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Registro: 2019.0000339940
ACÓRDÃO
Ricardo Chimenti
Relator
Assinatura Eletrônica
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
Voto n. 13444
Ano 2019
I Relatório
II Fundamentação
comportam acolhimento.
O acórdão embargado está assim ementado:
(...)
Não há que se confundir vício da petição inicial (quando o juiz deve
provocar a emenda art. 321 do NCPC) com vício da CDA (que pode
implicar em nulidade da execução art. 803, I, do NCPC). Daí porque, e
também em respeito ao princípio da imparcialidade, não cabe ao juízo
determinar a intimação da Fazenda exequente para emenda ou
substituição prevista no § 8º do artigo 2º da Lei n. 6.830/1980,
providência que, aliás, exigiria, em favor de uma só das partes, a análise
individualizada das milhões de Execuções Fiscais que atualmente
tramitam pelo Poder Judiciário e inestimável número de intimações
pessoais (art. 25 da Lei n. 6.830/1980).
O título executivo extrajudicial que instrui a execução fiscal (CDA art.
784, IX, do NCPC) deve traduzir crédito dotado de presunções relativas
de liquidez e certeza. Referidas presunções têm por pressuposto que a
regularidade da exigência foi conferida pala Fazenda Exequente no ato
da inscrição do débito na dívida ativa (aliás, a finalidade da inscrição é
justamente a de conferir a regularidade da exigência).
(...)
No caso concreto, realizando o confronto entre as certidões de dívida
ativa que embasam a execução fiscal (fls. 03) com as disposições do
transcrito artigo 2º, § 6º, da Lei de Execução Fiscal, verifica-se que os
títulos padecem de vícios insanáveis, sendo, portanto, nulos.
De fato, a CDA em questão não especificou o dispositivo legal em está
embasada a cobrança principal. Aliás, sequer menciona, ainda de que de
forma genérica, a legislação apta a respaldar a exação.
Ademais, não indica a data do vencimento das parcelas, tampouco
discrimina o exercício a que se refere. Observa-se que há, apenas, a
indicação da referência legal dos encargos moratórios.
“[...]
1. Os embargos de declaração consistem em recurso de índole particular,
cabível contra qualquer decisão judicial, cujo objetivo é a declaração do
verdadeiro sentido de provimento eivado de obscuridade, contradição ou
omissão (artigo 535 do CPC), não possuindo a finalidade de reforma ou
anulação do julgado, sendo afeto à alteração consistente em seu
esclarecimento, integralizando-o. [...]” (REsp 1129215/DF, Rel. Ministro
Luis Felipe Salomão, Corte Especial, julgado em 16/09/2015, DJe
03/11/2015)
E ainda:
“[...]
2. Os Embargos de Declaração não podem ser utilizados com a
finalidade de sustentar eventual incorreção do decisum hostilizado ou de
propiciar novo exame da própria questão de fundo, em ordem a
viabilizar, em sede processual inadequada, a desconstituição de ato
judicial regularmente proferido.
[...]” (EDcl no REsp 1047686/RS, Rel. Ministro Napoleão Nunes Maia
Filho, Terceira Seção, julgado em 10/03/2010, DJe 06/04/2010)
2 EDcl no RMS 18.399/PR, Rel. Ministra Laurita Vaz, Quinta Turma, julgado em 23/02/2010, DJe 22/03/2010
3 Código de processo civil comentado e legislação extravagante 14. ed. São Paulo : Editora Revista dos Tribunais, 2014, p. 1115, nota n.
10 ao artigo 535 do CPC/1973.
“Do mesmo modo, não cabe esse recurso em matéria cível para o
Judiciário mencionar qual a lei, ou o artigo dela, ou da Constituição
Federal, etc., que esteja a aplicar. Deixar de fazê-lo não é omissão no
sentido legal: não existe tal pressuposto para a completude do
julgamento cível. Essa subsunção de natureza tópica é assunto para
qualquer intérprete. Para a fundamentação do julgado o necessário e
suficiente é que se trabalhe mentalmente com os conceitos vigentes
contidos no sistema jurídico.” (Embargos de declaração nº
147.433-1/4-01, São Paulo, 2ª Câmara Civil, citados nos embargos de
declaração nº 199.368-1, julgado pela 1ª Câmara, Relator Desembargador
Guimarães e Souza).
No mesmo sentido:
2013.
Enfim, não havendo omissão ou qualquer outro vício a serem
supridos e não se prestando os embargos de declaração ao mero prequestionamento de
matéria visando à interposição dos recursos especial e extraordinário ou à rediscussão
do que foi decidido, impõe-se a rejeição deste recurso.
III Conclusão
RICARDO CHIMENTI
Relator
(Assinatura Eletrônica)