Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
dica, que foi guindada à categoria acadé- breza, editado pela Biblioteca Pública do Porto.
Ordenações do Reino (manuelinas e filipinas). Chan-
mica de ciência auxiliar da história. O re- celarias Régias (A. N. T. T.). Gaspar -Velho, Regra
nascimento moderno da heráldica. Muda- áa Armaria, contida no armoriai que organizou.
ram-se instituições, mudaram-se regimes. António Coelho, Livro em Que Se Trata das Ori-
Os títulos nobiliárquicos e os privilégios de gens dos Reis..., 1645. Manuel Teixeira, Livro da
Armaria (cód. 1745 do Fundo Geral de Reservados
nascimento foram constitucionalmente su- da B. N. L.}. Francisco Coelho Mendes, Tesouro
primidos. Ao contrário do suposto, deu-se ãa Nobreza de Portugal, 1677 (A.. N. T. T.). Pedro
uma nova libertação da heráldica. Sem es- de Sousa, Rei-de-Armas Instruído (n, 01 1014 do
A. N. T. T.). Breve Resumo da Arte Heráldica,
tar constrangida pelo fundo falso de urna 1725 (desoonhece-se o paradeiro deste manuscrito).
nobreza postiça, a heráldica da verdadeira Amónio Soares de Albergaria: Tropheos Lusitano;,
tornou-se objecto apreciado de estudos eru- 1631; Triunfos dela Nobleza Lusitana y origens de
ditos, que revelaram muita coisa da his- sus blasones (rãs. da B. N. L.). Manuel Severino
de Paria, Noticias de Portugal. Rodrigo Mendes
tória e da arte e abriram o caminho para Silva, Pòblación General de Espana, sus iro/cos,
o renascimento. A grande reforma da he- blasones ..., 1645. Francisco Xavier da Serra Craes-
ráldica municipal iniciada na década de 20 beck de Carvalho, Espelho da Nobreza do Reyno
de Portugal (nas. da B. N. L,). Vaa Velho, Tesouro
do nosso século, a 'reforma dos escudos de Heráldico de Portugal {em publicação). Visconde
armas das províncias ultramarinas na dé- de Sanches de Ba-ena, Arquivo HeráldiCO-íienealó-
cada de 30, a consagração heráldica dos gico. José de Sousa Machado, Brasões Inéditos.
D. António Caetano de Sousa, História Genealógica
nossos heróicos antepassados nas comemo- ãa Casa Real Portuguesa, 2." ed. Vilas Boas e
rações centenárias da Fundação e da Res- Sampaio, Nobiliarquia Portuguesa, 1676. Luís Figuei-
tauração, de que ficou monumento armo- redo da Guerra, Manual do Brasão, 1902. Joaquim
Augusto Correia Leite Ribeiro, Tratado de Armaria,
riado na fonte do Jardim da Praça do Im- 1907. Anselmo Braamoamp Freire:' Brasões tio Sala
pério, em Belém, a criação de uma herál- de Sintra; Armaria Portuguesa. Conde de Sabugosa,
dica do trabalho, nobilitadora das autar- O faço de Sintra. Santos Ferreira, Armoriai Por-
quias económicas, que se desenvolveu ao tuguês (desta.ca-se o «Vocabulário» deste armoriai).
Ed. C. e C. de Azevedo soares, Bibltographia J/obí-
longo das décadas de 40 a 60 e culminou liarchica Portuguesa, 1916, 23 * 40. Conde de São
com a concessão de cartas de armas às oito Payo (D, António), Do Direito Heráldico Português —
grandes corporações, e a reforma do ar- Ensaio llistórico-Juridico, 1927. Elucidário Nobi-
liárquico, 1928-29, dirigido por Afonso <ie Dornelas.
moriai administrativo do ultramar na dé- Armando de Mattos1: Brasonaria de Portugal; Co-
cada de 60 são os grandes passos do re- mentários Heráldicos; A H#$£lãica dos Bastardos
nascimento da nobre arte, tanto no plano Reais Portugueses; Evolução.,'{Histórica tias Armas
da estética estilizadora como no da sua Nacionais Portuguesas; Manual de Heráldica Portu-
guesa. Augusto Cardoso Pinto, .Subsídios para o Es-
prática científica. A nobre arte não se con- tudo das Signas Portuguesas: í, As Bandeiras das
fina a estas formas de representação da Três Ordens Militares, 1929; II, O Guião ow Divisa
personalidade colectiva, mas tende, através de D. Afonso V, 1935. António Machado' de Faria;
Cartas do Brasão; Origens da Heráldica Medieva'
do gosto pelas «marcas de posse» expres- Portuguesa. Rui Dique Travassos Valdez: Cartas de
sas, sobretudo, nos ex-libris, a desenvol- Brasão Modernas; Sufjsidios para a Heráldica Tu-
ver-se numa nova heráldica assumida das mular Moderna ãa Estremadura; Resumo da Ciência
do Brasão, de René Juge de Segrais (trad.). Histó-
pessoas singulares, já'que a supressão cons- ria ãe Portugal, ed, Barcelos, vol. n. Émil Gevaert.
titucional dos privilégios deu a quem auer L'Héraldiaue, etc. Grande Enciclopédia Portuguesa
que seja a liberdade de escolher um sím- e Brasileira, s. vv. heráldica e genealogia, de An-
bolo heráldico para se representar, não tónio Machado de Faria. Armas e Trofeus, órgão do
Instituío Português de Heráldica. Boletim Olicial
usurpando o de outrem, como, judiciosa- do Conselho áa Nobreza. Ver em Armas e Trofeus
mente, afirma o erudito marquês de São os excelentes estudos e comentários do marquês
Payo no seu ainda actual estudo sobre o de São Payo, Dr. Carlos da Silva Lopes, Luís Eivar
da Guerra, Francisco Simas Alves de Azevedo,
direito heráldico português. Instituições Fr. Amaro iCocheril e Vaa Osório da Nóbrega.
científicas e organismos oficiais relaciona-
dos com a heráldica: Associação dos Ar-
queólogos Portugueses; Instituto Português HERCULANO DE CARVALHO ARAÚJO,
de Heráldica; Academia Portuguesa da ALEXANDRE (1810-1877). Alexandre Her-
História; Gabinete de Heráldica Corpora- culano nasceu em Lisboa, a 28 -de Março
tiva da Fundação Nacional para a Ale- de 1810 (ano da terceira invasão francesa),
gria no Trabalho; Ministério do Ultra- no seio de uma família de extracção po-
mar, por intermédio do seu ministro; Co- pular (a mãe descendia de pedreiros e o
missão de Heráldica do Conselho de No- pai, Teodoro Cândido de Araújo, era filho
breza. [P, p. DE A. L.] de um comerciante de trigos), a qual al-
cançara, todavia, certa mediania burguesa,
BIBL.: Pr. Leão de Santo Tomás, Bendictina Lusi- pressuposta no cargo público desempenhado
tana, 1651. Fernão Lopes: Crónica de D. Fernando;
Crónica de D. João I. Bibliotheque de l'École dês pelo seu chefe —fiel da Junta idos "Juros —
Chartes, 1891. Livro do Armeirc-Mor, editado em e nos juvenis estudos do futuro historiador,
1956 pela Academia Portuguesa da História, com que se preparara, nas aulas da Congre-
um estudo de António Machado de Faria. Livro gação de S. Filipe Nery (de 1820 ou 1.821
da Nobreza e Perfeição das Armas ou Livro da Ar-
maria, da Torre do Tombo, do escrivão António Go- a 1825), para a frequência da Universidade.
dmho. António Rodrigues, Tfatado Geral da No- Entretanto, a cegueira do pai obriga Her-
209
HEKCULANO
Casa de Vale de Dobos onde faleceu Alexandre Herculano. Gravura da revista Ocidente (1818)
2!!
HERCULANO
rária do maior escritor português do seu fazer ou refazer tudo, ou quase tudo,
tempo, que desistira de continuar a sê-lo, desde o começo não admira que a Histó-
por enfado e nojo, pois «isto [o País] dá ria de Portugal não revele logo, a uma
vontade de morrer». Esboçadas, sucinta- primeira abordagem, o desiderato supre-
mente, as efemérides principais da vida e mo que o seu autor procurava alcan-
da obra de Herculano, há que tentar çar. Como, pertinentemente, salientou Oli-
apreender-se agora o significado nacional veira Martins, descortinam-se na História
da sua acção como escritor (poeta e ro- de Portugal duas perspectivas, dois ritmos
mancista), como historiador,1 como homem que nem sempre se ajustam: o da história
público. Tendo principiado pela poesia, sob política e o da história social. Com efeito,
muitos aspectos poderia ser encarada é sabido que Herculano, buscando embora,
A -Harpa do Crente — pelo seu ideário, pe- primacialmente, elementos para o estudo
las suas relações com a guerra civil, pelo da sociedade medieval portuguesa, .foi ne-
sulco que abriu na história da poesia ro- cessariamente carreando, de caminho, dados
mântica portuguesa. Mais poeta do. que ar- para uma história política, que resolveu,
tista, a autenticidade dos seus poemas re- por fim, reunir e fundir. Além do mais,
vela, todavia, sob muitos aspectos, um ca- a importância e o relevo da historiografia
rácter, uma maneira de ser, urna sensibi- herculaniana na conjuntura cultural por-
lidade típica, especialmente, às vivênc'as tuguesa podem avaliar-se por este facto
de Deus e da liberdade, que o marcarão incontestável: até aos dias de hoje, toda a
definitivamente. Mais romântico do que nossa historiografia tem sido e continua
Garrett, foi em A Harpa do Crente que o a ser tributária de Herculano. Gama Bar-
chamado ultra-romantismo bebeu inspira- ros, Oliveira Martins, Jaime Cortesão, nos
ção, assim como, mais tarde, aconteceu cimos, Rebelo da Silva, Alberto Sampaio,
ainda com Aníero, a quem essas poesias Costa Lobo e tantos outros entroncam, di-
vigorosas e sentidas, lidas na mocidade, recta ou indirectamente, na lição hercula-
teriam revelado o apelo da estesáa lí- niana, 'reflectindo embora os condicionalis-
rica. Quanto ao romance, género literário mos dos seus próprios meios culturais. E
tanto do agrado do público burguês, cabe porventura poderá até aventar-se o se-
também a Herculano o mérito de o ter guinte: em todo esse ciclo, de raiz bur-
introduzido entre rios, conquanto sob a sua guesa, da nossa historiografia, além de
forma «histórica», que aliás perdurou até iniciador, Herculano continuou a ser o pa-
ser substituído, ulteriormente, pelo romance radigma pelo qual, na verdade, é legítimo
de costumes contemporâneos. E, ainda re- aferir um Gama Barros ou, mesmo, um
lativamente a este, convém averbar a re- Oliveira Martins. Não pode esboçar-se, tão-
lação existente entre O Pároco da Aldeia -sòmente esboçar-se, o perfil da personali-
e a elaboração romanesca de Júlio Dinis, dade mental e moral de Herculano sem se
que, de algum modo, continua e desenvolve referir também a importância nacional da
essa experiência herculaniana. Ora, se a sua actividade polemística. Empenhado na
sua acção como literato se revestiu, na estruturação da vida portuguesa segundo
verdade, da 'maior importância, foi, toda- os cânones liberais, como ele os entendia,
via, como historiador que Herculano in- nunca perdeu o ensejo de discutir, a essa
fluenciou mais duradouramente a cultura luz, os assuntos públicos e de procurar
portuguesa. Na peugada de Guizot e de promover a dignificação do País pelo tra-
Thierry, seus pares europeus na historio- balho, pelo acesso, tão generalizado quanto
grafia romântica, aquilo que singulariza, possível, à propriedade (nem que fosse ape-
entre nós, a história herculaniana é, por nas a enfitêutica), pela elevação do nível
um lado, a importância atribuída ao devir educativo — tudo isso condição, segundo
das sociedades e, por outro, nessa trama pensava, da efectiva liberdade do indiví-
social, a valoração do povo trabalhador, a duo, postulado de toda a sua ideação, pe-
atenção prestada às origens da burguesia, dra de toque da sua mundividência muito
que, após a sua revolução, acabara de che- bem estrutuirada. Os seus escritos sobre
gar, em Portugal, ao Poder e se instalava questões públicas, reunidos em grande
para reinar por muito tempo. Por isso, parte nos Opúsculos, constituem, pois, ma-
mais que de métodos — as regras da crí- nancial indispensável não só a quem pre-
tica histórica já estavam estabelecidas e tenda entrever as traves mestras da sua
só havia", aí, que praticá-las—, a inovação personalidade de escritor-cidadão, mas tam-
historiográfica efectivada por Herculano bém a todos quantos procurem compreender
foi antes de-objecto, de perspectiva sobre o ciclo histórico português em que viveu.
o que ámportava historiar, isso que ele ex- Sobre educação pública, sobre o problema
primiu assim: «busquemos a história da da emigração e, ainda, sobre a questão da
sociedade e deixemos por um pouco a dos religiosidade nas suas relações com a
indivíduos.» Mas num país onde quase Igreja, por exemplo, não é possível entre-
sempre, de cada vez, se torna necessário ver o que de fundamental estava então em
2/2
HERDADORES
jogo sem o estudo atento dos documentos ram origem. Em sentido lato, hereditas
que sobre tais matérias nos legou. Carác- traduz-se, portanto, por «herança». Mas,
ter apaixonado (ou seja, na classificação de como, as mais das vezes, tal herança con-
Heymans, personalidade que se define pela sistia em bens fundiários, surgiu, gradual
emotividade, pela actividade e. pela secun- e concomitantemente, a acepção restrita
daridade), marcou com a sua dedada inde- de hereditas como propriedade rural, a
lével o tempo mental em que lhe foi dado herdade da linguagem de nossos dias. Neste
viver. E quaisquer tenham sido os seus sentido, herdade distinguia-se normalmente
desencontros pessoais com a sua própria de mUa, *, porque abrangia apenas parte
época, por mais dolorosamente significativo dela; embora às vezes fosse um conjunto
seja o seu desencanto ante a realidade heterogéneo de parcelas dispersas por vá-
coeva, há que reconhecer-se, com objectivi- rias víllae. Da mesma forma, e equiparan-
dade, que ela em boa parte se redime por do-se com frequência ao casal, como uni-
ter permitido e condicionado o desenvolvi- dade de exploração agrária, a herdade
mento de personalidade tão completa e tão podia não ser mais do qiue uma sua frac-
acabada. De tal modo assim foi que Her- ção. O carácter de livre transmíssibilidade
culano se transfoímou em modelo das vir- que caracteriza a hereditas aproxima-a,
tudes características da grei, podendo até até à quas-e identificação, do àlódio*, ter-
aventar-se a hipótese de que tenha encar- mo raramente utilizado na linguagem me-
nado o arquétipo (na acepção de Jung) de dieval portuguesa. Há herdades de cava-
certa exemplaridade portuguesa. Nessa li- leiros, como as há de peões, e é .a sua ex-
nha, ele liga-se ao tipo nacional de «antes tensão e opulência que vai fazer uns e
quebrar que torcer» (ou seja, a intransi- outros. As herdades compram-se, vendem-
gência moral ante o curso das coisas) e -se, escambam-se e doam-se livremente. São
inscreve-se numa família de espíritos de emprazadas ou arrendadas. Todo o prédio
eleição a que pertenceram, entre outros, Sá regalengo é herdade, visto constituir he-
de Miranda, Mouzinho da Silveira e An- rança do rei. A herdade vilã dos séculos xir
tero de Quental e da qual faz parte, nos e XIH, que existe sobretudo a norte do ri»
nossos dias, um António Sérgio. [J. s.] Douro, como sucessora das presúrias da
BIBL.: Antero de Quental, «Alexandre Herculanon,
Reconquista, está muitas vezes sujeita ao
in Prosas, vol. ir (publicado primitivamente em Dois único tributo da fossadeira (além do dí-
Mundos, n.° 2, Paris, 31 de Setembro de 1877). Ra- zimo à Igreja) e distingue-se, em regra,
malho Oítigão, As Farpas, vol. in (1877) e vol. rx dos prédios aforados ou arrendados. A
(1873). Teófilo Braga, História do Romantismo em
Portugal, 1880, oliveira Martins, Portugal Contem- partir do século xiv a delimitação rigorosa
porâneo, liv. vi, cap. i, 11881. António de Serpa Pi- de hereditas perde-se na acepção genérica
mentel, Alexandre Herculano e o Seu Tempo, 1881.
Gomes de Brito, No Primeiro Centenário de Ale-
de «propriedade rural contínua» ou no
xandre Herculano — Páginas íntimas Dedicadas à conceito etimológico de «herança». Desde
Gloriosa Memória do Egrégio Escritor, 1910. Dicio- os princípios da época moderna, à expres-
nário Bibliográfico de Inocência, t. xxi, redigido por são «de juro e herdade», aplicada por
Gomes de,Brito, 1914. Carlos Portugal Ribeiro, Ale- exemplo às tenças, significa «de direito
xandre Herculano, a Sua Vida e a Sua Obra, 1933-
34. Vitorino Nernésio, A Mocidade de Herculano até e transmissão hereditária perpétua*, iden-
à Volta do Exílio (1SI&-1S32), 1934. Paulo Merêa. tificando assim herdade com herança.
«O liberalismo de Herculano», in Bitolas, xvn, 1941. IA. u. DE o. M.T
J. Barradas de Carvalho, As Ideias Políticas e So-
ciais de Alexandre Herculano, 1949 (contém abun- BIBL,: Alexandre Herculano, Historia de Portugal
dante bibliografia, criticamente seleccionada}. Antó- desde o Começo da Monarchia até o Fim do Rei-
nio José Saraiva; Herculano e o Liberalismo em nado de Af/onso 111, 8.* «d.. Lisb a, s. d., t. vi.
Portugal, '1949; Herculano Desconhecido, 1953. Har- Henricni-e da Gama Barros, História da Administra-
nâni Cidade, «Alexandre Herculano», in Século XIX — ção Pública em Portugal nos Séculos XII a XV.
A Revolução Cultural em Portugal e alguns dos 2." ed., t. iv e VH, Lisboa, 1947-49. Alberto Sampaio.
Seus Aspectos, 1961; Dicionário das Literaturas Por- «As villas do Norte de Portugal», in Estudos Histó-
tuguesa, Galega e Brasileira, dirigido por Jacinto ricos e Económicos, vol. i. Porto, 1923. A. H. de
do Prado Coelho, artigo sobre Herculano, Oliveira Marques, Introdução à História da Agri-
cultura em Portugal. A Questão Cerealífera durante
a Idade Média, Lisboa, 1962.
HERDADE. Do latim clássico kaereditas,
atis, através do latim medieval hereditas,
atis, «a herança» (em sentido lato), «os HERDADORES. Do latim medieval he-
bens de raiz» (em sentido restrito, por reditator, oris, aquele que pode receber e
oposição a «bens móveis»). A hereditas transmitir bens, nomeadamente bens de
dos séculos X e XI designa a condição jurí- raiz. Os herdadorm ou herdeiros (heredesr
dica em que certos bens foram adquiridos, kereditarii) aparecem, nos séculos XII e
por testamento ou por transmissão legí- xni, como os sucessores, por um lado, dos
tima, a descendentes. Por isso, é frequente presores* da Reconquista e, pelo outro,
os documentos indicarem os nomes dos pais, dos pequenos proprietários moçárabes (uns
avós ou outros transmissores que lhe' de- e outros radicados também nos privati*
213