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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

Escola de Engenharia – UFMG


Departamento de Engenharia Mecânica – DEMEC

Manutenção Mecânica

4. Técnicas de Manutenção

Prof. Fabrício Pujatti


Técnicas de Manutenção:

- Introdução

- Análise de Temperatura

- Análise de Vibração

- Análise de Óleo

- Análise de Imagem

- Ensaios Não-destrutivos (END)


Análise de Temperatura:

Princípio de Medição:

- Medição por Contato: A medida é feita pelo contato físico do sensor


com o meio cuja temperatura se deseja medir.

“Dois sistemas em equilíbrio térmico entre si estão em uma mesma


temperatura”

- Medição sem contato: Sensor mede a intensidade da radiação


eletromagnética (térmica) emitida pelo meio.

“Temperatura calculada pela equação de Planck com base na teoria do


corpo negro”
Análise de Temperatura:

Classificação dos Sensores:

- Medição por Contato:


Resistivos:
- Termoresistência de Platina (Ni, Cu)
- Termistores
Dilatação:
- Bimetálicos
- Líquido em vidro, bulbo cheio
Geradores de Tensão:
- Termopares (K, J, N)
Outros:
- Tintas, vernizes, cristal líquido, cone pirométrico
Análise de Temperatura:

Classificação dos Sensores:

- Medição sem Contato:


Ópticos:
- Pirômetros ópticos de desaparecimento de filamento

Infravermelho:
- Pirometros infravermelhos
Radiação total
Espectral
Análise de Temperatura:

Principio de Operação:

- Tintas e Vernizes: Materiais que mudam de cor por transformações


físico-químicas dependentes da temperatura:
- Lápis e Tintas Indicadoras
Lápis especiais com núcleos marcadores que mudam de cor em
temperaturas especificadas
Kits são compostos por dezenas de indicadores, cobrindo faixas
de 30ºC a 1400 ºC em intervalos muito pequenos
Utilizados com testemunho para valores de temperatura
Incerteza de ± 5 ºC

46 47 49 54
77 116
Análise de Temperatura:

Principio de Operação:

- Termometros de Vidro (TLV): Dilatação volumétrica de um líquido


termométrico armazenado em um bulbo interno em uma haste de
vidro, continuado por um furo capilar, sobre a qual é gravada uma
escala em unidades de temperatura
Imersão parcial, total ou completa com diversas graduações e
comprimento de escalas (-50 a 400 ºC)
Divisão Unitária: Graduação de 1 ºC (ºF ou K);
Divisão 1/2 Grau: Graduação de 0,5 ºC (ºF ou K);
Divisão 1/5 Grau: Graduação de 0,2 ºC (ºF ou K);
Divisão Decimal: Graduação de 0,1 ºC (ºF ou K);
Divisão Centesimal: Graduação de 0,01 ºC (ºF ou K).
Bulbo Capilar Escala Haste

Câmara de Contração
Câmara de expansão
Análise de Temperatura:
Principio de Operação:

- Termômetro Bimetálico: Variação dimensional e geométrica provocada


por mudança de temperatura em lâminas bimetálicas compostas por
materiais com diferentes coeficientes de dilatação.
Diferentes formas: Espiral, haste
Faixa de utilização de 0 a 500 ºC
Exatidão de 1%, 2% e 5% do fundo de escala (material)
Utilizados na construção de relés e chaves termostáticas para
controle de temperatura (capacidade de acionamento mecânico)
Metal A

+ T 
Metal B

Espiral Bimetálica Capa

Ponteiro

Vidro Magnetos de Fixação

Escala

VISÃO LATERAL VISÃO TRASEIRA


Análise de Temperatura:
Principio de Operação:

- Termômetro de Vapor: Variação da pressão de vapor de um líquido, ou


gás, contido em um bulbo que é ligado por um capilar a um
manômetro com escala em unidades de temperatura.
Diferentes formas: Espiral, haste
Faixa de utilização de 0 a 300 ºC
Exatidão de 5% do fundo de escala

Bulbo Sensor
Tubo Capilar

Indicador
Análise de Temperatura:
Principio de Operação:

- Termopares: Sensor (transdutor) formado pela junção de dois


condutores elétricos, termoeletricamente dissimilares
Simplicidade, robustez, baixo custo. Geração direta de um sinal
elétrico. Responsáveis por mais de 75% das medições de
temperatura
Elemento A A Efeito Seebeck:
“Se dois condutores
T1 ≠ T2
T1 T2 elétricos dissimilares
forem ligados em
Elemento B circuito fechado,
ocorrerá circulação
Fe de corrente no
Junção de Junção de Medição circuito se existir
Referência V
Constantan diferença de
temperatura entre as
V   (VA - VB)
junções”.
Análise de Temperatura:
Formas Construtivas:

- Termopares:
Tipo Convencional: Confeccionado a partir de componentes
discretos. (Ex: termoelementos + isoladores + tubos de proteção +
cabeçotes + etc.).

Tubo de Proteção Isolador

Junção de Medição
Cabeçote
Análise de Temperatura:
Formas Construtivas:

- Termopares: Montagem
Análise de Temperatura:
Formas Construtivas:

- Termopares: Métodos de construção da junção de medição


Junção Junção Torcida Junção Elemento de Contato

Isoladores: Tubos capilares e miçangas de alumina, do tipo Pitágoras


610 (até 1200 ºC) e Alsint 710 para temperaturas acima de 1200 ºC
Tubos de proteção:
Cerâmicos: Alumina 610 ou 710 com bitolas variando de 5 a 25mm
Metálicos: Aço inoxidável e refratários, ligas especiais, cobre, ferro, etc.
Cabeçotes:
metálicos ou de plástico de engenharia de diversos tamanhos e formatos,
dependendo da aplicação. Podem ser utilizadas conexões
compensadas, moldadas em baquelita, com contatos em ligas
similares aos termoelementos do termopar
Análise de Temperatura:
Associação de Termopares:

- Associação em série: A FEMt resultante da associação de termopares


em série é a soma algébrica das FEMt de cada termopar

Va

Vb Vr = Va+Vb+Vc

Vc

T1 T2
Análise de Temperatura:
Associação de Termopares:

- Associação em paralelo: A FEMt resultante da associação de


termopares em paralelo é a média aritmética das FEMt dos
termopares

Va

Vb Vr = Va+Vb+Vc
3

Vc

T1 T2
Análise de Temperatura:
Identificação dos Termopares:

- Principais Termopares: Códigos/Cores/Faixa de utilização


Cód. Fio Fio Faixa FEMt Limite Erro
ANSI + - (C) mV

-210 / 2,2 C
J Ferro Constantan -8 / 70
1200 0,75%

-250 / 1,0 C
K Cruel Alumel -6 / 55
1372 0,75%

1,7 C
T Cobre Constantan -270 / 400 -6 / 21
0,5%

-270 / 2,2 C
E Cromel Constantan -9 / 77
1000 0,75%

-250 / 2,2 C
N Nicrosil Nisil -4 / 47
1300 0,75%

Platina+ 1,5 C
S Platina -50 / 1768 0,2 / 18
10% Ródio 0,25%

Platina+ 1,5 C
R Platina -50 / 1768 0,2 / 21
13% Ródio 0,25%

Platina+ Platina+
B 0 / 1820 0 / 14 0,5%
30% Ródio 6% Ródio

Tungstênio+ 5% Tungstênio+ 4,5 C


C 0 / 2320 0 / 37
Rênio 26% Rênio 1%

Tungstênio+ 3% Tungstênio+ 4,5 C


D 0 / 2320 0 / 40
Rênio 26% Rênio 1%
Análise de Temperatura:
Principio de Operação:

- Termoresistências: Sensores Resistivos de Temperatura (RTD -


Resistance Temperature Detector)
Dispositivos que medem através da correlação entre as
variações da resistência elétrica com a variação de temperatura

T R T(C) = f(R)
Análise de Temperatura:
Principio de Operação:

- Termoresistências: Sensores Resistivos de Temperatura (RTD -


Resistance Temperature Detector)
Platina é usada em quase 100% das aplicações
Os RTD's de fios de platina são conhecidos como PTXXX, onde
XXX é o valor da resistência a 0 ºC. Valores típicos: PT25; PT50;
PT100; PT500; PT1000.
O PT100 representa mais de 99% do total de RTD's. Faixa de
utilização varia de -270 ºC a 850 ºC, dependendo do material usado
para encapsulamento (vidro, cerâmica, resinas, etc.)
Exatidão: 0,15 ºC a 1,5 ºC - Depende da faixa de utilização e da classe
Preto

Preto

2 fios 3 fios
4 fios
Análise de Temperatura:
Características principais:

- Termoresistências: Sensores Resistivos de Temperatura (RTD -


Resistance Temperature Detector)
Tempo de Resposta: Depende do material e diâmetro da capa.
Típico de 5s para bulbo de cerâmica com diâmetro de 6,0mm em
água
Corrente de Medição: Valores típicos: de 1,0 mA a 10 mA. Quanto
menor o valor da corrente, menor será o auto aquecimento
provocado pela dissipação térmica no sensor. (P = I2.R)
Dimensões: Diâmetro de 1,5 mm a 6,0mm e comprimento de 12 a
50mm. Bulbos menores, feitos com tecnologia de deposição de
filmes finos, já estão disponíveis para aplicações especiais
Custo: R$ 25,00 a R$ 1.000,00 (Somente os bulbos sensores)
Análise de Temperatura:
Formas construtivas:

- Termoresistências: Sensores Resistivos de Temperatura (RTD -


Resistance Temperature Detector)
Capa Protetora: Cerâmica, aços especiais (AISI304,316, 446, 310), inconel,
hastalloy, monel
Isolador: Miçangas de cerâmica e vidro, tubos capilares de cerâmica, pós
compactados, teflon, etc.
Fios de Ligação: cobre, prata, ouro e ligas desses metais. Ligação a 2, 3, ou 4 fios
Bulbos: PT100 (PTXXX), classe DIN A ou B, com encapsulamento em cerâmica,
vidro ou resinas especiais. Podem ser do tipo filme fino
Cabeçote Terminal: Rabicho, cabeçotes metálicos e plásticos de engenharia em
tamanhos variados, conectores com encaixes macho ou fêmea
Capa Isolador Fios de
Protetora Ligação

Cabeçote Terminal Bulbo


Análise de Temperatura:
Principio de Operação:

- Pirômetros de Radiação:

ESPECTRO ELETROMAGNÉTICO

RAIOS ULTRA INFRA


RAIOS VISÍVEL RÁDIO
GAMA VIOLETA VERMELHO
X

1Å 100Å 0,1 cm 100 km

0,4m 0,8m 3m 6m 15m


Análise de Temperatura:
Principio de Operação:

- Olho Humano:
Sintonizado no visível, com sensibilidade máxima em 0,5 μm.
(Comprimento de onda solar, cor verde)
Boa capacidade para discriminar cores, porém a percepção visível
do calor começa somente acima de 500 ºC
Inadequada para medições absolutas

Temperatura x Cor Percebida


Temperatura Temperatura
Cor Cor
C C
Limiar do
500 1100 Amarelo/Laranja
Vermelho
Vermelho Amarelo
700 1250
esmaecido brilhante
900 Laranja 1500 Branco
Laranja
1000 1800 Branco ofuscante
brilhante
Análise de Temperatura:
Principio de Operação:

- Pirômetros de Radiação Espectral: Medição de temperatura a partir da


radiância espectral emitida por superfícies, em uma estreita banda
do espectro (faixa típica de 0,5 a 8μm), utilizando detectores
fotoelétricos.
Faixa típica: 300°C a 3000°C (portátil ou em instalações fixas)
Indicação: local (Portáteis)/Saída analógica (Instalações fixas);
Custo: R$ 5.000,00 a R$ 30.000,00;
Resposta: baixos valores de constante de tempo (Respostas
rápidas);
Emissividade: menos sensíveis às variações de emissividade,
quando comparados com os termômetros de radiação total
Análise de Temperatura:
Principio de Operação:

- Pirômetros de Radiação Total: Medição de temperatura a partir da


radiância espectral emitida por superfícies, em uma banda larga do
espectro (faixa típica de 8 a 20 μm), utilizando detectores do tipo
pilha de termopares.
Faixa típica: -20°C a 1000°C (portátil ou em instalações fixas)
Indicação: Digital / Saída analógica/digital;
Custo: R$ 600,00 a R$ 8.000,00;
Resposta: Médios valores de constante de tempo;
Emissividade: sensíveis às variações de emissividade.
Análise de Temperatura:
Principio de Operação:

- Pirômetros Ópticos: Pirômetro Óptico de Desaparecimento de


Filamento mede temperatura pela comparação de intensidades de
brilhos (cores) entre um alvo e um filamento calibrado, aquecido por
corrente elétrica
A comparação das cores é feita pelo operador tendo como
facilitador um sistema óptico que focaliza, em seu ângulo de visão, o
filamento e o alvo
Filtros especiais levam a comparação de brilho a ser feita no
comprimento de onda de 655m, tornando o equipamento um
termômetro espectral edição de temperatura a partir da radiância
espectral emitida por superfícies, em uma banda larga do espectro
(faixa típica de 8 a 20 μm), utilizando detectores do tipo pilha de
termopares.
Análise de Temperatura:
Principio de Operação:

- Pirômetros Ópticos:

VISTA ESQUEMÁTICA DE UM PIRÔMETRO


ÓPTICO
Filtro
Lâmpad
a

ALVO
Vcc A °C
Análise de Temperatura:
Principio de Operação:

- Termovisão e Termografia:
Inspeções em linhas de transmissão, painéis elétricos, geradores, etc.
Monitoração de temperaturas superficiais em fornos, linhas de vapor, caldeiras, etc.
(inclusive com possibilidades de cálculos de perdas térmicas e inspeção de
isolamento térmico)
Inspeção em sistemas de ar condicionado e perdas em edificações, parâmetros
atmosféricos, etc.
Análise de Temperatura:
Principio de Operação:

- Termovisão e Termografia:
Análise de Temperatura:
Principio de Operação:

- Termovisão e Termografia:
Análise de Temperatura:
Principio de Operação:

- Termovisão e Termografia:

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