua para sempre, tem o seu sacerdócio imutável. Por isso, também pode salvar
totalmente os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles” (Hb 7.24, 25).11
Então, que mais é necessário, visto que o próprio Cristo diz?: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida;
ninguém vem ao Pai senão por mim” (Jo 14.6). Por que procuraríamos outro advogado, visto que aprouve a
Deus dar-nos Seu Filho como o nosso Advogado? Não o abandonemos por um outro que jamais
haveremos de encontrar. Pois quando Deus o deu a nós, bem sabia que éramos pecadores.

Portanto, segundo o mandamento de Cristo, clamamos ao Pai celestial mediante Cristo, nosso único
Mediador,12 como nos foi ensinado na oração do Senhor.13 E temos a certeza de que o Pai nos concederá
tudo o que pedirmos em Seu nome (Jo 16.23).14

1. 1Tm 2 5. 2. 1Jo 2.1. 3. Ef 3.12. 4. Mt 11.28; Jo 15.13; Ef 3.19; 1Jo 4.10. 5. Hb 1.3; Hb 8.1. 6. Mt 3.17; Jo
11.42; Ef 1.6. 7. At 10.26; At 14.15. 8 Jr 17.5, 7; At 4.12. 9. 1Co 1.30. 10. Jo 10.9; Ef 2.18; Hb 9.24. 11. Rm
8.34. 12. Hb 13.15. 13. Mt 6.9-13; Lc 11.2- 4. 14. Jo 14.13.

ARTIGO 27

A igreja cristã católica ou universal

Cremos e professamos uma única igreja católica ou uni- versal,1 que é a santa congregação e assembléia2
dos verdadeiros crentes em Cristo, que aguardam a sua total salvação em Jesus Cristo,3 lavados por Seu
sangue e santificados e selados pelo Espírito Santo.4

Essa igreja existe desde o princípio do mundo e existirá até o final, pois Cristo é Rei Eterno que não pode
ficar sem súditos.5 Essa santa igreja é preservada por Deus contra o furor do mundo inteiro,6 mesmo que
por um tempo pareça, aos olhos do homem, mui pequena e quase extinta.7 Assim, no perigoso reino de
Acabe, o Senhor preservou para Si sete mil pessoas que não dobraram os joelhos a Baal.8
Além disso, esta santa igreja não está confinada nem limitada a um lugar em particular nem a pessoas
específicas, mas está espalhada e dispersa pelo mundo inteiro.9 Contudo, está integrada e unida, de
coração e vontade, em um único e mesmo Espírito, pelo poder da fé.10

1. Gn 22.18; Is 49.6; Ef 2.17-19. 2. Sl 111.1; Jo 10.14, 16; Ef 4.3-6; Hb 12.22, 23. 3. Jl 2.32; At 2.21. 4. Ef
1.13; Ef 4.30. 5. 2Sm 7.16; Sl 89.36; Sl 110.4; Mt 28.18, 20; Lc 1.32. 6. Sl 46.5; Mt 16.18. 7. Is 1.9; 1Pe
3.20; Ap 11.7. 8. 1Rs 19.18; Rm 11.4. 9. Mt 23.8; Jo 4.21-23; Rm 10.12, 13. 10. Sl 119.63; At 4.32; Ef 4.4.

ARTIGO 28

O dever de juntar-se à Igreja

Cremos que essa santa assembléia e congregação é a assembléia dos remidos e, que fora dela não há
salvação;1 por isso ninguém, seja qual for a sua posição ou reputação, deve se retirar dela e contentar-se
com sua própria pessoa. Todos, porém, são obrigados a se juntar e a se unir a ela,2 conservando a
unidade da Igreja. Devem se submeter à sua instrução e disciplina,3 curvar suas cabeças sob o jugo de
Jesus Cristo,4 e servir a edificação dos irmãos,5 conforme os talentos que Deus lhes concedeu como
membros do mesmo corpo.6

Para que isso se cumpra eficazmente, é dever de todos os crentes, segundo a Palavra de Deus, se separar
dos que não pertencem à Igreja7 e se juntar a essa assembléia8 em todo lugar onde Deus a tenha
estabelecido. Devem fazê-lo mesmo que governos, leis e autoridades lhe sejam contrários, e mesmo que
sejam punidos fisicamente ou com a morte.9

Portanto, todo o que se aparta da Igreja ou não se junta a ela contraria à ordenança de Deus.

1. Mt 16.18, 19; At 2.47; Gl 4.26; Ef 5.25-27; Hb 2.11, 12; Hb 12.23. 2. 2Cr 30.8; Jo 17.21; Cl 3.15. 3. Hb
13.17. 4. Mt 11.28-30. 5. Ef 4.12. 6. 1Co 12.7, 27; Ef 4.16. 7. Nm 16.23-26; Is 52.11, 12; At 2.40; Rm 16.17;
Ap 18.4. 8. Sl 122.1; Is 2.3; Hb 10.25. 9. At 4.19, 20.

ARTIGO 29

As marcas da verdadeira e da falsa igreja

Cremos que devemos distinguir, pela Palavra de Deus, com diligência e muito cuidado, qual é a verdadeira
igreja, pois todas seitas que há hoje no mundo arrogam para si o nome de igreja.1 Não falamos aqui dos
hipócritas que se misturam aos fiéis da igreja, pois embora participem visivelmente da igreja não fazem
parte dela.2 Mas falamos do corpo e da comunhão da verdadeira igreja que se deve distinguir daquelas
seitas que se dizem igreja.

A Igreja verdadeira é reconhecida pelas seguintes marcas: Ela pratica a pura pregação do evangelho;3
mantém a pura administração dos sacramentos segundo Cristo os instituiu;4 exercita a disciplina na igreja
para a correção e punição dos pecados.5 Em síntese, governa a si mesma segundo a pura Palavra de
Deus,6 rejeita tudo o que lhe for contrário7 e tem Jesus Cristo como único cabeça.8 Assim se reconhece
com certeza a verdadeira Igreja, e ninguém tem o direito de se separar dela.

Os que pertencem à igreja devem ser reconhecidos pelas marcas dos cristãos: eles crêem em Jesus Cristo
como o único Salvador;9 fogem do pecado e buscam por justiça;10 amam o verdadeiro Deus e o seu
próximo11 sem se desviar para a direita nem para a esquerda; e crucificam a carne com as obras delas.12
No entanto ainda permanece neles uma grande fraqueza à qual combatem, pelo Espírito, todos os dias das
suas vidas.13 Apelam continuamente para o sangue, sofrimento, morte e obediência de Jesus Cristo no
qual têm a remissão de seus pecados, por meio da fé nEle.14

A falsa igreja, contudo, atribui mais autoridade a si mesma e às suas ordenanças do que à Palavra de
Deus; não quer se submeter ao jugo de Cristo;15 não administra os sacramentos conforme Cristo ordenou
em Sua Palavra, mas acrescenta e sub- trai deles o tanto que lhe convém; baseia-se mais nos homens do
que em Jesus Cristo; persegue aos que vivem de maneira santa, segundo a Palavra de Deus, e aos que
lhe repreendem os seus pecados, cobiça e idolatrias.16

Pela distinção uma da outra, é fácil conhecer essas duas igrejas.

1. Ap 2.9. 2. Rm 9.6. 3. Gl 1.8; 1Tm 3.15. 4. At 19.3-5; 1Co 11.20-29. 5. Mt 18.15-17; 1Co 5.4, 5, 13; 2Ts
3.6, 14; Tt 3.10. 6. Jo 8.47; Jo 17.20; At 17.11; Ef 2.20; Cl 1.23; 1Tm 6.3. 7. 1Ts 5.21; lTm 6.20; Ap 2.6. 8.
Jo 10.14; Ef 5.23; CL 1.18. 9. Jo 1.12; 1Jo 4.2. 10. Rm 6.2; Fp 3.12. 11. 1Jo 4.19-21. 12. Gl 5.24. 13. Rm
7.15; GL 5.17. 14. Rm 7.24, 25; 1Jo 1.7-9. 15. At 4.17, 18; 2Tm 4.3, 4; 2Jo .9. 16. Jo 16.2.

ARTIGO 30

O governo da igreja

Cremos que a verdadeira igreja deve ser governada conforme a ordem espiritual que o nosso Senhor nos
ensinou em Sua Palavra.1 Deve haver ministros ou pastores para pregarem a Palavra de Deus e para
administrarem os sacramentos;2 deve haver também presbíteros3 e diáconos4 para formarem com os
pastores o conselho da igreja. Assim preservam eles a verdadeira religião e zelam para que a sã doutrina
siga o seu curso, para que os maus sejam disciplinados de forma espiritual e sejam contidos e também
para que os pobres e todos os aflitos sejam socorridos e consolados segundo as suas necessidades.6
Assim tudo será bem feito e com boa ordem quando tais homens fiéis são escolhidos7 segundo a regra que
o apóstolo Paulo deu a Timóteo.8
1. At 20.28; Ef 4.11, 12; 1Tm 3.15; Hb 13.20, 21. 2. Lc 1.2; Lc 10.16; Jo 20.23; Rm 10.14; 1Co 4.1; 2Co
5.19, 20; 2Tm 4.2. 3. At 14.23; Tt 1.5. 4. 1Tm 3.8-10. 5. Fp 1.1; 1Tm 4.14. 6. At 6.1-4; Tt 1.7-9. 7. 1Co 4.2.
8. 1Tm 3.

ARTIGO 31

Os oficiais da igreja

Cremos que os ministros da Palavra de Deus, os presbíteros e os diáconos devem ser escolhidos para os
seus ofícios me- diante eleição legítima pela igreja, com oração e em boa ordem, como estipula a Palavra
de Deus.1 Por isso, cada um deve cuidar para não se intrometer no ofício de modo impróprio; pois deve
esperar pelo momento quando ele seja chamado por Deus, para obter o testemunho da sua vocação, por
ser certo e seguro que esta é do Senhor.2 Os ministros da Palavra têm igual poder e autoridade onde quer
que estejam, pois todos eles são servos de Jesus Cristo,3 o único Bispo universal e o único Cabeça da
igreja.4 E para que essa sagrada ordenança de Deus não seja violada nem desprezada, instamos a todos
para que nutram especial estima pelos ministros da Palavra e presbíteros da igreja em razão da obra que
realizam,5 e que estejam em paz com eles, o tanto quanto possível, sem murmurações ou contendas.

1. At 1.23, 24; At 6.2, 3. 2. At 13.2; 1Co 12.28; 1Tm 4.14; 1Tm 5.22; Hb 5.4. 3. 2Co 5.20; 1Pe 5.1-4. 4. Mt
23.8, 10; Ef 1.22; Ef 5.23. 5. 1Ts 5.12, 13; 1Tm 5.17; Hb 13.17.

ARTIGO 32

A ordem e a disciplina da igreja

Cremos que, embora seja útil e bom que os governantes da Igreja entre se estabeleçam e conservem
determinada ordem para manter o corpo da Igreja, no entanto devem se guardar de desviar-se daquilo que
o nosso único Mestre, Cristo, nos ordenou.1 Por isso rejeitamos a todas as invenções e leis humanas
introduzidas no culto a Deus que, de qualquer modo, obriguem ou forcem as consciências.2 Só aceitamos
aquilo que é apropriado para preservar e promover a harmonia e unidade e para manter tudo em
obediência a Deus.3 Para este fim, disciplina e excomunhão devem ser exercidas de acordo com a Palavra
de Deus.4

1. 1Tm 3.15. 2. Is 29.13; Mt 15.9; Gl 5.1. 3. 1Co 14.33. 4. Mt 16.19; Mt 18.15-18; Rm 16.17; 1Co 5; 1Tm
1.20.
ARTIGO 33

Os sacramentos

Cremos que o nosso Deus gracioso, atento à nossa insensibilidade e fraqueza, ordenou os sacramentos
para selar em nós as Suas promessas, para servirem como penhor da Sua boa vontade e graça para
conosco, e para alimentarem e sustentarem a nossa fé.1 Ele os acrescentou à Palavra do evangelho2 para
apresentarem melhor diante dos nossos sentidos externos aquilo que Ele nos declara em Sua Palavra e o
que faz interiormente em nossos corações; confirmando em nós, assim, a salvação que nos concede. Os
sacramentos são os sinais e os selos visíveis de algo interior e invisível, por meio dos quais Deus opera em
nós pelo poder do Espírito Santo.3 Por isso, esses sinais não são vãos nem vazios para nos enganar,
porque Jesus Cristo é a verdade deles; sem Cristo, não seriam nada.

Além disso, nos contentamos com o número dos sacramentos que Cristo, nosso Mestre, nos ordenou:
sendo somente dois, a saber, o sacramento do batismo4 e da Santa Ceia de Jesus Cristo.5

1. Gn 17.9-14; Êx 12; Rm 4.11. 2. Mt 28.19; Ef 5.26. 3. Rm 2.28, 29; Cl 2.11, 12. 4. Mt 28.19. 5. Mt
26.26-28; 1Co 11.23-26.

ARTIGO 34

O sacramento do batismo

Cremos e confessamos que Jesus Cristo, que é o fim da lei (Rm 10.4), ao derramar o Seu sangue pôs fim a
todo e qualquer outro derramamento de sangue que se poderia ou deveria fazer como expiação ou
satisfação pelos pecados. Ele aboliu a circuncisão, que envolvia sangue, e instituiu em lugar dela o
sacramen- to do batismo.1 Pelo batismo somos recebidos na igreja de Deus e separados de todos as
outras pessoas e falsas religiões, para estarmos totalmente comprometidos com Ele,2 de quem carregamos
a marca e o emblema, que nos serve como testemunho de que Ele será eternamente o nosso Deus e Pai
gracioso.

Por isso, Ele ordenou que todos os Seus sejam batizados com água pura, “em nome do Pai, e do Filho, e
do Espírito Santo” (Mt 28.19): dando-nos a entender com isso que assim como a água, derramada em nós,
lava completamente a sujeira do corpo e assim como a água é vista no corpo do batizado quando
derramada nele; o sangue de Cristo, pelo Espírito Santo, faz a mesma coisa no interior da alma.3 Ele lava e
limpa as nossas almas do pecado4 e nos regenera de filhos da ira para filhos de Deus.5 Isso não é
produzido pela água em si mesma6 mas pelo aspergir do precioso sangue do Filho de Deus,7 que é o
nosso Mar Verme- lho,8 que precisamos atravessar para escapar da tirania de Faraó — do diabo — para
entrarmos na Canaã espiritual. Assim os ministros, por sua parte, dão-nos o sacramento e aquilo que é
visível, mas o nosso Senhor nos dá aquilo que o sacramento significa, quer dizer, os dons invisíveis e a
graça. O Senhor lava, purifica e limpa as nossas almas de toda imundície e iniqüidade,9 renova os nossos
corações e os enche de toda consolação, dá-nos a verdadeira certeza da Sua bondade paternal,
reveste-nos de nova natureza, e despe-nos da velha natureza com todas as suas obras.10

Cremos, contudo, que aquele que almeja à vida eterna deve ser batizado uma vez com um só batismo.11 O
batismo nunca deve ser repetido, pois não podemos nascer duas vezes. Além disso, o batismo não nos
beneficia apenas quando a água está em nós e quando o recebemos, mas por toda a nossa vida. Por essa
causa rejeitamos o erro dos Anabatistas, que não se contentam com o batismo recebido uma única vez, e
que também condenam o batismo dos filhos pequenos dos crentes. Cremos que essas crianças devem ser
batizadas e seladas com o sinal da aliança, assim como os bebês em Israel eram circuncidados com base
nas mesmas promessas que agora são feitas aos nossos filhos.12 De fato, Cristo derramou o Seu sangue
para purificar os filhos dos crentes do mesmo modo que o derramou pelos adultos.13 Por isso, devem eles
receber o sinal e o sacramento daquilo que Cristo fez por eles, assim como o Senhor ordenou na lei que
fosse oferecido um cordeiro logo após o nascimento dos filhos,14 que era o sacramento da paixão e morte
de Jesus Cristo. Como o batismo tem para os nossos filhos o mesmo significado que a circuncisão tinha
para o povo de Israel, Paulo chama o batismo de “circuncisão de Cristo” (Cl 2.11).

1. Cl 2.11. 2. Êx 12.48; 1Pe 2.9. 3. Mt 3.11; 1Co 12.13. 4. At 22.16; Hb 9.14; 1Jo 1.7; Ap 1.5b. 5. Tt 3.5. 6.
1Pe 3.21. 7. Rm 6.3; 1Pe 1.2; 1Pe 2.24. 8. 1Co 10.1-4. 9. 1Co 6.11. Ef 5.26. 10. Rm 6.4; Gl 3.27. 11. Mt
28.19; Ef 4.5. 12. Gn 17. 10-12; Mt 19.14; At 2.39. 13. 1Co 7.14. 14. Lv 12.6.

ARTIGO 35

O sacramento da ceia do Senhor

Cremos e confessamos que o nosso Salvador Jesus Cristo instituiu o sacramento da Santa Ceia1 para
nutrir e sustentar aos que Ele já regenerou e incorporou em Sua família, que é a Sua igreja.

Aqueles que nasceram de novo possuem duas vidas diferentes.2 Uma delas é física e temporal, recebida
no primeiro nascimento e é comum a todos os homens; a outra é espiritual e celestial e lhes foi dada no
segundo nascimento como resultado da palavra do evangelho,3 na comunhão do corpo de Cristo. Essa
vida não é comum a todos os homens, mas somente aos eleitos de Deus.

Para a manutenção da vida física e terrena Deus estabeleceu o pão material e terreno. Esse pão é comum
a todos, assim como também a vida é comum a todos. Para a manutenção da vida espiritual e celestial, que
os crentes possuem, Ele lhes enviou o pão vivo que desceu do céu (Jo 6.51) que é Jesus Cristo.4 Este
nutre e sustenta a vida espiritual dos crentes5 quando é comido por eles, isso é, ao ser apropriado e
recebido espiritualmente pela fé.6

Para nos figurar o pão espiritual e celestial, Cristo instituiu para nós o pão visível e terreno como
sacramento do Seu corpo e, o vinho como sacramento do Seu sangue.7 Ele nos testifica que tão realmente
que tomamos e seguramos em nossas mãos o sacramento, e o comemos e bebemos com as nossas
bocas, sustentando assim a nossa vida física, assim também, com certeza recebemos pela fé8 — mão e
boca da nossa alma — em nossas almas, para a sustentação da nossa vida espiritual, o verdadeiro corpo e
o verdadeiro sangue de Cristo, nosso único salvador.

Não há a menor dúvida de que Cristo não nos recomen- dou os Seus sacramentos em vão. Portanto Ele
opera em nós tudo aquilo que para nós Ele representa nesses santos sinais. Não entendemos o modo
como isso se realiza, exatamente como também não compreendemos as atividades ocultas do Espírito de
Deus.9 Contudo, não nos enganamos ao dizermos que o que comemos e bebemos é o corpo verdadeiro e
natural, e o sangue verdadeiro de Cristo. Todavia, não comemos com a boca, mas em espírito pela fé.
Desse modo Jesus Cristo permanece sempre assentado à destra de Deus Seu Pai no céu,10 porém Ele
não deixa de nos comunicar a Si mesmo pela fé. Esse banquete é uma mesa espiritual na qual Cristo nos
torna participantes de Si mesmo, com todos os seus benefícios, e nos concede a graça de gozar dEle
mesmo e dos méritos do Seu sofrimento e morte.11 Ele nutre, fortalece e consola as nossas almas pobres
e desoladas pelo comer da Sua carne, e as refresca e renova pelo beber do Seu sangue.

Embora os sacramentos estejam unidos com a realidade da qual são um sinal, nem todos recebem
ambos.12 O ímpio certamente toma os sacramentos para a condenação dele, mas não recebe a verdade
do sacramento, assim como Judas e Simão o mago, receberam o sacramento sem, contudo, receberem a
Cris- to, que é aquilo que o sacramento representa.13 Cristo é comunicado somente aos crentes.14

Finalmente, recebemos esse santo sacramento na congregação do povo de Deus15 com humildade e
reverência, enquanto celebramos com ações de graça a lembrança sagrada da morte de Cristo, nosso
Salvador, e confessamos a nossa fé e religião cristã.16 Por isso, ninguém pode vir a essa mesa sem
cuidadoso auto-exame, para que, ao comer desse pão e beber desse cálice, não coma e beba juízo sobre
si mesmo (1Co 10.28, 29). Em re- sumo, o uso desse santo sacramento nos leva a amar fervorosa- mente
a nosso Deus e a nosso próximo. Por essa razão rejeitamos como profanação todos os acréscimos e
invenções malditas que os homens acrescentaram e misturaram aos sacramentos. Declaramos que
devemos estar contentados com a ordenação que Cristo e Seus apóstolos ensinaram e falar disso da
mesma maneira que eles falaram.

1. Mt 26.26-28; Mc 14.22-24; Lc 22.19, 20; 1Co 11.23-26. 2. Jo 3.5, 6. 3. Jo 5.25. 4. Jo 6.48-51. 5. Jo 6.63;
Jo 10.10b. 6. Jo 6.40, 47. 7. Jo 6.55; 1Co 10.16. 8. Ef 3.17. 9. Jo 3.8. 10. Mc 16.19; At 3.21. 11. Rm 8.32;
1Co 10.3, 4. 12. 1Co 2.14. 13. Lc 22.21, 22; At 8.13, 21. 14. Jo 3.36. 15. At 2.42; At 20.7. 16. At 2.46; 1Co
11.26.

ARTIGO 36

O governo civil

Cremos que o nosso Deus gracioso, por causa da depravação do gênero humano, estabeleceu reis,
governos e oficiais civis.1 Ele quer que o mundo seja governado por leis e planos de governo,2 para
restringir os excessos dos homens e para que tudo transcorra em boa ordem entre eles.3 Para isso colocou
Ele a espada na mão das autoridades para castigar os malfeitores e proteger os que praticam o bem (Rm
13.4). Eles têm por ofício não apenas restringir e conservar a boa ordem pública, mas também a proteção
da igreja e do seu ministério para que* o reino de Cristo possa vir, a Palavra do evangelho seja pregada em
toda a parte4 e Deus seja honrado e servido por todos — como Ele determina em Sua Palavra.

Além disso, cada um, independente da sua qualidade, condição ou classe é obrigado a submeter-se aos
oficiais civis, pagar os impostos, respeitá-los e honrá-los, e obedecê-los em tudo aquilo que5 não contrarie
a Palavra de Deus.6 Devemos orar por eles para que Deus os dirija em todos os seus caminhos e para que
“para que vivamos vida tranqüila e mansa, com toda piedade e respeito” (1Tm 2.1, 2).

Em razão disso reprovamos os Anabatistas e outros rebeldes, e em geral todos quantos se opõem às
autoridades e aos oficiais civis, subvertem a justiça,7 introduzem a comunhão de bens, e perturbam a boa
ordem que Deus estabeleceu entre os homens.

* As palavras a seguir foram eliminadas nesse ponto, em 1905, pelo Sínodo Geral das Igrejas Reformadas
da Holanda (Gereformeerde Kerken in Nederland): “toda idolatria e falso culto devem ser removidos e
impedidos, e o reino do anticristo deve ser destruído”.

1. Pv 8.15; Dn 2.21; Jo 19.11; Rm 13.1. 2. Êx 18.20. 3. Dt 1.16; Dt 16.19; Jz 21.25; Sl 82; Jr 21.12; Jr 22.3;
1Pe 2.13, 14. 4. Sl 2; Rm 13.4a; 1Tm 2.1-4. 5. Mt 17.27; Mt 22.21; Rm 13.7; Tt 3.1; 1Pe 2.17. 6. At 4.19; At
5.29. 7. 2Pe 2.10; Jd .8.

ARTIGO 37

O juízo final

Por fim, cremos, conforme a Palavra de Deus, que ao chegar1 o tempo ordenado pelo Senhor — mas
desconhecido por todas as criaturas — e se completar o número dos eleitos,2 o nosso Senhor Jesus Cristo
voltará do céu de maneira visível e corporal assim como Ele ascendeu (At 1.11), com grande glória e
majestade.4 Ele instalará a si mesmo como o juiz dos vivos e dos mortos5 e porá este antigo mundo em
chamas para o purificar.6 E então, todas as pessoas — homens, mulheres e crianças — que existiram no
mundo, desde o seu princípio até o seu final, aparecerão pessoalmente diante deste Grande Juiz,7
intimados pela voz do arcanjo e pela trombeta de Deus (1Ts 4.16).

Todos os que morreram antes deste dia ressurgirão da terra,8 quando os seus espíritos se reunirem aos
corpos com que vi- viam. Os que estiverem vivos não morrerão como os outros, mas serão transformados
de corrupção em incorrupção num piscar de olhos.9 Então, se abrirão os livros e os mortos serão julgados
(Ap 20.12) segundo o que fizeram, de bom ou de mal, neste mundo (2Co 5.10).10 Na verdade, todos neste
dia prestarão contas de toda palavra frívola que proferiram (Mt 12.36), as quais o mundo considera apenas
como zombaria e diversão. E os segredos e as hipocrisias dos homens serão revelados publicamente
diante dos olhos de todos. Por isso, pensar neste juízo é coisa terrível e apavorante para os ímpios e
malfeitores,11 mas é grande gozo e conforto para o justo e eleito. Para eles completar-se-á a plena
redenção e receberão os frutos de seus labores e das angústias que sofreram.12 A todos será manifesta a
sua inocência e contemplarão a terrível vingança que Deus trará sobre os ímpios que os perseguiram,
oprimiram e atormentaram neste mundo.13
Os ímpios serão condenados pelo testemunho das suas próprias consciências e tornar-se-ão imortais
tão-somente para serem atormentados no “fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos” (Mt 25.41),15
mas os fiéis e eleitos serão coroa- dos de glória e de honra. O Filho de Deus confessará os seus nomes
diante de Deus Seu Pai (Mt 10.32) e dos anjos eleitos (Mt 10.32).16 Deus “lhes enxugará dos olhos toda
lágrima” (Ap 21.4),17 e a causa deles — no presente, condenada como herética e maligna por tantos juízes
e autoridades civis — será reconhecida como a causa do Filho de Deus. O Senhor, por graciosa
recompensa, lhes fará possuir uma tal glória, que é impossível de ser concebida pelo coração do
homem.18 Por isso ansiamos com grande expectativa por aquele grande dia para gozarmos da plenitude
das promessas de Deus em Jesus Cristo nosso Senhor.

Amém! Vem, Senhor Jesus! (Ap 22.10).

1. Mt 24.36; Mt 25.13; 1Ts 5.1, 2. 2. Hb 11. 39, 40; Ap 6.11. 3. Ap 1.7. 4. Mt 24.30; Mt 25.31. 5. Mt 25.31-46;
2Tm 4.1; 1Pe 4.5. 6. 2Pe 3.10-13. 7. Dt 7.9-11; Ap 20.12, 13. 45

Projeto Refo500 Brasil

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