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ANÁLISE ESTRUTURAL

Disciplina: Projeto Estrutural


Professor: Luiz Fernando Seixas
Conceitos Básicos
 Previsão das ações – com base na
funcionalidade do edifício, no arranjo em
estudo (pré-dimensionamento), nos
materiais, dimensões da construção e
interação edifício-ambiente.
 Ações – natureza estática ou dinâmica;
 Em muitos casos o projetista tem opções
alternativas para idealizar uma
determinada ação.
Conceitos Básicos
Conceitos Básicos
 Outro exemplo ilustrativo é o de paredes de
alvenaria sobre uma laje. O carregamento
das paredes sobre a laje pode ser expresso
por forças verticais distribuídas sobre área de
contato, ou no caso em que as paredes se
espalham sobre a laje , é usual idealizar o
carregamento como uma força vertical
uniformemente distribuída sobre a superfície
total da laje.
 A ação de paredes de alvenaria pode ser
considerada linearmente distribuída na laje
quando esta for considerada armada em uma
direção.
O Modelo Mecânico
 O projetista estrutural não analisa a
estrutura real, mas uma versão
idealizada que representa o modelo
mecânico.
 O modelo mecânico engloba todas as
idealizações adotadas pelo
engenheiro e se expressa por um
conjunto de relações matemáticas que
interligam as variáveis importantes no
fenômeno físico em estudo.
O Modelo Mecânico
 É imprescindível que o projetista tenha
habilidade e conhecimentos suficientes
para que o modelo seja capaz de
representa o sistema físico real.
 Quanto maior a representatividade do
modelo, mais elaborado ele será:
◦ Aumento da complexidade de teorias;
◦ Integração de maior número de elementos
estruturais;
◦ Inclusão de solo e fundações em conjunto
com a superestrutura.
O Modelo Mecânico
Custo da Estrutura
 O custo da estrutura de concreto armado
moldado no local resulta da ordem de 20% a
25% do custo total de uma obra;
 Evidentemente, cada edifício tem seu custo
particular, pois condições específicas do
terreno exigem condições únicas para a
fundação. Os acabamentos também influem
muito no custo final.
 Nos custos do concreto armado estão
envolvidos o custo dos materiais que o
compõem (brita, areia, cimento, aditivos,...),
aço, formas, andaimes, mão-de-obra,
lançamento, adensamento, cura e desforma.
Custo da Estrutura
 As formas, assim como o
cimbramento, devem ser projetadas
prevendo-se o máximo de
reaproveitamento possível, sendo a
padronização um dos aspectos mais
improtantes .
Ações a considerar no projeto de
estruturas
 Ações Permanentes: pequenas
variações em torno de uma média, em
toda sua vida útil.
◦ Diretas: peso próprio, peso dos
equipamentos fixos, empuxos;
◦ Indiretas: forças de protensão, recalques,
retração.
Ações a considerar no projeto de
estruturas
 Ações Variáveis: variações
significativas em torno de uma média,
em toda sua vida útil. (Ações de uso,
efeitos(impacto, frenação,...), vento,
variações de temperatura, pressão.)
◦ Variáveis normais: probabilidade
suficientemente grande (carga acidental);
◦ Variáveis Especiais: ações sísmicas ou
cargas acidentais especiais (caminhões
em transporte de turbinas)
Ações a considerar no projeto de
estruturas
 Ações Excepcionais: duração
extremamente curta e muito baixa
probabilidade de ocorrência
(explosões, choques de veículos,
incêndios, enchentes, sismos
especiais)
Vento
 No caso de estruturas de grande
altura ou que tem relação entre altura
e maior dimensão em planta grande,
estes efeitos tornam-se mais
importantes, e podem desencadear
situações de instabilidade do edifício.
 Eles geram momentos de segunda
ordem na estrutura em si.
Vento
 Os efeitos de segunda ordem são, em
geral, maiores quando existem ações
laterais significativas atuando em uma
estrutura. Se essa estrutura possuir uma
grande rigidez, eles serão pequenos,
resultando em momentos de segunda
ordem desprezíveis para efeito de
cálculo.
 Admite-se que os efeitos de segunda
ordem são pequenos quando inferiores a
10% dos momentos de segunda ordem.
Vento
 NBR 6123 – As forças relativas ao
vento atuantes em uma edificação
devem ser calculadas
separadamente:
◦ Elementos de vedações e suas fixações
(telhas, vidros, esquadrias, painéis de
vedação);
◦ Partes da estrutura (telhados, paredes);
◦ Estruturas como um todo;
Vento – Cálculo dos esforços
solicitantes
 Para a determinação dos esforços
solicitantes por causa da ação do
vento em estruturas reticulares, as
ações podem ser consideradas
concentradas no nível de cada laje.
 Para este caso é recomendado o
quinhão de carga em cada pórtico,
que varia de acordo com a sua
rigidez.
Vento – Elementos estruturais
 Vento, de forma simplificada, é o
deslocamento de massas de ar
decorrentes das diferenças de
temperatura, e principalmente, pressão
na atmosfera.
 A massa de ar ao adquirir uma certa
velocidade, quando encontra uma
superfície de uma estrutura inerte,
produz nela uma pressão, como pode
ser demonstrado pelo teorema de
Bernoulli.
Vento – Elementos estruturais
 Normalmente, as estruturas de
concreto armado são formadas de
elementos prismáticos, ou seja,
elementos com uma dimensão bem
maior que as outras duas, e seção
transversal constante. Um arranjo
interessante para absorver as ações
de ventos são os pórticos,
constituídos de pilares e vigas.
Vento – Determinação da
intensidade da ação
 A formação do vento depende de uma
série de fenômenos meteorológicos, e
considerar que ele tem caráter
aleatório.
 O projetista deve adotar para direção
do vento a que seja mais desfavorável
para a estrutura.
 Antes de determinar a força aplicada
ao vento nas edificações é preciso
definir alguns termos importantes:
Vento – Determinação da
intensidade da ação
 Barlavento: região de onde sopra o
vento, em relação à edificação
(atingida diretamente pelo vento)
Vento – Determinação da
intensidade da ação
 Sotavento: região oposta àquela de
onde sopra o vento, em relação à
edificação;
Vento – Determinação da
intensidade da ação
 Sobrepressão: pressão efetiva acima
da pressão atmosférica da referência
(sinal positivo);
 Sucção: pressão efetiva abaixo da
pressão atmosférica de referência
(sinal positivo)
Vento – Determinação da
intensidade da ação
Vento – Determinação da
intensidade da ação
Vento – Determinação da
intensidade da ação
Vento – Determinação da
intensidade da ação
Vento – Esforços Solicitantes
 A pressão de obstrução qvento
caudada pelo vento (pressão
dinâmica do vento, em N/m²),
corresponde a velocidade
característica (projeto) em condições
normais de temperatura e pressão (1
atm), pode ser determinada pelo
teorema de Bernoulli:
qvento  0,613 Vk
2
Vento – Esforços Solicitantes
 Essa velocidade característica do vento é
obtida, em geral, em referência a valores
medidos próximos a região em que se
construirá a edificação.
 velocidade do vento em uma edificação é
analisada em função do local, tipo de
terreno, altura da edificação e rugosidade
do terreno, finalidade da edificação.

Vk  Vo  S1  S2  S3
Vento – Esforços Solicitantes
 Vo é a velocidade básica do vento;
 S1 é um fator que depende da topografia
(fator topográfico)
 S2 é o fator de rugosidade do terreno
(dimensões e altura da edificação)
 S3 é um fator estatístico.
Vento – Esforços Solicitantes
 A velocidade básica do vento é dada em
um gráfico de isopletas, do Brasil, e
considerando as seguintes situações:
◦ Velocidade básica de uma rajada de 3s;
◦ Período de retorno de 50 anos;
◦ Probabilidade de 63% de ser excedida pelo
menos uma vez no período de retorno de 50
anos;
◦ Altura de 10m;
◦ Terreno plano, em campo aberto, sem
obstruções;
Vento – Esforços Solicitantes
Vento – Esforços Solicitantes
 Percebe-se que os valores dos coeficientes
são empregados para “adaptar” o valor das
velocidades do vento medida
experimentalmente com a que
provavelmente atuará na edificação em
questão. Determinada a pressão de
obstrução, é possível calcular a força de
arrasto, que é a ação do vento
perpendicular a uma determinada
superfície, obtida em função do coeficiente
de arrasto.
Vento – Fator topográfico
 O fator topográfico leva em consideração
as variações do relevo do terreno, e para a
sua determinação, três situações
contempladas: terreno pouco plano ou
pouco ondulado, talude e morros.
◦ Terrenos planos ou fracamente acidentados: 1,0
◦ Vales protegidos de ventos de qualquer situação: 0,9
◦ Morros e taludes: 1,0
◦ No ponto B, é calculado por:
S1 ( z )  1,0  (  3º )
z
S' ( z )  1,0  (2,5  )  tg (  3º )  1  (6º    17º )
d
z
S1 ( z )  1,0  (2,5  )  0,31  1  (  45º )
d
Vento – Fator topográfico
 Onde:
◦ z – é a altura medida a partir da superfície
do terreno no ponto considerado;
◦ d – é a diferença do nível entre a base e o
topo do talude ou morro;
◦ Θ – é a inclinação média do talude ou
encosta do morro.
Vento – Fator topográfico
Vento – Fator topográfico
Vento – Dimensões e altura da
edificação
 O fator S2 considera o efeito combinado da
rugosidade do terreno, da variação da
velocidade do vento com a altura acima do
terreno e das dimensões da edificação ou
parte da edificação em consideração:
◦ a) Rugosidade do terreno: o efeito leva
em conta as particularidades da
edificação em relação à sua dimensão e
à presença ou não de obstáculos ao seu
redor. A rugosidade do terreno é
classificada em cinco categorias:
Vento – Dimensões e altura da
edificação
 Categoria I – superfícies lisas de grandes
deimensões, com mais de 5km de extensão,
medida na direção e sentido do vento
incidente. Ex.: mar calmo, lagos, rios e
pântanos sem vegetação;
 Categoria II – terrenos abertos em nível ou
com poucos obstáculos isolados, tais como
árvores e edificações baixas. Ex.: zonas
costeiras planas, pântanos com vegetação rala
e campos de aviação, pradarias e charnecas e
fazendas sem sebes ou muros. A cota média
do topo dos obstáculos é considerada inferior
ou igual a 1,0m.
Vento – Dimensões e altura da
edificação
 Categoria III – terrenos planos ou ondulados com
obstáculos, tais como sebes e muros, poucos quebra-
ventos de árvores, edificações baixas e esparsas. Ex.:
granjas e casas de campo, fazendas com sebes e
muros, subúrbios distantes do centro, com casas
abixas e esparsas. A cota média do topo dos
obstáculos é de 3,0m;
 Categoria IV – terrenos cobertos por obstáculos
numerosos e pouco espaçados, em zonas florestais,
industriais ou urbanizadas. Ex.: zonas de parques,
bosques com muitas florestas, cidades pequenas e
seus arredores, subúrbios densamente construídos de
grandes cidades e áreas industriais plena ou
parcialmente desenvolvidas. A cota média do topo dos
obstáculos é considerada igual a 10m.
Vento – Dimensões e altura da
edificação
 Categoria V – terrenos cobertos por
obstáculos numerosos, grandes, altos e
pouco espaçados. Ex.: florestas com
árvores altas de copas isoladas, centros de
grandes cidades e complexos industriais
bem desenvolvidos. A cota média do topo
dos obstáculos é considerada igual ou
superior a 25m.
Vento – Dimensões e altura da
edificação
 A velocidade do vento varia continuamente,
e seu valor médio pode ser calculado sobre
qualquer intervalo de tempo. Foi verificado
que o intervalo mais curto das medidas
usuais (3 s) corresponde a rajadas cujas
dimensões envolvem convenientemente
obstáculos de até 20 m na direção do vento
médio.
 Quanto maior o intervalo de tempo usado
no cálculo da velocidade média, tanto
maior a distância abrangida pela rajada.
Vento – Dimensões e altura da
edificação
 Para a definição das partes da edificação a
considerar na determinação das ações do
vento, é necessário considerar características
construtivas ou estruturais que originem pouca
ou nenhuma continuidade estrutural ao longo
da edificação, tais como:
◦ - edificações com juntas que separem a estrutura em
duas ou mais partes estruturalmente independentes;
◦ - edificações com pouca rigidez na direção
perpendicular à direção do vento e, por isso, com
pouca capacidade de redistribuição de cargas.
Vento – Dimensões e altura da
edificação
 Dimensões das edificações:
◦ Classe A – todas as unidades de vedação, seus elementos
de fixação e peças individuais de estruturas sem vedação.
Toda edificação ou parte da edificação na qual a maior
dimensão horizontal ou vertical da superfície frontal naõ
exceda a 20m;
◦ Classe B – toda edificação ou parte da edificação na qual
a maior dimensão horizontal ou vertical da superfície
frontal esteja entre 20 e 50m;
◦ Classe C – toda edificação ou parte da edificação na qual
a maior dimensão horizontal ou vertical da superfície
frontal exceda 50m;
Vento – Dimensões e altura da
edificação
 Altura sobre o terreno:
◦ O fator S2 usado no cálculo da velocidade do vento
em uma altura z acima do nível geral do terreno é
obtido pela expressão abaixo, sendo que os
parâmetros que permitem determinar S2 para as
cinco categorias deS terrenos são apresentados na
tabela p
 z 
S 2  b  Fr   
 10 
z – altura do terreno
Fr – fator de rajada
b – parâmetro meteorológico
p – expoente da lei potencial de variação
Vento – Dimensões e altura da
edificação
Vento – Dimensões e altura da
edificação
Vento – Dimensões e altura da
edificação
 Fator S3
◦ Baseado em conceitos estatísticos e considera o grau de
segurança requerido e a vida útil da edificação. Como
visto, a velocidade básica Vo é a velocidade do evnto que
apresenta um período de recorrência médio de 50 anos. A
probabilidade de que essa velocidade seja igualada ou
excedida neste período é de 63%.
◦ Este nível de probabilidade e vida útil adotados são
considerados adequados para edificações normais
destinadas a moradias, hotéis, escritórios, etc.
Vento – Dimensões e altura da
edificação
 Fator S3
Vento – Dimensões e altura da
edificação
 Coeficiente de arrasto
◦ É um coeficiente usado na avaliação da força global na
estrutura, sendo determinado conforme item da NBR 6123,
e pode variar de 0,7 a 2,2, dependendo da forma da
edificação. É uma quantidade adimensional e , portanto, só
pode depender de grandezas igualmente sem dimensão.
◦ Regiões de alta turbulência ocorrem em regiões onde a
altura da edificação não excede duas vezes a altura média
das edificações vizinhas;
Vento – Dimensões e altura da
edificação
 Coeficiente de arrasto
◦ Para vento incidindo perpendicularmente a cada uma das
fachadas de uma edificação retangular em planta e
assente no terreno, deve ser usado o gráfico seguinte,
para a determinação do coeficiente de arrasto. No caso de
vento de alta turbulência os valores são dados pelo
segundo gráfico;
◦ L1 é a largura da edificação (direção perpendicular ao
vento), l2 é a profundidade (dimensão na direção do vento)
e h é a altura da edificação.
Vento
Vento – Dimensões e altura da
edificação
 Coeficiente de arrasto
◦ Regiões de alta turbulência ocorrem em regiões
onde a altura da edificação não excede duas
vezes a altura média das edificações vizinhas,
estendendo-se estas, na direção e no sentido do
vento incidente, a uma distância mínima:
 500m para edficação até 40m de altura;
 1000m para edificação até 55m de altura;
 2000m para edificação até 70m de altura;
 3000m para uma edificação até 80m de altura;
Vento
Vento
 Excentricidades
◦ Devem ser considerados os efeitos de excentricidades da
força de arrasto. Os esforços de torção oriundos de
excentricidades são calculados considerando as forças de
arrasto agindo, respectivamente, com as seguintes
excentricidades, em relação ao eixo vertical geométrico,
sendo ea medida na direção do lado maior e eb medida na
direção do lado menor b;
◦ Edificações sem efeitos de vizinhança:
ea  0,075a
eb  0,075b
◦ Edificações com efeitos de vizinhança:
ea  0,15a
eb  0,15b
Vento
 Excentricidades
◦ Os efeitos de vizinhança são considerados dentro de um
círculo de diâmetro igual à altura da edificação em estudo,
ou igual a seis vezes o lado menor da edificação,
adotando-se o menor destes dois valores.
Vento – Dimensões e altura da
edificação
 Força de arrasto do vento
◦ A força do vento que atua em uma superfície de uma
edificação é considerada sempre perpendicular a esta. A
força global da ação do vento Fg é a soma de todas as
forças incidentes nas diversas partes (superfícies) que
compõem um edifício, e permite saber as ações globais
que serão utilizadas em toda a estrutura. A componente da
força global na direção do vento é a força de arrasto Fa,
obtida por:
Fa  Ca  q  Ae
◦ Onde q é a pressão dinâmica do vento e Ae é a área frontal
efetiva, ou seja, área da projeção ortogonal da edificação,
estrutura ou elemento estrutural, sobre um plano
perpendicular à direção do vento.

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